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História Kidnapped - Capítulo VIII


Escrita por: nandsmz

Capítulo 7 - Capítulo VIII


Capítulo ...

 

 

 "Save me now from the death of my infatuation(...)" – a música tocava como uma trilha sonora no rádio velho e acabado da caminhonete onde Corinne se encontrava. Uma garoa fina caia do lado de fora, molhando o asfalto e embaçando o vidro, impedindo-a de observar o local para onde estava indo. A música repetia o refrão, e repetia, e repetia, e repetia. Aquilo grudava em sua mente e ela resolveu trocar o título da música de "Save me now" para "Trilha sonora da minha morte".

    Como uma infeliz coincidência, a música acabou e o carro parou, com uma freada brusca. Alexander comprara sua carteira de motorista. 

 

— O Kurt chegará a qualquer momento. – ele disse encostando o longo dedo no botão de desligar do rádio. 

 

     Peter assentiu com a cabeça e abriu o porta luvas, tirando dali uma pistola de 9 milímetros. Se o coração de uma pessoa consegue ficar mais de dez segundos parado, Corinne experimentou essa sensação. Seus olhos se arregalaram ao ver a arma negra nas mãos asquerosas de Peter e naquele momento ela tinha absoluta certeza de que não adiantaria nada. Poderia aparecer o Batman, o presidente dos EUA, o Papa, até mesmo o próprio Jesus, que ela estaria condenada a morrer.

 

        Tudo estava escuro, exceto pela luz fraca no interior da caminhonete, logo, viu-se dois faróis altos piscarem e um carro baixo estacionou bem a frente. Seu pai, provavelmente. Será que ela seria capaz de vê-lo uma última vez? Será que matariam-o também? Corinne engoliu seco quando Alexander se contorceu soltando seu cinto de segurança e praticamente expulsando-a do carro, enquanto Peter e sua 9mm a aguardavam do lado de fora. 

      A chuva havia aumentado consideravelmente, os cabelos de Corinne grudavam-se a sua testa e bochecha. Os faróis de ambos os carros iluminavam a pista totalmente vazia e isolada, se passasse alguém ali, seria um milagre. Do carro esportivo baixo, saíram primeiro duas malas, depois, um homem grisalho de terno. Kurt, seu pai. Corinne quis chorar, se sentiu a menininha de seis anos que machucava o joelho e corria para os braços de seu pai, e, quando ele simplesmente abraçava-a e dizia "Isso não foi nada, sweetheart, você ficará bem, papai está aqui", ela se sentia a pessoa mais segura do mundo. O oposto do que estava sentindo agora, enquanto a 9mm roçava em sua têmpora direita.

 

— Vamos direto ao ponto, Kurt. – disse Alexander. – Você vai caminhar lentamente em direção ao bagageiro da caminhonete e largar as malas lá, na volta, pega a garota e vai embora. Combinados? 

 

      Kurt estava assustado, seus olhos azuis esverdeados, exatamente iguais aos de Corinne, encontravam-se repletos de medo e pânico. Ele sabia o que estava para acontecer, e sabia que não terminaria bem. 

 

— Por favor, não machuquem-a. – ele pediu em vão, enquanto caminhava lentamente em direção ao bagageiro, dando o olhar mais reconfortante que pode para Corinne. 

 

      As malas foram postas no bagageiro. Um novo silêncio mais pesado e tenso se instalou no local. Os pingos de chuva pareciam feitos de chumbo, caiam com preguiça e força sobre o asfalto negro da pista. Corinne olhou para o céu negro, cheio de nevoeiro e procurou uma estrela, apenas uma. Não a encontrou. Até sua mãe a abandonara. Deu o que presumiu ser sua última respiração e fechou os olhos com força, esperando os tiros. 

 

 Bang! Primeiro tiro. Bang! Segundo. Bang! Terceiro. 

 

        Corinne abriu os olhos, estaria no paraíso? Estranho, o paraíso não devia se parecer com uma estrada vazia e escura. Ela voltou a realidade e observou o ambiente em volta, nele estavam: Peter, no chão, com a arma a menos de um metro do corpo e com muito sangue envolta da cabeça. O tiro atravessou. 

Alexander, de bruços ainda agonizando, tiro nas costas, altura do coração, com certeza rompeu arteria.

E, por fim, seu pai, ajoelhado com a mão firmemente apertada contra o ombro, gemendo de dor. 

    

     Corinne se quer raciocinou, correu com a maior rapidez que pôde em direção ao pai, ele não era o melhor do mundo, mas vê-lo daquela forma dava a ela um medo que não sentira nem quando estava com a 9mm na cabeça.

 

— Calma pai, você vai ficar bem. – ela disse levando as mãos ao ferimento e apertando-o também, o desespero tomando conta da voz. 

 

          Uma pessoa se aproximava atrás dela, provavelmente o atirador que matou Peter e Alexander, talvez ele não quisesse mata-los, afinal, acabara de salvar suas vidas. Corinne não virou-se, esperou que ele se revelasse, até porque estava muito ocupada estancado o sangue que saia freneticamente de seu pai. 

 

— Precisamos sair daqui. – o atirador disse, o cara disse, Kieran disse. 

 

       Corinne ergueu as sobrancelhas, agradecida e assustada, fitando o rosto severo e inexpressivo de Kieran, que não aparentava ter matado dos homens a sangue frio minutos antes. 

 

— Eu preciso ajudar meu pai! – sua voz saiu fina, vacilante, nervosa. 

 

     Kurt parecia cada vez mais fraco, perdia a vida. Kieran rasgou parte de sua camisa e enrolou envolta do ombro de Kurt, passando sobre suas axilas e apertando com força. Ouviu-se um grito de dor. 

 

— Toma – Kieran disse, jogando duas chaves na direção de Corinne – segue por três minutos em direção ao norte, você vai ver o meu carro, a chave preta é dele, ligue o GPS e dirija até o local onde está marcado. A chave azul abre a porta do local. 

 

— Sem chances! Eu preciso ajudá-lo! – ela praticamente gritou, alternando o olhar entre os dois. 

 

— Vá, sweetheart – a voz fraca e sussurrante de seu pai falou – por favor, eu vou ficar bem. Proteja-se.

 

       Kieran ajudou-o a se levantar e estava indo até o carro com ele. Ela poderia obedece-los ou ir atrás deles e por a sua vida e a do seu pai em risco de novo. Deu uma última olhada na direção do carro onde os dois acabaram de entrar e seguiu em direção ao norte.


Notas Finais


Obrigada a quem acompanha a história, se puderem e gostarem comentem. Ajuda bastante.
Um beijo.


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