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História Killing for Love - Que Deus esteja com você


Escrita por: Mack_Z

Capítulo 13 - Que Deus esteja com você


Fanfic / Fanfiction Killing for Love - Que Deus esteja com você

Décimo terceiro capítulo

​Que Deus esteja com você

Um tiro. Um grito. O sangue respingou pela sala, deixando Margot sem reação. Por pouco ela havia se livrado da morte, mesmo sendo a coisa que ela mais queria aquele momento. Jared desviou a arma um segundo antes de atirar, e acertou cheio a cabeça de Lily, na região do olho. Sangue por todo o sofá e parede. O barulho do tiro fez com que Maddie gritasse mais alto, e suas mãozinhas davam socos na porta do quarto, onde Margot a trancara.

Jared ficou atônito, ele matou Lily, mas sabia que sua dor seria maior se o tiro fosse em Margot. Ela sim, o amava de verdade e conviveria bem sabendo de todos os defeitos e coisas terríveis que fez em vida, e ele sabia disso. Mas, mesmo assim, se sentiu mal e arrasado pela morte de Lily, ela era uma ótima pessoa, e estava feliz, cheia de esperança com seu filho. Jared jogou a arma no chão e caiu de joelhos, deixando lágrimas rolarem por seu rosto. Margot apenas limpou o sangue de sua bochecha e se retirou de lá. Aquele foi um gesto frio e cruel. Ela não parecia comovida, de forma alguma, estava apenas... estranha. Seus olhos com um ar cruel.

O tempo se passou, e eles deram um jeito no corpo de Lily, mas, de certa forma, Maddie sabia o que aconteceu. Sabia que sua mamãe nunca mais voltaria.

Um dia depois do ocorrido, Maddie ficara trancada o dia inteiro no quarto, mas dessa vez por vontade própria. Ela era pequena, mas entendia tudo. Ouviu cada grito, cada lágrima derramada, e o tiro que tirou a única pessoa que restou de sua família. Aquilo era muito para sua cabecinha, que parecia um turbilhão. Ela ouviu batidas na porta, e logo Margot abriu-a, trazendo consigo um copo de leite. Ao perceber a presença de Margot, Maddie abaixou sua cabeça, com medo.

— Querida, você gostaria de um pouco de leite? — Margot suavizou sua voz e olhou para a menina com um olhar sugestivo. Era horrível a forma como Margot agia normalmente. Margot sentia a culpa pesando como o mundo, mas pensar que a menina não entendia o que aconteceu, fez Margot se sentir um pouco menos preocupada, por ora. 

Maddie nada respondeu, apenas continuou com sua cabeça baixa.

— Talvez depois, hum? — Ela suspirou, deixando o copo na cômoda ao lado. Margot fechou a porta e sentou-se ao lado de Maddie, que se afastou um pouco dela. Maddie sentia medo de Margot naquele momento, não duvidava que poderia fazer o que fez com sua mãe. — Ah, o que há de errado com você? Não gostou de seu cachorro novo?

Margot se referia ao cachorro que ela e Jared tiveram de roubar de um mercador, para assim, talvez com o presente, Maddie mudasse seu humor. Ela passou a mão nos cabelos loiros de Maddie, que afastou o rosto.

—Escute. Você sabe que todos nós estamos sozinhos agora. E eu sei como você se sente. Eu vi meu próprio pai ser morto pelo meu irmão. A dor é terrível. Queima em sua pele. Faz você sentir uma dor horrível em seu peito. Você não consegue respirar bem. Você sente que está em um quarto totalmente escuro e todas as paredes parecem que irão cair em sua cabeça e você sabe que ninguém poderá lhe salvar. —Margot nem percebera que começava a envolver seus problemas pessoais naquilo. E pensava que não agia de maneira errada ao tratar a criança de maneira cínica, como se não tivesse culpa pela morte de Lily — Eu sei como se sente, amor. Você se sente sozinha?

Ela apertou Maddie contra seu peito, a abraçando fortemente, a contragosto da criança.

— Não precisa se sentir sozinha. —Ela completou—- Eu vou cuidar muito bem de você. Eu vou ser uma ótima mãe para você. Eu vou te amar muito. Mas você também tem que me amar. Entende? Precisamos estar unidas, juntas... 

— Eu te odeio! — Maddie gritou entre lágrimas, que avermelharam seu rosto. Margot a soltou, incrédula.

—Não, você não me odeia! — Ela retrucou  segurando forte seu rosto.

— Eu te odeio. Eu só quero minha mamãe — a pequena soluçou.

Margot estava cansada de tratar Maddie bem naqueles últimos dias, como pedido de Jared. Ela não iria mais aturar os desaforos da menina. Ela se levantou da cama e caminhou até a porta. Fechou-a violentamente, fazendo um barulho estrondoso. Margot respirou fundo tentando manter a calma e se dirigiu para o andar de baixo.

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​— Você vai continuar chorando, é sério isso? — Margot perguntou olhando nos olhos de Maddie, que chorava desesperadamente a sua frente. Ela se cansou e pegou a menina pela mão, arrastando-a até o escritório de Jared. Margot abriu a porta e a menina começou a gritar. —Escute, Jared! Ela só sabe chorar, e não colabora comigo. O que eu faço? Ela está me enlouquecendo.

Jared estava sentado em sua mesa, com o rosto apoiado nas mãos, cansado das brigas de Margot com Maddie, sentindo como se a situação estivesse fugindo do controle, havia assassinado a mãe de uma criança, que agora estava órfã e poderia acarretar mais problemas para eles. Margot começou apertar o pulso da menina para que parasse de se debater, e ela chora mais alto.

—Eu quero a minha mamãe! Me solta!

— Jared ! — Margot chamou por ele.

— Espere! Que desgraça! Me deixe pensar! —Ele bufou irritado. Levantou-se e tirou a menina das mãos de Margot, colocou-a no colo e conduziu-se para fora do escritório. — Venha.

— Espere, aonde vamos? — Margot o seguiu pelo corredor.

— Vamos sair. - Ele respondeu brevemente, indo até o carro e colocando Maddie no banco de trás. .

Ele dirigiu rapidamente até a loja de brinquedos. ​Ele ainda pensa que com brinquedos vai adiantar algumas coisa? Nada alegra essa mimada​, Margot pensou, ao ver que estacionaram na loja. Jared pegou Maddie novamente no colo e os foram até a loja, Margot saiu do carro e os seguiu. Todos brinquedos que Jared a mostrava, ela recusava. Margot revirou os olhos e decidiu sair para tomar um ar.

Caminhou um pouco na parte da frente e ao virar na esquina do quarteirão, sentiu alguém segurando em seus ombros. Ela se assustou e deu um passo largo para trás.

— Margot? — Uma voz feminina disse a ela.  Margot identificou a voz no mesmo momento.

— Elizabeth! — Ela sorriu num suspiro, ainda assustada. Elizabeth estava usando roupas escuras e longas, óculos escuros e um lenço na cabeça.

— Meu Deus. Que bom que te encontrei. — Ela abraçou-a, afagando os cabelos da loira.

— Onde esteve?

— Margot, eu não tenho tempo para explicações, não agora. Vem, nós precisamos ir. — Elizabeth falava baixo e constantemente olhava para os lados, checando se alguém estava por perto. Ela pegou na mão de Margot e a instigou a caminhar com ela.

— Não, espere. Aonde vai? —- Ela puxou sua mão de volta, e franziu o cenho.

— Precisamos ir embora, Margot. Essa cidade não é mais segura, estão atrás de você — Ela retirou os óculos que usava e falou pausadamente para Margot, para que ela entendesse que aquilo não era um passeio.

— Como assim?

— Eu conheço pessoas. Eles me falaram que o FBI está atrás de você, e eles estão perto, muito perto. Então, vamos fugir. Nós damos um jeito, alugamos uma casa em uma cidade bem distante, mudados nossas identidades...

— Não, espere, você não entende. Eu não posso sair daqui. — Ela solou das mãos de Elizabeth. — Eu tenho Jared, e nós estamos juntos agora, ele é meu parceiro, não posso deixá-lo. 

— Margot, sua vida corre perigo, se te pegarem, vai ser presa ou coisa pior. — Elizabeth se exaltou, mas sussurrando cautelosa, com medo de serem ouvidas. Segurou forte os braços de Margot.

—Não! Eu não vou. Eu confio em Jared , e sei que nada acontecerá comigo.

—Se pegarem você, os dois vão para a cadeia! Jared está tão fodido quanto você.

— Não vão me pegar, Liz, fique tranquila. Você também tem que aprender a confiar em mim. — Margot olhou-a nos olhos.

— Eu sei, eu confio em você... —Ela se entristeceu Murchou como flores ao sol — É que eu tenho medo de que alguma coisa aconteça, que eu perca você.

— Você não vai me perder. — Margot passou a mão sobre a maçã do rosto de Elizabeth, que sorriu fraco.

— Se é assim que quer...

Elizabeth abraçou Margot apertado, num gesto desesperado. Talvez aquele fosse o último abraço das duas.

—Que Deus esteja com você. — Elizabeth disse, já caminhando, ainda olhando para Margot, que deixou algumas lágrimas caírem.

​As palavras de Elizabeth fizeram Margot ter um arrepio na espinha e sentir uma angustia no peito. Ela mesmo não sendo tão religiosa, pensou : ​Que Deus esteja comigo .... Amém.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado ....
Comentem
Beijos de purpurina *-*


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