História Kingdom Days - Sixth Chapter

Kyungsoo saiu cedo e estressado do castelo. Ele tinha que falar com HwaYoung sobre o perigo que estava os cercando, mas algo o dizia que ela já sabia. Como era cedo foi fácil sair sem ser notado e logo já estava rumo a floresta com passos rápidos e ágeis.

Aos poucos viu a casa da garota e foi diminuindo a velocidade. Ali estava muito quieto, algo que o deixava apreensivo. Sempre que chegava ali se sentia revigorado, mas hoje em especial estava diferente.

Vazio.

Era isso que ele sentia na atmosfera. Mesmo sendo falta de educação, o mesmo abriu a porta da casa e entrou. O cheiro de margaridas que ela exalava ainda estava ali, em toda a extensão da casa. O que estava de errado então?

Foi aos poucos entrando, e logo descobriu o motivo de tal silêncio. HwaYoung dormia como um anjo, enrolada em um manto grosso. Ele a fitou sorrindo, vendo que toda a preocupação que tivera fora atoa. Chegou perto dela para observa-la melhor e ficou encantado em como seus traços do rosto eram leves e suaves.

Era como um anjo.

Ela era perfeita. Ele não hesitou a levar sua mão direita nos cabelos dela e ali fazer um pequeno carinho. Podia sentir o quanto eles eram macios e brilhosos. Seu cabelo o lembrava da mais bela e pura seda.

A garota aos poucos foi despertando com o bom carinho que recebia e ao cruzar seu olhar com o dele deu um pequeno sorriso.

-O que fazes aqui hoje tão cedo? – ela disse com a voz sonolenta.

-Queria falar com você. Passar mais tempo com você e ter nossas conversas estranhas. – ele suspirou –Ontem foi muito estressante.

-Eu entendo. – ela disse, mas aos poucos foi recebendo sua consciência e rapidamente teve a face vermelha.

Kyungsoo no início não entendeu o por que dela estar assim, mas foi ela jogar o travesseiro em seu rosto ele entendeu.

Ela não dormia com uma roupa, ou pelo menos não era possível ver uma alça.

-Saí daqui! – ela gritou envergonhada e antes que levasse outro travesseiro na cara, Kyungsoo saiu também vermelho.

Se encostou na parede e ficou a esperando. Seu coração batia rápido e sentia que seu rosto ainda estava quente. Sabia que quando ela aparecesse iria levar um tapa na cara. Mas se arrependia de ter entrado? Claro que não.

Não demorou e a garota saiu do quarto meio avermelhada, mas não estava irritada. Sabia que Kyungsoo não sabia que ela dormia nua, e quem iria saber? E afinal, ela não adivinharia que ele iria vir falar com ela tão cedo.

-Sobre o que gostaria de falar? – ela perguntou o olhando nos olhos. A única pessoa que podia olhar nos olhos dele sem ele se irritar.

-Você tem notícias de Snow?

-Não, desde ontem de manhã não o vejo mais... – ela suspira triste –Por que?

-Creio que o chefe da guarda do reino o matou. Chegou no palácio ontem à noite com um chifre... Peço perdão por não ter feito algo. – ele disse abaixando a cabeça e olhando para seus pés.

A garota ficou abismada. Snow tinha medo até mesmo de insetos, ele não faria mal a ninguém. Mas sabia que a culpa não era de Kyungsoo. Então fez uma coisa que jamais pensou em fazer na sua vida: foi até ele e o abraçou, fazendo o mesmo se assustar.

-Não se culpe. O que houve não tinha nada a ver com você, Kyungsoo...

-D.o... – ele disse deixando uma lágrima cair e retribuindo o abraço.

-O que? – a garota perguntou confusa, limpando a lágrima do outro com o polegar.

-Me chame assim a partir de hoje, por favor. Kyungsoo foi um nome que recebi de alguém horrível. Não quero ser como ele.

E ali ficaram. HwaYoung deixou Kyungsoo chorar em seu ombro. Ela sabia que o mesmo passava por muita coisa difícil e que era complicado para alguém tão jovem lidar. E também pois sentia algo por ele.

Estava presa em um feitiço que não havia lançado.

Amor.

Lay corria pelo calabouço. Ficou sabendo quando a menina seria executada, e ele não podia deixar isso acontecer. Ao chegar na cela dela, a viu deitada no chão dormindo.

-Elizabeth! – ele a chamou, fazendo-a o olhar. –Você tem que fugir!

-Eu sei Yixing. Mas meu pé ainda dói um pouco, se não já tinha tentado. E além do mais, eles não vão me matar agora. Acabei de chegar.

-Você não está entendendo. Eu ouvir Yifan dizer que será executada a tarde! – disse fazendo a garota arregalar os olhos. –Se prepare, eu vou procurar as chaves da sua cela, logo estarei aqui.

O garoto novamente correu. Agora teria que conseguir as chaves, e somente uma pessoa ali as tinha. Yifan. Teria que arranjar alguma desculpa para pegar aquelas porcarias, mas não sabia o que usar.

Subiu as escadas do calabouço e finalmente viu a luz do dia. Fazia muito tempo que não via o Sol daquela maneira. Mas teve de deixar sua apreciação da paisagem para mais tarde e correu até o chefe.

-Chefe Yifan! – ele disse se aproximando. –Pode me dar as chaves do calabouço? – perguntou recebendo um olhar desconfiado do outro.

-Posso saber para quê? – e essa pergunta pegou de jeito Yixing.

-Bom... Aquela garota que chegou está reclamando muito de dor no tornozelo. Queria fazê-la calar a boca.

-Entendo. – Yifan deu um sorriso de lado e lhe jogou as chaves. –Passar um tempo ali finalmente te mudou. Vai começar a ser mais respeitado. –disse se virando e indo embora.

-Agradeço! – gritou Yixing que normalmente voltou a correr, desta vez até o calabouço.

Ao chegar na cela viu a garota já de pé, pronta para o que precisasse fazer. Lay estava meio ofegante devido a tanta correria. Começou a testar as várias chaves no cadeado.

-Obrigada, Lay. Eu possivelmente estaria em um caminho sem fim se você não tivesse me ajudado. – ela sorriu, que foi retribuído pelo outro.

-Coisas boas acontecem com pessoas boas. – ele disse abrindo a porta da cela e a deixando sair. –Precisamos achar um disfarce para você e lhe dar uma espada caso precise. Você irá para outro reino e...

-Eu? Espere, Lay você deve ir comigo. Se ficar aqui será um traidor! Não me deixe ir sozinha, você...

Lay sorriu e concordou com a cabeça. Iria pelo menos leva-la com segurança e depois voltaria sem ela saber. Ele pegou duas espadas que estavam presas na parede.

-Vamos, vou te levar até minha casa. Te arranjarei algo para não ser vista, e assim poderemos fugir.

A casa de Lay era ali perto, e como ele conhecia todos os horários dos guardas e por onde eles passavam, chegaram até lá sem serem vistos.

-Tome. – o garoto a entregou uma capa. – Agora iremos para o outro reino..

-Eu gostaria de passar em um lugar primeiro, Yixing. – ela sorriu e foi com ele até esse lugar calmamente.

Ela tinha que dar explicações a certas pessoas.

Baekhyun já havia preparado suas coisas e estava quase saindo do reino. Ao passar a cavalo pela mesma praça que conhecera tantas pessoas, viu uma ali que chamou a atenção dele.

HyoSun.

A mesma ao vê-lo sorriu correndo em sua direção.

-Eu vi que várias pessoas lhe deram presentes de despedidas aqui, e não queria deixar-lhe partir sem entregar-te o meu. – ela sorriu tímida e lhe deu uma pequena muda. –E-essa é uma muda da flor que me deu. Por favor Baekhyun, não se esqueça de mim.

-Eu nunca te esqueceria, nobre dama. – sorriu, fazendo a garota corar e sorrir ainda mais forte, logo depois voltando para sua carruagem.

Ele olhou a muda em sua mão e sentiu uma alegria em seu coração, e a olhou partindo em sua carruagem. Este seria o bem mais precioso do rapaz, e ao chegar na sua casa, plantaria a doce flor.

Subiu em seu cavalo e foi calmamente seguir seu caminho.

Kai andava pelo reino. Ninguém ali falava sobre a garota que ele procurava, mas a instruções da rainha foram muito claras. Queria entender tudo o que acontecia ali, mas em sua mente, ele só pensava o pior.

Resolveu perguntar uma última vez a um senhor que ali estava que lhe era familiar, e que batia com as descrições da rainha.

-Perdão, mas o senhor conhece uma donzela de cabelos ruivos e olhos azuis? – o senhor o olhou e sorriu.

-Claro que conheço. – nesse momento um sorriso sereno bateu no cavaleiro. – Ela foi presa injustamente Kai. Roubava dos ricos e dava para os pobres, será executada hoje ainda. – e assim seu sorriso foi embora.

-Agradeço imensamente pelas informações. – disse e foi se distanciando em direção do palácio e conseguiu escutar algumas palavras do senhor, que vieram como uma martelada em sua cabeça.

Você se parece muito com seu pai, Jongin.

Queria voltar e perguntar como o homem conhecia seu pai, mas não tinha tempo. Sua missão principal era encontrar a garota e depois resolveria os outros assuntos.

Andou um pouco mais e avistou o chefe da guarda e o parou.

-Fiquei sabendo que existe uma donzela de cabelos laranjas presa aqui. Gostaria de falar com ela.

Yifan se assustou com o pedido. Por quais motivos ele queria falar com a ladra? Mas como não podia ir contra as ordens dele já que o posto dele era muito maior que o dele. Concordou e foi na direção do calabouço, e por um momento, achou ter visto Lay correndo para algum lugar, mas fingiu não ver e falaria com ele depois.

Ao chegar no calabouço, viu que uma cela estava aberta. Ao chegar, não havia sinais da garota. Isso fez Yifan ranger os dentes. Sabia que não deveria ter confiado em Lay, mas mesmo assim o fez. Voltou calmamente a superfície tentando esconder sua raiva e foi até Kai.

-Ela não está mais ali, alguém a levou. Mas acho que sei onde deve estar.

A garota não perdia por esperar.

Xiumin e Tao andavam até a árvore que brincavam quando pequenos, e a saudade da ruiva ali só aumentou. Xiumin tinha vontade de chorar e o amigo o apoiava.

-Eu queria vê-la mais uma vez. Mas não em uma forca como será hoje. – disse Xiumin triste.

-Te entendo. Eu não quero perder alguém de minha família, mais uma vez... – disse secando uma lágrima.

Eles escutaram passos se aproximando, e ao se virarem, não acreditaram no que viram.

-Garotos... – a ruiva sorriu, levando um abraço de urso de Xiumin.

-Você está bem? Te machucaram? Como saiu de lá? Não vai ser executada hoje? – ele a encheu de perguntas.

-Acalme-se. – riu Tao. –Fico feliz em te ver novamente, irmã. – ele disse e olhou para trás onde um guarda os olhava. –Para trás! Desta vez não deixarei ele te levar embora! – disse a empurrando para atrás dele.

-Não te preocupes. Esse é Zhang Yixing, ou Lay. Ele me tirou do calabouço e vai me ajudar a fugir.

-O que? Fugir? – Xiumin perguntou preocupado e selou a testa da menina – Não vá embora, fique comigo. Temos um futuro tão belo juntos.

-Este é meu desejo. Mas se eu ficar aqui vocês serão presos e executados comigo. Os guardas virão atrás de mim. O que menos quero ver é quem eu amo morrendo.

-Então nós iremos com você. – disse Tao.

-Não! Nossa mãe iria ficar sozinha, já que ela é idosa demais para nos acompanhar. Fiquem e cuidem dela. – ela deu um abraço no irmão e selou Xiumin. Todos ali tinham os olhos cheios de lágrimas. –Eu voltarei para busca-los e viveremos felizes nesse novo reino. – ela sorriu deixando as lágrimas caírem e foi na direção de Lay. – Meninos, não olhem isso como um adeus, e sim como um até logo. Estamos sempre juntos, pro que der e vier, se lembram?

Ela deixou algumas lágrimas caírem, fazendo Xiumin deixar uma cair também, logo a limpando.

-Sempre juntos. –Xiumin começou.

-Até quando as estrelas desaparecerem. – continuou Tao.

-Se sentirem minha falta olhem para as estrelas. Estarei as olhando do outro reino, e assim estaremos ligados. – ela disse se virando e indo embora.

-Lay! – gritou Xiumin, fazendo o outro se virar. – Cuida dela.

Lay concordou com a cabeça e foi até a garota. A levaria de qualquer jeito para o outro reino, só tinham que esperar até o dia seguinte para a carona chegar. Até lá a protegeria de tudo.

“O destino está em nossas mãos. Passado e futuro, tudo está interligado. O que faz no passado tem uma consequência no futuro.

Cada um tem o próprio futuro, e por causa das diversas coisas que acontecem conosco, nem mesmo as melhores videntes podem o desvendar.

Você é o único que poderá saber o futuro. Se acalme e se escute. Essa é a chave.”