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História Kingdom Of Starshine - A Princesa Perdida - Capítulo II - Adhara


Escrita por: reverie49

Capítulo 2 - Capítulo II - Adhara


Fanfic / Fanfiction Kingdom Of Starshine - A Princesa Perdida - Capítulo II - Adhara

Da varanda observo tudo o que acontece fora do meu quarto, todos tem um longo trabalho nessa semana. A cada dia que se passa o dia do meu aniversário se aproxima e não podemos parar.

- Com licença, princesa - Regina, minha criada fala abrindo as grandes portas da varanda para vir até onde estou. - Deneb está te esperando lá fora.

- Obrigado por me avisar Regina. Quando voltar quero que já tenha arrumado todo meu quarto, não esqueça de tirar aqueles vestidos que não quero mais. - lhes aviso enquanto caminho até a porta principal.

Faz pouco tempo que Regina se tornou minha criada, por isso ainda dou ordens que ela já deveria saber. A outra criada ficou grávida e decidiu viver com sua família.

- Como quiser Adhara. - ela vem logo atrás de mim - A rainha mandou avisar que vai te esperar para o chá

- Avise que poderei me atrasar, mas que irei assim que possível.

Abro a porta rapidamente fazendo com que Deneb tome um susto e acabe dando um pequeno passo para trás.

- Quando vai aprender a ser pontual? Estou te esperando há dez minutos. - falo desejando o bom dia que ele realmente merece.

- Também adoro te ver logo cedo Adhara. Desculpe a demora é que tive alguns problemas. - ele fala passando a mão na nuca, gesto que ele sempre faz quando sabe que está errado.

- O que foi dessa vez? A criada lavou todas as suas roupas juntas e as brancas ficaram manchadas? Ou tinha uma barata dentro do seu sapato? - falo olhando para ele e solto alguns risos.

- Você não poderia ter acordado melhor - ele diz estirando sua mão para mim.

Ficamos lado a lado e caminhamos para o primeiro andar que é onde o estilista nos espera.

- Você sabe que Erick não aceita atraso. Então você irá se explicar dessa vez.

- Tudo bem. - ele não me olha, continua caminhando de cabeça erguida e se comunica com os guardas que passam por nós.

- Eu tive algumas ideias para o vestido. - falo mudando de assunto e me animo com meus próprios pensamentos.

A noite passada fiquei pensando como seria o vestido. Nunca deixo que esses eventos passem em branco por mim.

- Pensei em algo chamativo, acho que vermelho cairia bem. - ele fala sorrindo

- Eu gosto da cor, no entanto quero algo diferente.

- Costa nua?

- Não, já usei no último baile que teve aqui - não me lembro o motivo da comemoração, porém o meu vestido era de deixar o queixo de qualquer um no chão.

- Decote diferente?

- Você sabe o que acho sobre decote

- Então o que quer? Não me vem nada na cabeça. - ele me olha com cara de dúvida.

Mesmo sendo mais novo que eu Deneb é bem alto, só que sempre estou de salto, então ninguém nunca ver isso e mesmo assim ele ainda precisa abaixar a cabeça para que consiga me ver.

- Irei dizer minhas ideias assim que falarmos com Erick, quero saber se ele irá concordar. Caso contrário irei pensar em algo melhor com a ajuda de vocês dois.

- Está me fazendo um suspense? - agora ele para e me olha sério.

- Não seja bobo e não podemos parar agora, estamos atrasados por sua culpa. - troco em seu nariz fazendo-o piscar algumas vezes. - Vamos.

Voltamos a andar e logo chegamos à sala em que Erick está no esperando.

Erick é nosso estilista há poucos meses, ele morava em uma cidade que nunca lembro o nome, e se mudou para ganhar mais dinheiro com sua profissão.

- Bom dia Erick - falo abrindo a porta sabendo que ele só está nos esperando, então não tem porque bater na porta.

- Quinze minutos atrasados - ele reclama nos olhando.

Olho para Deneb que logo se distância de me para ir até a cadeira ao lado de Erick.

- Tive problemas antes de vir. Não iremos mais nos atrasar.

- Assim espero.

Por mais que eu e meu irmão sejamos da realeza e tenhamos que estar mandando Erick fazer o que desejamos, ele se põe como um ótimo profissional no momento em que nos atende como qualquer outra pessoa. Para ele ninguém é mais importante ou precisa de uma atenção melhor.

- Já fiz alguns desenhos para você Adhara - ele me entrega algumas folhas com seus esboços.

- Eu tive algumas ideias, quero uma diferença essa vez.

- Quando você não quer chamar atenção?

Contei minha ideia para Erick e ele achou que poderia dar certo, mas como não tínhamos muito tempo não sabia se conseguiria entregar no prazo. Enquanto eu escolhia o modelo perfeito, Deneb falava para Erick como queria seu traje.

- Papai e mamãe já vieram aqui? - pergunto curiosa. Essa semana não tive tempo para falar com eles, nem mesmo nas refeições que fazemos juntos.

- Já tenho tudo pronto. Eles vieram bem antes porque sabiam que o seu vestido iria dar um pouco de trabalho.

- Você pode pedir mais ajudantes caso seja muita coisa.

- Eu vou conseguir.

- Eu espero. Sabe que é meu aniversário e nada pode dar errado. - falo o encarado. Todos sabem o quanto essa data significa para mim.

- E você sabe que todos os seus desejos são como uma ordem.

Depois que Deneb fez sua escolha deixamos Erick começar o seu trabalho, ainda precisamos fazer uma ou duas provas durantes os próximos dias e ainda hoje ele quer nos encontrar para ver se tudo está caminhando como queremos.

Deneb falou que precisava fazer alguns estudos e me deixou sozinha. Eu caminhei para o grande salão onde encontrei uma grande mesa cheia de comida, era hora de decidir todas as comidas da festa.

Experimentei boa parte dos doces e decidi que só alguns seriam pedidos, nos salgados pedi um pouco de cada um, o jantar foi escolhido pela mamãe e o bolo já encomendei há alguns dias atrás. Por fim, algumas bebidas me esperavam, mas exigi que o papai decidisse por mim, ele sempre foi melhor que eu para isso.

Antes que eu pudesse ir para o quarto um guarda me avisou que a florista já havia chegado com algumas amostras e que o sapateiro logo chegaria.

Pedi para que ele mandasse o sapateiro se encontrar com Erick para eles combinarem suas produções.

Caminhei para o segundo andar e fui para a última sala do corredor encontrado várias flores espalhadas.

- Boa tarde princesa. - uma criança falou fazendo uma reverencia

Boa tarde? O tempo passou tão rápido que não percebi que já estava perto de encontrar minha mãe. Não almocei, contudo ter feito a prova das comidas fez com que minha fome sumisse.

- Boa Tarde

Caminho pelo quarto e observo todas as flores, algumas são bem bonitas e outras já não posso dizer o mesmo. Eu desejava algo clássico e que tivesse um toque da minha personalidade.

- Você acha que as naturais dariam certo? Estou vendo que algumas já estão murchas. - falo com a florista que apenas me observa enquanto ando de um lado para o outro.

- Desculpa princesa é que não moramos muito perto então não dava para pegar uma amostra de todas hoje. As que estão murchas são as que peguei ontem. - em nenhum momento ela me olha, apenas mexe no seu avental que está um pouco sujo de terra.

- E como vai fazer no dia da festa se nem no dia da escolha tudo está bonito? Caso não seja capaz de trazer todas em bom estado posso pedir para outra floricultura fazer.

- Iremos nos mudar para mais perto antes do seu aniversário. Trarei as flores em bom estado, garanto que estarão lindas durante toda a comemoração. - a criança que suponho ser sua filha tira o sorriso do rosto e vai até a mãe que a abraça.

- É o que eu espero.

Escolho flores na cor branca, rosa e vermelha. Dois tons clássicos e tradicionais, e um forte para representar com chave de ouro quem realmente sou, acho que não poderia ter feito uma escolha melhor.

- Obrigado por confiar em mim. - mãe e filha fazem uma curta reverencia antes que eu possa sair.

Não a respondo apenas saio da sala praticamente correndo para o jardim onde provavelmente minha mãe já esta me esperando.

Chego ao jardim com a respiração acelerada por ter feito uma pequena corrida, avisto minha mãe no meio do jardim, pronta para o nosso chá. Alguns guardas estão ao seu redor, nessa época qualquer perca de segurança pode ser fatal.

- Oi mamãe. - falo chegando perto dela e segurando seu ombro - Me desculpa pela demora estava e ainda estou cheia de coisas para fazer. - dou um beijo em sua cabeça antes de sentar de frente a ela.

- Como está a preparação? Anda muito animada?

- Está tudo em um ótimo ritmo, pelo menos é o que eu acho - dou uma pequena risada - Não vejo a hora desse dia chegar, já são dezoito anos de vida, isso não é encantador?

- Claro que é filha. Lembro-me quando era o meu dia, já havia visto o seu pai por algumas revistas e ele veio no dia do meu aniversário de dezoito anos que foi quando nos conhecemos.

- Você nunca havia me contado isso.

- Acho que nunca compartilhei isso com ninguém.

- E porque não? Tenho certeza que é uma ótima história para acompanhar o nosso chá.

Antes que ela possa responder começo a nos servir. Sempre tomamos chá quando temos um tempo, nunca deixamos as criadas nos servir porque é o momento em que conversamos coisas nossas. Desta vez com os guardas ao nosso redor falamos um pouco mais baixo para que não saiam por aí espalhando história. Aqui nunca podemos confiar verdadeiramente em alguém.

- Não é como um conto de fadas que te contei quando era menor, mas para mim ela significa muito.

- É o seu conto de fadas mamãe não poderia ser mais especial. Foi você e o papai que escreveram essa história.

- Pode ser por isso que nunca compartilhei, é o nosso conto.

- Não vai fazer uma desfeita para sua filha vai? - pergunto e ela começa a rir.

- Tudo bem. Na minha festa de dezoito meus pais fizeram questão de chamar todos os reinos próximos, principalmente, os que tinham príncipes. Eles queriam que eu me casasse o mais rápido possível e nosso reino estava passando por um momento ruim, então precisamos nos juntar com outro reino. Na noite dancei com todos os príncipes que vieram, meus pés doíam de tanto dançar e por, todavia não soltei os sapatos por nada, precisava mostrar ser uma boa princesa. Falei com todos e nenhum parecia ser bom o suficiente para mim até o seu pai pedir para dançar comigo. Lesat foi atencioso e só dançou uma música comigo e depois caminhou comigo pelo jardim onde ele fez questão que eu tirasse os sapatos e deixasse-o levar durante nossa pequena caminhada, em pouco tempo já estávamos sendo bons amigos. Depois da festa demorou um pouco para nos encontrar novamente, até que atacaram o nosso reino e para os meus pais, depois do ataque a primeira coisa a fazer seria arrumar um noivo para mim. Eu não tive escolha, nosso reino precisava e eu não deixaria que as coisas piorassem quando eu poderia resolver isso. Comuniquei a minha mãe sobre o Lesat e ela disse que se pudesse seria o primeiro reino que iríamos. Depois de longas lutas conseguimos ficar juntos. - ela contou tudo com um sorriso no rosto, seu olhar demonstrava que eram boas lembranças.

- Por que longas lutas? - a questiono tomando o último gole do chá.

- Os outros reinos também precisavam de uma princesa, no entanto, eu queria o seu pai e não outro príncipe. Foi difícil conseguir casar com ele sem que uma guerra acontecesse com o nosso reino e os outros.

- Levou muito tempo para conseguirem ficar juntos?

- Dois ou três meses - ela falou mais continuou pensando é como se não tivesse certeza sobre sua própria resposta

- Tudo isso? - quase gritei com o espanto. Eram mais de oito dias esperando por algo que realmente almejava.

- Nada se resolvia tão rápido como hoje.

- E quando ficou grávida de mim? - outra história que ela nunca havia contado e que eu já havia imaginado de mil modos possíveis. - Foi algo planejado?

- Sempre quis ter filhos, mas nenhuma gravidez foi realmente planejada.

- O papai queria filhos?

- Ele nunca falou se queria ou não, mas de qualquer jeito precisaríamos ter, caso contrário quem seria ou próximo rei ou rainha?

- Realmente não faz sentido a tia Zaniah nem tem filhos.

- Você sabe que ela não pode ter filhos por alguns problemas. Ela deseja filhos mais do que desejei em toda a minha vida.

- Acha que posso ter esse problema dela? Será que não posso ter filhos? - minha voz sai com mais preocupação do que eu imaginava

- Acho que não, ela é a primeira da família a ter esse problema

- Mas e se eu tiver isso? Eu quero ter filhos, não muitos, mas quero.

- Você vai ter lindos filhos querida. Irei cuidar deles ao seu lado.

- Sempre sonho alto assim?

- Não, isso veio depois de um tempo.

- Já imaginou que posso não casar? Provavelmente não ache a pessoa certa para estar ao meu lado. Eu nem mesmo sei o que é o amor.

- Como pode imaginar isso Adhara? Você é uma bela princesa vários garotos devem ser interessados por você.

- Às vezes, a pessoa certa pode estar no lugar errado e na hora errada.

- Então procure o lugar errado e esteja lá na hora errada.

- Mas como vou saber isso?

- Desculpa atrapalhar o chá das senhoritas. Lesat chama a senhora em seu escritório. - um guarda que já vi algumas vezes fala conosco, porém não está perto de nós, por respeito ficou em uma certa distância para não escutar o que falávamos.

- Com licença filha. - ela se levanta e antes de ir deposita um beijo em minha bochecha. - Nos vemos no jantar.

Porque ela não pode esperar cinco segundos para me responder? Não suporto ficar com dúvidas em minha cabeça. O que seria tão importante para meu pai ter que chamá-la agora? Ele sabe que esse é o nosso único tempo juntas. Porque estraga tudo? Porque ninguém me entende? Eu preciso de atenção e de pessoas que me amem.

Passo a mão direita por toda a mesa deixando tudo cair na grama, emburro a mesa para o lado contrário que as coisas caíram, tiro meus sapatos e os jogos para qualquer direção.

- Odeio isso - falo em meio às lágrimas que descem em meu rosto.

Os guardas se aproximam, mas antes que possam chegar perto de mim saio correndo. Eu só precisava ficar sozinha agora.

Corri para o meu quarto o mais rápido possível, acabei batendo em duas ou quatro criadas só que no momento nada me importava.

Finalmente chego ao meu quarto e pulo em cima da cama tentando esconder todo o barulho que eu faça pelo choro.

- A senhorita quer alguma coisa? - alguma criada que percebo não ser Regina pergunta.

- Me deixa em paz, saia daqui. AGORA - Meus olhos estão cheios de lágrimas e por isso não consigo ver quem era, porém, saber qual era a criada é a última coisa com que eu posso me importar agora.

Deixo todas as lágrimas saírem e espero que meus soluços passem para que eu possa me recompor. Me sento na cama e tento ficar mais calma.

Quando já estou em perfeito estado, tiro a ultima gaveta do criado mudo e pego o caderno que está no fundo falso. Escrevo algumas coisas e quando termino todo o meu desabafo percebo que as lágrimas voltam, mas dessa vez com menos frequência do que antes.

Aos poucos vou rasgando cada parte do meu vestido que um dia já foi considerado meu preferido. Cada desabafo vai saindo de mim quando consigo rasgar uma parte diferente do vestido.

Toco a campainha para que Regina venha até mim e não demora muita para que ela chegue.

- Antes de qualquer coisa quero que não fale a ninguém sobre isso. Quando sair queime o vestido.

- Posso saber o que aconteceu? - ela se aproxima me olhando com tristeza.

Não é a primeira vez que ela me vê assim, mas de todas as outras essa com certeza foi a pior. Esse é o único segredo que tenho com minhas criadas, sempre confiei nelas o suficiente para poderem me ver assim e não saírem espalhando por todo o castelo

- Não quero falar sobre isso. Por favor, esquente a água preciso de um banho.

Enquanto ela prepara tudo escondo o caderno novamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível.

A única coisa que eu desejo é que ela possa me escutar uma vez como realmente mereço.

Não importa o que pensem ou o que dizem, só eu sei o que passo e o porquê de ser assim com as pessoas.



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