Luhan empurrou o homem mais velho para longe.
– Pai? – Chamou-o receoso.
– Lu-lu... – O homem gaguejou várias vezes, sem conseguir dizer mais nada. E então saiu correndo para longe.
O chinês caiu no chão ajoelhado, e começou a chorar. Mas então lembrou de Baekhyun que precisava dele, e pegou seu celular que estava caído ao seu lado.
“Ei Baekkie, eu sei que você precisa conversar, mas eu preciso muito da sua ajuda. TT ~”
~ Mensagem visualizada. ~
~ Baekkie ♡ está digitando ~
O chinês engoliu em seco e segurou o celular com força.
“O que aconteceu? ”
“Me encontre perto do corredor da perdição. Por favor! ”
Baekhyun saiu correndo da onde estava e foi até o grande espaço que havia entre o prédio de seu dormitório e o de Luhan. Aquele lugar era conhecido como corredor da perdição por que era ali que ocorria as vendas proibidas de drogas e entre várias orgias que aconteciam pela madrugada e os fins de semana.
O moreno encontrou o amigo jogado no chão e se ajoelhou a sua frente. Ele o abraçou com força e o confortou, deixando que o outro chorasse tudo que tinha para chorar, e então começou a fazer algumas perguntas. Luhan contou tudo a ele o que havia acontecido, e então eles foram para o quarto vazio do chinês.
O Byun insistiu para que ele o deixasse dormir na cama vazia que havia em seu quarto, e sem forças ele cedeu.
– Eu só preciso ir buscar um pijama e avisar Chanyeol...
– Não! Por favor, não vá. – Luhan agarrou sua camisa.
– Eu já volto, eu juro. – Ele tirou a mão do amigo gentilmente, e então foi até a porta– Eu vou levar a chave, está bem? – O outro assentiu, então ele saiu correndo para seu quarto.
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Chanyeol havia passado o dia inteiro pensando sobre Baekhyun e chegou a uma conclusão: Ele precisava contar tudo o que pensava para o moreno.
Então, ele o esperou do lado de fora do quarto.
Passou um bom tempo, e o ruivo achou que o colega não voltaria para lá, até que o mesmo apareceu correndo pelo corredor.
– Achei que não ia chegar nunca. Já estava até desistindo do que pretendo fazer. – O moreno lhe encarou confuso. Chanyeol segurou seu braço quando o mesmo ia abrir a porta para entrar. – Pare, eu preciso que você me escute... – Tentou parecer calmo, mas engoliu em seco, já se arrependendo do que iria fazer.
– Chanyeol, eu não posso. Agora não, por favor. – Ele o empurrou para fora do caminho e entrou no quarto.
– O que!? – Perguntou incrédulo
– Escute, o pai de Luhan é o professor tarado e tentou agarrar ele no corredor da perdição. Você entende a gravidade do problema? – O ruivo ia abrir a boca para falar alguma coisa, mas a fechou quando viu o olhar sério do colega.
Baekhyun entrou rapidamente no quarto e começou a andar a procura de suas coisas para levar.
– Como assim? – Perguntou se aproximando– Você está bem? E-ele também.... – Não conseguiu terminar. O ruivo puxou o menor para seus braços e o apertou contra si, Baekhyun lhe afastou.
– Eu preciso ir. – Ele pegou o pijama de cima da cama e foi para a porta– Amanhã – Disse alto da porta, e Chanyeol foi até ele– Amanhã a gente conversa– Quase gritou e então sumiu pelas sombras do corredor.
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Quando chegou no quarto, Luhan havia adormecido e permaneceu assim a noite inteira. O chinês dormiu como um bebê, mesmo que tenha se mexido um pouco e dito algumas coisas confusas durante o sono, mas nada demais.
– O que será que Chanyeol queria te dizer ontem? – Luhan perguntou enquanto via o amigo vestir seu uniforme.
– Eu realmente não sei, e sinceramente não quero saber– Ele ajeitou a gravata. – Você está bem? – Perguntou, e o amigo assentiu
– Juro que estou bem. – O amigo ergueu uma sobrancelha. – Escute– Ele pegou o amigo e o sentou na cama. – Não é a primeira vez que meu pai faz algo desse tipo, sabia? – O moreno arregalou os olhos– Minha mãe sofreu muito antes de morrer... – Ele engoliu em seco– E na antiga escola dele, ele foi expulso por agressão.... Então, nada novo sobre o sol– Ele sorriu tristonho– Não quero mais falar disso. Nunca mais, sério. – Baekhyun assentiu– E não conte para ninguém, ok? Desculpe te meter nisso. – Ele bagunçou os cabelos negros do amigo e se afastou, indo para o espelho comprido. – E sério, vá falar com Chanyeol
– Não– Choramingou enquanto batia os pés no chão, típica criança de 5 anos. – Não me obrigue a isso, sério– Mais um choramingo
– Pelo o que você me contou, eu realmente acho que pode ser alguma coisa séria...
– Séria de que nível? – Perguntou mordendo o lábio de nervoso.
– Do nível declaração de amor– Baekhyun arregalou os olhos– Cara, eu me confessei para você, sei como é isso.
– Desculpe– Disse ao ver o rostinho triste do amigo.
– De boas, já superei isso
– Sim. Superou se apaixonando por Oh Sehun, o maior estranho solitário da escola
– Ei! Não fale assim dele, ele é tímido
– Sim, e estranho
– Pare com isso. Você está com ciúmes por que meu coração já não é mais seu– O moreno deu risada e empurrou o amigo de brincadeira. –Empurra a mãe, idiota– Baekhyun o encarou com uma cara que dizia “Sério mesmo? Você sabe que minha mãe morreu, otário” – Só vai embora daqui, vai! – Ele o empurrou para fora do quarto, e antes que a fechasse em sua cara, desejou: – Tomara que seja uma declaração mesmo, e você se foda. E boa sorte– Sorriu amarelo e tacou a porta na cara do amigo.
Luhan soltou o ar pela boca e se encostou na porta. Ele estava morrendo de ciúmes do melhor amigo. Não tinha como negar que uma parte dele ainda tinha sentimentos pelo moreno.
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Ao chegar em seu quarto, Baekhyun entrou devagar. Ele estava suando de nervoso.
– Ei Chanyeol– Cumprimentou-o ao vê-lo de costas e em pé. – Oh céus, você está na merda– Disse quando o colega virou. Chanyeol tinha enormes olheiras pela noite mal dormida. Ele lhe encarou com uma mistura de sono e raiva. – Você queria falar comigo certo? Mas to vendo que pelo seu estado, você não quer muita conversa...
– Passe amanhã– Revirou os olhos, e voltou para a cama.
– Ok – Então o moreno saiu do quarto.
Chanyeol não havia dormido quase nada na noite anterior. Ele estava cheio de lição que perdeu nos dias que faltou. E Baekhyun não ter dado a mínima para ele a noite anterior, o deixou de mau humor com o colega.
Depois das aulas, seu grupo de literatura juntou-se em uma das salas de estudos da biblioteca.
– Ué, cadê o Xiumin? – Perguntou um dos garotos que parecia uma corujinha.
– Eu não sei. Ele se atrasa sempre, relaxa– O outro rapaz deu de ombros.
Meia hora passou e nada de Kim Minseok. E então os estudos acabou e o amigo mais velho ainda não havia chegado.
– Ok, eu vou atrás dele... – Baekhyun correu para fora da biblioteca.
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Kim Minseok estava indo para aquele encontro chato de estudos que só ia por causa do melhor amigo que adorava ver o nerd corujinha explicar as coisas, e ficava babando por ele.
Xiumin andou o mais lento possível pelos corredores, e parou várias vezes por nada. Mas quando olhou o celular com várias mensagens de ameaças de Baekhyun, ele resolveu entrar no corredor proibido da diretoria. Aquele enorme corredor, ia lhe poupar uma caminhada sem fim até o outro prédio.
Ao passar por uma das salas, acabou ouvindo uma discussão horrível. Parecia que o diretor estava desesperado por algo que havia acontecido com... Luhan.
O rapaz parou rapidamente e se encolheu debaixo da janela de madeira que havia no corredor.
A nova psicóloga e orientadora da escola, gritava com o velho, sempre o acusando de ser nojento e desprezível. E então ela disse:
– Você é um monstro! Tentar agarrar o próprio filho? Eu suportei todos esses anos da minha vida você, mas isso eu NÃO admito! Você é um filh... – E então um estalo alto ecoou pelo corredor, e Xiumin sabia que havia sido um tapa.
Ao ouvir aquelas coisas, o moreno correu e abriu a porta.
– Seu filho da puta, nojento. O que Luhan fez para você? – Ele quase gritou, mas manteve o tom apenas alto o suficiente para que alguém de fora pudesse ouvir também.
O diretor veio correndo em sua direção, furioso, e o rapaz correu para fora da sala.
– VÁ ATRÁS DELE! – Gritou para a filha que deu um pulo de susto, mas saiu da sala atrás do Kim.
Ela o chamou várias vezes, mas nada.
– Eu juro que vou contar para a poli.... – Tentou ameaça-la enquanto andava para longe. Mas então um som alto veio de trás dela.
A mulher ouviu um zumbido nos ouvidos e balançou a cabeça. Sua visão embaçou completamente, mas ela via o chão manchado de vermelho vivo. Então, mais uma vez balançou a cabeça, na esperança daquilo ser só sua imaginação, e não o que estava pensando que era.
Quando a visão da medica voltou ao normal, ela viu muito sangue no chão, sangue escorrendo pelo piso branco. E correu para perto do corpo caído.
– Você vai ficar bem. Tudo vai ficar bem – Sorriu em meio as lágrimas, para o rapaz caído no chão. Ele se engasgava com o sangue enquanto tentava falar alguma coisa. E Então deu seu ultimo suspiro.
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