Décimo nono capítulo
Corpo não mais oculto
- Alô ?
- Liz...
- Margot... O que houve ? - Elizabeth estranhou a voz fraca e trêmula da amiga.
- Liz.. Você precisa me ajudar , por favor.
- O que aconteceu ? Cadê o Jared ?
- Eu não sei, ele não voltou a dois dias.- A voz de Margot saiu embargada
- Como assim não voltou a dois dias ? Para onde ele foi ? - Elizabeth ficava cada vez mais preocupada com Margot
- N-nós estávamos tendo alguns problemas com o dinheiro e ... E ... Ele saiu, falou que sabia de um lugar aonde poderíamos conseguir mais. Ele não voltou. - Margot chorou ainda mais.
- Mag... Eu não sei o que fazer . Eu não faço a mínima ideia de como te ajudar
Elizabeth realmente não sabia o que fazer, obviamente ligar para a polícia estava fora de questão.
- Pode vir para cá ? Por favor .. - Margot sussurrou sentindo um nó no peito.
Elizabeth suspirou, ela se sentia horrível por não poder ajudar Margot.
- Mag... Eu não posso. Estou indo para a Califórnia, com o Avan.
Margot fechou os olhos e soluçou, chorando mais ainda. Ela suava e tinha lágrimas rolando livremente por seu rosto. Margot respirou fundo e olhou para cima, fungando, tentando manter a calma.
- E quando você volta ?- Ela engoliu seco
- Não sei... talvez daqui uns 4 dias. Mas não é algo definitivo, pode ser que permaneçamos lá.
- Vocês ficarão lá ? - Uma angústia subia em sua garganta, dando uma queimação em seu peito. - Meu Deus ...
Um barulho foi ouvido do outro lado da linha e Elizabeth sussurrou:
- Tenho que desligar. Avan está aqui. Boa sorte...
Elizabeth desligou o telefone, o colocando no gancho. Margot ficou inconsolável, agachada no canto do quarto, que foi mantido do mesmo jeito a dias.
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Will adentrou a casa acompanhado de Hayden e de mais alguns detetives e peritos. Após muito investigarem, descobriram o endereço da Srta. Collins, e não perderam tempo para irem investigar.
- Esse lugar parece estar completamente em ordem. - Hayden disse ao entrarem na sala.
- Em ordem até de mais. - Will murmurou.
- Smith, nós vamos para o andar de cima- Bob, um dos peritos disse, atrás dos outros que já subiam as escadas.
- Tudo bem, Bob. Eu e Hayden já vamos.- Will respondeu rapidamente , já desviando o olhar para o sofá da sala.
Logo, todos estavam no andar de cima.
Um silêncio preencheu o cômodo , Hayden e Will examinavam absolutamente tudo, não deixando nenhum detalhe passar despercebido.
Ouviram um estalo e logo um disco do Elvis Presley começou a tocar. Jailhouse Rock era a música favorita de Jared, e o mesmo esquecera de levar seu disco quando deixaram a casa. Hayden e Will se viraram assustados para o canto da sala aonde o toca discos ficava. Um dos peritos novatos não propositalmente bateu no toca discos e a agulha do mesmo começou a tocar. O jovem se desculpou e seguiu para a cozinha, sem graça.
Após mais alguns minutos, Hayden tomou coragem para dizer o que tanto martelava em sua cabeça.
- Sabe, Will... Eu estive pensando ... E se eles não forem realmente assassinos.- Hayden parecia forçar as palavras a saírem.
- Como assim ? - Will cruzou os braços, e fraziu o cenho.
- Eu sei que estamos investigando a muito tempo mas você já pensou na possibilidade deles serem inocentes. Talvez Jared Leto fosse apenas um namorador e conversava com muitas mulheres, e Margot é apenas uma amiga.
- Mas, então, por que mentir que Margot.é apenas uma amiga ? Por que dizer que é sua irmã ? - Will um tom de desafio na voz
- Bom, isso eu não sei , mas existem muitas coisas em explicação. Por que não voltamos para a delegacia e paramos de gastar nosso tempo ?
- Hayden, você não entende, eles não são pess...
- Quem somos nós para saber ? Podem ter sido apenas coincidências. Tudo isso que achamos
- Não existem coincidências no nosso caso.
- Ah, vamos Will, admita que isso é uma furada. Estamos gastando tempo e dinheiro.
- Que inferno tem de errado com você ?
- Nada, Will, nada. Estou apenas sendo realista , diferente de você.
- Eu não vou ficar aqui ouvindo essas besteiras.- Will se virou e caminhou, indo até a cozinha.
Ao examinar tudo por lá, ainda em completo silêncio. Agora, ele se.recusava a falar com Hayden, não queria ouvir mais besteiras. Ao olhar de relance, percebeu que havia uma porta embaixo da escada. A porta estava apenas encostada, o que era uma evidência de que alguém andou por ali. Will sentiu a necessidade de ver o que havia lá embaixo.
Chamou mais dois detetives e desceram com o auxílio de lanternas. Havia uma grande escada escura que dava acesso a um porão. A madeira rangia e o lugar tinha cheiro se álcool, muito semelhante ao caso de Adéle. Will seguiu a frente, e logo percebeu manchas vermelhas no chão que formavam uma trilha.
As manchas estavam secas e davam em direção a uma lona preta, que tinha o relevo de algo. Um cheiro forte invadiu as narinas de Will, que foi obrigado a tapar o nariz. Contou mentalmente até três e levantou a lona.
O que viu o deixou horrorizado.
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Margot cambaleava pelas ruas escuras e frias. Ela não ligava mais para o fato de que a polícia estava pela cidade á procura dela e de seu namorado desaparecido. Margot não de importava mais em ser presa. Ela estava presa na vida de crime que adotou, e ela sabia que não existia volta.
Foi para o bar e bebeu uma garrafa inteira de vinho, sem se importar com o que os outros clientes iriam pensar dela depois.
Margot se encolhia , na esperança de se aquecer. Ouviu o barulho de um carro virando a esquina. Suspeitou que fosse a polícia, mas viu sua coloração vermelha e continuou caminhando.
O carro parou ao seu lado, e ela foi obrigada a parar. Um homem loiro, de barba rala e de rosto, até então, angelical, saiu do veículo e caminhou até ela.com um olhar sugestivo
- Olá, moça, está perdida ?
- Não - Margot murmurou não dando a atenção para o loiro ao seu lado.
- Bom, eu te vi aqui sozinha e pensei que talvez quisesse me acompanhar.- Ele lançou um sorriso de cafajeste.
- Não sou puta, tá legal ? Agora se me dá licença
Margot avançou, mas o homem segurou seu braço. Ela revirou os olhos comprimiu os lábios, tendo uma feição séria.
- Qual é, gatinha ? Eu tenho grana. Eu posso te pagar.
O homem estendeu um bloco de notas de cem, amarradas com um elástico. Sua expressão se tornou neutra e sua boca abriu levemente. Aquele dinheiro poderia ser a salvação deles.
Ela pegou o dinheiro e olhou para o loiro, que ainda tinha seu olhar sugestivo. O homem passou a mão por sua cintura e a conduziu até o carro.
Estou fazendo isso por você... Jared.
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