História Knight of the Wind - Ar, Capítulo 1 - (Re)Começo

Era cedo. O céu estava nublado. Uma nave enorme, do tamanho de um navio voa lentamente sobre uma floresta de arvores, grandes e largas, a luz mal podia tocar no chão, deixando o solo bem menos claro do que normalmente seria. Um corpo começa a cair da nave. Era um ouriço, e ele estava desacordado.

O que seria uma queda fatal, deixou de ser pois, as copas das arvores amorteceram a queda de quem estava caindo. Pode ter amortecido, mas que doeu quando atingiu o chão, doeu. Ou não, ele estava desacordado mesmo.

E por lá permaneceu durante varias horas, até começar a chover. Alguns minutos depois de ter a cara molhada pela água da chuva fina, o ouriço acordou. E não foi simplesmente acordar, não. Foi como aquele susto que você toma quando sonha que está caindo e levanta da cama com um pulo, mas isso pode ter sido um efeito retardado, afinal, ele realmente caiu, não é? Bom, além de ter levado esse “pequeno” susto, ele estava bufando, como se estivesse prendendo a respiração há bastante tempo.

O ouriço sentou-se. Contemplava a floresta em meio a chuva. Ele só pensava em que lugar estaria. Não se questionava sobre quem era e como estava lá. Afinal, a primeira coisa em que penso quando acordo é “quem sou eu?”.

Pôs-se de pé, e então começou a andar. E assim ficou. Durante horas andando em linha reta, até cansar-se. Não cansar-se de andar, mas sim, perder a paciência. Ora, que saco ter que ficar aqui andando. Então, o ouriço começou a correr. De certa forma, ele se sentiu bem ao começar a correr. Parece que suas preocupações haviam sumido. Foi quando começou a correr mais rápido. Até começar a falar sozinho, parecia que ele detestava isso.

????: Nossa, parece que eu não me canso! Quem sabe o quão rápido posso ficar? ... Essa é minha voz? Na moral, quando eu tava pensando não soava desse jeito. Tudo bem, acho que falar comigo mesmo é uma ótima ideia.

Cada vez mais rápido. Cada vez mais animado. Ele correu durante horas e nem viu o tempo passar. Ele se sentia bem. Era maravilhosa a sensação do vento batendo em sua face. Ele olhava em volta quando corria. Via as folhas e mexerem como se uma ventania de uma tempestade estivesse fazendo aquilo. Mas, o ouriço sabia que era ele.

Ele havia deixado a floresta. Estava correndo por campos enormes agora. Planos, se estendiam ao horizonte. Um morro ou outro, mas nada demais.

Não muito tempo depois ele chegou em uma vila. Não, ele não parou de correr. A vila parecia grande para ser chamada desse jeito. Tinha a extensão de um estádio olímpico. Ele foi sem desacelerar, e devido a isso, causou um pequeno transtorno devido ao vento que fazia. E isso acabou o deixando distraído por um segundo. Tempo suficiente para dar de cara com a vidraça de uma floricultura e quebrar, não somente ela, mas além da vidraça, alguns vasos e jarros além de alguns porta-retratos no fundo do balcão. A, sim, e o balcão.

Obvio que tudo isso fez muito barulho. “Sorte” que a floricultura estava fechada, então, ninguém se machucou. Exceto o corredor distraído, claro. A florista dona do estabelecimento desceu as pressas para ver o que aconteceu. Ficou pasma com a destruição que viu.

Florista: Minha nossa, o que aconteceu aqui?!

????: Arhg...ai, minha cabeça... urhg... melhor prestar mais atenção, idiota.

Florista: O que? Você fez isso? Como? E por quê? Parece que você foi atirado de um canhão! Essa não! Minhas flores! Oh, não... Minhas fotos...

A florista corre em direção ao ouriço, mas não para ajuda-lo. Pelo menos, não inicialmente. Primeiro ela foi, ver o estado de seus porta-retratos. Depois ajuda o ouriço a se levantar.

????: Obrigado... Olha, foi mal pelo estrago que eu fiz, se tiver alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar, pode contar comigo, senhora...

Ivone: Me chamo Ivone. Bom, se você pudesse pagar pelo prejuízo que o senhor fez, eu agradeceria, estou mais tranquila já que minhas fotos não estão estragadas.

????: Poxa... Ó só, eu não tenho dinheiro, se tiver outro jeito de te pagar... eu posso trabalhar pra você! Sem problemas, eu não tenho mais nada pra fazer mesmo...

Nesse momento, ele começa a se questionar. Realmente não tinha nada pra fazer? Então, a pergunta surge em sua mente: “Pera aí, quem sou eu?”.

Ivone: Pode ser então. Preciso do seu nome, já que você vai trabalha para mim. Qual é?

????: Ééé... Se eu te contar que eu não sei, você acredita?

Ivone: Como assim, não sabe?

????: Bom, pra te falar a verdade, agora que cê perguntou, eu não sei de nada. Só sei que nada sei hehe (acho que já ouvi isso antes).

Ivone: Bom, como você vai trabalhar pra mim, se nem sei seu nome?

????: Não, não, não, não. Olha só, todo suposto pagamento que eu receberia pode ir pra você. Eu só vou te ajudar. Sem compromisso, okay?

Ivone: Ahhhh... Tudo bem, mas então quer dizer que você não tem casa? Ou um lugar para ficar? E do que eu vou te chamar?

????: Nope. Não. E eu não sei. Pode me chamar do que quiser...

Ele foi interrompido por um guarda que veio ver o que estava acontecendo. Ivone foi dar explicação ao oficial, e ao chegar lá fora, viu o que o ouriço tinha feito, parecia que um furacão passou pelo lugar. Estava uma bagunça.

Ivone: hey, garoto!

????: Chora, Ivone.

Ivone: Já sei do que vou te chamar.

????: Ah é? E do que?

Ivone: Wind.