História Killer - Six

Sentado em um dos bancos de madeira antigos do parque, eu observava o mais novo correr de volta até minha frente, segurando dois sorvetes que pendiam delicadamente sobre suas casquinhas. Os dedos finos e branquinhos envolviam os doces com cuidado. Ele sorriu enquanto me entregava o que eu havia escolhido, e eu, claro, aceitei com o meu melhor e mais caloroso sorriso como resposta.

O menor se sentou ao meu lado, lambendo seu sorvete amarelo tranquilamente, enquanto observava alguma coisa à sua frente. Pensei em olhar também, mas observá-lo prendia minha atenção. Eu queria gravar cada contorno de seu rosto em minha mente. Queria decorar as curvas dos lábios cheinhos e rosados dele, ainda mais pelo frio do sorvete. Minhyuk me olhou, corando, enquanto me direcionava seu sorriso sem jeito que eu tanto amava.

- Gosta de crianças, hyung?

Olhei para frente, para onde antes o garoto direcionava sua atenção e pude notar algumas crianças brincando em um pequeno escorregador de plástico. Pensei por alguns segundos na pergunta que me fora direcionada. Nunca havia realmente pensado sobre isso. Havia tido alguns casos, mas nada que ultrapassasse dois meses de relacionamento. Respirei fundo, imaginando como seria ter uma família, enquanto tomava um pouco mais de meu sorvete, que há esse momento, já estava em seu final.

- Eu nunca pensei realmente nisso.
- Então pense agora! Eu realmente gosto de crianças. Mas não acho que possa ter uma família algum dia.

Olhei, confuso para o garoto, que sorria tristemente. Ponderei perguntar o porquê daquela afirmação, mas fui interrompido quando o mesmo se levantou, jogando o papel que antes cobria a casquinha de seu sorvete na lixeira ao lado do banco e me puxando pela mão enquanto saltitava.

- Eu quero ir ao cinema hyung!!

Sorri com a atitude do menor, me levantando para acompanha-lo. Mesmo com o sol agradável daquela manhã, Minhyuk usava uma fina blusa de frio azul clara.

- Hyukkie, ta calor, tira isso.

O menor protestou, com os olhos arregalados, atestando que o vento o deixava incomodado. Dei uma risada baixa e então puxei sua blusa no primeiro momento de distração. Senti meu corpo congelar quando observei os braços branquinhos do menor completamente marcados por manchas roxas, que variavam em tons bonitos, porém medonhos em sua pele. Sempre pensei em ver aquelas cores espalhadas por sua pele, mas era eu quem deveria deixa-las ali, com chupões. O menor me olhou, assustado, se cobrindo novamente com a blusa e tendo seus olhos envoltos por lágrimas.

- E-Eu... quero ir pra casa...
- Hyukkie, quem fez isso com você?
- Ninguém, Woonie... e-eu, tenho uma alergia grave, ela deixa minha pele assim...
- Tem certeza disso?
- S-Sim, por isso não te disse antes... Sabia que não acreditaria em mim.

Puxei o menor para um abraço calmo, enquanto acariciava seus cabelos lisinhos, deixando um leve beijo no topo de sua cabeça.

- Vamos pra casa.

•

Dois meses de pistas desconexas, de presentes aleatórios, de um caso não resolvido. A frequência com que o psicopata Minnie mandava suas surpresinhas havia diminuído consideravelmente, o que me dava mais tempo em casa. Consequentemente, eu tinha mais tempo com Minhyuk. Há um pouco mais de um mês eu havia pedido ele em namoro. Realmente não pensava que isso fosse acontecer, mas depois de nossa conversa sobre futuro e família no parque, resolvi que era ele quem eu queria ao lado. Ele cancelou sua volta para casa, e me pediu ajuda para conseguir um apartamento próximo ao meu, fora daquele hotel.

Mesmo com todos os meus pedidos – quase súplicas – para que ele morasse comigo, o menor recusou veemente a proposta, alegando que seus pais não gostariam muito da notícia. Alguns dias depois ele estava perfeitamente instalado em seu novo apartamento, em frente ao meu. Pude enfim, deixar o hotel e voltar para o aconchego de meu lar, tendo agora um motivo à mais para voltar para casa.

•

As mãos delicadas do menor passeavam por meu peitoral, me tirando a pouca sanidade que ainda tinha. A camada fina de suor em meu corpo fazia com que seus dedos finos e macios deslizassem facilmente, enquanto o garoto se movia freneticamente sobre mim. Minhas mãos tomavam posse de sua cintura, firmes. Minhyuk era meu, apenas meu. Levei minhas mãos até suas costas, enquanto me virava na cama, o deitando sem sair de dentro dele. Acariciei seu rosto com a destra, enquanto minha canhota ainda o segurava possessivamente pela coxa, deixando leves marcas vermelhas. O menor gemia manhoso a cada estocada, enquanto eu deixava beijos por todo seu pescoço, intercalados à mordidas e chupões, deixando grandes marcas roxas e azuladas na pele branquinha, se misturando às marcas dos braços que ele já possuía. Eu me movia rápido, fodendo-o com toda o desejo que havia reprimido nos últimos meses, enquanto sentia seu corpo magro e irresistível tremer sob mim, enquanto ele se aproximava cada vez mais de seu orgasmo. Movi minha destra até seus cabelos então tingidos de preto, puxando-os com certa força, enquanto o menor arranhava violentamente minhas costas com suas unhas curtas. Senti meu corpo tremer ao ouvi-lo gemer meu nome. Tão pedinte, tão entregue. Não demorou muitas estocadas até que eu gozasse dentro dele, enquanto o menor gozava sobre o próprio abdome, melando a si próprio e a mim. Ele respirava fundo, aproveitando de olhos fechados cada segundo daquele orgasmo, e eu assistia em silêncio enquanto sua respiração se normalizava e ele corava ainda mais. Acariciei seus cabelos, vendo-o sorrir, satisfeito.

- Eu te amo, Hyunwoo.
- Eu também te amo, pequeno.