História Kitsune: As nove caudas - Por você...

POV’s Yuuka On

Era uma garota de cabelos negros e olhos azuis-claro, com acessórios entre o rosa e o amarelo com um sorriso futil no rosto. Ela andava até nós, e pela cara da Kiki e do Kakeru, não era amiga.

-Quem é a ruivinha? - Pera, ela tava falando de mim?

Kiki se levantou com as mãos firmes na mesa.

-Vá embora ASHLEY!! - berrou.

Ashley fez cara de reprovação.

-Não vim falar com você garota-tigre. Tô aqui pelo Kaki.. - Ela abraçou o Kakeru pondo a echarpe rosa para trás. Kakeru a ignorou e me puxou pelo pulso enquanto Kiki vinha atrá bufando.

-Vamos pra aula Yuuka…

-O que? Tá namorando essazinha agora? Achei que você era melhor que isso Kaki. Sabe.. eu ainda lembro de nós dois..

Kakeru parou.

-Você beijava bem Kaki.

Ele virou para ela, com olhos tremendo de ódio, mas não fez nada. Olhou para frente e voltou a me puxar (sério meu pulso tá doendo)

-Você podia andar com gente melhor que essas vadiazinhas inúteis!!

Ela nos alcançou e Kakeru parou (sério, por quanto tempo a gente ia fazer isso? Até a volta de jesuis?? )

-E você ruivinha… Ele deveria se envergonhar de você.

Ok, eu não vou brigar com o Kakeru por ele não querer se defender, mas não quer dizer que eu não queira…

Me virei pra ela,e olhando nos seus olhos, comecei a mexer na mente dela.  Misturei suas lembranças. Aprendi sobre seus mais profundos pesadelos. Fiz ela se envergonhar.

 Você tem medo Ashley? Medo de que riam de você? Saiba que já estamos rindo.

Você é patética.  - Comecei a falar dentro da mente dela. Ela gritava, se contorcia até cair ao chão com as mãos no rosto. -  Vai chorar?

Se eu continuasse a mataria. Então parei e ela desabou ao chão. Todos que observavam foram ajudá-la e eu me virei para Kakeru.

-Yuuka, você… tá sangrando…

Pûs a mão no nariz.

Estava sangrando. Acho que usei poder demais por hoje

-Vamos matar a última aula e ir pra casa, ok?

Eu não falei nada. Apenas concordei com a cabeça.

***

Kakeru abriu a porta e eu me joguei no sofá para descansar, mas descobri que dormir é pecado agora porque dez segundos depois…

-YUUKA ACORDA PORRA EU SEI DE TUDO!

Me levantei na hora.

-O que?

-Eu não sou burro Yuuka! Naquele dia, na roda gigante.. Hoje na aula de historia… Você causou uma ilusão não foi?

Acenei com a cabeça.

-Sim.

-E no refeitório.. Você entrou na mente da Ashley, não foi? Enlouqueceu ela?

Fiz que sim temendo o pior…

-Eu sei o que você é…

fechei os olhos…

-VOCÊ É UMA VAMPIRA! ME MORDE?!

Abri os olhos

-O QUE? NÃO!!

-Então, o que você é?

Pensei um pouco. O que aconteceria se eu contasse? Eu já admiti o que eu fiz com a Ashley, então ele ia descobrir de qualquer jeito. Era melhor que viesse da minha boca.

Agora eu só tinha que decidir pra qual continente eu ia me mudar depois.

-Sou uma… kitsune.

Ele ficou imóvel por um tempo, olhando para o nada como se tivesse levado um tiro (N/A: Falta de criatividade. Essa parte vai ficar meio merda)

-Eu sei o que é. - Ele sorriu. - Você tem mil anos, né? Aquele lance de sabedoria infinita e poder.. Eu sei o que significa.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

-Que tipo de kitsune você é?

Peguei papel e caneta na mesa e desenhei (sim, desenhei) quatro raposas: uma negra, uma vermelha, uma branca e uma dourada (nossa eu desenho bem) e apontei para a vermelha.

-Kitsune de fogo.

Ele pensou.

-Que controla o fogo. Né?

Fiz que sim e apontei para a branca.

-Kitsune trovão.

Apontei para a negra.

-Nogtisune. Má.

E por fim, apontei para a dourada.

-Kitsune espírito.

-Mas… qual delas você é?

Apontei para a branca.

-Kitsune trovão?

Não respondi. Em vez disso, andei lentamente até a janela. O céu azul e claro começou a escurecer aos poucos até que nuvens negras cobriram tudo e uma neblina cobriu até o mais alto dos prédios e a chuva começou.

As gotas dançavam com os relâmpagos em um show de luz. Os trovões eram a orquestra perfeita, dando um contraste a água. Então, tão repentinamente como começou, a tempestade foi parando aos poucos e logo o Sol voltou a trabalhar e meu dom voltou a repousar. Kakeru observava e em seguida olhou para mim.

-Se eu contar para alguém.. então você vai embora?

-sim.

-Então eu não conto. Só… não entre na minha lista de pessoas que me abandonaram.

Eu sorri

-Não vou.

Ficamos parados. Só nós dois e o silêncio. Até que ele abriu os braços e me abraçou. Foi quente e bom.

Eu retribui. E por um segundo, desejei que nunca mais acabasse.

Eu parei o tempo. Nunca tinha feito isso mas fiz. Era um de meus dons nunca utilizados. Ficamos lá por horas que só passaram em minha mente, até que eu tivesse sanidade para soltá-lo.

-Você está encarando bem ‘’Kaki’’.

Ele riu.

-Na verdade, minha mente deu um giro de 360 graus e tá toda bugada - Ele sorriu - mas eu aguento. Por você.