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História Killing for Love - Mentiras.


Escrita por: Mack_Z

Capítulo 7 - Mentiras.


Fanfic / Fanfiction Killing for Love - Mentiras.

​Sétimo capítulo

​Mentiras

​Jared estava tendo mais de um de seus ataques de bipolaridade. Dessa vez ele tratava Margot com indiferença e desprezo, mas ela já estava acostumada com isso. Para ocupar seu tempo, ela começou a ler um romance, que supria todas as suas necessidades de amor. Pelo menos era uma forma dela não deixar a solidão tornar-se sua atmosfera.

Jared ficava o dia todo no escritório, muita vezes recebia visitas, mas sempre as levava para o escritório e só saiam de lá na hora de ir embora. Margot estava cansada daquilo, mas ela preferiu não ficar dando bola para Jared, ela agia como se nada estivesse acontecendo. E vivia sua vida normalmente. Ela nunca mais recebeu notícias de Elizabeth, e para ela, Elizabeth já foi pega pela polícia ou algo pior. Doía saber que a única pessoa de sua família que se importava com ela poderia estar morta naquele momento.

Ela começou a se lembrar da última vez que viu Elizabeth. Ela e seu namorado Avan cometiam "pequenos" delitos, e já viraram os queridinhos da polícia. Margot muitas vezes ajudava Elizabeth em algumas coisas, o que a tornou uma cúmplice. No mesmo dia que Margot conheceu Jared, elas foram perseguidas pela polícia. O policial que estava no clube as identificou e acionou a delegacia, que enviou viaturas. Margot e ela tiveram que fugir correndo pelas ruas, enquanto as viaturas as seguiam. Assim que viraram a esquina, Elizabeth parou no meio do caminho.

— Ei, o que está fazendo?! — Margot gritou ao perceber que sua amiga não estava atrás dela.

— Eu não posso envolver você nisso. — Ela disse ofegante.

— O quê?! Pare de graça, nós temos que ir. — Margot a puxava.

— Eu não posso ir. Vai embora. Salve a sua vida enquanto pode.— Ela se soltava, e dava pequenos passos para trás. As sirenes aumentavam, e elas deduziram que já se aproximavam.

— Nós estamos juntas nisso. Vamos ! Eles estão vindo. — Disse exigente, olhando nos olhos de Elizabeth.

— Não. —Elizabeth se distanciou.

As sirenes ficaram mais altas.

—Pelo amor de Deus! — Ela bateu o pé. A viatura virava a esquina.— Droga.

Margot saiu correndo, sem rumo e atordoada. Virou o rosto para ver como Elizabeth terminou. Ela não estava lá. Margot ignorou o fato e continuou correndo. ​Droga, droga, droga, ​ela repetia em sua mente, percebendo que acabou de abandonar uma importante pessoa de sua vida.

Uma batida na porta do escritório de Jared fez Margot sair de seus pensamentos  e fechar seu livro bruscamente. Jared aparece na sala, normalmente.

 — Eu vou sair. Não me espere.— Falou.

— Para onde vai? — Perguntou. Jared rolou os olhos. Ele odiava quando Margot queria satisfações.

— Vou resolver algumas coisas. Jogo rápido. — Ele se virou, indo em direção a porta.

— Ok. Eu te amo. — Ela se levantou, segurando seu livro.

Ele nada respondeu. Margot apenas ouviu a porta se fechando.

Ela se sentiu um pouco magoada, mas ignorou o sentimento e foi procurar algo para fazer. Nada estava a agradando, e ela não tinha nada para fazer. Já lera todos os livros da sua prateleira, toda a louça estava lavada, na TV não passava nada que a interessasse. Ela apenas sentou no sofá, pensando.

Logo, seu olhar desviou para a porta do escritório de Jared. A curiosidade foi tomando conta de seus pensamentos. Ela precisava saber o que ele escondia ali. Caminhou com receio e culpa por estar desobedecendo às regras de Jared, que desde o dia em que ela se mudou para a casa dele, vivia repetindo para ela não entrar naquele escritório de maneira nenhuma. Sua mão foi se aproximando da maçaneta e ela não podia mais se conter.

Girou a maçaneta levemente, e percebeu que Jared cometeu um erro grave quando deixou a porta destrancada. Num suspiro, ela adentrou o lugar, que cheirava a... Jared, o mesmo cheiro embriagante que ele exalava. O lugar era bem organizado, como seus livros, que estavam por ordem alfabética. Seus discos organizados em uma prateleira. Apenas sua mesa que estava bagunçada por alguns papéis, mas Margot ignorou.

Ela foi andando pelo lugar, mexendo delicadamente nas coisas, para não deixar rastros. Ao andar distraída, sem querer bateu a ponta de seu salto na vitrola que saiu do lugar e no impacto derrubou a agulha, iniciando Mr. Sandman. Margot se assustou e colocou a mão sobre o peito, pensava que a vitrola iria cair. Jared adorava ouvir jazz, algo que Margot só percebeu olhando para sua prateleira, que estava lotada de discos de jazz de várias épocas.

Após se recuperar do susto, ela se sentou na cadeira de Jared, que ficava atrás de uma extensa mesa em forma de L. Começou a mexer nas gavetas, que tinham alguns papéis que ela não se interessou em ler e materiais diversos. Logo, ela encontrou uma gaveta trancada, que era a última do lado direito. Tentou puxar a mesma, mas sem sucesso. Foi até um pequeno armário em que se encontravam algumas chaves da casa. De lá tirou uma que por algum motivo, a chamou mais a atenção por ser de uma coloração mais escura. Algo dizia que aquela chave abria a gaveta.

Voltou até o escritório e girou a chave na gaveta. A mesma se abriu, fazendo Margot sorrir vitoriosa. Ela abriu a gaveta cheia de mistério, mas apenas havia alguns papéis. Ela os pegou e os separou. Lá teria o que parecia ser uma carta, de amor. Ela leu metade da carta, ficando espantada. Ela não conseguiu ler o resto, estava magoada, triste e confusa. Pegou a outra parte dos papéis e começou a folheá-los. Fotos de uma mulher muito bonita. Morena – aparentemente, já que as fotos eram pretas e brancas – e na maioria das fotos de vestido. Ela estava ficando cada vez mais confusa, e apenas queria ver aonde aquilo daria. Ela também encontrara o que parecia ser um álbum de fotos, logo na primeira parte, uma dedicatória, assinada: Com amor, Cameron. Quem é Cameron ?

Nas fotos, Jared abraçava a mulher o tempo todo, e em algumas eles se beijavam. Em partes, ela aparecia mais barriguda, e era evidente que estaria grávida. A coisa mais chocante que Margot viu foi uma roupinha de bebê, azul, dobrada e escondida no fundo da gaveta. Ela estendeu a roupinha na altura dos olhos e sua boca estava totalmente aberta. Logo a música cessou, mas Margot nem percebeu, estava hipnotizada com tudo aquilo.

—Que porra é essa? — Jared abre a porta com força, a fazendo bater contra a parede. Ele parecia espantado. — Por que está mexendo nas minhas coisas?

— Eu só...

Jared andou até ela furiosamente e rapidamente, num movimento brusco, tirou a roupa da mão dela.

Margot ficou em silêncio por alguns instantes. Processando tudo o que aconteceu, até dizer calmamente:

— Você tinha um filho, Jared. Uma mulher e um filho. Por que nunca me contou?

Ela se levantou da cadeira, tinha as mãos juntas a frente do corpo e sua cabeça estava baixa. Ela não queria brigar com ele.

— Porque não é da sua conta. ​Minha vida não é da sua conta! - Ele pega as fotos. — Agora me explica o porquê de estar mexendo nas minhas coisas. Depois de tantas vezes que falei para não entrar aqui!

— Eu só estava olhando, eu já ia guardar.

— Aprenda uma coisa, ​sua vadia. — Deu-lhe um tapa violento no rosto, fazendo a quase cair e ter que apoiar na mesa — Você não pode fazer as coisas sem meu consentimento.

— Por que está sendo grosso comigo, Jared? Eu não sabia, eu não tive culpa.

— Claro que teve. Você não tinha o direito de mexer nas minhas coisas. Principalmente nisso! — Ele se referia as fotos e a roupa. Seus olhos marejaram, e seu queixo tremeu. — Você mexeu com o que não devia! Mexeu com algo que tinha um motivo para estar escondido!

—Jared... me perdoa.

— Não! Você não merece meu perdão. Você não merece nada. Você não sabe a dor de perder uma mulher e um filho, Margot. Não sabe! —Ele se sentou no chão, chorando alto. Ele abraçava os papéis e a roupa como se fossem realmente uma pessoa.

 —Jared, me escuta. - Ela se agacha perto dele, e tenta o tocar, mas é impedida pelo mesmo, que segurou e apertou forte seu pulso.—Deixe-me te ajudar.

— Cala a boca, Margot. Eu não quero ajuda, muito menos a sua! Não quero ouvir mais nenhuma palavra. Está me entendendo? — Ele olhou-a de maneira fria, mesmo estando com lágrimas nos olhos.

A pele de Margot se envermelha, e as primeiras lágrimas surgem em seu olho.

— Agora, sai daqui. Sai daqui! Eu quero ficar sozinho, pelo amor de Deus! — Ele grita, mesmo com a voz embargada.

Margot se levanta e caminha até a porta. Bate a mesma e coloca a mão sobre a boca. Jared passou dos limites, ou melhor... ela passou dos limites. Ela feriu Jared no lugar que mais doía. Ela apenas tentou não gritar de ódio. Encostou na porta e deslizou pela mesma, até parar sentada no chão, em meio a muitas lágrimas.

A última coisa que Margot ouviu foi um grito estridente de Jared, e muitas coisas caindo no chão.

​Mas que droga eu fiz?


Notas Finais


Espero que tenham gostado
Beijos de purpurina *-*


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