História Keeping Promises - Oficial

    Quando retomei minha consciência e abri os olhos, me assustei. Eu estava deitada em uma cama macia e o sol me cobria, me aquecendo um pouco. Respirei fundo e um cheiro de rosas me invadiu. Esse lugar não parecia nem um pouco com o inferno ou algo do tipo.
- Eu estou no céu? – Sussurrei para mim mesma, incrédula.
- Depende do que você considerar céu. – Ouvi a voz de Edward e minha cabeça virou bruscamente para onde veio som. Uma dor aguda atingiu meu pescoço. – Ei, devagar Bella. Você quase foi... decapitada. – Ouvi a voz dele se quebrar com a última palavra. Ele contornou a cama e se sentou.
- O que aconteceu? – Eu era uma vampira, tinha certeza disso, mas me sentia como uma humana adoentada.
- Assim que você saiu, Esme nos ligou desesperada, mas estávamos longe demais. Mesmo que corrêssemos de volta, poderia ser tarde então liguei para Jake, expliquei a situação e a matilha partiu para lá. Eles chegaram primeiro que nós e a preocupação maior de todos era salvar as crianças. Eles acabaram com Victoria, o que me deixou um pouco triste... eu mesmo queria fazer isso. – Ele pausou, respirando pesadamente. – Mas não notaram que você estava quase morrendo. Jacob chegou no último instante, ele salvou sua vida.
- Renesmee e Thomas estão bem? – Perguntei, tentando me levantar e sendo atingida por outra dor. – Que droga, eu sou imortal! Por que diabos estou sentindo dor?
- Eles estão ótimos, se acalme. Bella, seu pescoço quase foi arrancado. Mais um centímetro e você estaria morta. Você não tem noção do que foi chegar lá e te ver jogada no chão, desacordada e com nossos filhos te rodeando aos prantos. – Ele fechou os olhos, tremendo um pouco. - Foi a pior cena da minha vida. Eu não sabia que vampiros poderiam desmaiar, então era como se você estivesse morta. – O rosto dele se contraiu em uma careta de dor e eu alcancei sua mão, apertando-a com força.
- Ei, eu não morri. Estou aqui. – Eu disse, sorrindo levemente. Ele abriu os olhos e acariciou meu rosto, mas sua careta de dor não cedeu.
- Então Carlisle me alcançou e disse que você não deveria estar morta porque a cabeça não havia, de fato, saído. Nós te carregamos para cá e foi bem difícil manter as crianças longe, mas foi preciso. Ele extraiu um pouco do seu veneno e do meu e começamos a selar onde sua pele estava no limite. Foi horrível demais, parecia que eu estava montando um boneco. Eu tive que forçar sua cabeça para baixo enquanto ele passava o veneno e tive que esperar agir. Nós não sabíamos se iria funcionar. Você está desacordada há dois dias, eu já estava começando a perder as esperanças.
- Isso significa que eu devo ser a única vampira com problema de torcicolo da história. – Bufei. Edward gargalhou, se curvando para me dar um beijo.
- Como você consegue fazer piada com isso, Bells?
- Na verdade, não é nada incomum vindo de mim. – Eu disse. Ele fechou seu sorriso e me encarou com firmeza.
- Nunca, nunca mais faça isso, entendeu Isabella? Você é mãe, não pode mais ser imprudente desse jeito! – Repreendeu Edward.
- Justamente por ser mãe que eu fui até lá! – Rebati.
- Bells, eu quase perdi meus filhos e quase... te perdi. Por favor, você não pode fazer isso comigo... nunca mais... por favor. – Sua voz foi diminuindo e a angústia nela era perceptível. O puxei em um abraço desajeitado, tentando mexer meu pescoço o mínimo possível. Ele deitou sua cabeça em meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos.
- Desculpa... eu amo você. – Sussurrei.
- Eu te amo tanto, tanto. Eu não poderia viver sem você.
- Eu sei...
    Uma semana se passou e eu estava completamente recuperada. Em meu pescoço havia uma cicatriz que imitava um colar, nada muito visível, mas estava ali. Renesmee e Thomas ainda estavam perturbados com tudo o que aconteceu e não queriam desgrudar de mim e de Edward nem por um minuto; eu também não queria desgrudar deles. Ness me mostrou através de suas memórias que Victória não os maltratou ou algo do tipo, o que não fez nenhum sentido para mim. Ela agindo com eles era até um pouco maternal. Acho que no fundo ela só estava destruída por ter perdido o seu amor.
    A vida parecia normal novamente e comemoraríamos o primeiro aniversário de Thomas com uma grande festa. Alice não conseguiu ser impedida desta vez. Convidamos todos os lobos, todos os nossos amigos que nos ajudaram na batalha e Charlie. Para minha sorte, ele não pareceu notar – ou não comentou – nenhuma diferença em mim, embora eu tivesse que usar as irritantes lentes de contato.
- O que está achando? – Perguntou Alice, surgindo atrás de mim.
- Está tudo lindo demais. Você é a melhor dinda do mundo! – Eu disse. Antes dessa loucura de Victoria, eu e Edward havíamos decidido que Rosalie e Jacob seriam os padrinhos de Renesmee – o que gerou muitas brigas engraçadas – e Alice e Emmett seriam os padrinhos de Thomas.
- Ah, fico tão feliz que tenha gostado! Venha, vamos para os Parabéns! – A alegria que irradiava dela era embriagante. Eu a amava tanto. Edward se encontrava atrás da mesa do bolo com Renesmee e Thomas em seu colo. Eu poderia ficar ali olhando-os por horas, mas Alice continuava a me puxar. Fui para trás da mesa do bolo e peguei Thomas de seu colo. Cantamos o Parabéns juntos, o que mais parecia um coral.
- Assopre a vela e faça um pedido, querido. – Eu disse. Ele pareceu olhar para cada rosto da grande sala e então assoprou. Olhei para Edward e ele sorria gloriosamente.
- Para quem vai o primeiro pedaço, Thomas? – Perguntou Edward. Sem titubear, ele pegou o pequeno prato e entregou a Renesmee. Eles se abraçaram e todos soltaram um sonoro “own”. A sintonia que eles tinham era surreal. No começo eu pensei que Renesmee poderia ficar enciumada e até arranjar problemas com o nascimento dele, mas desde o início foi totalmente o contrário. Eles eram melhores amigos.
- Com licença, com licença. Eu gostaria de um minutinho da atenção de vocês. – Disse Edward. Olhei-o confusa e ele me chamou com o dedo indicador. Enquanto eu atravessava a sala para ficar ao seu lado, uma roda enorme se abria, nos deixando no centro dela.
- O que é isso? – Sussurrei. Ele sorriu e olhou em volta, se certificando que todos estavam olhando.
- Amor... – Disse ele, ajoelhando na minha frente e pegando minha mão esquerda. – Eu sei que já te fiz esse pedido antes, mas eu queria tornar oficial. – Juro que se pudesse corar, estaria vermelha da cabeça aos pés. – Desde o primeiro dia que te vi, eu soube que meu coração pertencia a você. Eu tentei lutar, negar e me afastar, mas isso foi a maior besteira que eu já fiz em toda a minha existência. Você sempre foi tudo o que sonhei e um pouco mais. Corajosa, honesta, engraçada, altruísta, linda... tantos adjetivos que eu não conseguiria cita-los em um único dia. Como se não bastasse tudo isso, você me deu os dois maiores presentes da minha vida e eu nunca conseguirei ser grato o suficiente por isso. Nossa família já existe e eu sei que somos um do outro de um jeito que ninguém nesse mundo é, mas eu sou tradicional e não poderia negar que um dos meus poucos sonhos que ainda não fora realizado é ver você caminhando em minha direção em um vestido de noiva. Isabella Marie Swan, você me daria a extraordinária honra de se casar comigo? – Meus olhos ardiam e a habitual bola se fez em minha garganta. Esse modo vampírico de chorar não era tão eficiente quanto as lágrimas normais.
- Sim. – Sussurrei, ainda atônita. Ele colocou o anel – que eu já conhecia – em meu dedo e se levantou, me pegando no colo e me rodando no ar. – Amo você.
- Amo você. – Eu pude ouvir palmas e muitos gritinhos de empolgação no fundo, mas ignorei. Eu estava presa em meu momento mágico.