História Knowledge - Sigilos

Sana POV

- Qual o motivo mesmo de eu estar faltando aula? – Falei olhando para o meu pai Namjoon, ele simplesmente me ignorou. – Ignora a filha mesmo.

- Não veem não, que eu sei que gostou.

- Não nego mas, para onde estamos indo?

- Jackson ligou, parece que teve um incêndio em uma casa. – Meu pai Jin se pronunciou.

- Ele acha que pode ser de fontes sobrenaturais?

- Ele tem certeza.

            Faltar a escola em plena terça-feira, não que eu seja a estudiosa e exemplar, mas eu queria estar dormindo pelo menos. Como a sorte não está ajudando hoje, estou dentro do carro a quase uma hora inteira e não chegamos a lugar nenhum ainda. Mais meia hora depois, finalmente chegamos na tal casa. Essa casa ficava totalmente isolada da sociedade, quase no meio do nada. Posso estar exagerando, mas era a mais pura verdade. Zona rural, casa grande e árvores estranhas, filme de terror. Eu não vou ser a primeira a morrer aqui.

- Pensei que iriamos parar no fim do mundo. – Como sempre, Eunha me representa de muitas formas. – Solta falta o espantalho, um ônibus escolar e pronto, Olhos Famintos.

- Em vez de reclamar, vai pegar as coisas no porta-malas. – Traduzindo para os leigos, coisas é praticamente um nome para armas. Nunca tinha visto sentinelas em ação, como diria aquele ditado “Nunca vi, eu só ouço falar”. Se bem que eu acho que é música, mas isso não vem ao caso agora.

            Eunha tirou duas malas de dentro do carro, trouxe as colocando no chão. Em uma delas havia inúmeras armas de fogo, fiquei extremamente assustada com a quantidade. Mark pegou uma espécie de besta, MinHyuk tirou um arco e uma aljava com várias flechas. A menina pegou apenas uma pistola e colocou escondida na cintura, abriu a segunda mala e pegou um taco de baseball, que parecia ser de ferro ou algo bastante pesado. Jackson estava com uma espingarda e algumas adagas.

- Isso tudo para investigar uma casa? – Meu pai Namjoon falou, ele estava meio incrédulo.

- Melhor prevenir do que remediar. – Jackson respondeu na lata. – Vocês não vão querem? – Estralei meus dedos, fazendo as mochilas fecharem sozinhas.

- Não precisamos. – Joguei o cabelo fazendo pose, afinal somo bruxos. Mesmo que meus pais nunca usaram os poderes em batalhas, mas conseguimos nos defender muito bem sem armas.

            Toda a faladeira foi dispensada, começamos a andar em direção a casa. Começamos olhando ao redor, mas nada de estranho, apenas a madeira queimada e buracos abertos. Jackson deu um enorme chute na porta, assim podemos entrar e investigar ainda mais. Começando pela entrada, não tinha nada demais, mas também não podíamos dizer algo mais a fundo. Tudo estava carbonizado. Papai Jin começou a usar seus poderes, tentando visualizar o que houve ou pelo menos descobrir como era aquele local. Alguma coisa estava estranha. Quando meu pai começou a usar seus poderes, senti alguma coisa estranha. Não uma presença, mas algo como se, aquele local fosse sensível ao toque. Não sei como posso explicar, mas esse lugar não é uma casa qualquer, existe algo muito forte aqui. Parece que papai não sentiu nada e não conseguiu visualizar nada, apenas o sofrimento das pessoas que morreram no incêndio. Continuamos a investigar o local, não existia mais segundo andar como é de se esperar.

- Eu tenho quase certeza que não existe nada aqui. – Mark falou se encostando em uma madeira firme, mas logo caiu fazendo ele se assustar.

- Não consigo sentir muita coisa, a dor das pessoas que morreram aqui está fazendo eu me desconcentrar. É agoniante. – Ele falou se encolhendo um pouco.

- Pai, o que quer fazer? – MinHyuk falou olhando para Jackson, fazendo ele pensar um pouco. Enquanto ele pensava, eu senti novamente uma sensação estranha e por alguns segundos ouvi alguma coisa.

- Vocês ouviram isso? – Falei olhando ao redor, procurando de onde vinha aquele som e a sensação.

- Sana, o que foi? – Eunha se aproximou mais de mim, mas quando ele ia dar o segundo passo, seu pé afunda e ela acaba caindo. Ela conseguiu cair em pé, sem machucar nada.

            Acabamos descendo naquele lugar, parecia ser um porão não terminado, mas era como uma passagem secreta. O espaço parecia ser grande, chegamos em um local mais aberto e sem luz. Pegamos nossos celulares, mas todos nós ficamos assustados quando vimos o que tinha naquele local. Inúmeros corpos carbonizados, cera de velas e muitos sigilos desenhados em várias partes daquele local. Sentia a sensação estranha novamente, mas nada de voz dessa vez. Papai tentou usar seus poderes de novo, mas ele disse que parecia que os gritos estavam maiores ainda. Foi quando Mark olhou para um sigilo em uma parede e perguntou.

- De onde são esses sigilos?

- Não tenho nenhuma familiarização com eles, mas parecer ser celtas. – Jackson falou, mas parecia que ele estava com mais dúvida do que todos.

- Não usamos sigilos, mas estudamos muito os celtas e esses não são celtas. Esses são sigilos goéticos. – Pai Namjoon falou, analisando mais de perto os sigilos.

- É essa a religião de quem é gótico? – Eunha falou meio tentando entender, mas querendo quebrar o clima sério e pesado.

- Goétia são artes magicas praticadas por aqueles que querem contatar anjos caídos, demônios e espíritos impuros. Ela foi considerada negra por muitas bruxas, pois era geralmente usada para pactos. Foi proibida, mas não foi possível banir ela.

- Namjoon, você acha que alguém aqui estava tentando invocar algum demônio? – Jackson perguntou. Eu estava pasma.

- Alguém não, uma família inteira. Goétia não usa sacrifícios, pelo menos até onde eu sei.

- Mas o que poderia ter causado esse incêndio?

- Algum demônio que estava no pior dia e não iria aguentar humanos aprisionando ele, fazendo perguntas e negociando. Parece que eles não fizeram sigilo de banimento, sem banimento o demônio não vai embora.

- Então, ele ainda pode estar aqui? – Depois que Jackson falou isso, todos nós ficamos em alerta. Não vou morrer para um demônio qualquer. Mas a voz veio de novo, mas dessa vez bem mais alto e nítida. Uma voz pedindo ajuda, dessa vez eu sabia de onde vinha. Sai correndo daquele lugar, sendo segunda por MinHyuk e Eunha.

            Sai daquele buraco subterrâneo, fui direto para a entrada da casa. Lá estava, a pessoa daquela voz. Uma criança, com um pijama azul e um ursinho na mão. Era um menino, parecia que estava assustado. Ele me olhava com medo, Eunha e MinHyuk chegaram logo depois. Ele também conseguiam ver o garoto, dei um passo tentando ir em sua direção. Ele recuou um passo, estava bastante assustado.

- Vocês está bem? – Perguntei para ele.

- Ele está aqui, ele está aqui. Eu estou com medo, porque a vovó saiu? Eu não quero ficar sozinho. – Ele falava chorando, muito assustado. Do nada, aparece uma sobra atrás dele. Um sombra negra. Aquela sombra iria machucar o menino, ele olhou para trás vendo a sombra cresce cada vez mais.

- NÃO! – Eu gritei e nesse momento a sombra veio em nossa direção, MinHyuk me protegeu e Eunha tomou a frente. Ela sacou a arma, disparou dois tiro na sombra. Quando olhamos novamente, não tinha nada. Nem garoto e nem sombra. Estava tudo vazio, como estava antes.