História Keyless Heart - 29

Abro meus olhos com um pouco de dificuldade por causa do sono que pesava ainda sobre as pálpebras, olho ao redor com a visão ainda embaçada e toco o lado direito da cama, porém não sinto a presença ou mesmo a pessoa que estava ao meu lado, Pietro.

Me levanto nua, até que apanho sua camiseta do chão e a visto, vou até a cozinha onde começo a sentir o delicioso cheiro de café, e meu medo e incerteza vão embora, ele estava lá e ao olhá-lo aquilo parecia tão normal, como se todos os dias ele estivera comigo, meus olhos brilhavam por vislumbrar, reparar em tamanha beleza e sentimento que ao mesmo tempo surpresa não me imaginava ter, me sentei silenciosamente na esperança de observar mais sua pequena tarefa prestes a ser concluída, mas sem sucesso ele se virou e pude ver aqueles olhos azuis animados por me verem ali, o rosto com uma pequena cicatriz no lado esquerdo da sombracelha, a boca fina mais tão desejada, um rosto quadricular masculino que me fazia suspirar, seu cabelo recém bagunçado do pós sono, além de um bumbum que minhas mãos poderiam se encaixar sem qualquer problema, aquele peitoral malhado que poderia me aparar e aquecer, sem perceber como isso se tornou tão profundo, como ele pode ser somente meu?

- Querida como foi seu sono? - Perguntou me encarando com um sorriso leve na face.

— Muito bem, e pelo seu humor posso dizer que você também — O encarei devolvendo outro sorriso.

— Estaria mentindo se dissesse que não — Tocou meu rosto o acariciando, me admirando.

— O que houve? — O indaguei curiosa.

— Nada, sua pergunta deveria ser por que eu não me canso de olhar pra você, ou mesmo de tocar esse corpo que está a minha mercê — Sua mão que estava tocando meu rosto, agora passa para o grande decote e ele já me olhava com uma sede, que só poderia ser saciada por mim. Imediatamente ele sobre salta a bancada que nos impedia de ter mais contato, segura meu rosto delicadamente, me ataca em um beijo profundo, ele me retira de onde permanecia sentada me levando novamente contra seu corpo,como na noite anterior, correspondo dando beijo entre vários sorrisos trocados, mas antes que pudéssemos chegar ao quarto a campainha nos incômoda perturbando todo o clima.

— Que poha! — Pietro bufa de raiva, me colocando no chão, indo até a mesma para ver quem teria a ousadia de atrapalhar. Quando vejo sua expressão se suavizar, e se encher em um grande sorriso como alguém que cumprimenta alguém que a bastante tempo não e visto.

— Doug o que faz aqui? Cara, achei que não fosse mas vê-lo — Se abraçam, Pietro o convida a entrar até que seus olhos param em mim.

— Por que não me contou que tinha companhia, não me diga que é mais um de seus brinquedinhos? — Falou me ignorando, olhando para trás com ar sem vergonha para Pietro.

— Doug, ela não é qualquer Mulher, e sim minha Mulher, a qual você deve todo respeito ou vai ser ver comigo — Doug levantou as mãos em rendição com cara de poucos amigos. Adentrei o quarto e fechei o mesmo, merecia um banho, retirei a camiseta que me cobria e deixei a água lavar e aquiescer meu corpo que tanto necessitava, ao terminar volto novamente para o quarto visto uma calça cintura alta rasgada nas coxas, tênis preto e uma camiseta curta que deixava minha cintura desnuda, sai pensando encontrar Pietro, mas ele não estava.

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Pietro

— Onde esteve todo esse tempo? — Olho para meu parceiro, ainda me recordo de onde deu início o sumiço de Doug, havíamos sido emboscados, alguém de dentro de nossa gangue tinha nos delatado, fiz o possível juntei meus garotos e dali batemos em retirada, mesmo pensando ter levado todos um me fazia falta quando dei por mim, e agora sete meses depois essa aparição repentina, sinto haver algum problema.

— Precisei sair do país por uma urgência maior que agora não nos convém, você precisa fugir imediatamente, fiz algo do qual sempre vou me arrepender... — Aquelas palavras foram a entrega de que algo errado estava prestes a acontecer.

— O que você quer dizer com isso? Seja claro! — Usei um tom de voz ameaçador.

— Seu irmão David, ele tinha nos entregado aquele dia, precisei passar esses meses todos fora para ter certeza, e agora ele está se reunindo com Kim — Doug abaixava a cabeça como se temesse realmente, ali foi a prova que tive, mais a minha vida não me preocupava, e sim a de Rosanne.

— Doug, fique de guarda no apartamento, preciso resolver uns assuntos pendentes — O deixei tomar conta de Rose, me direcionar ao caminho que sabia muito bem qual seria, David.

Ao sentir o cheiro da brisa da manhã que estava carregado de nuvens cinzentas, e um sol tão claro que mal se notava, subi na minha moto cross, sem me importa nem com a própria segurança, era o de menos, o lugar seria a casa de alguém a quem não desejava me ver ou me encontrar, mas se por ela eu teria que enfrentar meus fantasmas o faria. Ao notar a grande casa, meus pés oscilaram, pisei ainda mais fundo e forte em frente à porta cessei na primeira batida, e na segunda em fim consegui, sem nenhuma resposta novamente o fiz até a face que mais precisava a abriu.

— Ora, ora o que temos aqui? Você sempre volta, não é mesmo irmão? — David se dirigia a mim com seu tom sarcástico, com um sorriso cínico carregado de ódio.

— Não voltei, mas você sabe o assunto que vim para resolver — Fui brando e calmo.

— Primeiro precisaremos listar as coisas que fez como por exemplo deixe-me ver, ah matar a nossa Mãe, segundo roubar a minha namorada! — Seu sorriso se fechou, seu rosto sucumbia a uma forma sombria que nunca esperei nele.

— Você precisava mesmo chegar a tal ponto de machucar a Mulher que mais amo? — Ele se aproximou do meu ouvido e ressoou as seguintes palavras.

" Aprenda a não tomar, o que não lhe pertence, que eu me recorde Michael nos ensinou boas maneiras."