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História Kim - Faróis 1.1


Escrita por: mxxrzp

Notas do Autor


Esse capítulo vai ser dividido em duas partes pois ficou grande demais. A segunda parte será postada amanhã. Espero que gostem. Obrigada por lerem ❤

Capítulo 4 - Faróis 1.1


Sinceramente, eu não sei o que sentir nesse momento. Meu olhos estão doloridos, e permaneço com eles fechados. Minha cabeça está lateijando como se fosse uma bomba pronta pra explodir.
Eu estava nos braços de Kim e estranhamente isso me tranquilizava um pouco. Meu rosto estava encaixado em seu pescoço, enquanto minhas mãos agarravam sua camiseta. O pouco que meus olhos se abriram, eu consegui ver meu sangue na blusa de Kim, assustada eu estava, mas não tinha força nenhuma nem pra manter meus olhos abertos. Eu conseguia ouvir o som da sua respiração ofegante enquanto me carregava, conseguia ouvir seus batimentos cardíacos estourando no peito.
ㅡ Kim...
A chamei mas ela não me respondeu, nem sequer me olhou, apenas continuou a me carregar. Meus olhos tornam a se fechar.
Uma claridade passa pelo meu rosto e rapidamente aperto os olhos, juntamente com as mãos na camisa de Kim. Ouço algumas vozes, não tão distantes de mim, tento abrir os olhos mas a claridade não deixa. Mãos passam pelo meu corpo e sinto eles me tirando de Kim, minhas mãos tentam segura-la pela camisa mas eles rapidamente me tiram dela.
ㅡ Kim...
Tento chamá-la mas quase nenhum som sai da minha boca. Tento abrir os olhos devagar e vejo a figura de Kim parada, enquanto me distanciam dela. Meus olhos tornam a se fechar e eu apago.
Acordei com os raios do sol passando em meu rosto, abri os olhos lentamente colocando a mão por cima do rosto, tampado os raios. No momento que consigo enxergar nítido, vejo uma agulha borboletinha no dorso da minha mão. Olhei em volta e vi meus pais sentados no sofá do meu lado direito. Eles me olhavam como se estivessem ali há horas, aflitos, esperando que eu acordasse.
ㅡ Papai... Mãe...
Chamo por eles e estendo a mão em sua direção.
Eles rapidamente se levatam e caminham até mim, pareciam estar com medo.
ㅡ Minha filhinha...
Minha mãe me olha com o semblante mais triste que eu já vi, ela começa a chorar e se debruça sobre meu peito, me abraçando.
ㅡ Mãe... não chora... 
Sorrio fraco, passando a mão por seus fios negros. Seu cheiro toma conta do ambiente.
ㅡ Você está bem, filha?
Meu pai me pergunta enquanto nos olha assustado.
Estendo minha mão até ele e ele a segura com suas duas mãos.
ㅡ Eu estou pai, ta tudo bem.
Respondo sorrindo.
ㅡ Pai, onde a Kim está?
Ele me olha confuso.
ㅡ Não sei de quem você está falando, filha.
Eu o olho mais confusa ainda.
ㅡ Mas... ela que me trouxe aqui, não foi?
Meu pai me olha e estranha a situação.
Filha, depois perguntamos na recepção quem te trouxe, o maior problema agora não é esse.
Ele me olha sério e minha mãe se levanta também olhando pra mim.
ㅡ Quem foi que fez isso com você?
Engulo seco, olho diretamente nos olhos dos dois.
ㅡ Pai... foi o Pedro...
Ele arregala os olhos surpreso.
ㅡ O Pedro? seu namorado? Como assim?
Ele não consegue acreditar.
ㅡ Aquele desgraçado, não da pra entender o porque ele faria isso.
Meu pai sai furioso do quarto já fazendo uma ligação. Eu não entendi do que se tratava, mas já sabia que a coisa ficaria feia.
ㅡ Mãe, o que eu pai foi fazer?
Minha mãe me dá as coisas sem ao menos me responder e vai atrás de meu pai.
ㅡ Mãe?...
Queria levantar da cama e ir saber o que eles conversavam tanto.
Uma enfermeira chega pra limpar os pontos e trocar o curativo na minha testa. Eu ainda não tinha me olhado no espelho, mas podia ver pela sua expressão que eu não estava muito bonita. Ela passou as mãos pelo meu pescoço e me olhou.
ㅡ Você está bem? Já se levantou alguma vez?
Ela me perguntando com um olhar simpático.
ㅡ Não.. Está muito ruim?
Sorrio de lado ao perceber sua expressão.
ㅡ Vá ao banheiro, você precisa tomar banho. Acha que precisa de ajuda?
Ela ignora minha pergunta e eu a obedeço. Primeiramente me sento, minhas costelas doíam tanto... Viro meu rosto e coloco os pés no chão, ao pisar me desiquilibro um pouco, e a enfermeira me segura nos braços.
ㅡ Só pisei falso, a cama é alta, acho que não preciso de ajuda.
Sorrio e vou andando pro banheiro. A enfermeira me vigia até não me enxergar mais no quarto. Fecho a porta e me paro. Tiro a roupa do hospital, e olho ao lado, mais roupas iguais.
ㅡ Que roupinha fashion...
Rio debochado e passo pelo espelho. Eu realmente estava com medo de me olhar mas meus pés voltam os passos e a curiosidade acaba.
Fico de frente pro espelho, nua, vendo toda as marcas que ele me deixou.
ㅡ Porque....
Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto minhas mãos passam pela galáxia de tons roxos em meu pescoço. Em seguida, tocam delicadamente minha testa, ainda dolorida.
ㅡ Porque ele fez isso comigo?...
Me viro, tiro os olhos do espelho indo pra de baixo do chuveiro, o ligo e ali mesmo me agacho deixando a água correr pelo meu corpo. Um choro e um sentimento de raiva tomam conta de mim. A raiva me faz roçar os dentes apertando-os uns contra os outros e a dor a gritar. Meus punhos se apertam e eu o solto como uma descarga de raiva na parede.
ㅡ AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
Grito o mais alto que posso e em seguida choro, choro tanto que parecia estar tomando banho nas minhas próprias lágrimas.
Com o grito, a enfermeira apareceu e veio devagar em minha direção.
ㅡ Minha querida, o que foi?
Eu a olhei e começei a chorar mais ainda.
ㅡ SAI DAQUI, SAI!
Grito, querendo que ela saía e não me veja naquela situação. Meu pai aparece ao ouvir meus gritos e corre até mim, me abraçando por de baixo d'água.
ㅡ Oh... minha filhinha, por favor, não fique assim, eu sei que você é forte, meu amor.
Meu coração... se eu o sentisse naquele momento, se eu pudesse sentir algo além de dor...
ㅡ Filha, eu estou aqui por você, vai ficar tudo bem, eu te amo e eu vou te proteger, por favor...
Entre o choro alto e soluços o abraço o mais forte que posso.
ㅡ Tá, papai.
Ele espera um tempo antes de me tirar de baixo do chuveiro me levando até uma cadeira. A enfermeira entrega a toalha pro meu pai e ele me cobre com a mesma. Ele coloca de lado os cabelos em meu rosto e passa a mão sobre minhas bochechas, o olhar dele era doce, simpático, o mesmo que me confortava todas as vezes que estava mal. Eu o olho com os olhos cheios d'água e deito meu rosto sobre sua mão.
ㅡ Filha, o médico já me deu as receitas, eu sei que você odeia hospitais então pedi que me deixasse cuidar de você em casa e o médico concordou.
Ele sorri e me levanta.
ㅡ Em casa com seus amigos e família você vai se sentir melhor, não é?
Assinto com a cabeça.
ㅡ Então vamos, querida. Fique aqui, trarei suas roupas.
Enquanto ele saía meus olhos não mudaram de rumo até ele desaparecer e mesmo depois de ele desaparecer eu continuei a olhar, o esperando voltar. Ele volta e me entrega roupas largas, do jeito que eu gosto. As visto e arrumo o cabelo. Ele coloca minhas mãos sobre seus ombros e me leva até o carro. Eu apenas entro e encosto a cabeça no vidro.
ㅡ Sua mãe, ela foi embora pra cuidar da sua irmã. Você quer ouvir alguma música? Eu trouxe seu iPad.
Apenas nego com a cabeça.
ㅡ Não achei o seu celular no hospital, você o perdeu?
Nego com a cabeça.
ㅡ Ele deve estar com Kim, pai.
ㅡ Kim? Quem é essa Kim que salvou minha garotinha e está com o seu celular?
Ele diz com um tom de voz fino e engraçado.
ㅡ É uma amiga de escola, pai.
Digo rindo um pouco.
ㅡ Uma amiga? Chame-a para jantar conosco. É uma ordem, precisamos conhecê-la.
ㅡ Sim, eu vou chamar, pode deixar.
Ele dirige o resto do percurso de volta pra casa em silêncio. Ao chegar me lembro das escadas e faço cara feia.
ㅡ Escadas... Escadas... Escadas...
Sussurro para mim mesmo adentrando em casa e subindo os degraus. Meu pai segue atrás de mim. Chego na porta e a abro devagar, não queria bater a cara novamente. Minha irmã está sentada no sofá encarando a porta, ao entrar ela corre pra mim.
ㅡ Unnie, como você tá?
Solto um sorriso. E passo minhas mãos por seu cabelo o bagunçando.
ㅡ Eu estou ótima, só preciso dormir um pouco, Juju.
Ela faz uma cara triste, sabe que eu estou mentindo mas não insiste e me ajuda ir até o quarto, me ajuda a deitar e coloca o cobertor até meu pescoço.
ㅡ Pronto.
Ela diz me olhando, e eu sorrio pra ela.
ㅡ Pode ir, eu vou ficar bem.
Ela conserta mais um vez o cobertor até meu pescoço e sai fechando a porta.
Meus olhos se enchem de lágrimas
ㅡ Como pode...
Eu estava cansada de todo aquele dia, amanhã seria um novo, talvez pior, talvez melhor... não sei.

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Mariana foi diagnosticada com um corte de profundidade mediana na testa, e a mesma sofreu um trauma psicológico, o tratamento para um trauma psicológico vai depender da gravidade do impacto causado no indivíduo, mas em geral, é feito com psicoterapia, através de conversas sobre o assunto.  Foram receitados medicamentos para diminuir a ansiedade, para combater a depressão e para ajudar a dormir melhor. Esse tipo de tratamento deve ser feito em todos os indivíduos que sofreram algum tipo de agressão física ou emocional, mesmo que os sintomas sejam muito leves.
Obs.: Mariana chamava pelo nome "Kim" durante todo o tratamento.
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