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História K.O - Nocaute - Chuchu Murcho


Escrita por: dorkyeoI e tchenio

Notas do Autor


HEYOUUUU PEOPLE!
obrigada pelos favoritos, começando por isso. hu3
novo capítulo. AEEEEEEEEEEE.
não acho que eu tenha demorado tanto, considerando matrix que faz não sei quanto tempo que não att... mas isso não é a questão. sz
espero que gostem.
beijos. sz

Capítulo 2 - Chuchu Murcho


Fanfic / Fanfiction K.O - Nocaute - Chuchu Murcho

Ei, cupido, atirou no meu coração

Cupid, Oh My Girl

Seulhyeon riu ao olhar para o modo desesperado com que Eunseo enfiava a comida goela abaixo, como se mal sentisse o gosto da massa com molho vermelho. 

“Se acalme, daqui a pouco vai engasgar.” A de cabelos negros colocou a mão sobre a boca para rir. Eunseo não estava com o emocional muito bom. 

“Você viu como ele me olhou?” Indagou a morena com a boca cheia, quase cuspindo molho em Seulhyeon, esta deslizando no banco de pedra para não ficar na mira dos respingos. 

“Sim. Jurei que o Lee ia te quebrar ao meio. Teve muita sorte do professor ter mandado todo mundo calar a boca e ficar quieto no lugar justo naquela hora.” Seulhyeon acenou com a cabeça, recebendo um olhar incrédulo de Eunseo. “O que?” Levantou uma sobrancelha como se não tivesse dito nada demais. 

“Isso não está ajudando, Seul!” Choramingou Eunseo ao se afastar do prato com a intenção de limpar os cantos da boca. “Eu não queria fazer inimigos. Na verdade, não queria fazer nem amigos. Estou falando sério ao me chamar de Problema. Sou um e pode apostar que amanhã já vou ser chamada para a direção. De jeito nenhum planejei ter inimigos aqui.” Ela respirou fundo para logo depois enfiar o dedão na boca, passando a mastigar a unha, se afundando em puro nervosismo. 

Seulhyeon, por outro lado, estava muito confusa. 

“Espera aí, volta a fita e conta direito as coisas.” Fez um gesto com as mãos antes de cruzar os braços em cima da mesa, os ventos afastando seus cabelos escuros do rosto. 

“Ok. Meu plano é ser expulsa. Isso aconteceu várias vezes em antigas escolas. Nunca duro muito tempo, por isso fico sempre sozinha. Você foi um grande milagre por ter me deixado me aproximar e te admito que queria demais que Dawon fosse do mesmo jeito, mas como ia saber que tinha uma doente atrás de mim com um copo do tamanho da minha mão, cheio até o topo com café a la vulcão? Ele me odeia! Acha que derrubei aquilo de propósito! Também não tive noção de que ele iria achar que eu estava tirando uma com a cara dele quando falei que era Problema. Queria soar engraçada e que ele entendesse a situação, sem virar a cara com uma ameaça do tipo “você não espera pra ver”. Puta merda, Seul! O que vou fazer? Vou ter medo até de peidar e de ele aparecer do nada para gritar que fiz isso!” Eunseo estava sem fôlego ao terminar seu discurso angustiado. 

O peito subia e descia enquanto os olhos percorriam avidamente o pátio em busca de ouvidos que pudessem ter captado suas falas desesperadas, jogadas no ar sem a prevenção de que seriam apenas entre as duas garotas. Não tinha notado que estava praticamente gritando, mas por muita sorte, os alunos ao redor estavam bem entretidos nas próprias conversas e na comida. 

“Nossa.” Foi a única resposta de Seulhyeon sobre o desabafo corrido, quase sem pausas entre as palavras. “Está afim dele?” Franziu o cenho, inclinando a cabeça para o lado. 

“O que?!” Desta vez, algumas atenções fixaram-se na mesa delas, fazendo Seulhyeon esconder o rosto entre os cabelos e tomar um gole de água. Eunseo limpou a garganta e coçou a nuca, esperando até que os outros voltassem a cuidar dos próprios assuntos para se inclinar e dar um tapa no braço da de cabelos negros. “Não é nada disso! Não tem como eu ficar afim de alguém que só sei o nome e apelido!” Chiou, fungando e fazendo beiço. “Sanghyuk é lindo, isso eu admito. Talvez tenha pensado que um dia poderia investir nele, mas depois do café, isso está fora de cogitação. Agora vou ter que apressar meus planos de ser expulsa.” 

“Ah, mas não vai mesmo!” Seulhyeon balançou um dedo em frente ao rosto de Eunseo. Aquilo foi realmente ameaçador pelo ponto de vista da Shin, uma vez que pensou que seu olho seria arrancado pela unha comprida e pintada de azul da amiga. “Se for expulsa, vai ser no próximo ano. Não ligue para Dawon. Ele é um fresco e um retardado para não conseguir perceber que você não tem um olho atrás da cabeça para ver que tinha uma garota atrás de você com um café a la vulcão. Não se deixa abalar por causa dele. Se Lee Sanghyuk acha que você é um Problema, então seja um. Fuja das correntes, Eunseo.” Seulhyeon piscou no mesmo instante que o sinal tocou, finalizando o intervalo. 

A Shin ficou um tempo pensando nisso, revendo a cena e criando dias em que fazia pequenas... pegadinhas, por assim dizer, para Dawon. Era infantil, mas poderia mostrar para Sanghyuk o que ele deveria temer de verdade — ou se irritar, já que o Lee estava longe de sentir medo da Shin — e ainda ser expulsa. 

Ok. Seulhyeon tinha dito que ela não poderia ser expulsa até o próximo ano, mas Eunseo não podia ficar ali por tanto tempo. Não queria se apegar a nada. Tinha de sair da Neoz e Lee Sanghyuk poderia ser sua passagem para fora dali. 

 

Era oficial. Eunseo estava perdida. 

Obviamente que ela não estava muito preocupada com isso. Poderia ganhar alguma advertência caso fosse pega vagando pelos corredores quando as aulas já tivessem começado a 15 minutos atrás, e isso seria o estopim para tudo, um prévio aviso para os Fleeming que a Neoz seria somente mais um nome na sua longa lista de expulsões. Certamente isso dificultaria sua entrada em qualquer faculdade que seus pais tivessem em mente. 

Sorriu com estes pensamentos ao virar o corredor, os dedos apertando as alças da mochila com animação, deixando-se dar leves pulinhos pelo chão liso. 

Havia recusado a ajuda de Seulhyeon para achar o caminho de sua sala. A de cabelos negros pareceu um pouco desconfiada, mas não tentou impedir a amiga quando esta virou na direção contrária das escadas, afirmando que teria de ir no banheiro, sendo que haviam banheiros no próximo andar. 

Agora, a morena vagava pelo corredor ao lado do ginásio, aonde ela conseguia ouvir os gritos dos alunos em um jogo não identificado pela garota. 

Havia um pequeno pátio separando o ginásio e o corredor aonde Eunseo se encontrava, com um quadrado de grama e umas três árvores, alguns banquinhos de pedra ao redor e um caminho em direção ao ginásio. 

Eunseo encarava aquele caminho com uma tentação forte de correr por ele até chegar na porta metálica azul escuro, esta estando entreaberta, colaborando para que parecesse ainda mais atrativa na vista da morena. 

Em nenhum momento seus pés pararam de se arrastar pelo local, se afastando lentamente, o olhar fixo no prédio ao lado, a visão sendo interrompida por alguns segundos pelas pilastras que firmavam o teto. 

Foi por isso que não viu o braço estendido repentinamente bem à frente de seu rosto, uma mão batendo com força em seu nariz, a obrigando a cambalear para longe e tropeçando no pequeno “muro” — por falta de palavra melhor, uso isto para me referir a uma continuação da pilastra, porém mais baixa, que separava o corredor do pátio, chegando a bater na panturrilha —, e caindo para trás — e para fora do corredor —, derrubando alguém no pátio. 

Quando reviveu a cena em sua cabeça tempos mais tarde, Eunseo pensou que momentos antes de ter caído, tinha ouvido acima de ”Dancing King” do EXO, um grito como “Suzuya é lindo! Não ouse falar dele, seu Chuchu Murcho!”, e como um xingamento frouxo como aquele poderia existir. 

Voltando. 

A música havia parado repentinamente, devido aos fones terem saído de seus ouvidos no tombo. Por isso conseguiu ouvir a voz familiar lhe berrar aos ouvidos, embaixo de si. 

“Shin Eunseo! Está testando minha paciência?!” Lee Sanghyuk estava de barriga para baixo, o rosto contorcido em raiva pressionado contra o frio da calçada, Eunseo gemendo de dor, estirada sobre suas costas. 

“Eu não tenho culpa se o mundo está contra mim.” Bufou ela, rolando no chão e segurando uma exclamação dolorida com a pontada que sentiu nas costelas ao se sentar. “Você que está sempre no lugar errado e na hora errada, Lee Sanghyuk.”

Sanghyuk olhou a morena com o queixo caído, pronto para gritar com ela ou até mesmo arrasta-la pelo pátio inteiro. Essa ideia o deixou ainda mais espantado, considerando que Sanghyuk não era uma pessoa agressiva ou de pavio curto, mas ele não gostava de ficar curioso e Shin Eunseo atiçava sua curiosidade ao máximo. O fato de não poder nem se aproximar sem sofrer algum incidente o deixava irritado, somando outro fato, que era o de Eunseo não dar brecha para sua aproximação.

O Lee estava pronto para brigar com a morena quando uma voz no corredor o interrompeu.

“Parabéns, Chuchu Murcho 2.0, acabou de agredir dois alunos mais velhos.” Um garoto moreno que parecia estar no primeiro ano com um moletom por baixo do blazer e as mãos enterradas nos bolsos da calça os encarava com um sorrisinho de canto, enquanto uma garota de cabelos castanhos claros os observava com ambas as mãos sobre a boca, espantada com o acidente qual ela mesma tinha causado. 

“Ya!” Berrou Eunseo, parecendo ignorar a existência de Sanghyuk ao se ajoelhar com o corpo virado para o casal mais novo. “Ela não tem olhos atrás da cabeça para saber que eu estava passando.” Bufou e se levantou, ajeitando a saia do uniforme e recolhendo os fones, rezando silenciosamente para que eles não tivessem parado de funcionar.

Sem seus bebês não haveria como sobreviver nos próximos dias na Neoz. Eunseo sorriu ao ver que “Dark Carnival” do Boyfriend tocava sem problemas. Confirmando o estado de seus amados, virou-se para Sanghyuk e estendeu a mão para ele, que a encarou sem entender nada.

“Isso foi para qual situação?” O castanho suspirou ao segurar os dedos pálidos da morena, logo sendo içado para cima.

“Não sei do que você está falando, Dawon.” A Shin fungou, colocou um dos fones e virou as costas para ele, entrando no corredor e sorrindo para os mais novos. “Não precisa ficar assim, estou bem. Sou acostumada a viver caindo, pode se acalmar.” Riu de leve e bagunçou levemente os cabelos da garota, qual deixou as mãos caírem ao lado do corpo, os olhos quase saltando das órbitas.

“Ela é diferente das outras.” Apontou com espanto para Eunseo, como se ela não estivesse ali de verdade, as falas sendo destinadas ao garoto.

“Não seja mal educada, Yubae.” Ele cutucou as costelas da menor. Yubae deu um pulo e reclamou baixinho, virando-se para Eunseo e fazendo uma leve reverência.

“Sou Byun Yubae.” Sorriu, apontando para o companheiro. “Esse é Kang Chanhee.”

“Pode me chamar de Chani.” Chanhee acenou com a cabeça e dando um sorriso.

“Já tenho doengsangs.” A Shin sorriu de modo alegre, esquecendo que não poderia fazer amizades. Naquele momento, não pareceu realmente importante esse seu objetivo.

“É dongsaeng, Shin.” Sanghyuk revirou os olhos, se aproximando para observar melhor a cena. Estreitando os olhos e comprimindo a boca de leve, fixou a atenção em Eunseo, qual fez uma expressão confusa ao girar o corpo na direção dele.

“O que você seria meu?” Ela franziu o cenho, inclinando a cabeça para a direita.

“Quantos anos você tem?” Dawon fungou, apoiando-se em uma das pilastras e cruzando os braços.

“Isso não é pergunta que se faça a uma dama, Dawon.”

“Preciso saber sua idade para dizer o que eu seria seu.”

“Sou de 97.” Eunseo inflou as bochechas e olhou para o chão. Um silêncio seguiu-se, os mais novos visivelmente confusos com a situação entre os mais velhos, mas sabiam que uma pergunta sobre soaria sem educação.

“Oppa.” A morena levantou rapidamente a cabeça para observar a expressão calma de Sanghyuk. Ele a encarava. Isso causou arrepios em toda a extensão da espinha da Shin. “Eu seria seu oppa.”

“Seria?” Eunseo estava séria quando levantou uma sobrancelha, o corpo balançando da direita para esquerda.

“Seria.” Sanghyuk respondeu de modo seco antes de dar as costas para os três e caminhar em passos duros para dentro do ginásio.

“Aish, esse garoto...” Bufou a morena, negando com a cabeça, sem acreditar no seu primeiro dia de aula naquela escola.

“Vocês são namorados?” Yubae indagou, um beiço formado nos lábios pela dúvida se devia ou não fazer uma pergunta tão invasiva como aquela.

“Não. Sou novata e só o conheci horas atrás, mas aconteceu um pequeno problema e fui culpada por isso.” A mais velha estalou a língua no céu da boca. “Não foi nada demais. Logo esqueço isso e ele também. De qualquer forma, todos os presentes aqui estão atrasados para a aula e não acho que isso seja bom para meus dongsaengs.” Bateu palmas e fez gestos para eles se apressarem para dentro da escola.

Antes de entrar para a parte totalmente coberta, Eunseo sentiu um olhar fixo em suas costas. Ela não queria virar-se para encontrar os olhos penetrantes de Sanghyuk sobre si.

 

Cinco minutos antes do sinal bater para o final da aula, Eunseo sentiu seu celular vibrar no bolso do blazer.

Discretamente ela conseguiu pegar o aparelho para dar uma espiada em uma mensagem importantíssima de seu pai, avisando que ela deveria pegar o metrô pois ele estava ocupado demais com o trabalho para ir pega-la.

Uma bolinha acertou sua cabeça segundos depois que se apressou em enfiar o celular no bolso, pegando o lápis para voltar a escrever. Olhou em volta, procurando o culpado daquilo e não demorando em achar Seulhyeon fazendo sinais para chamar sua atenção.

“O que aconteceu?” Perguntou somente com os lábios.

“Vou para casa de metrô.” Eunseo respondeu do mesmo modo.

O professor limpou a garganta, obrigando as duas a engatar na escrita, abaixando as cabeças e deixando que os cabelos tampassem a visão do resto da sala.

E naquele mesmo instante, o sinal tocou, finalizando as aulas daquele dia.

“Ótimo, agora tenho uma parceira para ir para o metrô.” Seulhyeon estava apoiada na mesa da Shin segundos depois de metade dos alunos terem saído da sala em uma correria desenfreada.

“Para onde você vai?” Indagou Eunseo, torcendo para que tivessem de pegar o mesmo metrô.

Ao descobrir que ambas não moravam muito longe e teriam um longo caminho até se separarem, a morena não demorou em engatar os braços delas, saindo saltitante da Neoz.

A estação de metrô não estava tão cheia para a surpresa das garotas.

“Jurava que isso aqui iria estar lotado de estudantes.” Seulhyeon suspirou ao se inclinar para frente para ver se havia algum sinal do metrô.

“Talvez a gente que tenha demorado demais pra vir aqui.” Eunseo deu de ombros e olhou em volta, parando os olhos em um cara não muito longe da onde elas estavam. “Seul, tem um cara te comendo com o olhar.”

Seulhyeon quase quebrou o pescoço para achar o “cara”, coisa que não demorou, uma vez que quando alguém te encara fixamente você rapidamente a acha por sentir os olhos dela sobre si. Este foi o caso, e quando Seulhyeon notou quem era o “cara”, sua expressão se fechou e os cabelos voaram, dando uma leve chicotada na bochecha de Eunseo quando virou-se de costas para o estranho.

“Ahn...” Eunseo cuspiu fios de cabelos de sua boca, fazendo careta e passando a mão para ter certeza de que não havia ficado nada entre seus lábios. “O que foi?” Levantou uma sobrancelha.

“Nada com o que tenha que se preocupar. Ignore. Continua conversando. Qualquer coisa é mais importante que aquele pateta.” Bufou Seulhyeon, abaixando o rosto e começando a cutucar a cutícula, como se realmente, aquilo fosse mais interessante do que a própria existência humana.

“Mal te conheço, mas tenho certeza absoluta que você xinga melhor que isso.” A morena cutucou a outra, a fazendo dar um pulo.

“Definitivamente, não quero falar sobre Youngbin, Eun. Só esqueça ele até que a gente saia do metrô, ok?” Seulhyeon finalizou isso ao ir atender uma ligação longe de Eunseo.

Sem querer acabar com a única amizade que tinha — não sabia se podia definir Yubae e Chanhee como seus amigos —, a Shin virou o rosto, deixando que a conversa tivesse o ponto final ali. Observou o túnel, mas nada apareceu.

Quando Seulhyeon sentou-se novamente ao seu lado, era nítido o quão desconfortável se encontrava.

“Não vou cutucar a ferida, Seul. Fica tranquila.” Eunseo sorriu e cutucou de leve as costelas da outra.

“Ele com certeza vai vir incomodar, então não posso te esconder por tanto tempo que aquele ali é meu ex.” Seulhyeon deu de ombros e suspirou, comprimindo os lábios. “Se quiser bater nele, eu deixo.” Disse de modo brincalhão, sorrindo de canto.

“Obrigada. Estou precisando de um saco de pancadas.” A morena se colocou em pé enquanto a Jo gargalhava alto, esticando a mão e puxando-a de volta pela saia.

“Ok, Sra. Músculos. Quem sabe outro dia.”

Nesse mesmo instante, o metrô passou, obrigando ambas se colocarem de pé.

Entraram, ficando minimamente frustradas por não haver mais lugares disponíveis, tendo de ficarem penduradas nos apoiadores.

“Ah, vou voar assim que der uma guinada.” Bufou Eunseo, xingando o cara que fez os apoiadores tão altos. Ela só tinha 1,60. Aquilo não era nada legal.

“Baixinha.” Seulhyeon riu, bagunçando os cabelos da morena.

“Você também não é tão alta.” Murmurou amuada, fechando os olhos e apoiando a cabeça no próprio braço. “Perdi a conta dos meus acidentes em metrôs.”

“Vou querer saber de todos. Começando agora.”

A morena abriu a boca para falar, porém as palavras não saíram, uma vez que seus olhos focaram as portas do vagão.

“Ele está nos perseguindo?” Indagou Eunseo, observando o ex de Seulhyeon adentrar o metrô.

“Youngbin é meu vizinho.” A outra suspirou, descendo os olhos para as mechas vermelhas, as bochechas ficando na mesma tonalidade dos fios.

“Ah, tá. Caso dos pombinhos que se conheceram pela janela do quarto. Já viu ele sem camiseta?” Eunseo levou um tapa estalado na nuca ao término da frase, chiando com a leve ardência e levando a mão livre para massagear a área atingida.

“Em minha defesa, ele que fica desfilando pelo quarto só de cueca.” Seulhyeon murmurou com um beiço infantil.

Eunseo, mesmo com um pouco de dor na parte atrás do pescoço, não deixou de rir e fazer uma cara maliciosa.

“Não é nada disso, Eunseo, Meu Deus! Ele é um babaca! Me arrependo de ter namorado Kim Youngbin.” Estalou a língua no céu da boca e virou-se para procurar o dito cujo, sentado perto da porta muito ocupado com o celular.

A Jo ficou mais irritada por ele ter conseguido lugar para sentar do que por estar ali. Já não bastasse ser seu vizinho, pegar o mesmo metrô para ida e volta, estudar na mesma escola — Deus é bom, Deus colocou Kim Youngbin um ano à frente de Jo Seulhyeon —, Youngbin tinha de ter a sorte do Diabo.

“Você ainda gosta dele, Seul.” O tom na voz de Eunseo estava longe de algo como deboche. Era compreensivo, mesmo que a Shin nunca tenha tido qualquer tipo de relacionamento amoroso — ela não ficava muito tempo em qualquer lugar para começar a gostar de alguém ou para mostrar seu lado “bom” para que alguém gostasse dela.

“Não é isso, é que...” As palavras morreram na garganta de Seulhyeon, que desviou o olhar, parecendo amargurada. Ela coçou a bochecha corada de vergonha.

“Ele terminou com você?” A morena falava baixo e de forma calma, com medo que tocasse em alguma cicatriz e acabasse abrindo a ferida. Lembrou-se da própria promessa de não forçar a barra sobre aquele assunto.

Eunseo encolheu-se de leve, torcendo para que não tivesse notado a delicadeza da conversa tarde demais.

“Eu terminei com ele.” O rosto de Seulhyeon sumiu atrás dos cachos negros.

Isso deixou um clima tenso entre ambas, mas estava clara a mensagem de aquela conversa seria retomada mais a frente. Outra coisa qual ficou bem transparente foi o fato da Jo ainda gostar de Youngbin. Suas feições, o modo de agir e de falar confirmavam isso. Dois segundos observando e qualquer um poderia dizer que, sim, Seulhyeon tinha um penhasco pelo Kim. E Eunseo decidiu dar um empurrão.

“Mas... não vai ficar brava se eu encarnar o Oh My Girl e dar uma de Cupido, certo?” Um sorriso de segundas intenções se abriu nos lábios avermelhados da castanha.

“O que?!” Seulhyeon exclamou segundos antes de Eunseo soltar sua mão do apoiador, fazendo a de cabelos negros voar pelo vagão até cair sentada no colo de Youngbin.

Eunseo, por outro lado, fingiu que observava a parede do túnel distorcido pelas janelas como se aquilo fosse a coisa mais interessante de toda a Galáxia. Mas Seulhyeon conseguiu ver perfeitamente a nova amiga cantarolando baixinho “hey cupid, has shot my heart, turn around now shot my heart”.

Ela não deixou de pensar que iria atirar na cabeça de Shin Eunseo.

“Se queria sentar, eu dava um espaço, Jo.” A voz de Youngbin soprando em seus ouvidos a obrigou a virar a cabeça, lentamente. Sentia-se em um filme de terror aonde ela tinha se escondido, mas havia caído na armadilha do fantasma e sendo encontrada. Pelo menos, Seulhyeon achava que aquele suor frio na espinha devia escorrer em alguém que acabou de ser pego pelo demônio. E vendo de certo ângulo, a garota realmente se encontrava no colo de um demônio.

“Queria testar uma das Leis de Newton.” Acenou com a cabeça, juntando as mãos no colo e fitando os dedos trêmulos, rezando para que ele não percebesse o estado de pré-desmaio qual ela se encontrava.

“Ah, claro. Não poderia ter testado seu dever de casa de física para o outro lado?” Youngbin indagou irônico, sendo que na verdade, seu coração quase saía do peito.

A quanto tempo não tinha um contato verbal com Seulhyeon e do nada, ela caía em seu colo? Literalmente?

“Não, porque sendo do terceiro ano você devia saber que caso alguém se soltasse de um metrô em movimento ela seria empurrada por uma força e...” A voz morreu quando Seulhyeon o olhou, quase baixando a garota estudiosa e quase esquecendo de com quem estava conversando.

Eunseo estava quase dando pulinhos ao ver o casal se observando, ambos parecendo espantados por terem os olhos fixos um no outro, os narizes quase se tocando. Ela parecia a única animada, já que boa parte do vagão murmurava baixinho coisas como “esses jovens de hoje em dia nem se importam se estão em público”. A Shin estava feliz demais com seu primeiro trabalho como Cupido para ficar irritada com as velhotas fofoqueiras e manda-las tomar naquele lugar.

“O que você estava falando?” Youngbin murmurou, as mãos firmando-se nas costas de Seulhyeon para não cair para trás. Ele engoliu em seco quando subiu a mão pela espinha dela, achando que iria levar um tapa sendo que queria distanciar sua palma da bunda da garota.

“Terceira Lei de Newton?” Sussurrou Seulhyeon, sua mente vagando em outro mundo.

Youngbin riu de leve com a expressão fora de ar dela, abaixando a cabeça enquanto a balançava de um lado para outro. A outra mão dele pousou sobre os joelhos desnudos pela saia, a ajeitando em seu colo. A Jo ficou ainda mais paralisada, as bochechas e o pescoço ficando exatamente da mesma cor que as pontas de seu cabelo.

“Você não mudou nada, Hyeonnie.” Tanto o apelido quanto a voz soprada pelo riso a deixaram ainda mais desnorteada.

Seulhyeon iria morrer e seu óbito tinha nome e sobrenome. Até conseguia ver sua lápide e a frase imprensa ali, bem abaixo de seu nome completo, a data de nascimento e da morte, quase invisível por estar escondida entre as folhas que Eunseo deixaria: morta porque Kim Youngbin existiu. 

“O que quer dizer com isso?” Ela desviou o olhar, limpando a garganta em puro sinal de nervosismo.

“Que você continua uma fofa.” Youngbin sorriu, a lembrando do seu Youngbin fofinho e carinhoso, muito diferente do Youngbin bad boy que fica fazendo pose para meter medo no pessoal da Neoz. Era o Kim passar pelas portas de vidro e Seulhyeon não conseguia mais enxergar seu namorado ali. Isso era frustrante e o principal motivo de ela ter dado um basta no relacionamento, mesmo que seu coração implorasse para não fazer aquilo.

“Não posso dizer o mesmo. Você muda de personalidade mais do que muda de cueca.” Murmurou Seulhyeon, voltando a abaixar o rosto corado, as lembranças a consumindo enquanto os lugares em que as mãos do Kim estavam localizadas começavam a esquentar e formigar conforme ela percebia mais a presença do contato físico deles.

“Nunca te tratei mal dentro da escola e muito menos escondi nosso namoro, Hyeonnie.” Os olhos se encontraram novamente quando ele terminou a frase. A expressão do garoto era de mágoa.

“Mas parecia que era em mim quando você desprezava as pessoas em público, Youngbin! Aquilo não se faz!” Seulhyeon bufou e passou as mãos na frente do rosto para dispersar o calor de seu corpo.

“Se eu prometer parar com isso, pode me dar uma segunda chance?” As mãos dele se apertaram nos joelhos e nas costas da garota, qual lançou um olhar incrédulo para o rosto contorcido em dor.

“Já te dei uma segunda chance, Youngbin, você já me prometeu mudar, mas olha só, no dia seguinte que eu gravei essas palavras com meu celular, você enfiou a cabeça de um garoto do primeiro ano na privada do banheiro dos vestiários!” Seulhyeon soltou-se e rapidamente segurou um apoiador, içando-se para perto de uma estática e confusa Eunseo.

“Não sou uma boa Cupido?” Ela mordeu o lábio, com medo que tivesse jogado a merda toda no ventilador.

Seulhyeon negou com a cabeça e bagunçou de leve a raiz do cabelo da Shin.

“Você é uma ótima Cupido, Eun, mas como eu tinha dito, Kim Youngbin é um babaca.” Suspirou a de cabelos negros, olhando sobre o ombro de Eunseo e sorrindo de forma vingativa. “Mas vamos mudar de assunto. Quero testar um dever de casa de física.” Virou-se para a castanha e antes que a Shin perguntasse sobre o que ela falava, Seulhyeon soltou a mão dela do apoiador.

A mesma cena se fez, mas desta vez, Eunseo agarrou-se no pescoço de um desconhecido para não voar o resto do vagão, caindo sentada sobre as coxas do rapaz. Ele tinha cabelos acinzentados e os seus olhos eram questionadores ao descer para o rosto assustado de Eunseo.

A garota deu um sorriso sem graça, soltando lentamente os braços. Limpou a garganta e coçou a nuca.

“Bem, sabe aqueles seriados de TV em que só há um cenário e surgem risadas do nada para uma piada sem graça?” Ela sorriu, encolhendo os ombros.

O estranho levantou uma sobrancelha, o canto da boca inclinando-se para cima muito levemente, imperceptível, teria passado invisível se Eunseo não estivesse cara a cara com ele.

“Acho que podemos dizer que essa cena seria muito boa para um desses seriados, não é? Dá até para ouvir as risadas falsas.” E ela começou a rir nervosa, levantando-se com a ajuda de um dos apoiadores.

Quando se postou ao lado de uma Seulhyeon risonha novamente, Eunseo já não fingia risadas, mas sim tinha uma expressão séria, de que poderia matar qualquer pessoa.

“Sou uma Cupido melhor que você.” Murmurou, os olhos fixos na janela, novamente achando que o túnel merecia mais sua atenção do que a Jo se contorcendo em gargalhadas contidas.

“Ah, isso eu tenho certeza que sim, Cupido. Mas essa expert no romance deu uma olhada na roupa da vítima?” Seulhyeon apoiou-se no ombro de Eunseo, sem parar de rir.

Discretamente, a Shin virou levemente o rosto sobre o próprio ombro para observar o de cabelos cinzas.

Para seu total desespero, o garoto usava o uniforme da Neoz.


Notas Finais


jisoo as seulhyeon.
yureum (wjsn) as yubae.
pois é, tenho que mudar o trailer porque a yubae era a rose, mas dai mudei de ideia e pah foda-se.
acho que vou fazer meio que um tumblr pra fic. pff. brincadeira, mas é só pra mostrar fotinha dos cenários e dos personagens mesmo. hu3
agora, vou me indo, e até o próximo capítulo. sz


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