Décimo sexto capítulo
Fuga
Ao perceber que algo está acontecendo, Owen resolvera avisar Jared e Margot, observando os olhares do detetive para os dois. Ele caminhou até a pista de dança, onde o casal, quase completamente embriagado estava dançando. Margot fez cinco novos amigos, e não se cansava em dizer que amava-os. Jared apenas curtia sua felicidade momentânea. Owen segurou no ombro de Jared e disse ao seu ouvido:
— Você e Margot precisam sair daqui.
A música estava muito alta, mas Jared conseguiu ouvir quase perfeitamente. Jared olhou para Owen com uma expressão estranha, não entendendo o porquê do aviso.
— Tem um policial aqui, ele deve estar atrás de vocês. Está chamando ajuda. É melhor vocês irem. — Owen sussurra novamente. Jared vasculhou o local com o olhar, encontrando o detetive falando ao telefone. Por um segundo, Jared recordara-se de Hayden. Quando estava fugindo junto com Margot, após o roubo do banco, lembrou-se de ter visto Hayden no banco do passageiro da primeira viatura. Jared não dera muita importância no momento, mas agora tinha certeza de quem Hayden era. Ele olhou para Owen e assentou com a cabeça, foi até Margot, que conversava enroladamente com algumas pessoas e disse:
— Nós precisamos ir, Margot. — Parecia que todo o álcool que havia em seu organismo evaporou. Ele parecia estar sóbrio.
Margot observou-o por alguns instantes, e percebeu que algo estava acontecendo. Algo sério. Ela apenas assentiu com a cabeça.
Jared pegou ela pela mão e foi conduzindo-a ao encontro de Owen, que estava numa parte mais afastada da pista. Owen conhecia uma passagem pelos fundos ninguém conhecia, somente ele. Owen passara tempo demais naquele bar para descobrir aquela passagem. Ele foi conduzindo-os até o balcão, por onde passariam até entrarem na cozinha. Hayden, que já havia encerrado a ligação, e esperava a chegada de seus colegas, percebeu que os três estariam indo para algum lugar. Hayden não podia deixa-los sair de vista.
Foi até os assentos no balcão que Jared e Margot sentaram-se e pegou os copos pequenos usados pelo casal. Colocou-os num saco plástico e guardou-os no bolso do terno.
Owen apertou o passo e emaranhou-se pelas partes do fundo do clube, sacou uma lanterna e acendeu-a, iluminando todo o ambiente escuro em que se encontravam. Logo, entraram numa espécie de galeria, que foi construída no período da Segunda Guerra Mundial, para abrigar a família do dono do clube.
— Rápido, passem pela porta e fujam para mais longe daqui. Aconselho a Flórida, eles nunca irão suspeitar. Lá vocês poderão viver uma vida normal. — Owen segurou nos ombros de Jared.
— Obrigado, Owen. Por tudo. — Jared tinha um sorriso nos lábios.
— Não por isso. Sejam felizes. — Owen falara com rapidez. Ele sabia que aquele lugar não estaria mais seguro em alguns minutos.
Margot deu-lhe um beijo estalado na bochecha como agradecimento. Os dois retiraram-se de lá rapidamente, indo para um beco, que dava acesso a uma avenida movimentada da cidade, eles pegariam o seu carro, que estava na parte da frente da boate.
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Hayden enviou as amostras ao laboratório, para fazerem os exames e possibilitar os agentes de terem certeza com quem estavam lidando. No dia seguinte, o resultado saiu, e Megan, a perita, foi levar o resultado a Hayden, que conversava com Will sobre o caso.
—Meninos. — Ela entrou na sala, após batidas secas e tímidas na porta. — Aqui está o resultado do exame. As amostras de DNA nos levam a Jared Joseph Leto, nascido na Flórida, tem 33 anos; e Margot Elise Robbie de 25. Ela tem passagem pela polícia. Tráfico de drogas — Megan jogou os papéis na mesa. Hayden levantou-se e foi para perto do amigo, querendo ver com os próprios olhos o resultado.
Will analisou as fichas cuidadosamente, para que pudesse captar todo o tipo de informação. Aquilo era simplesmente crucial para a investigação, já que eles eram os culpados de todos aqueles homicídios. Will ficara pensativo, e tentava ligar todas as pontas soltas do caso. Ele estava tendo dificuldade de compreender tudo aquilo. Aquele momento era decisivo. Para Will, Jared e Margot poderiam ser os criminosos que tanto procuravam. Cabia a eles decidirem se iriam investigar mais sobre os dois ou partir em busca de novas pistas. Aquilo tudo poderia ter sido mera coincidência para Will.
— Você acha que são eles? Os culpados do homicídio? — Hayden perguntara.
— Culpados, não. Mas, são suspeitos... disso eu tenho certeza. —Will olhou para o amigo, com uma certa preocupação na voz e no olhar. — Acho que devemos investigar um pouco mais sobre eles, só assim saberemos se estamos no caminho certo...
Will conversou com todos os seus colegas de trabalho, e pediu-os para que buscassem o máximo de informação, o mais rápido possível. Assim, todos foram para vários cantos da cidade, e até além, investigando. Will andava pela delegacia, indo em direção ao seu escritório. Saiu para buscar café. Logo foi surpreendido por seu amigo, Gordon, que chegou afobado.
— Smith, não acredita no que achei. — Ele disse, com euforia e seriedade.
— Diga. — Will respondeu breve, antes de dar um gole em seu café. Abriu a porta de seu escritório, sentou-se em sua cadeira. Gordon fechou a porta atrás deles e seguiu até Will, sentando-se a frente dele.
— Recebi algumas informações que o casal foi visto no Michigan. Fui para o local que me indicaram, e uma mulher idosa, vizinha da casa onde foram vistos, nos relatou que há uns três dias Jared e Margot deixaram uma menina em sua casa. A vizinha achou estranho a mãe não estar presente no momento, o que não era comum, pois a mãe nunca saia de perto da menina.
— Onde está a menina?
— Está com o Conselho, por enquanto.
— Quero que traga a menina aqui, imediatamente. — Will interrogaria Maddie, ela podia fornecer alguma informação importante, e também assim ele poderia decidir seu destino até que sua mãe fosse encontrada.
— Ah, quase me esqueci. — Gordon virou-se rapidamente, interrompendo seus passos. — A vizinha disse que Jared e a mãe da menina tinham um relacionamento, e que antes de se encontrarem pessoalmente, conversaram por cartas durante um longo período.
Os pontos começaram a se ligar na mente de Will. Aquela informação foi mais que importante. Ele sabia que uma ótima forma de tirar conclusões é vendo o que Jared e Lily conversaram durante aquele tempo. Will caminhou até o escritório de Hayden, em que o mesmo conversava com Megan. Will deu batidas secas na porta, já aberta.
— Hayden, precisamos sair.
— O quê? Por quê? — Hayden levantou-se confuso.
— Te explico no caminho, vamos.
Hayden pegou seu casaco nas costas da cadeira, e despediu-se de Megan com a cabeça, antes de correr pelo corredor, indo atrás de Will que àquela altura já estava longe. Ele colocava o casaco, enquanto apertava os passos atrás do mais velho.
— Pode pelo menos me dizer o que iremos fazer? — Hayden indagou.
— Vamos ver com quem o Sr.Leto andou conversando...
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