História Kingdom Days - Ninth Chapter

Kyungsoo corria para fora do castelo. Após presenciar a morte de sua amada nada mais importava para ele. Queria fugir, ir para um lugar que nunca o encontrariam e onde ele poderia ser feliz ao lado dela. Sua visão estava embasada pelas lágrimas acumuladas que aos poucos caiam como gotas. Por que tinha que ser com ela? Por que ele não poderia ter morrido em seu lugar? Não aguentava mais seus planos dando errado.

Como se seu caminho tivesse sido traçado, se encontrava na frente da casa dela. Um turbilhão de emoções o preencheram. Os poucos momentos de felicidade e carinho que tivera. Adentrou a passos calmos e deixou outra lágrima cair. A casa, que fora sempre tão arrumada, estava toda bagunçada. Os livros jogados no chão, líquidos cobriam o tapete perto do caldeirão. Mas o cheiro dela continuava ali. Se ele fechasse os olhos, pensaria que ela estava ali com ele. E foi o que fez. Fechou calmamente os olhos e imaginou tudo o que eles passaram e o que passariam juntos. Sentia que ela estava ali, o olhando, e dando um dos sorrisos que sempre o matava. Ela ainda estava ali.

-D.o... – ele escutou a voz tão doce que tanto conhecia e abriu os olhos e se virou na direção que escutava.

Ela estava ali. Com o mesmo sorriso, este que fazia seus olhos ficarem menores, parecendo que estavam sorrindo também. Kyungsoo foi até ela na esperança de a abraçar e a levar para longe dali, mas o inesperado aconteceu.

Ele a atravessou.

Ele não entendia. Era ela ali e ao mesmo tempo não era. Sua expressão era um misto de confusão e espanto.

-HwaYoung... É você mesmo? – ele perguntou a encarando e ela deu um sorriso fofo.

-Continuas sendo tão tolo, meu amor. – disse levando a mão na bochecha de Kyungsoo, este que conseguia sentir o seu toque macio.

-Eu vi você morrendo na minha frente... Como estas aqui? – ela novamente riu.

-Estou aqui pois já sabia do meu destino, D.o. Sabia que seria morta, sabia que depois disso você viria aqui e meu tempo é curto para lhe explicar tudo. Só lhe peço uma coisa: trate sua futura mulher como se ela fosse eu. Estarei sempre lhe observando, e tudo que fizer com ela, farás comigo. E principalmente, seja feliz. – ela foi andando em direção da janela. – E sempre se lembre... Duas almas que nasceram para ficarem juntas nem mesmo as pessoas podem as separar. Em um futuro, estaremos juntos como hoje não estivermos. – Kyungsoo estava hipnotizado com as palavras dela, e só conseguia a seguir até a janela. – É a missão delas. – ela se sentou na janela e encarou Kyungsoo. – E por favor, nunca duvide do amor que sinto por você. – falando isso, colocou seus dedos no queixo do garoto e lhe beijou.

Por mais que ela ali não fosse real, seu beijo ainda era. Os lábios com sabor de morango silvestre ainda eram os mesmos. O beijo fora calmo, como se ainda fossem fazer isso diversas outras vezes, eles não teriam pressa. Mas se contradizendo, era apaixonado e melancólico, como uma despedida. E por um último momento, Kyungsoo se deixou levar pelo seu amor. O adeus, sempre foi algo difícil de dizer, mas ele deve ser enfrentado. Uma lágrima desceu suave do seu rosto, que foi limpada pelo polegar da garota, que separou o beijo sorrindo e deixando uma lágrima cair.

Logo asas de anjo brotaram de suas costas e ela voou. Voou como um pássaro esplendente. Kyungsoo só a vira partir, com a saudade já em amargurando seu coração. Uma pena cai calmamente em suas mãos. Branca e brilhante, assim como as asas do seu anjo que o salvara de todo mal.

Por mais que fosse difícil, ele faria o último pedido dela. Seria feliz e cuidaria bem de sua esposa, por mais que seu coração tivesse sido levado com a partida de HwaYoung.

-Isso não é um adeus, certo HwaYoung? Nós nos veremos no futuro, então é um até logo.

Pena que ele não se lembraria.

Os três viajantes haviam chegado ao seu destino. E mal chegaram e Elizabeth havia se encantado com o lugar. Seu rosto era um misto de animação e espanto. Como um lugar poderia ser tão belo? Queria viver ali para sempre. Não era diferente de Yixing, que estava maravilhado com o que via, somente Baekhyun mantinha um sorriso feliz, mas indiferente. Já conhecia o lugar, mas na primeira vez que estivera aqui teve a mesma reação.

-Uou... – disse Elizabeth descendo do pequeno veículo com a ajuda de Yixing e rodando parada no mesmo lugar, para sentir todas as coisas boas que ele exalava.

Ao terminar e girar, viu um garoto que parecia ser menor que ela conversando com um guarda. Suas roupas eram maravilhosas, dignas de um príncipe. Seu rosto era fino junto de seu nariz, igual a Elizabeth. E o cabelo dele parecia ter sido moldado pelos deuses.

-Ele se parece bem com você. – disse Baekhyun olhando para a mesma direção da garota. – Mas agora temos que almoçar. Conheço um lugar ótimo! – ele sorriu e se virou. Elizabeth ia fazer o mesmo, quando viu que o garoto a encarava fixamente, mas deixou isso de lado e se virou.

Os dois acompanharam Baekhyun até uma hospedaria com restaurante. Demorou cerca de quinze minutos para o pedido dos três ficarem prontos, mas a pequena espera havia valido a pena. A comida parecia ter sido feita por ninfas, de tão boa que estava. Cada detalhe... Parecia ter sido tudo planejado. Eles comeram até não aguentarem mais e Baekhyun pagou, pois era o único que tinha a moeda que circulava nesse reino.

Não demorou para saírem enquanto riam que Elizabeth sentiu alguém quase pulando em cima de si a abraçando por trás. Ao virar-se, viu que era o mesmo garoto que ela havia olhado.

-Não acredito que enfim te conheci, irmã... – ele disse a olhando com os olhos lagrimejados.

Parou de encarar o garoto e encarou o que estava a sua frente. Aparentemente, era a rainha do reino, ela pode perceber por causa da coroa que usava. Os cabelos dela eram da mesma tonalidade dos de Elizabeth, e suas mãos tampavam sua boca em uma atitude de espanto enquanto lágrimas caiam de sua face.

Nenhum dos três entendia o que estava acontecendo, mas a população ao seu redor comemorava, ou com lágrimas ou gritando: “Ela voltou! Ela voltou!”

-Do que estão falando? – a menina perguntou e o garoto que a abraçava a soltou.

-Bem vinda de volta ao lar! – ele disse sorrindo.

Kai já havia conversado com o rei e ele permitira a saída de Yifan para ir com ele, isso depois de muita insistência da parte de Jongin. Eles já estavam a caminho do reino, cada um em seu cavalo, mas Kai ainda tinha uma pergunta em sua mente. Onde estava o senhor que havia falado que parecia com seu pai? Ele havia o procurado, mas não havia sinal dele, era como se ele nem tivesse existido.

-Tem algo o incomodando, Kai? – disse Kris parando o cavalo e o olhando.

-Não... estou bem. – mentiu. Só queria saber mais sobre o seu pai e a única pessoa que poderia o responder havia sumido.

-Sei... – riu Yifan e pôs-se a andar.

Enquanto Kai tinha suas preocupações com o homem, Yifan pensava em como pediria desculpas a Elizabeth e se ela acreditaria na sua mudança. Ele mesmo não acreditaria, mas tinha que tentar. Ela não estava errada quando roubava para dar aos pobres, e por mais que seu orgulho acabasse consigo, ele deveria pedir as desculpas.

Um pouco a frente, eles viram vários corpos jogados no chão, aqueles em que o trio havia matado para se proteger. Yifan pensou em parar para ver se estava tudo bem, mas Kai o impediu como se previsse seus movimentos.

-Não pare, esses são mercenários. Devem ter perdido uma batalha aqui, e se tem esses aqui, devem ter outros escondidos. Só galope o mais rápido possível daqui!

E galopando, a poeira aos poucos ia subindo. Eles iam em direção de um recomeço, e que este seria o último e mais belo recomeço.

“Existem aqueles que não aceitam os desafios da vida e querem ficar da mesma maneira que eram. A estes damos o nome de museus.

Existem aqueles que aceitam qualquer desafio que apareça em sua frente. A estes damos os nomes de audaciosos.

Mas existem aqueles que estão no meio termo. Não aceitavam o novo e o diferente, mas logo passam a querer mudar. A estes damos o nome de recomeçados.

Cada recomeço é uma nova chance, por isso, não tenha medo do escuro.”