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História Kill the Joker - Capítulo 14 - As mascaras caem, então.


Escrita por: aqualien

Notas do Autor


Ei repolhitos me desculpem ter sumido, eu estou sem tempo algum. Sinto muito, mesmo!
Mas aqui estou eu com um novo capítulo e adivinhem? Sim, está cheio de dramas e tretas, por que se não estiver cheio de tretas e dramas, dramas e tretas, não é um capítulo de KTJ, não é mesmo?
{{Não está revisado já que o escrevi correndo de última hora. Alias, acho que só poderei revisar esses últimos capítulos quando eu tiver férias /sad}}
{{Lembrando que as partes em itálico são flashbacks, ok?}}
Maaaaas enfim! Espero que gostem, deixem seu amor pela fanfic em forma de comentários, e boa leitura o/ ~ Até o próximo.

Capítulo 15 - Capítulo 14 - As mascaras caem, então.


 

O rapaz alto e moreno estava encostado na parede, e mesmo algemado ele segurava uma jaqueta vermelha cheia de marcas de tiros. Ele sentia o peso do mundo em suas costas, e mantinha a cabeça baixa o tempo todo, tentando disfarçar a cara de choro.

Um homem furioso entrou marchando na delegacia e correu em direção a ele.

– Esse cretino matou meu filho! – O puxou pela camiseta e lhe desferiu um soco em um dos lados do rosto. Chanyeol não reagiu, até por que ele sabia que aquilo era merecido. – Você acabou com a minha vida! – Cuspiu em japonês. Então, foi arrastado para longe por alguns policiais. O ruivo continuou com a cabeça baixa e deixou que o sangue pingasse no piso branco do local incontáveis vezes. Até que o delegado chegou e o arrastou para sua sala.

– Nome – Disse seco, não tirando os olhos do boletim de ocorrência a sua frente.

– Y-Yuri– Gaguejou sem querer. O homem lhe lançou um olhar desconfiado e depois voltou a atenção ao papel a sua frente.

– Você tem direito a uma ligação– Informou sem vontade alguma– Me diga o nome da pessoa que vai ligar e então lhe darei o telefone– O ruivo deu de ombros. Ele não sabia para quem ligar, a única pessoa que ele confiava estava morto.

O delegado trincou o maxilar com o silencio de Chanyeol e puxou o aparelho telefônico para mais perto de si, e ao fazer isso o som do aparelho tocando inundou a sala inteira. Ele pigarreou e atendeu.

Chanyeol observou tudo com cuidado, ainda de cabeça baixa. O homem apenas assentiu, tentou protestar, mas não tinha o que ser feito, então ele apenas assentiu uma última vez e virou-se para o rapaz mais novo a sua frente.

– Certo, Yuri. Você está liberado– O ruivo o encarou sem entender, e o homem gesticulou para que os homens o levassem dali.

O homem de antes, que o havia agredido ainda estava ali, desconsolado e em luto. Quando o viu ele se levantou e antes que pudesse o atacar outra vez, um rapaz moreno o segurou no lugar.

//

 

Os Byun correram pela casa desesperados, pegando suas coisas para lá e para cá. Até que Kyungsoo gritou.

– Chega! Parem já com isso! Se agirem precipitadamente não fará nada bem para nenhum de vocês, principalmente para o meu irmãozinho. – Ele apertou o neném contra ele de forma protetora.

– Kyungsoo tem razão, Baek– Disse a única mulher entre eles. E os dois olharam para ela, tentando descobrir qual deles era. – Baekho, digo. – Baekhyun assentiu, e o tio deu um passo para trás. – O Hyun disse que esse tal de Chanyeol que aparenta ser Yuri não sabe de nada. – Depois de meses sem Baekhyun em casa, a mulher havia ganho o costume de lhe chamar apenas pelo final de seu nome, para que não pudesse o confundir com o marido.

 

– Noemi, você se lembra de quem foi Yuri? – Perguntou com a voz ríspida, pegando a mulher com força pelos ombros– Yuri é o assassino do meu filho! Ele matou o meu primogênito a sangue frio. Ele é um assassino, um matador de aluguel, Naomi. E ele só pode estar atrás de nós, querendo algum tipo de vingança doentia. – O tio ainda segurava o braço da esposa quando Baekhyun o puxou para trás com força. A mulher se afastou rapidamente e pegou o filho recém-nascido dos braços do enteado.

– Pare e escute, tio– Disse calmamente. – Nós não podemos fazer nada ao impulso. Precisamos pensar, e eu não acho que Chan... Yuri é uma ameaça viva para nós, não nesse momento, entende? – O tio negou rapidamente, logo abrindo a boca para protestar, mas o mais novo foi mais rápido ao dizer– Eu estou dormindo há 6 meses ao lado dele, se esse fosse o caso eu teria percebido alguma coisa. – Baekhyun estremeceu ao lembrar do dia em que se aproximou do colega de quarto e o rapaz havia lhe apontado uma faca. – T-talvez Yuri não esteja mais nesse meio criminoso, talvez ele...

– Não diga besteiras, Byun Baekhyun! – Baekho disse mais alto que o sobrinho, perdendo a calma.

– Ok, tudo bem. Talvez seja besteira, mas precisamos antes investiga-lo e depois puni-lo– Um frio correu pelo seu corpo ao pensar em punir alguém. O tio negou e se afastou com raiva.

– Deixa ele esfriar a cabeça– Kyungsoo impediu que o primo fosse atrás de seu pai.

– Mas...

– Ele vai voltar e vai fazer o que você falar, pode ter certeza. – Ele deu de ombros.

– Por que acha isso? – O primo mais velho perguntou com uma das sobrancelhas erguidas.

– Por que você é o favorito dele, ele sempre te escutará.

 

Tia Naomi subiu as escadas com lagrimas nos olhos enquanto segurava o pequenino em seus braços. Baekhyun seguia-a de longe e a viu deitar-se de lado na cama e dormir rapidamente, já com o bebe adormecido em seu berço também. Assim que desceu as escadas viu o tio sentado no primeiro degrau, parecia o esperar.

– Escute– Começou, mas logo se arrependeu. Seu tio era orgulhoso e demorou alguns minutos até que pigarreou e continuou– Talvez você esteja certo. Se Yuri ou sei lá como ele se chama agora, estivesse atrás de vingança contra mim, ele teria lhe acertado há muito tempo, então eu acho que... – Ele desviou o olhar, derrotado. – Eu devia lhe escutar mais– Suspirou baixinho. – Desculpe– O sobrinho afagou seu ombro com suavidade e lhe deu o melhor sorriso possível.

– Sei que é difícil, mas vamos conseguir vencer essa, ok? – O tio assentiu com um movimento de cabeça e então eles sentiram um cheiro estranho no ar.

– O que é isso? – Kyungsoo veio na direção dos dois, já com a mão tampando o nariz. – Esse cheiro forte de gasolina está queimando meus pulmões.

– Veja– Baekhyun se levantou rapidamente da escada e viu alguém perto da porta de vidro dos fundos, o moreno correu para lá. E foi quando tudo começou a pegar fogo ao redor da casa.

A grama verdinha logo pegou fogo e a família ficou cercada por um fogo que parecia chegar cada vez mais perto do interior do imóvel.

– Vá buscar, Naomi– Baekhyun disse a Kyungsoo. – Enquanto eu ligo para os bombeiros.

– É isso? Você vai nos deixar morrer lentamente? – O Do veio em sua direção e o empurrou.

– Só estou pensando com calma. Não podemos atravessar o fogo!

– Eu não vou morrer aqui dentro dessa casa!

– Cale a boca, Kyungsoo. – Baekho o puxou pelo braço– Vá buscar seu irmão e Naomi, agora! – O moreno assentiu sem gosto e correu escadas acima.

 

//

 

Alguns anos atrás.

BaekBum estava curioso sobre o que Chanyeol estaria aprontando sozinho naquele galpão, ele já estava pensando no namorado lhe esperando completamente nu numa cama improvisada, com vinho e frutas ao lado.

Ao adentrar o local, viu que estava tudo vazio e silencioso demais. Ele engoliu em seco e logo chamou pelo namorado, mas antes que pudesse completar o seu nome, sua boca foi tampada rapidamente com um pano escuro e ele desmaiou nos braços de alguém.

Quando acordou sentiu que estava sentado em algum tipo de cadeira, e gemeu baixinho por conta da dor de cabeça. Seus olhos abriram lentamente e ele se viu ao lado de seu namorado Chanyeol, que estava amarrado.

– Mas que merda é essa, Chanyeol? – Sacudiu-se na cadeira, fazendo-a ranger debaixo de si. – Isso é algum tipo de brincadeira sua, não é? – O ruivo negou desesperado.

– Cale a boca, BaekBum– Disse entredentes, mas baixinho. – Meu pai– Sussurrou o mais próximo que pode do outro.

– Eu não acredito que esse filho da puta ainda está com raiva da gente.

– Fique quieto– Continuou pedindo silencio ao namorado.

Mas era tarde demais. Chanyeol ouviu os passos pesados e ensaiados do pai ao longe, e logo as portas duplas se abriram. O ex militar adentrou o local com uma arma em uma das mãos e a apontou para a cara de ambos.

– Por quem eu começo? – Perguntou sorridente.

 

 

//

O fogo estava tão próximo a casa que as vidraças começaram a se rachar e quebrar, uma por uma. Os tios estavam abraçados num canto e o primo sentou-se no chão desesperado. Os bombeiros disseram que estavam a caminho, mas não disseram quando chegariam. Aquele só poderia ser o fim de todos ali.

Os dois Baek até tentaram abrir caminho em meio ao fogo, mas era impossível, a grama queimou rapidamente e a gasolina estava misturada com algum outro tipo de inflamável.

Baekhyun ouviu um barulho alto vindo de alguma direção e então uma silhueta alta apareceu através do fogo.

– Baekhyun! – Chamou-o desesperado.

Era Chanyeol quem estava ali.

O ruivo quando viu que o moreno estava a salvo, correu em direção a ele e o abraçou com força. Baekho levantou-se num pulo e veio na direção dos dois, em suas mãos estava um objeto qualquer, pronto para atacar o ruivo.

O tio olhou para o sobrinho que ainda estava em volto pelos braços do assassino, e leu sua expressão, que dizia “Não faça isso”. Ele largou o que estava na mão, e o rapaz afastou-se de seu sobrinho.

– Escutem– Disse alto para todos ouvirem– Eu achei uma pequena brecha em meio ao fogo. – Os olhos de todos demonstrava que nenhum deles confiava nele– Vejam–   O ruivo mostrou os braços queimados– É perigoso, mas é o único jeito de tirar vocês daqui.

Baekhyun assentiu e se prontificou a seguir Chanyeol de perto para próximo ao fogo. Os outros vieram atrás de si, bem próximos uns dos outros.

Era como se Deus tivesse aberto o mar vermelho novamente, mas aquilo não era o mar e sim chamas ardentes que queimaram os casacos dos tios de Baekhyun e fez com que seu priminho chorasse pelo calor absurdo. Mas assim que passaram, todos soltaram “Graças a Deus” e caíram na grama exaustos.

 

//

Enquanto Chanyeol apanhava pela milésima vez só naquele dia, ele pensava “Como pode um homem ser tão cruel como o meu pai? ” E quando o chicote estalava em sua carne, uma parte de si morria por desgosto.

BaekBum achou que a vida dos dois acabaria ali, naquele momento em que o pai de seu namorado lhe apontou uma arma com um enorme sorriso, mas aquilo era só começo de sua morte. Foram quase um mês de cárcere privado e tortura sem fim.

Todo dia no mesmo horário, o Byun ouvia os gritos de Chanyeol de trás das portas. O ruivo implorava para que o pai e seus homens parassem de lhe machucar e aquilo o matava.

Seus últimos dias foram cheios de gritos e um horror que ele não desejava a ninguém, a não ser que esse alguém fosse o pai de Chanyeol.

Estava claro o que o homem queria fazer. Ele queria que transformar seu próprio filho em um homem sem alma. Um humano que pudesse matar a quem fosse, sem dó e nem piedade, a sangue frio. Era tudo parte de uma lavagem cerebral horrorosa.

No último dia de sua vida, ele já sabia que o pai de seu namorado havia conseguido o que ele tanto queria. Assim que BaekBum viu o estado em que Chanyeol se encontrava, ele desabou a chorar.

O ruivo estava com os cabelos mais curtos e grudados na testa, ao redor de seus olhos haviam duas manchas escuras, BaekBum não sabia se era por causa de alguma agressão que ele havia sofrido ou se eram olheiras muito escuras. O resto do corpo a mostra de Chanyeol parecia esfolado, cortado, picado e mau tratado. Parecia que ele não tomava banho há dias, por conta do cheiro forte de suor e urina, e o sangue seco que estava em suas roupas. O Chanyeol que BaekBum conhecia estava morto há dias.

– Eu tenho certeza de que você sabe o que deve fazer, Chanyeol – O filho assentiu e sacou uma arma do bolso. BaekBum engoliu em seco e se mexeu na cadeira.

Quando Chanyeol veio em sua direção e viu os olhos vazios do ruivo, sabia que ele estava ali para lhe matar e abraçou a morte como uma velha amiga.

–  Só não se esqueça eu te amo – Disse com os olhos cheios de lagrimas, antes de sentir o primeiro tiro queimar seu peito.

O pai de Chanyeol ria a cada som de tiro que ecoava pela sala e quando o corpo morto caiu no chão, ele simplesmente bateu palmas.

Chanyeol chutou Byun BaekBum para longe de si e sentou-se no chão. O ruivo ficou ali parado, como se tivesse sido desligado da tomada, enquanto seu pai ria e comemorava a desgraça que havia acontecido ali. Então, ele começou a surtar.

Era como se Chanyeol tivesse sido dividido em dois. Um deles era ele mesmo, o Chanyeol fraco e descontrolado, e o outro era o Chanyeol assassino que fazia tudo que lhe era mandado, não sentia dor ou felicidade alguma, aliás não sentia nada.

O ruivo se levantou com a arma na mão e mirou para todos que estavam ali. Sua mão tremia e ele suava muito. Olhou para os homens que ficaram para trás e atirou certeiro em cada um deles, e depois sentou-se novamente. Colocou a arma em sua boca e apertou o gatilho.

Não sentiu nada, dor alguma e nem ouviu barulho de tiro algum. Ele só percebeu que estava sem munição para se matar quando seu pai bateu palmas outra vez e disse:

– Se quiser matar, se mate. Não preciso mais de você– E então jogou outra arma em sua direção.

Park Chanyeol chorou por incontáveis horas. E aquela tinha sido a última vez em que ele tinha chorado.

 

//

Baekhyun deixou os tios a salvo em um hotel longe da onde havia sido o incêndio e decidiu que iria para a casa de Chanyeol. Baekho o pegou pelo braço.

– O que você está tentando fazer? – Perguntou entredentes.

– Só estou tentando vigia-lo. – Sussurrou ao ouvido do tio que estava agarrando seu braço com autoridade. – Se foi ele que fez isso, eu preciso ficar de olho nele

– Você está louco? – Perguntou apertando seu braço com raiva.

– Confie em mim. Ele não vai me machucar

– E por que acha isso? – Chanyeol encarava a cena de longe com certa confusão.

– Por que ele gosta de mim– Deu de ombros.

– Ele também gostava de BaekBum e olha no que deu

– Você não sabe da história na versão dele, então não o julgue. – Baekhyun puxou o braço com toda a força que tinha, se desequilibrou e quase encontrou o chão, mas com toda a dignidade que ele não tinha, saiu andando como se nada tivesse acontecido.

–O que foi? – Perguntou-lhe ao entregar o capacete da moto.

– Meu tio não gosta de você– Respondeu sem perceber.

– Ah, que ótimo– Deu um risinho tenso. – E por que isso? – O moreno se atrapalhou com o fecho do capacete e ele se aproximou para lhe ajudar.

– Sério que você não se lembra dele, Chanyeol? – Baekhyun viu o outro olhar para a entrada do hotel, aonde estava o tio do moreno.

– Ele me é familiar.... – O moreno sacudiu a cabeça e montou na moto.

Aquele assunto não tinha encerrado. Não enquanto Chanyeol não descobrisse o por que o Tio Byun não gostava dele.

O loft de Chanyeol parecia o mesmo do dia anterior. Tirando o fato de que ele parecia ter trocado o tapete por um vermelho do mesmo estilo do anterior.

Baekhyun encarou a mancha vermelha no chão escuro e o ruivo riu.

– Digamos que você fez um pequeno estrago no meu outro tapete.

– Como assim? – Perguntou com uma das sobrancelhas erguidas e esfregando as mãos de nervoso.

– Você não lembra? – O ruivo se aproximou e colocou uma das mãos em sua cintura.

– D-do que? – Sua voz saiu tremula e ele segurou a camiseta do outro com uma das mãos.

– Estou brincando. – Disse após alguns minutos encarando o moreno com um olhar malicioso. – Meu cachorro comeu uma parte dele hoje de manhã– Chanyeol se afastou e deu risada da cara de Baekhyun.

 

//

– Escute Baekhyun... – Começou, mas o moreno o interrompeu.

– Não quero falar sobre isso.

– Mas você nem sabe o que eu ia falar– Acusou.

– Sei sim. Você ia perguntar o porquê de o meu tio não gostar de você! – O ruivo deu uma risada abafada.

– E por que não quer me falar?

Baekhyun se afastou e andou pela sala.

– Escute. – Começou, e então parou de andar– Primeiramente, me desculpe por ontem, ok? Por eu ter bebido demais e por que eu saí daquele jeito.

– Você não precisa se desculpar. Eu acabei falando de mais, e... – Chanyeol deu de ombros e desviou o olhar, como se não quisesse adentrar aquele assunto.

– Agora sobre o meu tio... – Baekhyun andou mais uma vez pelo tapete que fazia cocegas em seus pés. Ele não sabia como contar e não queria acusar Chanyeol de algo que ele talvez não tivesse feito.

O moreno pensou muito, e então decidiu fazer um tipo de brincadeira.

– Veja, vamos fazer um jogo, está bem? – O ruivo discordou– Eu preciso me distrair– O outro bufou e assentiu. – Antes disso... – Baekhyun o puxou do sofá e arrastou para seu quarto, e então o colocou sentado na cama de frente para ele.

– Você vai fazer um strip para mim? – Perguntou com um sorriso malicioso brincando em seus lábios e o olhar de cobiça para cima do corpo do moreno.

– Não– Respondeu seco, e então continuou sem dar bola para ele. – Cada peça de roupa é uma história que você tem que contar, entendeu? – Chanyeol sacudiu a cabeça– Já que você quer um strip, vai ser assim. Eu vou tirar uma peça de roupa e contar uma história em que eu me sinta culpado. Entendeu agora? – Ele assentiu.

– E eu sou obrigado a fazer isso?

– Com certeza. – Respondeu, já tirando a camisa suja e jogando-a no chão aos seus pés. O ruivo mordeu os lábios e tentou prestar atenção em seu rosto sério.

– Para que isso? – Perguntou se levantando e vindo na direção de Baekhyun. O moreno lhe empurrou de volta para a cama e se posicionou a sua frente, pronto para começar a contar sua história.

– Por que eu quero saber uma de suas histórias. Uma história que só você sabe como aconteceu de verdade.

Chanyeol ficou paralisado. Ele sabia que história era essa que Baekhyun sabia.

Depois de minutos sentado imóvel na cama, ele finalmente lembrou de Byun Baekho, o pai de BaekBum, aquele que seu pai havia o feito matar por ama-lo.

O ruivo engoliu em seco e levantou-se num pulo.

– Para que você quer saber dessa história?

– Por que eu quero ter a certeza de não foi do jeito que me contaram. – O ruivo se aproximou como uma bala e prensou Baekhyun contra a grade gelada.

– Como te contaram? – Disse entredentes. O moreno soltou uma risada nervosa e o empurrou com toda a coragem e força que tinha.

– Sente-se e ouça as minhas histórias, e então você poderá contar as suas. – Chanyeol respirou fundo e sentou-se novamente em sua cama.

– Cada mentira, cada culpa e história é uma peça de roupa que será tirada. E no fim, veremos o que acontecerá. – Disse decidido, tentando disfarçar o medo que corria por todo o seu corpo como sangue em suas veias.

Baekhyun suspirou fundo e começou a falar:

– Byun BaekBum é o nome da minha culpa– Ouvir aquele nome novamente e ainda mais vindo da boca de Baekhyun, fez com que o corpo de Chanyeol estremecesse e queimasse de raiva e dor. O ruivo soltou uma careta dolorida, mas Baekhyun prosseguiu mesmo assim. – Quando eu era mais novo fui morar com meu tio no Japão e conheci meus dois primos, Do Kyungsoo que era uma criança quieta e fofa, e Byun BaekBum, um pré-adolescente mimado e egoísta. Meus tios vivam brigando por conta de BaekBum, por que meu tio o enxergava como um prodígio e endeusava de todos os jeitos, enquanto deixava Kyungsoo de lado, e minha tia sempre o alertava sobre como BaekBum era maldoso. Nós crescemos e eu vi meu primo mais velho se transformar em um monstro. Ele roubou, matou, usou drogas e se prostituiu. Mas isso foram escolhas dele, não tenho culpa alguma sobre eles. O que me faz sentir culpado é que... – Ele mordeu os lábios, impedindo que o choro viesse. Respirou fundo e passou a mão pelo peito nu, sentindo-se desconfortado. Enquanto Chanyeol parecia vidrado. – O que me faz se sentir culpado é que BaekBum além de ter feito todas essas coisas a si mesmo, ele machucou a mim e a todos daquela casa de uma forma que não há como se curar. – As lagrimas silenciosas escorreram por seu rosto– Quando ele tinha 17 anos, meus tios tiveram que fazer uma viagem longa para outra cidade e nos deixou com uma senhora que se trancava no quarto de meus tios e nos largava soltos pela casa, sem se importar com nada. Numa noite, eu ouvi gritos desesperados vindo do quarto de Kyungsoo e corri para lá. Quando cheguei lá, BaekBum segurava seus braços com força e tentava abusar do próprio irmão. Eu saí correndo, mas ele veio atrás de mim e me acertou na cabeça, eu desmaiei e acordei amarrado em sua cama. Não me lembro o que aconteceu comigo ou com Kyungsoo, mas só sei que depois daquela noite nunca mais fomos os mesmos. A pequena criança que eu conheci quando cheguei lá se transformou em um garoto revoltado e frio que quase seguiu os mesmos passos do irmão, se não fosse pela minha tia que o adotou como seu próprio filho a partir dali. – Chanyeol tentou se aproximar, mas Baekhyun o afastou com seus braços. – Eu me sinto culpado por que nunca contei isso aos meus tios, quer dizer, não quando BaekBum estava vivo. Isso é ridículo, eu sei, mas isso me faz sentir-se tão culpado que ás vezes que eu lembro dessa noite eu quero gritar e gritar, sem parar. –  O ruivo o abraçou sem pensar e acariciou suas costas suavemente.

– Eu sinto muito, Baek.... – Chanyeol pegou seu rosto nas mãos e o encarou por incontáveis minutos. – Esqueça esse jogo idiota, eu vou te contar o que aconteceu, está bem? – O moreno assentiu.

– Antes eu preciso de um banho bem quente e roupas limpas, se não se importar.

 

 


Notas Finais


Lembrando que: Caso tenha algum erro ou coisa do tipo, por favor me avise, que assim que eu puder irei arruma-lo.
Bye o/~


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