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História Kim - NÃO


Escrita por: mxxrzp

Notas do Autor


Desculpem me pela demora, espero que gostem desse novo capítulo. Obrigada por lerem.

Capítulo 2 - NÃO


Chego no meu ponto, desço do ônibus e ando um pouco até chegar em casa.
Eu já estava quase derrotada pelo cansaço até lembrar de todos os degraus que eu teria de subir até o terceiro andar.
Tento abrir a porta rápido e dou de cara. Estava trancada. Balanço a cabeça negando aquele acontecimento.
ㅡ Hoje foi o dia.. fala sério.
Sussurro pra mim mesma enquanto destranco a porta.
Entro e meus pais se viram pra mim, já começando o interrogatório. 
ㅡ Porque demorou, filha?
ㅡ O que aconteceu com seu rosto?
Minha irmã que não perde uma disse:
ㅡ Ué, mãe, ela saiu de você assim.
Naquele momento eu esperaria várias coisas voando até a cara da minha irmã.
Eu olhei pra minha mãe, minha mãe olhou pra mim e então minha irmã conheceu o famoso chinelo voador bem na fuça, eu claro, ri muito.
ㅡ Eu cai no ônibus. Mas tá tudo bem.
Respondo minha mãe e sigo pro meu quarto.
Jogo minha mochila pra um canto, meus óculos pra outro, arranco meu uniforme e pego uma toalha e meu celular.
Depois dessa manhã eu realmente precisava de um banho quente na banheira.
Retiro o pouco de roupa que ainda visto, coloco o celular de lado e abro a torneira, deixando a água chegar até a metade da banheira. Entro na mesma e me deito, sentindo a água quente se apoderar sobre meu corpo, aquela, pra mim, era uma das melhores sensações. Me estico pra fora da banheira e pego meu celular, ponho uma música de Daniel Caesar chamada "Violet". Fecho os olhos, inclinando a cabeça para trás. Delicadamente, minhas mãos caminham sobre meu corpo ㅡ tudo que eu desejava naquele momento era uma boa massagem ㅡ. Me desligo do mundo e apenas ouço e sinto a música.
Até ouvir três murros bem dados na porta.
ㅡ PARA DE NAMORAR O BANHEIRO, MARIANA.
disse minha mãe.
Apenas a ignoro e prometo a mim sair da banheira assim que a música acabar. Só aquele momento seria tranquilizador, assim que eu voltasse para meu quarto, deveres e trabalhos iriam preencher minha cama e minha mente. Só de pensar, já suspiro e me levanto, saindo da banheira.
ㅡ Meu Gdeus me dá paz!!!
Me enrolo em uma toalha, pego meu celular e sigo pro quarto. Me jogo na cama. Não dá nem 5 segundos que eu saio do banho e minha mãe já vem me perturbar.
ㅡ O demônio, tu não sabe esvaziar a banheira não? E AINDA SAI MOLHANDO A CASA TODA?
Me levanto e olho pra ela.
ㅡ MEU DEUS MAE, que saco..... já to indo.
Visto uma roupa e vou até o banheiro pra esvaziar a bendita banheira. Pego um pano qualquer e passo pelo chão molhado.
ㅡ PRONTO, SENHORA MARINA.
Grito, avisando minha mãe do trabalho feito. Ouço meu telefone tocar e corro pro quarto, em um pulo na cama consigo alcançá-lo.
ㅡ Hm?
Eu atendo o celular falando "hum" mesmo.
ㅡ Odeio você atendendo o celular assim, Mariana.
Diz a pessoa na outra linha.
ㅡ Desculpa, o que foi que aconteceu pra tu me ligar?
ㅡ Só senti saudade, garota.
ㅡ Ué, poderia ter mandando uma mensagem.
ㅡ Que que foi em? Já tá de mau humor garota?
ㅡ TÔ!.
ㅡ Ta bom, desce ai que seu humor vai melhorar.
ㅡ você tá aqui??????????????
Ele desliga o celular e eu desço correndo até o portão. Era o Pedro, meu namorado há 2 anos e meio,  com a sua Mercedes estacionada na porta de casa. Corri pra abrir o portão e abracá-lo.
ㅡ PEDROOOOOOO, QUE SAUDADE.
Em um pulo envolvo minhas pernas em sua cintura e meus braços em seus ombros o abraçando.
ㅡ Ai, Mariana.
Ele me dá uma encostada de lábios na bochecha.
ㅡ Também senti saudade.
Pulo de volta pro chão. E o olho.
ㅡ O que faz aqui? O exército te deu uma folga?
Ele assente com a cabeça.
ㅡ Sim, vim te ver, vamos sair? Te levo pra qualquer lugar que quiser.
Rapidamente subo e aviso meus pais que ele esta na cidade.
ㅡ Só um minuto.
Vou pro quarto e visto uma camisa branca simples, um short preto rasgado e um yeezy preto. Faço cachinhos no cabelo e coloco um pouco de maquiagem. Pego minha carteira, uma pulseira e meu celular. Tudo isso deve ter durado uns 7 minutos. Desço rapidamente me despedindo de longe dos meus pais.
ㅡ Já volto pai e mãe.
ㅡ Cuidado, filha.
Esse cuidado se referia a "não engravide, use camisinha"
Me encontro novamente com Pedro e entramos no carro. Ligo o som enquanto ele me observa e coloco uma música animada. Pedro sempre me observava, meio que me admirando, não sei. Eu odiava, odiava que ficassem me reparando. Me virei pra ele e disse.
ㅡ Quero ver um filme e comer no McDonalds.
Ele assente com a cabeça e acelera nos levanto pro shopping da cidade.
Pedro era um cara muito estranho, ele era fofo demais, pegajoso demais, chato demais. Tudo que eu fazia ele queria saber o motivo e o porque deu ter feito. Eu não conseguia esconder nada dele, o que me dava muito medo às vezes. Ele trabalhava como sargento do Exército Brasileiro, tinha 22 anos. Era alto, forte, branco dos olhos azuis. Nosso namoro nunca deu certo, mas continuamos empurrando com a barriga.
ㅡ Mariana, qual filme vai querer assistir?
Entretida com a música nem presto atenção no que ele diz. Ele fica nervoso e grita batendo a mão na minha cabeça.
ㅡ MARIANA, QUAL FILME VOCE VAI ASSISTIR?
Rapidamente coloco a mão sobre minha cabeça com dor e a abaixo. Sem falar nada, eu simplesmente continuo de cabeça baixa. Ele percebe o que fez e para o carro, vem com as mãos até a minha cabeça.
ㅡ Mariana, me desculpa, eu não queria fazer isso.
Tiro a mão dele sobre minha cabeça e digo com um tom baixo.
ㅡ Continua dirigindo.
A minha fúria estava tão grande que eu poderia pular do carro em movimento. Eu odiava quando ele pirava do nada e não era a primeira vez.
Chegamos no shopping e eu saí andando direto pro banheiro feminino, ele veio me seguindo atrás. Entrei no banheiro e fui até o espelho. A minha vontade era de socar até quebrar. Eu não entendia porque deixava ele fazer isso comigo.
ㅡ Ah... que dia mais cocô.
Arrumei o cabelo, limpei o rosto e fui encontrar com Pedro.
ㅡ Vamos comprar algo e depois vemos qual filme iremos ver.
Ele assentou com a cabeça e me abraçou, sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Eu fiz o mesmo, mas não estava sorrindo, queria morrer por dentro.
Chegamos no hipermercado do shopping e eu peguei alguns doces e alguns chips, mostrei pra ele e ele assentiu. Levei os produtos pro caixa e ele pagou. Peguei um dos chips e comecei a comer. Ele veio por trás de mim e me abraçou.
ㅡ Eu te amo, nunca me abandone, ok?
Naquela hora meu sangue gelou, parecia que ele tinha lido meus pensamentos.
ㅡ Ok.
ㅡ Ei, não vai dizer que me ama?
Ele pergunta.
ㅡ Não to afim.
Respondo e vou andando na frente pra comprar os ingressos. Passo pela Praça de alimentação.
ㅡ Nossa, aqui tá lotado.
Digo pra mim mesma. Escuto meu nome em um grito de pantera.
ㅡ MEU DEUS
Olho em volta e vejo uma louca de trancinha balançando os braços de pé em cima da mesa.
ㅡ Quem mais poderia ser... 
Sussurro pra mim mesmo enquanto sigo na direção de Isabela. Rapidamente Pedro me segura pelo braço. Me assusto.
ㅡ Onde pensa que vai?
Olho pra ele, olho pra mão dele em meu braço.
ㅡ Ô garoto, me solta.
Tento tirar o braço dele do meu mas é quase impossível.
ㅡ Voce não vai a lugar algum, vamos ir comprar os ingressos. Dê atenção apenas pra mim.
Eu olho bem pra cara dele, abismada.
ㅡ Sinceramente, tu tá me tirando do sério.
Balanço meu braço tentando soltá-lo. Ainda sem conseguir começo a me balançar tentando soltar. Missão impossível, Pedro tinha o triplo do meu tamanho mais músculos.
ㅡ Você vai....
Ele tenta terminar a frase mas Isabela o interrompe.
ㅡ Aqui, queridinho, da pra tu virar um peido e sumir?
Isabela diz o encarando, quase em um confronto mortal. Kim estava junto com Isa, mas eu não tinha percebido.
ㅡ Isa, pode deixar. Eu me viro aqui.
Digo pra Isa sair e puxo Pedro pra fora do shopping.
Vou até o carro e me encosto. Respiro fundo e espero ele dizer algo.
ㅡ Mariana...
Ele começa
ㅡ Mariana, a rola do caralho, Pedro. Eu já to cansada dessa sua maluquice. Eu tô cansada de você, to cansado desse teu jeito de me tratar. Tu tá me achando com cara de vagabunda pra tu ficar me batendo "sem querer"?
Faço o símbolo de aspas com os dedos e o olho fervorosamente continuando a falar.
ㅡ Olha aqui garoto, tu não é meu dono não, tu não manda em mim, você não passa de um cara com quem eu saio há dois anos e chamo de namorado. NÓS NÃO SOMOS CASADOS. Tu acha que só porque paga as coisas pra mim tu pode fazer o que quer?
Pego minha carteira, tiro o dinheiro e jogo o mesmo na cara dele.
ㅡ Você vê isso? Eu não dependo de você, eu tenho pais, eu posso trabalhar.
Respiro fundo.. Ele começo a falar.
ㅡ Mariana, eu faço de tudo pra você. Já disse que foi sem querer, não vai acontecer de novo.
Começo a dar gargalhada e ele começa a ficar vermelho.
ㅡ Tu não é nem homem pra falar a verdade, toda vez que acontece o "sem querer" você diz "não vai acontecer de novo".  Deixa eu te contar uma novidade. NÃO É A PRIMEIRA VEZ BONITINHO.
Recolho o dinheiro no chão e o olho.
ㅡ Pra mim já chega. Não quero mais sair com você. Não me procura mais.
Pedro entra no carro lado do motorista do carro e me chama.
ㅡ Vem aqui.. Entra no carro. Vamos conversar direito.
Nego com a cabeça e fico calada. Ele me chama pra mais perto.
ㅡ Vem aqui, Mariana. Eu faço de tudo por você.
Chego mais perto e digo um "não" em alto e bom som.
Ele rapidamente me segura pela gola da camisa.
ㅡ Pedro, desgraça, já disse que não vou.
Tento tirar a mão dele mas ele rapidamente puxa minha gola, me fazendo ir de cara na porta. Dou um murro na mão dele e cambaleio pra trás.
ㅡ Pedro...
O olho caída no chão, ainda assustada com o acontecimento. Meus olhos se enchem de lágrimas e meu corpo trava o olhando. Ele rapidamente saí do carro e vem até mim.
ㅡ Entra no carro agora, vamos conversar.
Eu não estava acreditando que aquele garoto, com quem namorei quase três anos, tinha acabado de me machucar e não se importou em me ajudar a levantar ou qualquer coisa do tipo. Ele continuou a me obrigar entrar no carro. Eu me levantei, meio zonza e ainda sim disse que não iria entrar.
ㅡ Já disse que não vou. Vai embora.
Ele me segura pelo braço e tenta me puxar até o carro. Eu, não sei de onde, consegui tirar uma força e dei um empurrão dele. Gritei, socorro, tentei pegar meu celular no chão mas estava tonta demais.
ㅡ SOCORRO, SOCORRO.
Gritei em um tom alto e fino. Ele imediatamente veio com as mãos em meu pescoço. Não foi forte, mas pressionou seus dedos contra minha pele. Forçou sua cabeca contra meu peito e disse.
ㅡ Porque você está fazendo isso comigo? Eu te amo tanto!  você não pode fazer isso comigo!!!!
Ele começa a apertar meu pescoço e eu tentando alcançar meu celular.
ㅡ Pedro, voc...você tá me su.. sufocando!!!
Tento falar meio que gritando, chorando, sem voz.
Ele aperta ainda mais forte e mantém os olhos em mim. Eu começo a realmente sentir a faltar de ar e a ficar agoniada. Começo a esperniar contra ele.
ㅡ Pa.. ra.. pedro.. para...
Olho pro lado tentando alcançar meu celular e vejo um pé, chegando bem na cara do Pedro. Ele cai com o chute no rosto e desmaia. Olho pro lado e vejo Kim.
ㅡ K-Kim...
Ela rapidamente me segura pelos braços e me ajuda a levantar. Eu a olho com um olhar desesperado e ela me olha de volta.  Seus olhos seguem por todo o meu rosto e param na minha testa.
ㅡ Mariana, sua testa.
Rapidamente levo minhas mãos ainda trêmulas à minha testa. Sinto um corte e volto a olhar meus dedos com um pouco de sangue. Minhas pernas se desequilibram e ela me segura mais forte.
ㅡ Precisamos sair daqui, rápido...
Digo com uma voz fraca.
Kim me encosta no carro e segura minha mão, ela se abaixa pra pegar meu celular. Eu a aperto sentindo quase se soltar, mas ela consegue pegar e volta a me abraçar.
ㅡ Vamos... já tá tudo bem.
Ela diz com um tom de voz doce me colocando em seu colo. Deito meu rosto sobre seu peito, e começo a chorar entre soluços, silenciosamente. Ela me carrega até o hospital localizado atrás do shopping.












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