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História Kim Jongin e outros desastres - O que o carma entende, a boa sorte consente


Escrita por: BloodCherry e Juhvia

Notas do Autor


Olá, óvulos predestinados <3
Então, cá estamos com o ultimo capítulo dessa 3shot que era para ser oneshot.
Bom, muito obrigada pelo carinho que deram à ela.Eu e Juhvia ficamos muito felizes, mesmo *O*
Eu espero que gostem no capítulo, ele foi feito com muito carinho kasjdnksjadf
Boa leitura~

Capítulo 3 - O que o carma entende, a boa sorte consente


 

 

–Jongin, não acho que você deveria concordar com tudo o que eu falo, sinceramente!

Porque nem sempre você está certo e enxerga a opção mais coerente de acordo com a sua situação. Às vezes você simplesmente se deixa levar pelo mínimo resquício de sua própria idiotice e coloca outra pessoa igualmente idiota para dar força à sua ideia idiota como tal.

– Eu realmente acho essa coisa de “viramos/ somos revoltados” uma coisa bem legal. Pior do que estamos realmente não pode ficar._ Com suas calças rasgadas, uma blusa de uma cor só, uma jaqueta preta de couro – bem Cult conceitual e irremediavelmente cômica, se considerando um garoto que antes usava blusas do Iron men–  e um pentagrama pendurado no pescoço, eu não conseguia parar de pensar no quanto aquilo não poderia funcionar.

A hierarquia social era bem simples; quiçá sem personalidade, e tudo girava em torno do que você aparentava ser. E eu, Do KyungSoo, aparentava ser um adolescente criado pela avó, que prezava um bom café às tardes e gostava de ler livros de autores desconhecidos. E eu realmente era esse tipo de pessoa, sem tirar nem pôr.

Jongin aparentava ser o garoto que faz de tudo um pouco, que você se pega olhando-o a passar pelos corredores com outras pessoas e pergunta o por que de mesmo com aquela aparência brilhante, ele ainda se destoar tanto. 

Aparentávamos ser coisas que éramos, e romper com aquela imagem declarando o primeiro relacionamento homossexual plenamente assumido juntamente com toda aquela caricatura ridícula de “jovens pecaminosos, revoltados com o mundo”, não condizia com o que aparentávamos, nem mesmo éramos.

Pois muitas vezes as aparências enganam e outras elas simplesmente perduram e se dizem verídicas. E só, sem grandes teorias a respeito do quão injusto era a vida e de como ela poderia ser mais ou menos pior e injusta.

Portanto, instigar Jongin a romper com aquela linha simples e volúvel de aparências já não me era mais tão revolucionária quando me olhei no espelho e constei que ficava ridículo de calças skinny.

– Jongin, tire essa jaqueta horrorosa e vamos apenas ir à escola e ver no que dá. Ou pelo menos vamos tentar ir só para dizermos a nós mesmos que tentamos. _ Desabotoei minha calça, abaixando-a até a metade das coxas com uma dificuldade inumana.

­– Eu gostei dessa calça em você, fica sexy._ Jongin retirava a jaqueta e colocava sua típica blusa de quadrinhos em cima da branca, dando-lhe o ar do dancingboy que eu conhecia e gostava.

– Você tem problemas...

Já comumente vestidos e menos comumente preparados, levei minhas mãos aos seus cabelos, abaixando-os em sua típica franja sobre os olhos, sem aquele topete que lhe caia tão bem, mas ficava tão menos Kim.

– Agora podemos ir.

Assim que cruzamos os corredores, fora como se tivéssemos buzinas em todas as partes de nossos corpos, fazendo barulho para que todos olhassem para nós a cada mínimo movimento que dávamos.

Mesmo.

Não me designei a andar com a cabeça altiva assim como Jongin, mas também não a enterrei no chão, mesmo que vontade não me faltasse.

De esguia, olhei para ele, e sua expressão estava endurecida como mármore, segurando firmemente em meu pulso como se a qualquer afrouxo eu fosse engolido por aquele mar de gente infeliz, nutrida da má sorte dos outros.

– Você quer que eu te acompanhe até a sala ou consegue ir sem mim?_ Sussurrou rente aos meus ouvidos e mais olhares se designaram.

– Elementar, meu caro.

– Certo... Nos vemos no intervalo?

– Sim.

 

 

(...)

 

 

E assim eu me encontrava em um mundinho à parte, arrastado com meu consentimento meio mascarado de um “tanto faz” até a rodinha do eles.

 Park ChanYeol também estava lá, assim como toda a trupe de jogadores, pseudo valentões , alguns fornecedores de maconha, como assim reza a lenda, e eu e Kim Jongin.

– Há quanto tempo vocês transam?_ Com um pouco de cola na boca, eu quase engasguei, tossindo algumas vezes assim que ChanYeol se pronunciou, pela primeira vez de meus poucos sete minutos naquele lugar, diretamente à mim.

Olhei para Jongin e esse se remexia desconfortável.

– Isso não vem ao caso, ChanYeol. Assim você deixa Kyungsoo desconfortável._ Jongin desconversou, sustendo meu olhar.

– Vocês estão de brincadeira, né?! Desconfortáveis? Não me venham querer bancar os puritanos. Aliais, KyungSoo, belo desempenho._ Lançou-me uma piscadela desavergonhada, sendo acompanhada pelos outros garotos do grupo que mais tarde conheceria como Sehun, Lay, Kris e Suho.

Eu queria morrer. Na verdade, eu queria dar-lhe um soco no meio daquele rosto meio quadriculado e sair gritando aos sete ventos o quanto ele era um cuzão e, mesmo assim, apenas raspei a garganta, desconcertado.

–Você nem imagina o quanto, ChanYeol._ Assim que Jongin se pronunciou, falando de mim como se eu não estivesse ali, eu pisquei os olhos algumas vezes.

Pois interpretação não falha, ainda mais quando essa é acompanhada de um sorrisinho sarcástico, quase como se me denegrir ainda mais fosse algum desporto insignificante; como se eu fosse alguma cadela qualquer. E se assim, repentinamente, eu havia me tornado uma para si, iria atuar como tal.

Kim Jongin tendia a ser um verdadeiro idiota também.

– Posso fazer muito melhor, ChanYeol, acredite. _ Porque eu não era um prostituto ou um ator pornô, mas se Jongin decidira me tratar como um por pura conveniência, eu mostraria o quanto eu conseguiria me personificar em um.

E ele franziu as sobrancelhas, visivelmente transtornado.

– Eu acredito, Kyung. E como...

Eu nunca fiz do tipo que se insinua e “faz acontecer”. Eu era apenas o garoto baixinho do terceiro ano, portanto, ser tratado como objeto de um aparente desejo ainda me era estranho. Ainda mais se na mira de minha paixonite platônica e unilateral, ao menos há pouco tempo atrás.

ChanYeol abrira a boca algumas vezes, como se cogitasse falar algo, mas antes que pudesse verberar qualquer um de seus pensamentos, Jongin se levantava, dando a volta  para pegar em um dos meus braços levemente.

– O sinal já vai bater. Eu e KyungSoo vamos indo.

– Até mais, Kyung.­_ ChanYeol sorrira grande.

– Até, ChanYeol.

Eu mal conseguia acompanhar as passadas grandes de Jongin, nós dois parecíamos correr corredores afora, mesmo que não houvesse motivo para tal.

– Está com pressa ou isso tudo é apenas ciúmes?_ Com a voz mais firme que consegui, o segurei pelo braço.

Seu olhar fixou-se nos meus e eu sentia todo o seu descontentamento apenas pelo franzir de sobrancelhas.

– O que te leva a pensar que eu estou com ciúmes, Do Kyungsoo?_ De semblante irônico numa faceta ridiculamente falsa, Jongin tentava demonstrar o quanto era desprovido de gostares por mim. Ou era assim que pensava.

– E não está?

– Diga-me você... Estou? Eu pareço estar?_ Suspirou, amuando a expressão._ Eu apenas fiquei, sei lá, desconfortável.

–Caso não resolvesse ser estúpido e me exibir como um troféu se pouparia desse transtorno.

Porque Jongin era meu melhor amigo e quase amante, mas, principalmente, meu melhor amigo. E transar com ele não o faria menos transparente para mim.

– Eu sei. Me desculpe.

– Não é como se eu não tivesse revidado também...

De frente ao meu armário, suas mãos acariciaram levemente meus fios. Seu sorriso murcho prenunciava algo que remoia alguma parte de si.

– O que foi?_ Levemente incomodado com os olhares que mesmo os toques tímidos atraíam, afastei-me levemente.

– Nada. Apenas estou observando o quanto você fica bonitinho com o cabelo penteado desse jeito.

– Vai se foder, obrigado.

– Quer gravar outro vídeo?

 

 

Naquela semana, eu não fui acordado por minha avó nenhuma vez, na verdade, eu pouco a via. O posto daquele que me acordava ficava por conta do Dancing boy, esse mandava mensagens todos os dias, acordando-me vezes de maneiras mais criativas, vezes menos.

Quando o celular vibrou, percebi que já era hora de levantar.

“Kyung, não vou à escola hoje.”

Como assim meu companheiro de desventuras não me apoiaria no terceiro dia de minha ascensão social como o “garoto do vídeo pornô”? Eu, por mais que me apresentasse insólito quanto a opiniões alheais, ainda não me encontrava pronto para lidar com tudo sozinho, e Jongin deveria de saber.

“Sim, você vai.”

“Estou doente. Não vou.”

“Eu vou aí, se não tiver doente farei questão de te fazer ficar.”

“Ameaçador...”

Desci as escadas afobado, pronto para arrastar Jongin daquela maldita cama em que supostamente se encontrava e o fazer me apoiar emocionalmente naquele lote de concreto e desespero.

– KyungSoo... Não vai levar seu lanche?_ Assim que ouvi sua voz melodiosa, meio embargada, meio tímida, voltei-me lentamente para dentro de casa. As mãos enrugadinhas estendiam-se para mim com uma pequena embalagem de papel laminado.

–Oh, obrigado vó. Mesmo.

Assim que peguei meu provável sanduíche, deixei-o cair no mesmo instante pelo baque em meu rosto. Olhei para minha avó e ela me encarava firme, nenhum pouco surpresa por ter sido a primeira vez, em toda a minha vida, que levantava as mãos para me bater.

– Eu deveria te dar uma surra de verdade por ter se deixado expor dessa maneira. Mas já que já está feito e já me conformei com a ideia de não ser bisavó, eu não admito que deixe que te falem coisas ruins assim como à senhora Kim falou, entendeu? Eu não te criei para isso. E pegue esse lanche do chão antes que encha de bactérias!_ Balancei a cabeça, colocando-o na bolsa.

Minha avó era o tipo de pessoa que viveu demais; sabida demais e de opinião. Aquele tipo de pessoa que usava batom vermelho enquanto todas as jovens com que convivia ainda não haviam passado do hidratante labial.

E por mais que eu quisesse chorar feito um marica, eu apenas me contentaria com aquele seu carinho.

­– Eu vou à casa da senhora Kim agora.  Não acho que serei bem recebido, mas não custa tentar. Jongin está doente.

– Você gosta mesmo do menino Jongin, não é?!_ Com a face mais suave, realmente não sabia com responder aquela pergunta, mesmo que fosse retórica.

– Sim, eu gosto dele.

– Ótimo! Agora vá logo porque se eu for chamada mais uma vez na escola, você estará fopido!

– Fodido?

– Isso!

Deixei-lhe um beijo na testa e me pus em frente à casa de Jongin, optando por invadir sua janela ao invés de encarar aquela mulher assustadoramente preconceituosa pela porta da frente.

– Eu espero que você esteja realmente doente, Kim Jongin...

Assim que, com o maior esforço nunca antes feito por mim, subi na pequena arvore que ficava estrategicamente apontada para sua janela aberta e me impulsionei para frente, encontrei-o pular da cama pelo barulho nada sutil dos meus tênis contra o seu piso.

– Sabe, minha mãe trabalha e não está em casa. Você podia ter me mandado uma mensagem que eu te falaria.

– Você é um puto, sabia?

Caminhei até si, tocando-o a testa com a palma das mãos.

– E não está quente...

Jongin sentou-se na cama, suspirando com aqueles cabelos todos espalhados para todos os lados, mas, ainda sim, irremediavelmente charmoso. Era um desgraçado, e eu deveria parar de elogiá-lo tanto em pensamentos, caso contrário seu pensamento absorveria o meu por osmose e seu ego tenderia a crescer mais um terço.

– As pessoas ficam doentes sem estar com febre, doutor..._ Com a voz possivelmente rouca pelo desuso, Jongin puxou-me para a sua cama, sentando-me em cima de suas pernas cobertas pelo moletom largo.

Remexi-me ali, inocentemente tentando me ajeitar, e constei com pouca surpresa algo tomar forma no meio de minhas nádegas.

– Está sem cueca, Jongin? Mas é um desavergonhado mesmo.

– Quem está se remexendo é você..._ Depositara um selar leve em minha nuca, arrepiando-me todo.

– Pessoas doentes não transam, meu caro._ Porque se Kim Jongin realmente estivesse doente, a verdade seria descoberta com a frase conseguinte .

– Tem razão._ De coreano embolado em um muxoxo, deitou-se na cama, colocando os braços por de trás da cabeça.

– Está doente mesmo... Mas essa sua doença não nada haver com a mensagem que ChanYeol me mandou, certo?

Porque no dia anterior, Park ChanYeol me viera com os seguintes dizerem em um número desconhecido:

“Fiquei sabendo que você é realmente bom em física. Estou em apuros, pode me ajudar? Tenho certeza que Jongin não irá se incomodar.

Se sim, leve seus materiais para estudarmos após as aulas em minha casa.

PS: Park ChanYeol.”

– Não, e não é como se fossem transar. E se forem, também não é da minha conta.

Aquele tom de voz frio havia me pegado de surpresa, tais como seus olhos, esses me encaravam com um brilho frio que eu não conseguia decifrar.

– Quer dizer que para você tudo bem eu transar com Park ChanYeol?_ Meio descrente, não custava escutar com todas as letras o não audível. Ou melhor, aquilo que nunca pensei mais escutar.

Afinal, eu e Jongin, mesmo sem uma nomeação e dedos entrelaçados ao andarmos pelas ruas, ainda éramos algo no meio termo entre “amigos” e “namorados”. Certo?

–  Sim... Foi isso o que sempre quis, não é mesmo? Não é como se fôssemos namorados ou algo do tipo.

Kim Jongin sempre me fora muito transparente, mesmo nos tempos mais infantis de sua existência, eu poderia facilmente dizer que bala ele queria ao olhar para a vitrine de doces. Mas ali, com a voz amena ao olhar para mim, eu sentia como se realmente não fôssemos nada. Como se eu não mais do que seu amigo de infância e todos os nossos momentos íntimos não houvessem passado de um tesão momentâneo.

– Tem razão. Nós não somos namorados nem nada..._ Mesmo que falasse mais para mim do que para si, detive sua total atenção.

– Exato. Aliais, eu acho que agora que você é bem conhecido pela escola, você facilmente poderia entrar na listinha de garotos que ele já traçou. Se enquadra perfeitamente em nossa situação.

Aquele à minha frente, de olhos fechados e postura desleixada, corpo trajado por moletom e tom suave não haveria de ser o Jonginnie dancinboy por quem havia desenvolvido aquele sentimento vindo de não sei onde, que crescia não sei porquê. E se fosse uma de suas versões, eu realmente não a conhecia.

Porque aquele Jongin tinha língua ácida e palavras que machucavam.

– Tenho certeza de que eu me enquadro, Jongin. Aliais, você foi apenas o primeiro da grande listinha que farei a partir de hoje.

E diferente da amabilidade com a qual eu entrei pela janela e me dispus a curá-lo de sua enfermidade, eu saí pela porta de seu quarto ansiando que todas as enfermidades do mundo atracassem-no ali.

 

 

(...)

 

 

As aulas se escorriam como lesmas num tronco rígido pelo sol. Eu olhava para a janela e logo para o relógio com a mesma veemência com que encarava a mensagem de Park ChanYeol sobre meu celular em cima da mesa.

“Nos vemos na saída?”

Nos veríamos? Se sim, como seria?

Porque assim como Kim Jongin havia deixado bem claro, eu e ele nada éramos, e ele tinha razão, mesmo que a forma que suas palavras tomaram fossem ríspidas como si só. 

E eu sempre quis Park ChanYeol, certo? Quer dizer, eu sempre me declarei apaixonado por si e todo o seu jeito desmedidamente extrovertido. Sempre suspirei feito um ridículo apaixonado por sua altura e sonhei em acariciar aqueles cabelos bonitos. Então eu não deveria hesitar em uma oportunidade que poderia não mais se repetir, certo?

Porque de certezas a minha vida estava falha, mas de incertezas... Essas sim me tomavam a maior parte.

Com a resposta já digitada, eu apenas cliquei em enviar meu ultimato silencioso para toda aquela situação tragicômica.

“Sim.”

Quando o sinal bateu, mesmo as pontas dos meus pés adormeceram-se num nervosismo que eu deveria controlar. Eu não deveria estar tão receoso, e se pensasse melhor naquilo tudo, talvez explodisse em uma poça de interrogações no banheiro da escola.

­­– Vamos então, Kyung?_ A voz rouca soara em meus ouvidos, verberando-se numa malícia contida. Mas não contida o suficiente para que eu, em meu pleno conhecimento sobre jovens e seus comportamentos levianos, pudesse não notar.

– Sim, vamos.

Do caminho da escola até em sua casa foram poucos minutos de ônibus. E ele fora inteiramente regado por uma banda de Metal que eu não fazia ideia em meus ouvidos pelo fone de ChanYeol e seu inglês carregado de uma forma quase cômica.

Mas eu estava ali. Eu e Park ChanYeol finalmente estávamos lado a lado, na maior proximidade que eu poderia imaginar algum dia, caso não estive transando consigo em um certo cubículo repleto de produtos de limpeza.

Então por que-

– Chegamos._ Assim que abriu a porta, pude ver o quão bem organizada era aquela casa. Bem diferente de quando eu e Jongin vimos aquele dia.

Jongin. Kim Jongin. O dancingboy.

–Pode se sentar, se quiser. Eu vou buscar algumas bebidas..._ Como não fora uma pergunta, apenas assenti, perdendo-o de vista alguns segundos.

Baforei em minhas próprias mãos, checando o hálito em uma mania ridícula que não sabia da onde havia adquirido, talvez de Jongin.

Jongin. Kim Jongin. O dancingboy. Aquele idiota.

–Aqui está.

Dois copos de água gaseificada foram prostrados diante da mesinha de centro, perto do sofá onde eu estava sentado. Peguei um dos copos nas mãos, mas antes de conseguir levar o líquido até a minha garganta seca, ChanYeol segurara meus pulsos, avançando rapidamente até selar seus lábios nos meus.

E nos beijamos. Sua língua enroscou-se à minha assim como tinha de ser. Ele me pegava nos lugares que deveriam ser os certos, mas havia algo ali que não estava nos conformes, longe disso. Pois quando você está sendo beijado pelo garoto dono de seus pensamentos pelo ensino médio inteiro, a sua única preocupação deveria ser de como os seus lábios eram macios e não como o copo de água que ainda está na sua mão poderia cair e manchar aquele sofá bonito a qualquer momento.

Separei-me de si, mesmo ofegante, meio sem nada, e coloquei o copo de volta à mesinha de centro.

– O que foi?_ Seus lábios já, sem ao menos esperar uma resposta minha, iam se esgueirando para os meus novamente.

– Tem alguma coisa errada, ChanYeol... ­­­_ Pousei minhas mãos no seu peitoral, pedindo encarecidamente por alguma distancia.

– E o que há de errado?

Olhei para o rosto de traços bonitos, esses antes tão admirados por mim, e sorri com a constatação mais certa que há havia feito.

–Não há nada de errado. Está tudo como eu sempre quis. E sabe por que, ChanYeol? Porque eu sempre achei estar perdidamente apaixonado por você, mas agora, enquanto eu te beijo, eu não sinto o que eu sempre esperei sentir, sabe? E isso é tão frustrante... _ Levantei-me com uma aflição que não cabia em mim, sendo seguido por um ChanYeol sem entender muita coisa._ É frustrante porque eu tive que ficar nu e transar com outro cara para você notar que eu sempre assisti você. E agora, esse cara... Ele... Que merda, ChanYeol!

– V-você quer que eu abre a porta para você ir?_ Com o rosto risonho, só conseguir pensar no quanto Park ChanYeol deveria me achar uma piada. E eu realmente era...

­Caminhei alguns passos até si, olhando-o fixamente em suas bolotas grandes e brilhantes.

– Me beije mais uma vez._ Porque seria apenas a minha constatação final, só ter a certeza que não desperdiçaria a minha única chance por conta daquele imbecil.

– O que?

– Vamos, me beije mais uma vez!

E assim ChanYeol o fez, fechando nossas distancias com seus lábios de maneira lenta. Movia sua boca sobre a minha, segurando-me num abraço afável.

– E agora? O que sente, Kyung?

Com todas as minhas certezas incertas e todas as incertezas mais certas ainda, eu sorri feito o panaca que era.

– Eu não sinto nada, Park ChanYeol...

E aqueles foram os vinte minutos que eu mais corri em minha vida.

Eu tropecei, ofeguei, chorei e quase gritei.

Do KyungSoo estava com sua reputação arruinada, com a cabeça toda bagunçada e bastante nojento com aquele suor frio que escorria por minha fronte. Mas de forma imbecil, irremediavelmente imbecil até mesmo para a minha imbecilidade, eu só conseguia pensar no quão bonito Kim Jongin ainda conseguia ficar de moletom e dormindo com as pernas abertas feito um sapo e cabeça tombada para o lado.

– Kim Jongin, exijo que acordei agora!_ Lancei-lhe minha mochila, vendo-o dar um quase pulo da cama.

–K-k-kyungSoo?_ Com a cara toda amassada, eu apenas queria ter mais uma bolsa para socar-lhe com a cara.

– Eu sei que não quer saber por ser não ser meu namorado nem nada, mas eu estive com ChanYeol...

Em questão de ínfimos segundos, Jongin endireitou-se na cama, colocando no rosto aquela expressão implacável que eu passei a odiar.

– E então?

– Nós nos beijamos e..._ Suspirei, completamente rendido em me prostrar como um legítimo gay._ E só. Porque eu não consegui trocar um terceiro beijo e ir para a porcaria do armário de limpeza ou sei lá aonde. Agora me pergunta por que eu não consegui, Jongin._ Dito num fôlego só, eu quase  esqueci que estava emputecido consigo, quando toda a sua dentição mostrou-se para mim num daqueles sorrisos que faziam o resto de seu rosto sorrir também.

–E por que você não conseguiu, Do KyungSoo?

Jongin levantou-se da cama, caminhando numa lentidão tortuosa aonde me encontrava estupidamente prostrado.

– Eu não sei... Talvez porque eu ainda tivesse que te devolver aquela blusa ridícula dos Beatles que você me emprestou.

Esperava um riso soprado ou uma resposta igualmente estúpida, mas o que recebi fora a constatação de todas as minhas incertezas. Os lábios de Jongin juntaram-se aos meus e, naquele momento onde você tem tantas coisas para pensar, minha mente ficou em branco, apenas me deliciando quando suas mãos apertaram as laterais dos meus quadris, juntando-os aos seus.

– Eu também te amo._ Seu hálito quente chocou-se em mim, fazendo cócegas gostosas ao pé da barriga, por mais anatomicamente impossível que pudesse soar.

– Mas eu nunca disse que te amava, Kim Jongin.

– Não me ama?_ Com um sorriso nos olhos, as respostas eram desnecessárias entre nós.

– Talvez... Mas digamos que o meu “amar” se pauta em um eu e um você com menos roupas do que estamos agora...

E Jongin lançou-me aquele sorriso três quartos mais bonito do que seria saudável à quantidade de vezes que eu seria capaz de suster a respiração cada vez que o me mostrasse.

Porque ali, em meios aos lençóis com o cheiro gostoso que desprendia de sua pele,  o “ator pornô da sala 7” não existia. Havia apenas o garoto que, secretamente e em toda a plenitude do que restava de sua convicção a cerca de algumas poucas coisas, talvez gostasse mais do que seria saudável das blusas defasadas de quadrinhos e bandas dos anos oitenta de Kim Jongin, o dancingboy.

– Com câmera ou sem?

 

 

 


Notas Finais


E então? Acertaram os palpites? LKJSADNFKAJSDFN
Nós preferimos deixar o final em aberto mesmo... E agora fica à critério de vocês imaginar o futuro desses dois amigos/namorados/alguma coisa <3
Obrigada por lerem e comentarem.
Vocês são demais e nunca me canso de frisar o quanto vocês são importantes para a gente~
BEIJO NA BUNDA *OOOOOO*


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