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História Kim Jongin e outros desastres - O que os olhos veem, a reputação sente


Escrita por: BloodCherry e Juhvia

Notas do Autor


OLÁAAAAA <3
Voltei com uma 2shot meio do nada. É!
A verdade é que a ideia surgiu e foi surpreendentemente fácil de desenvolvê-la, então cá estou *O*
Era para ser uma one, mas ficaria com umas sete mil palavras. Então, para fins de “saturação”, resolvi partir o capítulo em dois.
Quero agradecer a maravilhosa da ~AqueladoTwerk por ter feito essa capa tão maravilhosa para mim! Obrigada, amor <3
Sem mais delongas, espero que curtam a ideia, os personagens e a personalidade de cada um *o*

Boa leitura, amorecos mios!

Capítulo 1 - O que os olhos veem, a reputação sente


 

 

– Kyung, apenas relaxe e deixe tudo comigo.

Meio incerto e com as certezas quase explodindo dentro de tantos pensamentos adornados por hormônios e mais hormônios; todos eles fervilhando em uma excitação adolescente, eu esperava que meu namorado ajeitasse a câmera, focando-a diretamente em mim e em toda a minha nudez nada acentuada, estupidamente quase virginal e vergonhosamente escancarada.

E lá estava eu, Kim Jongin e uma câmera, e o quão complicado essa combinação poderia se tornar era algo que eu nunca imaginaria. Apenas constaria meio por acaso na praça de alimentação da escola, quando por um infortúnio vira de relance minhas próprias costas braquelas no visor de outrem, numa situação que minha falecida mãe me empalaria com uma colher de pau, recoberta de massa de chocolate feita à mão, tamanha a vergonha.

Pois Do KyungSoo sempre fora um menino correto, criado pelos dogmas de uma família da igreja cristã, frequentando missas, seminários religiosos e até aquelas festinhas meia boca que a comunidade insiste em realizar nos dias das crianças.

E, bem, o padre também viu minha bunda exageradamente maior através das lentes daquela câmera.  E toda vez que passava por ele, sentia-o invocando qualquer entidade para me purificar – do ânus para dentro, creio eu, em minha básica visão cristã da coisa.

No entanto, suponho que talvez devesse começar pelo o início. Não do início propriamente dito, visto que inícios são apenas alguns pontos de vista distintos, e sim do início do que passei a apelidar carinhosamente de “O dia em que a terra parou”. Ou seja, de como eu, Do Kyungsoo, e meu namoradinho secreto e também adolescente, Kim Jongin, fomos parar nos celulares, computadores e memórias de nossos queridos amigos, familiares e vizinhança.

Devo admitir, com toda a seriedade do mundo, que não estava em meus planos virar uma sub celebridade pornô, na realidade, eu almejava entrar em alguma universidade de prestígio e encontrar um alguém que condizesse com as expectativas de um adolescente medíocre, com uma vida medíocre e de amigos menos que medíocres, bem menos que excepcionais.

E fora em toda essa mediocridade latente e deveras ociosa que eu tive meu primeiro contato com uma série de acontecimentos que me levaram a tornar-me o mais novo assunto dos corredores tão disputados entre as líderes de torcida, os intercambistas e os jogadores de basquete. Pois como o adolescente que usava suéter, óculos de grau e calças dois números maiores, eu tinha que encontrá-lo em algum lugar. E qual o melhor lugar do que os corredores cheios de armários da escola?

Com os braços com alguns livros, eu me encolhia todo ao passar pelo mesmo corredor que eles, a trupe dos pegadores e, portanto, encomendadores ativos de pílulas do dia seguinte de todas as garotas da escola.

Inclusive, o dono da farmácia local passou a perder bons trocados quando esses descobriram suas respectivas bissexualidade e/ou homossexualidade.

E lá estava ele, com a jaqueta jeans sobre os ombros, calça desbotada e blusa de lavagem feita em casa, caminhando quase em câmera lenta, com os cabelos lisos escorrendo-lhe pelo rosto, ajeitados de maneira charmosa por uma jogada despretensiosa – ou pretensiosa ao extremo, vai saber.

Lá estava Park ChanYeol e, bem,Kim  Jongin estava ao lado dele.

Acontece que todos precisam ter sua paixonite colegial, caso contrário, para quem você irá pentear os cabelos às sete horas da manhã? E Park ChanYeol era a minha paixão platônica e completamente unilateral. Ele era meu motivo de torcicolo e de achar que minha vida poderia ser simplesmente mais afável se recebesse um beijo seu, como se sua áurea levemente arrogante pudesse me curar de toda a mesmice pela qual fui submetido à vida inteira.

Uma visão puramente romântica? Claro que sim, e devidamente desmistificada posteriormente.

Não que eu nunca tivesse sequer reparado em Kim Jongin, longe disso. Mas você meio que acaba por desenvolver uma espécie de bloqueio estúpido contra seu melhor amigo, principalmente romanticamente.

E assim eu parei, quase suspirando, quando visualizei as costas do Park ao longe, largas como si só, as pernas finas e levemente tortas dando-lhe um charme icônico.

– Você deveria parar de babar, sinceramente... Isso é tão piegas!_ E vos apresento Kim Jongin, amigo desde a infância, parte do clube do eles e bobão altivo e de ego três quartos maior do que seria saudável, assim como o coração.

– E você deveria parar de tampar minha visão toda vez que ChanYeol aparece. Daqui a pouco vou começar a achar que está com ciúmes. _  Eu ri e ele riu, com nossas respectivas entonações sobre aquela insinuaçãozinha saudável.

– Me sinto ofendido com essa sua ironia, seu primeiro beijo foi comigo. Como não ficaria com ciúmes?_ Claro, Jongin também era atrevido. Demais.

– Supere isso, Kim Jongin. Eu sei que foi demais para o seu coração de dez anos, mas eu já estou mentalmente comprometido com Park ChanYeol. Arranje outro KyungSoo para você..._ E lá estava seu sorriso caloroso que me fazia esquecer o quanto não gostava de quando ele usava aquela blusa de frio velha dos Beatles.

– E aonde vou achar outro KyungSoo que ainda veste o suéter que eu dei no Natal retrasado?

­– Na internet. Ultimamente a gente encontra de tudo na internet! Você acredita que eu achei para comprar um rolo de papel higiênico do Bin Laden?! Se você me ceder vinte contos, eu deixo você usar quando for à minha casa. O que acha?

E quando eu disse que “eu tive meu primeiro contato com uma série de acontecimentos que me levaram a tornar-me o mais novo assunto dos corredores”, embasava-se em uma trivialidade que se tornara algo muito maior, imensamente.

Porque assim que eu tirei meu olhar da pequena manchinha de katchup de cima da cara do irreverente primeiro baixista dos Beatles, Stuart Sutcliffe, deparei-me com duas bolas grandes, quase naturalmente arregaladas, alguns poucos centímetros atrás de Jongin, olhando-nos de cima como se sorvesse alguma parte de nossa conversa trivial.

– Papel higiênico do Bin Laden?! Onde achou isso?_ Park ChanYeol havia finalmente estabelecido o mais próximo de diálogo que eu poderia ter a chance de vocalizar, e as palavras que ele ouviu de minha boca remetiam-se à merda.  Ótimo.

– N-na internet. _ Falado rápido demais, franzi as sobrancelhas quando Jongin ameaçou soltar uma gargalhada, contendo-se em sua ínfima tentativa de estufar as bochechas e lacrimejar os olhos.

– É porque eu faço coleção de papeis higiênicos, sabe?!_ Park ChanYeol tinha um defeito, mas eu poderia superar.

– É? Interessante..._ Eu tentei expressar o mais próximo de sutileza que me era possível, mas assim que Jongin soltou todo o riso dos pulmões, não me fora possível não suspirar em uma desilusão quase palpável.

– É brincadeira..._ Pausou um momento, gesticulando para que eu me apresentasse.

– Kyungsoo. Do Kyungsoo.

– Você é engraçado Do._ Em um lapso de não sei onde, Park ChanYeol estalara os dedos._ O que acha de ir à festinha que eu irei dar nesse final de semana?  Assim você pode contar a todos sobre como é se limpar com Bin Laden.

– Acho que sim.

Veja, uma evolução: Do garoto cuja a existência é dispensável, passei para o garoto que limpa a bunda com a cara de um terrorista. Adorável.

– É uma brincadeira, não me leve a mal. Eu só estava procurando Jongin quando o vi conversando com você e pensei em me aproximar para raptá-lo. Preciso dele por um instante, cede?

– C-claro.

Jongin sussurrou um “flighting” quase cômico, um repuxar de lábios divertidos bailava em seus lábios e, naquele momento, eu soube que seria eternamente zoado por três quartos de minha própria imbecilidade.

Não que Jongin nunca houvesse me convidado para uma das festinhas que o Park Grandão oferecia, mas me era estranho demais aparecer à convite de um amigo e não do próprio. No entanto, como agora me via prestes a adentrar no mais próximo do espaço pessoal de ChanYeol, quem sabe eu não aceitasse e roubasse algumas cuecas.

Ou ao menos poderia constar que ele realmente não tinha uma coleção de papeis higiênicos customizados.

Bom, naquele dia a minha caixa de entrada de mensagens ficara de cheia de “Jonginnie, o dancingboy”.

“Jongin, será que aquilo foi um convite mesmo? Ou será que foi um convite não convite?”

“Foi um convite, oras! ChanYeol geralmente costuma convidar as pessoas que chamam a sua atenção de alguma forma para a portinha que guarda os materiais de limpeza da sua casa. Sinta-se lisonjeado.”

“Eu deveria? Acho que ainda não estou pronto para transar...”

“Uma hora você vai. O que acha da dispensa do ChanYeol? Acho super romântico.”

“É sério, seu babacão! O que eu faço?”

“Se te serve de consolo, ChanYeol tem o pinto pequeno.”

“Haha, engraçadão você...”

“Ah, sei lá. Quer transar comigo primeiro? Assim você tira a prova de como é fazer sexo.”

“Não, muito obrigado. Você já tem meu primeiro beijo, não é minha pretensão deixar você ter todas as minhas primeiras vezes, caso contrário você se achará demais.”

“...”

“Jongin, como é transar?”

“É bom.”

“Seja mais prolixo, por favor...”

“Você teve a vida toda para me perguntar isso e vai me perguntar por mensagem de texto? Até porque, eu já te contei sobre algumas pessoas com as quais transei.”

“Vida toda? Você não transava até o ano passado, meu bem. Enfim, eu sei que você me contou, mas eu preciso saber da essência, não das suas facetas na cama.”

“Ele vai te beijar, te arrastar para o armário, tirar suas calças e meter. Talvez role um oral, isso se ele estiver realmente interessado em você.”

“Nossa, como você me consola, amigo!”

E eu parei por alguns segundos, cogitando os prós e contras de entrar em uma camada de uma conversa mais profunda, e isso em todos os sentidos.

“Jongin, você já deu? Quer dizer, como é a dor?”

“E eu lá tenho a cara de quem dá?!”

“Não seja um machista ridículo. Você transa com garotos, é normal que um dia vá dar.”

“Ainda não. Mas se quer saber sobre a dor, isso depende de cada um, eu acho. Sei lá, enfia um vibrador que você vai saber, Kyung.”

“Não sei porque eu insisto em falar com você ainda...”

E antes que eu pudesse visualizar a possível mensagem de Kim Jongin a listar mil motivos – em sua maioria verdadeiros- do porque que eu ainda conversava com ele, eu bloqueei a tela, jogando meu celular em um canto qualquer da cama.  

Escorrei meu corpo pelas cobertas já desgrenhadas, focando com uma incerteza vergonhosa a ultima gavetinha do meu criado mudo, cuja existência de um tubinho de lubrificante verberava escondidinho no meio de algumas cartinhas que eu recebi na infância.

­– Agora somos eu e você.

 

 

(...)

 

 

– Posso saber aonde o senhorzinho irá arrumado desse jeito?_ Virei-me novamente para dentro de casa, encontrando minha avó com seus crochês, sentada adoravelmente em sua cadeira de balanço, olhando-me por debaixo dos óculos de grau escorridos pelo nariz pequeno.

– Vou a uma festa. Estou apresentável, certo?!

Pois eu deveria de estar. Eu não havia feito um empréstimo à base de trabalhos escolares completos por uma semana com Jongin para ouvir o contrário.

E eu não estava acostumado a usar calças apertadas, blusas de tecido tão leves e muito menos de cores tão claras. Mas cá estava eu, com um jeans que apertava minhas nádegas mais do que seriam saudáveis e uma blusa que a qualquer suada poderia transparecer minha pele.

– Está... Como dizem os jovens de hoje? Gostosinho?!

– Você é a melhor, vó!

Com uma auto estima duas vezes maior com o “Nice” da vovó, eu destranquei a porta, topando com um Jongin dez vezes mais bonito do que qualquer uma das vezes que ele insistiu em usar camisas velhas de personagens em quadrinhos.

– V-você está-

– Bonito? Seu dinheiro tinha que valer à pena. _  Jongin levou os dedos até uma mecha dos meus cabelos, colocando-a para trás da orelha com uma lentidão quase calculada.

E em um momento meio de repente, com um clima que fazia minha cabeça girar e meu coração palpitar numa taquicardia quase certa e de motivo desconhecido, cheia daquelas tão costumeiras incertas certas, eu passei a sentir a respiração quente de Jongin contra a minha própria.

Encarei aqueles lábios carnudinhos, assim como os olhos vidrados nos meus.

E tipo assim, meio sem querer querendo, nos unimos brevemente, apenas atendo-nos a uma maciez morna e um calafrio na base do cóccix. Quando o desencostar das bocas fora inevitável, Jongin olhou-me com um brilho estranho no canto dos olhos.

– Acho que eu vou ficar realmente com ciúmes quando vocês forem para o armário.

– Não fique, você sempre será meu Jongnnie, o dancingboy.

– Não acredito que você ainda lembra das minhas aulas de jazz! Vê se para de ter fantasias comigo nu e segurando um saxofone. Isso não é saudável, Kyung!

 

 

Eu pensei que meu coração fosse sair pela boca assim que eu me encontrava perto dos portões da casa de Park ChanYeol.

Quando eu e Jongin passamos pelo gramado bem aparado que dava acesso à pequena amontoação de pessoas pela varanda, assim como espalhadas pela porta e casa adentro, eu jurei que deveria ter lido mais sobre como se comportar normalmente em festas adolescentes, na internet.

Pois aquele mundinho era quase, para mim, excelso; a forma mais pura de toda a sociabilidade que me era apetecível experimentar estava a alguns passos.

De música alta, jovens transitando para lá e para cá com copos de líquidos diversos e cigarros posicionados, numa precisão quase invejável, entre os dedos. Escorrendo toda aquela áurea semi pecaminosa que só se via em filmes ou documentários insípidos sobre os “subúrbios adolescentes e suas práticas sodomitas”. Mas ali, com Jongin ao meu encalço, com uma das mãos em meus ombros, dando-me tapinhas incentivadores, eu sentia-me como uma espécie de presa fácil, maravilhada demais com seus predadores para voltar ao próprio leito.

– Você está bem, Kyung?

– Sim, apenas analisando os jovens de hoje...

– Não é como se você não o fosse, certo?

– Certo...

E assim que entramos na casa, cujos móveis jaziam todos arrastados pelos cantos das paredes, eu movi minha cabeça à procura do Park perdido.

– Tente ser menos óbvio, Kyung. Assim você me constrange._ Sussurrada em meus ouvidos, à voz de Kim Jongin parecia ainda mais rouquenha, como se o fizesse consciente de me deixar encabulado.

– Elementar, meu caro Kim.

E sem a toda perspicácia de Sherlock Holmes, aceitei meu primeiro copo de bebida, colocado em minhas mãos por uma espécie curiosa de ser humano; de olhos sumidos por lápis de olhos borrados e cabelos desgrenhados para todos os lados, que sumira assim que a massa de pessoas fizera questão de engoli-lo e não deixar nem uma apresentação minimamente cortês.

Jongin olhou para mim, focando as bolotas amendoadas de minhas mãos para a minha boca, cujo líquido forte descia abundante pela garganta.

– A primeira regra das festas do ChanYeol é: Nunca aceite bebidas de estranhos. Me dê isso aqui._ E assim o copo foi tirado de mim, parado em uma das mesas de guloseimas.

­– E você me diz isso só agora?

Após brevemente discutirmos sobre a rudimentar essência da culpa do culpado, e o culpado propriamente dito de minha ingestão do líquido com gosto de vodca com plástico e uma pitada de melão, finalmente encontrarei Park ChanYeol.

No entanto, elementar mesmo era que ChanYeol já estivesse acompanhado, sendo quase engolido pelo calouro da escola. Eu o conhecia, seu nome era Byun alguma coisa; o novo xodó dos veteranos com tendências homossexuais e pseudo pedófilas.

E eu não poderia mentir em dizer que eu tive vontade de aproximar-me dos dois, jogar o resto daquela bebida horrorosa em sua cabeleira acastanhada e sussurrar um “agora é minha vez”. Entretanto, meus devaneios perduraram demais, e quando eu finalmente decidi tomar coragem para ao menos interromper o inevitável, a porta do armário de limpeza fora fechada, trancando-os lá.

E detalhe: Antes de finalmente fechada, com direito a uma olhadela de ChanYeol em nossa direção, lançando-nos uma generosa piscadela.

Sorvi num só  gole o resto do copo que Jongin tirara das minhas mãos.

“Que filho da puta!”

– Que filho da puta!_ Crispei os lábios, pronto para cuspir aquela bebida no chão.

– Oh! Você xingou... O negócio está feio, não está? Posso fazer alguma coisa por você?

– Pode! Que tal trazer um montão de copos cheios dessa bebida horrorosa? Eu não sinto meus dedos do pé e quero continuar assim.

– Eu não te trouxe aqui para entrar num coma alcoólico, Kyung.

– Apenas seja um bom melhor amigo, deixe-me embebedar e cuide da minha ressaca depois, por favor. Eu me visto com essa roupa ridícula, venho a essa festa mais ridícula ainda e acabo de ver minha paixonite platônica acenando em nossa direção, enquanto se tranca no armário com outra pessoa. Poxa, eu já estava até preparado para encarar as vassouras batendo em minha cabeça._ Um breve exagero, mas convincente o suficiente para Jongin depositar um beijo em minha testa, soltar um suspiro e sair em busca de mais bebida.

Com alguns copinhos empilhados no cantinho janela, eu e Jongin agora disputávamos quem bebia mais rápido. Sem sentir minha língua e com minha coordenação motora seriamente afetada, eu me escorava em Jongin, prendendo seu lóbulo entre meus dentes, vez ou outra.

E sentados num dos sofás do canto da casa, eu não fazia mais distinção entre os lábios que mordiam meu pescoço e das mãos que me apalpava todo. Para ser sincero, eu até fazia, visto que meus pensamentos não se encontravam tão altivos assim pelo álcool, mas ao ter os lábios sugando a pele dos meus ombros,com minha camisa puxada desleixadamente para o lado, eu só queria pensar no quão bom seria tê-los em todas as partes de mim.

E no dia seguinte, bem, eu havia acordado com Kim Jongin nu e em cima de mim em um dos quartos da casa de Park ChanYeol.

 

 

Eu me sentia prestes a explodir de dor, em todas as partes do corpo, inclusive em uma que eu ainda não havia sentido. Nunca.

 Assim que remexi a cabeça na cama e pude ter, finalmente, consciência da língua dentro de minha própria boca, eu percebi o quanto eu e Jongin transamos noite passada.

Três vezes.

E pelo senso comum, quando você faz sexo com uma pessoa durante uma noite, você não necessariamente precisa firmar um envolvimento com ela. Aliais, você pode simplesmente arrumar suas vestes e sair para que ela nunca mais te veja.

Mas ali, deitado em cima de mim, com seus pudores roçando em uma de minhas pernas, assim como a respiração em meu pescoço causando-me cócegas estranhas, estava meu quase vizinho e melhor amigo, Kim Jongin, o dancingboy.

E nós havíamos transado três vezes numa mesma noite, caramba!

– J-Jongin? Jaz vivo, meu caro?

– Elementar, meu caro Kyung...

Naquele constrangedor momento, eu não sabia o que realmente preferia: Ter Jongin esmagando-me com o peso do seu corpo e posteriormente morrer de falta de circulação sanguínea ou tê-lo que encarar assim que saísse, olhando-me com a face ainda injustamente bonita, mesmo quando amassada pelo sono.

E de todas as possibilidades, inclusive as listadas, ele me fizera à segunda, causando-me um desconforto quase palpável.

– V-você está bem?_ Emocionalmente ou fisicamente, meu caro? Especifique.

Juntei tudo, optando pela soma de todos os pontos.

– Sim. Eu acho, quer dizer, estou.

– Olha, é meio estranho isso tudo e eu sei que eu te deveria desculpas por tirar mais uma primeira vez_ Sorriu breve, seguido de mim._ Mas não vou dar porque eu, bem, eu realmente gostei. E, quem sabe, talvez não quisesse isso há algum tempo.

Jongin era outro filho da puta, bombardeado-me de palavras cuja as respostas eram tão diretas que necessitavam de respostas longas, e eu não poderia dá-las.

– E-eu não me arrependo, então não há o porque pedir desculpas...

– Ao menos foi em uma cama.

Oh, claro, cá estamos com Kim Jongin de volta.

– Que sorte a minha, não?!_ Respirei fundo, fitando a clavícula amorenada do Kim._ E o que vamos fazer agora?_ Pergunta inevitável, mas precisa. Ao menos para aplacar o estranho rebuliço de algo dentro da parte mais superficial do âmago. O mesmo algo que fazia meus dedos dos pés gelados.

­– O que você quer fazer?

– Não se responde com uma pergunta quando alguém te faz uma pergunta importante, bobo!

– Eu sei o que eu quero fazer, Kyung...

Durante alguns segundos, apenas acompanhei o peito de Jongin que subia e descia, quase como se dançasse uma música que só ele tivesse conhecimento.

– E o que seria?

– Eu quero poder te beijar, transar com você de novo e depois quero ir para casa. Quero tomar um banho, comer alguma coisa e ir para sua casa. Quero assistir filmes com você e depois, quem sabe, transar com você mais uma vez. E você, Kyung, o que quer fazer? _ E talvez aquele fosse o jeito Jongin de dizer que gostasse de mim e quisesse me namorar. Que quisesse me namorar e estar enamorado por mim. Mas e eu... O que eu queria?

Porque seria muito fácil se eu simplesmente houvesse me apaixonado romanticamente por ele em nossa primeira noite, e seria tão mais simples também. No entanto, a realidade dos dezoito anos é bem mais complexa do que livros e filmes americanos de defasadas comédias românticas podem tentar ser verossímeis.

A realidade é que eu estava confuso, plenamente. Mas suficiente esclarecido para me deixar levar pela pele amorenada e lábios fartos.

– Eu acho que quero estar com você, Jongin. E se isso vai nos levar a algo a mais, acho que não custa tentar. Mas você precisa prometer que, se não der certo, você não irá se afastar de mim só porque transamos algumas vezes.

– Justo.

E, naquele dia, nós saímos às pressas da casa de ChanYeol por mera discrição, Jongin voltou à minha casa as seis da tarde, nós assistimos à um filme indicado por minha avó e dormimos no sofá, sem sexo nem nada, mas com a simples companhia um do outro.

Ok, sem o romantismo em demasia. Dormimos sem sexo e sem nada até uma parte da noite, onde acordamos e fomos ao meu quarto, transando assim como Jongin disse que faríamos e, para deixar bem claro, com o meu total consentimento.

 

 

(...)

 

 

Os cadernos estavam espalhados pelo carpete do quarto de meu “mais que amigo e menos que namorado”. Era o ultimo trabalho que precisaria fazer para ele para quitar minha “dívida” consigo. Roupas que jamais usaria novamente e me renderam uma bela amizade colorida, ou quase isso.

– Jongin, o que você está fazendo com essa câmera?_ Pois enquanto eu sofria e colocava a prova meu intelecto, o outro simplesmente detinha uma pequena câmera em mãos, filmando-me por motivos que talvez só fizessem sentido para si.

– Estou capturando suas expressões faciais para quando rompermos daqui a alguns anos. Sabe, eu serei o namorado que chora e vê as fotos antigas, preciso ter bastante material.

– Nós mal começamos e você já pensa em terminar? Isso me deixa super seguro quanto ao nosso relacionamento futuro.

– Não precisa, você quem vai terminar comigo, logo você superará instantaneamente e ficará bem. _ Parei de escrever e olhei para si, erguendo uma sobrancelha com a pretensão de criar uma faceta incrédula.

– E o que te faz pensar assim?

– Não sei... Coisas.

– Você e sua prolixidade.

E fora a partir daqueles minutos e horas que se seguiram que nossas vidas rumaram à extremos da indiferença de dois “amigos” achegados em demasia para “adolescentes sujos e corrompidos moralmente” pela sociedade, ou pela maior parte dela.

– Kyung, sabe... Eu sempre quis te gravar.

– E não é isso que está fazendo agora?

– Digamos que o meu “gravar” se pauta em um eu e um você com menos roupas do que estamos agora...

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Quero amor, paixão e tesão u.u
Aljsdflnnkajsfnlkjasgnljkfdgn’
Tomara que tenham gostado do rango! Próximo capítulo sairá em breve <3
Beijo na bunda~


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