História Kitten Lauren - Are you sure?

Camila.

-Aha! Eu sabia que tinha alguma coisa estranha com essa garota! Eu falei, eu avisei, eu te disse! - Dinah que estava ao meu lado, praticamente, gritou de um jeito escandaloso pra Lauren que estava do meu outro lado.

-Caralho. Eu to no chão - ela disse ainda olhando pra tela do meu computador - Quem diria que aquele rostinho fofo um dia foi aquela esquisitona.

-”Rostinho fofo”? - perguntei fazendo aspas com os dedos e quase fuzilando a morena que me olhou assustada.

-Ah, é que é fofo de… Tem as bochechas que são meio cheinhas, sabe? Não é que é bonito, não é isso… Tipo - ela tentava consertar mas aquilo não colou pra mim - … Enfim, né - ela soltou um risinho nervoso e olhou pra Dinah - É que aquele rosto dela não me era estranho, sabe?

-Não era estranho mesmo, eu sabia que já tinha o visto antes e olhe - apontou pra tela - Eu estava certa, como sempre.

-Okay, agora que a gente já sabe quem ela é - disse ao me levantar - Vamos atrás.

-Fazer o que? - Lauren perguntou nos olhando confusas.

-Ué, interrogar - respondi.

-Exatamente! Vamos colocar ela contra a parede e fazer com que nos conte porque ela voltou pra Dos Pueblos - Dinah concordou comigo.

-Afinal, mesmo que talvez possa não fazer sentido, mas ela deve ter se tornado uma inimiga sua.

-Mas ela me trata tão bem agora - Lauren disse e eu a olhei feio. Não gostava de pensar que Keana a tratava bem, se fosse “bem” com respeito, tudo bem. Mas no caso era um “bem” num sentido quase de se oferecer pra Lauren. E eu não queria que nenhuma pessoa ficasse se oferecendo pra ela. Muito desaforo, até porque ela não está disponível pra ninguém.

-Ela pode ser só uma falsiane safada - minha amiga deu de ombros - Vamos logo - puxou eu e Lauren do quarto numa velocidade impressionante.

Talvez você não esteja entendendo muita coisa do que está acontecendo aqui, mas é fácil de  explicar. A Dinah estava ficando meio intrigada com essa tal de Keana que apareceu meio que do nada lá na escola. Eu apoiei a ideia de investigá-la já que eu não ia muito com a cara da menina mesmo e acabamos descobrindo coisas um tanto quanto inesperadas sobre a garota. Como, por exemplo, o fato dela já ter estudado conosco desde o jardim de infância até, mais ou menos, a sétima série mas ninguém lembrar, de fato, da sua presença. O que descobrimos foi que ela tentou ser a rebatedora do time Dos Pueblos, mas o que todos sabem muito bem é que essa vaga foi preenchida por Lauren que reconheceu o rosto dela, ainda que a garota estivesse muito diferente de três anos atrás. Então, chegamos a conclusão de que ela poderia ser mais uma na lista de inimigas da Lauren apesar dela afirmar de nunca  ter feito nada contra a Keana.  

Bom, o que não custava nada era ir atrás dela e obter melhores informações direto da fonte, não é mesmo?

Entramos no carro da Lauren e ela foi seguindo as instruções que Dinah fornecia pra chegar na casa da garota.

-Hey, vocês acham que ela realmente vai abrir o jogo se formos todas lá confrontá-la? Não é melhor fazermos um plano melhor que esse? - Dinah questionou e eu olhei pra ela de onde estava no banco da frente do passageiro.

-Verdade, ela pode acabar nem contando nada, negando qualquer coisa que a gente pergunte. Até porque ela já sabe que nós somos amigas uma da outra, caso estivesse tramando alguma coisa nunca que iria soltar assim - pensei um pouco.

-Eu acho que já sei - Lauren parou o carro numa rua atrás da casa de Keana e virou-se no banco olhando pra mim e pra Dinah - A Keana tinha me pedido pra acompanhar ela pra fazer um banho de loja.

-O que? Como assim “banho de loja”? - perguntei dando uma leve aumentada na voz e quase querendo socar a carinha da Lauren.

-Ah, calma, Camz - ela abriu ainda mais os olhos pra mim como se em desespero estivesse - Não é nada disso que você está pensando… Banho de loja é que a gente vai sair pra comprar umas roupas mesmo, esse é o sentido.

-Ela sabe disso, só está com ciuminho mesmo - Dinah comentou revirando os olhos - Vamos ao que interessa, branquela… - incentivou a continuar.

-Voltando - Lauren limpou a garganta e olhou pra mim um pouco avermelhada no rosto - Eu podia aparecer lá na casa dela e chamá-la pra ir dar um passeio no shopping, enquanto isso vocês duas entram na casa dela e procuram por pistas…

Lauren.

Assim que terminei de dar a minha ideia, olhei de soslaio pra Dinah e rapidamente virei meu rosto pra analisar o de Camila. Eu sei que ela não curtia muito essa de que eu ficasse saindo ou socializando com a Keana e eu entendia que ela tinha ciúmes. Então eu tomava cuidado pra não passar uma impressão errada do que estava sugerindo fazer naquele momento. Era por uma boa causa na realidade. O que eu sabia e queria mostrar pra Camila é que ela era a única que eu queria. A única garota que fazia o meu coração bater freneticamente, a garota que tinha toda a minha atenção, que eu só tinha olhos pra ela, que ela era a única que eu amava e queria continuar amando pro resto da minha vida. Ela não precisava se preocupar com nenhuma outra pessoa porque eu não queria outra, eu não quero outro alguém, eu quero Camila Cabello e somente ela, pra sempre, nessa vida e nas minhas próximas também.

-Excelente ideia! - a mais alta exclamou - E eu achando que você só sabia correr atrás de uma bolinha, hein cabeçuda.

-Engraçadinha você, né? - ri sem humor pra ela.

-Falo as verdades, apenas - deu de ombros e olhou pra Camila - Vamos executar logo esse plano. Antes que eu perca o ânimo.

-Certo, vamos logo mesmo - Camila concordou não olhando pra mim - Quanto antes fomos, acaba mais cedo isso tudo.

-Camz - a chamei e ela olhou séria pra mim - Tá tudo bem, né?

-Uhum - respondeu simplesmente. Ah, ótimo, adorava quando ela ficava monossilábica assim.

Uma coisa que eu aprendi muito cedo sobre a Camila é que se ela está brava ou incomodada sobre um assunto determinado tem dois jeitos que ela tende a ficar. O primeiro é criar um drama enorme e causar uma briga por causa disso. Já o segundo jeito é ficar respondendo bem curta e, pra mim, grossa também. Embora eu já saiba interpretar como ela fica, eu nunca sei exatamente o que fazer, como proceder em casos assim, ainda mais se o problema for comigo. Parece que o meu cérebro entra em curto circuito ou sei lá. Pelo menos eu tenho a noção de que alguma coisa eu tenho que fazer aqui.

-Você sabe que não precisa se preocupar com nada, não é? - perguntei olhando fixamente pra ela.

-Com o que?

-Sobre a Keana… Tipo... - ótimo, travando em 1… 2… - Eu quero dizer que… Olha, Camila, eu te amo e quero que você saiba que eu só quero você, quero que confie e acredite quando eu digo isso porque é verdade, é a mais pura verdade, sabe? Se você quiser eu passo o restante dos meus dias te provando isso - falei rápido demais e tive que pegar um pouco de ar, nisso Camila agarrou meu rosto com as duas mãos e depositou um selinho em mim, me deixando ainda mais aérea.

Olhei pra ela procurando explicações e apenas vi minha garota sorrir.

-Eu também te amo, agora pare de falar e vai logo lá - ela me soltou.  

-Ew, credo! - o comentário veio, óbvio, de Dinah que só agora me toquei de sua presença de novo e subiu uma leve vergonha agora pelo acontecido esquentando o meu rosto por completo - Vou sair logo daqui antes que vire lésbica por osmose - brincou saindo do carro e Camila riu e a acompanhou dizendo que ambas ficariam atrás da árvore da casa vizinha esperando o momento certo para entrar.

Tudo bem que não pensamos muito a respeito, mas aquilo era bem arriscado pelo fato de ser considerado crime invadir propriedades alheias, porém não seria isso que nos impediria de estar ali.

Acho que essa era a minha deixa pra dar partida e estacionar em frente a casa de Keana. A cerca branca e um enorme gramado eram as primeiras coisas a se notar na casa de uma porta enorme de madeira que mais parecia o portão de um castelo. Pelo que parece ela vivia bem apesar de ser meio “tan tan” das ideias.

Desci do carro e fui tocar a campainha. Arrumei a touca que eu estava usando e passei a mão na ponta dos cabelos tentando ficar menos desconfortável pela situação a qual eu me encontrava agora.

Sendo bem sincera eu nunca fui muito de improvisar, e se o fazia sempre era da pior maneira possível. Eu nunca poderia ser atriz daquela forma, mas hoje eu vou precisar ser e agir de maneira natural pra não dar nada na cara. Se ela sacasse que algo estava errado iria me questionar, provavelmente e aí eu teria que mentir…

-Lauren? - uma Keana apareceu com os cabelos presos num coque no alto da cabeça e um óculos no rosto que tinha uma expressão surpresa. O que eu gostaria de entender é como ela conseguiu mudar tanto e tão pouco tempo. Quero dizer, ela tinha emagrecido bastante, seu rosto tinha ficado um pouco mais fino e ela parecia até uma garota de faculdade, os cabelos tinham ficado com mais brilho e estavam mais longos, bem mais longos e agora ela não era tão mais alta que eu como antes. Realmente, ela estava bem diferente de quando estudamos juntas, talvez por isso e pelo fato de eu nunca ter prestado muita atenção nela, que eu não a tenha reconhecido logo de primeira - Que belíssima surpresa - ela completou.  

-Ah - eu sorri - Achei que seria legal passar aqui.

-Nossa, mas a que devo a honra da sua presença? - perguntou com um sorriso de canto e cruzou os braços ao se encostar no batente de sua porta. A sobrancelha arqueada me dando a confirmação de que ela realmente não fingia a surpresa de me ver presente ali.

-Eu estava passando por aqui e pensei que a gente podia sair pra fazer aquelas comprinhas que meio que combinamos outro dia… Você tinha dito que queria sair, então... - meus dedos estavam cruzados atrás do meu corpo, esperando já a sua confirmação.

-Sim, claro - ela quase pulou em cima de mim num entusiasmo exagerado - Eu iria adorar sair com você hoje, Lauren.

-Oh, que bom… - comemorei internamente por ela ter aceitado, seria difícil arrumar um outro modo de fazê-la sair de casa.

-Só espera um minutinho pra eu deixar um recadinho pros meus pais, tá? - ela disse nem esperando por minha resposta e já entrando em casa correndo.

Quando Keana voltou o seu coque tinha se desfeito e os longos cabelos claros caindo em cascata por seus ombros. Ela já não usava mais óculos e foi logo pegando no meu braço e praticamente me arrastou pelo jardim de sua casa. Ela dizia coisas como “onde vamos?”, “a gente vai no seu carro?”, “vai ser tão legal”... Eu realmente não estava interessada em suas palavras. O que me preocupa mesmo é saber que Camila estava vendo aquela cena de camarote e muito provavelmente não deveria estar gostando nadinha desse meu contato. Mas sacrifícios são necessários, certo?

Camila.

Se eu pudesse arrancar a cabeça daquela menina fora, com toda certeza do mundo, que eu o faria. A minha pergunta ali era: porque malditos raios ela tinha que ficar em cima da Lauren? Não tinha um jeito de conversar e ser simpática sem ter que tocar na minha namorada? Uh, que droga. Isso me ferve a cabeça.

-Hey, eu sei que você deve estar jogando várias pragas na esquisitona ali, mas precisamos entrar na casa dela - Dinah pigarreou ao meu lado e eu desviei minha atenção pra ela.

-Tá, mas como vamos entrar? Não sei se percebeu mas não temos chaves e não sabemos também se tem gente na casa dela.

-Por favor, Camila. Seu ciúmes faz com que você não pense direito? - perguntou se levantando e limpando a roupa - Vamos pegar a chave para emergências. Todo mundo coloca embaixo do tapete da entradinha.

-Certo, mas e se a família dela for tão estranha quanto ela, vão ter colocado em outro lugar?

-Então a gente procura em outro lugar. Dá uma espiada aí pra ver se tem alguém.

Me dirigi à varanda da casa de Keana e espiei pela janela, forcei a vista e pelo que parecia não tinha mais ninguém ali dentro.

Dinah chegou ao meu lado resmungando e então me assustando ela deu um pulo alcançando em cima do batente da porta e algo caiu no chão.

-Aha! Aqui está! - ela apontou pra chave em suas mãos - Você acertou, eles são esquisitões que nem a filha mesmo, até nisso. Tem alguém?

-Acho que não tem ninguém não, estamos com sorte - suspirei - Até demais.

-Para que atrai coisa ruim, menina - ela deu um tapinha no meu ombro e foi abrindo a porta.

-Você percebeu que o que estamos fazendo é um crime? - perguntei assim que Dinah conseguiu abrir a porta. Ela olhou pra mim meio assustada. De repente eu comecei a sentir algo me incentivando a continuar com aquela loucura. Acho que era a adrenalina de saber que se está fazendo algo muito errado.

-Então torce pra que ninguém pegue a gente, caso contrário não vamos pra faculdade - ela fez careta e eu ri entrando na casa junto com ela.

A casa era normal, apesar de ser toda decorada com móveis planejados, dava pra ver que eram porque todos tinham tamanhos e cores que combinavam. Então eu meio que deduzi que fossem planejados, ou a casa foi decorada por um especialista, sei lá.

-Vamos pro quarto dela, acho mais fácil encontrar algo lá - eu disse meio que sussurrando.

-Porque você tá falando tão baixo e está quase se agachando? - perguntou com o cenho franzido.

-Ah, eu nem tinha percebido que tava me abaixando - dei risada e voltei a minha postura normal - Vamos logo.

No quarto de Keana tudo a mesma coisa. Todos os móveis tinham a mesma cor que os do resto da casa e aquilo era bem estranho porque dava um ar, totalmente, monótono, frio e sem graça ao local. Okay, eu sei que não sou nenhuma decoradora, mas acho que dava pra combinar outras cores além de tabaco e preto…

-Esse pessoal tem um gosto bem singular, não é? - eu comentei e Dinah concordou ao analisar o quarto.

-Bem estranho, que nem a filha deles - ela complementou e foi abrindo as gavetas do armário de Keana - Vai dar uma olhada no closet e no banheiro dela.

-Certo, mas cuidado pra não tirar nada do lugar - falei, Dinah apenas concordou balançando a cabeça e eu fui no banheiro do quarto dela.

Dei uma olhada rápida no local e não tinha nada demais, tudo na normalidade ainda. Fui mexendo nas gavetas e nada. Não é possível que não tenha nada de suspeito por aqui. Eu já estava achando que dessa vez tínhamos acertado de que Keana era a pessoa do mal naquela história das orelhinhas da Lauren. De certa forma, eu queria mesmo que fosse, estava quase que torcendo porque assim eu teria a confirmação de que não fui eu quem deu as orelhinhas pra Lauren. Eu não queria ser o motivo pra ela ter conseguido aquilo. Mesmo que tenha sido completamente sem querer.

-Estou começando a achar que exageramos ao acusar a menina estranha. Talvez, lá no fundo, ela só seja mesmo uma menina estranha - dei de ombros voltando pro quarto pra encontrar com Dinah, mas ela não estava lá e como não respondeu também não deveria ter me escutado - Dinah? Cadê você? - perguntei.

-Camila! - ouvi o grito dela.

-Dinah? - gritei de novo e fui em direção a voz da minha amiga. Ela estava vindo do closet e então eu fui pra lá ficando um pouco assustada. Meu Deus, e se fomos pegas? - Dinah? - quase estava chorando de tanto medo que comecei a sentir só de imaginar o que aconteceria se nos pegassem nessa situação. Já era faculdade! Alô, prisão!

-Você ainda acha que ela é só uma menina estranha? - minha amiga perguntou acendendo a luz do closet e revelando pra mim uma parede, ou melhor, um mural…

Parei um pouco pra focar no que tinha ali e…

Não sei se eu gritava ou se… Sabe quando as palavras te faltam na boca e também no cérebro pra você poder interpretar o que estava vendo? Então, foi o que aconteceu comigo quando percebi que Keana mantinha uma espécie de santuário para Lauren Jauregui no lugar que deveria ser seu closet.

Lauren.

Será que a Camila e a Dinah já conseguiram achar alguma coisa? Eu estava ficando entediada e nervosa com a situação e com o que poderia acontecer com elas caso fossem pegas. Mas acho melhor nem pensar nisso que assim só atrai coisa ruim. Além do mais, eu tenho que focar aqui pra tentar lidar com o que está aqui na minha frente.

-Eu posso perguntar uma coisa pra você, Laur? - a menina virou-se de frente pra mim ainda sentada no mesmo banco que eu. Aquela aproximação não estava me deixando muito confortável. Primeiro porque o que as pessoas a nossa volta iriam pensar que estava acontecendo? E se tivesse algum conhecido ali? Deus me livre. Segundo ela parecia que iria me beijar a qualquer momento, e isso de jeito algum poderia acontecer.

-Claro - eu disse enchendo a minha boca com todo o sorvete de flocos que tinha restado no meu potinho. Nem olhei pra ela mas esperava que estivesse ficando com certo nojinho por eu ser meio mal educada daquele jeito.

-Porque você fala comigo? - olhei pra ela e o seu semblante era meio… Tímido? Acho que sim.

-Er, eu… Eu acho que falo com você porque você fala comigo, né? - ótimo, Lauren, continue assim, sendo bem inteligente nessa conversa. Que além de bruta a menina vai te achar burra.

-Não, o que eu quero dizer é que… - ela abaixou a cabeça - Você não precisava ser tão simpática comigo, mas sempre foi, diferente das outras pessoas na escola. Elas me acham estranha… Mas você não, né? - ela perguntou levantando rapidamente a cabeça e me fitando tão intensamente que eu tive vontade de fugir dali e me enterrar na areia da praia.

-Não, eu não te acho estranha - mentira! Nossa, que mentira, meu Deus. Vou pro inferno - E eu acho que você não deveria ligar pro que as outras pessoas acham ou deixam de achar. Cada um é cada um, sabe?

-Uhum - ela sorriu bem largo pra mim - Lauren, você é linda.

-Ah…. Obrigada! - falei meio sem jeito e voltei minha atenção pro sorvete.

Senhor, me tire daqui, pelo amor de Deus.

Eu não sei bem o porquê, mas segundos depois que pensei em sair correndo dali e fingir que nada disso estava acontecendo, eu não tive muito tempo pra processar, infelizmente, eu apenas senti os lábios da menina que estava ao meu lado se chocarem contra os meus. Tão rápido aconteceu, e tão rápido foi a minha reação de a empurrar que não medi forças.

Quando dei por mim, vi Keana jogada no chão me olhando com um sorriso diabólico no rosto.

Ah, não!