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História K.O - Nocaute - Vulcão de Laxante


Escrita por: dorkyeoI e tchenio

Notas do Autor


capitulo especial.
bau.
esse eh pra minha anjinha, mah. <333
nao tenho muito a declarar. hu3
ate o próximo. beijos.

Capítulo 5 - Vulcão de Laxante


Fanfic / Fanfiction K.O - Nocaute - Vulcão de Laxante

Baby, me ame

Love Me Do, VIXX

Yubae sentia-se desgastada, ainda mais por ter percorrido o caminho da Neoz até sua casa, qual não era muito longe — duas quadras de distância —, sem a presença de Chanhee.

No dia seguinte, haveria a feira de ciências e hoje teriam de finalizar o projeto “revolucionário” de ambos — o bom e velho vulcão de bicarbonato de sódio.

A grande questão era: como agiria caso Chanhee aparecesse em sua residência?

A garota entrou em casa, sentando-se no chão para retirar os tênis.

Seus ombros pesavam por não ter conseguido nem ver o rosto do amigo depois da “declaração”. Era como se Chanhee tivesse ido embora e isso era o motivo de Yubae estar tão nervosa: não queria se afastar de Chanhee, não queria perder seu melhor amigo de infância.

Observou o corredor que levava até a sala e se perguntou sobre os verdadeiros sentimentos que sentia pelo Kang. A resposta não veio, a resposta que começava a assusta-la. Depois de alguns segundos, Yubae já não tinha tanta certeza sobre querer saber se via Chanhee como algo além de melhor amigo.

A Byun respirou fundo e se arrastou até o quarto, pescando o celular do bolso do blazer com a esperança de ver alguma mensagem de Chanhee, ficando ainda mais cabisbaixa ao se deparar com a tela sem aviso algum.

“Que bela idiota, Byun Yubae.” Sussurrou para si mesma, segundos antes de se jogar na cama e afundar entre as cobertas com cheiro de chocolate.

 

A tarde passou depressa pelo fato da garota ter dormido a maior parte do tempo, revisando entre acordar, ir na cozinha pegar algo para comer e voltar para a cama, sempre checando o celular entre as pausas, o peito pesando a cada vez que se decepcionava com o fato de não haver nenhum balão com o nome “Chani”.

Até que na terceira vez em que vasculhava os armários para procurar comida, a campainha tocou.

Yubae estava quase dentro do local e com a pressa de ir atender, deu a nuca na parte de cima do armário. Choramingando de dor, a pequena correu desengonçada até a porta, assustando-se de leve ao se deparar com Chanhee entrando, os fones ainda nos ouvidos, de moletom preto, calça jeans e retirando os tênis, logo os deixando ao lado dos tênis dela no pequeno armário ao lado da porta.

Depois de alguns segundos que o garoto pareceu perceber estar sendo observado, retirando um fone e dando um sorriso sem mostrar os dentes.

“Temos um vulcão para terminar.” Riu de leve e adentrou a casa por completo, estendendo os braços para a figura estática.

Alguns segundos passaram-se sem Yubae reagir, até que ela resfolegou, sorriu de orelha a orelha e correu até ele, pulando em seu colo enquanto os braços entrelaçavam-se ao redor do pescoço dele, os lábios da Byun se colando na bochecha de Chanhee, este surpreso demais para fazer algo a mais do que a segurar pela cintura para que não caísse.

“Você nunca mais faça isso! Nunca mais saia sem ouvir o que tenho a dizer! Nunca mais suma desse jeito!” Yubae dizia, apertando o garoto com todas suas forças.

“Desculpe, você precisava de um tempo para pensar.” Chanhee gargalhou e esperou mais um tempinho para colocá-la no chão. “Faço tanta falta?”

“Isso é lá pergunta que se faça, Kang Chanhee? Claro que faz falta! Eu estou perdida sem você, seu idiota!” A menor bufou e virou as costas, caminhando em passos largos até a cozinha com a intenção de continuar sua busca por comida.

Chanhee, por outro lado, deixou-se ficar parado até digerir as palavras dela, tentando, mas sem sucesso, levar para um lado amigável, mas a frase tinha soado de outro jeito para si, de um jeito impossível de reverter até que ela deixasse claro que, entre eles, não haveria nada mais que uma amizade forte.

“Mas então... como foram essas últimas horas sem minha bela companhia?” Limpou a garganta, sorrindo de canto para disfarçar o quanto aquelas palavras mexeram com seu coração, mesmo que fossem inocentes ao extremo soadas nos ouvidos de Yubae.

“Tive uma prévia da depressão.” Murmurou a Byun ao pegar alguns salgados das profundezas do armário embaixo da pia.

“Assim parece que sou importante.” Chanhee deu uma risada fraca, algo em seu estômago despertando um dispositivo de emergência ao fazer um rebuliço, ameaçando mandar seu almoço, juntamente com seu café da manhã, de volta para a garganta.

O Kang obrigou que a comida ficasse aonde estava ao engolir em seco, sentando-se na mesa antes que caísse pela fraqueza de seus joelhos.

“Você é importante, Chani.” Yubae suspirou, sumindo no corredor que levava ao seu quarto para pegar o trabalho deles — e também para ele não ver suas bochechas viradas em tomates de tão vermelhos.

O garoto não respondeu. Simplesmente ficou vegetando em um mundo próprio, aonde Yubae voltava e ele tinha a coragem de puxa-la para um beijo. Mas quando a figura pequena de sua melhor amiga voltou segurando o vulcão quase pronto, ele não fez isso. Somente limpou a garganta e fingiu interesse no monte socado de argila.

“Acho que a gente não vai ganhar uma boa nota por isso, Bae.” Chanhee riu quando o objeto foi colocado sobre a mesa, se inclinando para cutucar a base já endurecida e levando um tapa na mão antes que pudesse completar tal tarefa.

“Não ouse estragar isso aqui, Kang. Está uma merda? Com certeza. Mas é o que temos.” Yubae fungou e riu em seguida. “Queria que a Seulhyeon e a Eunseo estivessem aqui amanhã pra ver isso.” Olhou para Chanhee, este com a atenção fixa no nada, como se divagasse pelo espaço e tempo.

Os acontecimentos da manhã voltaram a sua mente, a fazendo sentir-se péssima por ter agido como se aquilo não tivesse acontecido de verdade, como se fosse apenas um pesadelo do qual ela acordou e não quis comentar com ninguém.

Mas aquilo era real. Yubae sabia que agora Chanhee gostava dela e não podia fingir que isso não iria refletir na amizade deles.

“Chani...” Sua voz saiu fraquejava, fazendo o Kang a olha-la, não demorando em nada para perceber aonde aquilo ia chegar.

“Você não precisa se sentir na obrigação de fazer algo, Bae.” Ele falou antes que a menor pudesse completar a frase.

“Claro que tenho. Não é como se não fosse nada. São sentimentos, Chani!” Exclamou Yubae, balançando a cabeça como se estivesse incrédula, mas na verdade, era uma tentativa de afastar a ideia de dizer que retribuía o carinho.

“Estou dizendo que você não é obrigada a sentir o mesmo.” Chanhee suspirou, segurando uma das mãos dela. “Não me importo se você não gostar de mim do mesmo jeito que gosto de você, só quero ficar do seu lado e ser motivo das suas risadas. Quero te ver feliz mesmo quando estiver com outra pessoa. Só não quero perder minha melhor amiga.” Os olhos do garoto não estavam em condições de encontrar os semelhantes marejados da outra. Ele tinha medo de ver as lágrimas, que sabia que estavam ali, e começar a fazer o mesmo.

Yubae fungou e sem hesitar, jogou mais uma vez os braços ao redor dos ombros de Chanhee, o abraçando com força enquanto chorava em seu pescoço. Chanhee a apertou em seus braços, acariciando a cabeça dela enquanto seus olhos passavam a formigar para ficar no mesmo estado dela.

Minutos se passaram naquela cena. Os dois sem dizer nada, o abraço falando por si só.

“Ok...” Chanhee falou com a voz rouca, a distanciando de leve e limpando o rosto de Yubae, esta se dedicando a fitar cada expressão do Kang e sorrindo por final. Ele retribuiu. “Vamos parar com isso. Temos um trabalho para terminar.” Riu de leve.

A Byun assentiu, se distanciando para ir pegar o resto do que precisavam para terminar aquele vulcão. No meio do caminho para despensa, os calcanhares da garota travaram, a fazendo voltar e correr para ele, se inclinando para deixar um leve beijo sobre a bochecha de Chanhee antes de sumir na pequena porta aonde haviam vários e vários produtos com cheiro ruim.

 

A feira de ciências da Neoz não era tão grande.

Os alunos se dispunham nos cantos do ginásio com pequenas barracas enfeitadas e seus projetos colocados no centro desta, em uma mesinha com uma placa do nome de sua obra de arte.

Em um canto, sendo os últimos da fila, se encontravam Yubae e Chanhee, revisando uma lista de coisas que tinham de trazer.

“Tudo certo.” Chanhee disse ao observar a mesa deles, acenando afirmativamente com a cabeça e sorrindo para Yubae.

Ela deu um suspiro aliviado e olhou em volta. Ninguém na escola se esforçava muito para os projetos. Diziam que a partir do segundo ano do segundo grau, as coisas começavam a ficar mais interessantes pelo fato de aquele trabalho ter uma grande influência nas notas finais.

“Somos quase os últimos. Será que podemos passar no refeitório para pegar algo para comer?” A garota fechou o caderno e o deixou no canto da mesa de um jeito que não atrapalhasse os produtos enfileirados.

“Acho que sim.” O Kang sentou-se e sorriu para a Byun. “Pega um sanduíche pra mim, por favor?”

Yubae fez uma careta desacreditada e deu um tapa no ombro do maior.

“Preguiçoso. Você vem comigo, Chuchu Murcho.” Sinalizou para ser seguida ao sair da barraca, o ouvindo se levantar com nenhuma convicção.

Infelizmente, antes que pudessem se quer sair do ginásio, foram interceptados pelo grupo de professores juízes.

“Se não é a dupla dinâmica!” O professor de física riu, se aproximando dos dois e olhando em volta, como se procurasse mais gente além deles. “Como está o trabalho de vocês, crianças?” Sorriu, voltando a atenção para eles, os dois outros professores dando o mesmo sorriso estranho.

“Ahn, é um vulcão de bicarbonato de sódio.” Chanhee deu um sorriso fraco, esperando para vir a bronca pela falta de imaginação.

“Viva aos clichês!” Yubae riu fraco, levantando os punhos fechados e os sacudindo com pouca animação.

Os mais velhos parecem achar mais graça que os menores, pois gargalharam animados, se locomovendo até a barraca deles enquanto eram seguidos pelos adolescentes minimamente assustados.

No dia anterior, eles deram um jeito de arrumar a aparência de um monte de barro, conseguindo formar um bom formato de vulcão com uma linda pintura feita por Yubae. Agora, era só aquilo entrar em erupção.

Os dois postaram-se um de cada lado da mesa, levantando os vidros com o bicarbonato de sódio, prontos para levarem aquilo até a boca do vulcão quando os professores pedissem.

“Já!” Gritou a professora de biologia.

Infelizmente, Yubae foi mais rápida, desembocando seu frasco dentro do projeto enquanto Chanhee inclinava-se para ver o porquê do seu frasco não ter derramado absolutamente nada. A resposta era simples: o frasco do Kang estava furado e tinha derramado tudo sobre a mesa sem perceber pelo nervosismo do garoto. Outra coisa qual ele não percebeu foi que ao se inclinar para descobrir isso, seu rosto ficou na mira do vulcão.

Mãos foram levadas a bocas quando Chanhee cambaleou para trás, a cara toda suja do líquido avermelhado.

“Yubae!” Gritou pasmo, a garota no mesmo estado atônito para conseguir falar alguma coisa ou mesmo se quer agir.

O silêncio se fez presente enquanto as respirações eram prendidas e a tensão caía sobre os ombros.

“Bem, funciona.” O professor de química tossiu de leve, olhando para seus colegas, os três consentindo em ter que sair naquele momento. “Parabéns, crianças, e, Byun Yubae, leve Kang Chanhee para a enfermaria, sim?”

 

O relógio preenchia o vazio com seu som, os tic tac passando a soar irritante nos ouvidos tanto de Chanhee quanto de Yubae.

O garoto estava deitado sobre a maca, os olhos fechados e a respiração pesada, enquanto ela se encontrava sentada na beirada da cama, cutucando a própria cutícula, a culpa consumindo seu peito por saber que se tivesse sido mais atenta, não teria colocado a líquido antes que Chanhee e ele não estaria deitado naquela maca querendo mata-la de um jeito extremamente doloroso.

“Chani...” Sussurrou, o olhando e pressionando de leve o indicador sobre a panturrilha do amigo. Ele murmurou algo qual não deu para entender. “Me desculpa...”

“Você não tem culpa.” Repetiu de modo mais alto, abrindo um olho e sorrindo para ela. “Não havia nenhuma bola de cristal para descobrir que isso ia acontecer. Tudo bem, não estou irritado, só com um pouco de dor.” Voltou a fechar os olhos, parecendo ressonar pelo ponto de vista de Yubae.

Mordendo o lábio, a Byun retirou os sapatos e engatinhou até estar ao lado de Chanhee, deitando-se no peito do garoto e abraçando sua cintura.

“Não ameniza as coisas, Chuchu Murcho. Nós dois sabemos que tenho um pouco de culpa nisso sim. Poderia ter evitado caso tivesse te olhado antes de virar o frasco.” Murmurou com um bico, fechando os olhos em seguida e o apertando de leve.

Chanhee, por outro lado, abriu os dele rapidamente.

“Para de se culpar, Bae. Já disse, você não tem culpa, ok? Por que insiste tanto nisso? Quer que eu me vingue?” Brincou ele, tentando deixar de lado a surpresa por estar em uma posição tão íntima com Yubae, passando um braço pelas costas da menor e acariciando o ombro dela.

“Iria me sentir melhor.” Yubae assentiu, se ajeitando para ficar mais confortável.

“Realmente quer que eu dê retorno?” Chanhee exclamou surpreso, arregalando os olhos.

Ela voltou a assentir.

“Sabe que não vou pegar leve, certo?” Sussurrou o Kang, franzindo o cenho.

Claro que ele não iria, mas queria ver se a assustando ia dar em alguma coisa, porém Yubae somente balançou a cabeça em sinal positivo pela terceira vez, como se nem ela estivesse certa disso.

Um plano passou a se formar na cabeça de Chanhee, por mais que fosse um pouco pesado, se a Byun queria que ele fizesse algo como vingança, iria fazer.

Só torcia para que aquilo não saísse do controle.

Tudo iria começar no dia seguinte.

Assentiu para si mesmo e respirou fundo, abraçando Yubae e se ajeitando para que ambos conseguissem dormir sem sentirem dores ao acordar algumas horas depois.

 

O plano era perfeito.

Yubae nunca iria suspeitar de um pedido para ela jantar na casa dos Kang, afinal, tendo crescido junto com o garoto, ela já era bem próxima de seus familiares ao ponto de estar presente mais na casa deles do que na própria.

Como o combinado, a garota apareceu na porta, apertando a campainha sem parar, uma hora antes de os pratos serem servidos.

Chanhee desceu as escadas correndo, por pouco não rolando os degraus quando tropeçou nos próprios pés graças a pressa.

A porta se abriu e Byun entrou, retirando os tênis e os deixando em um cantinho no armário ao lado, um cantinho reservado para si. Ela sorriu e abraçou o amigo.

“Como sua mãe reagiu quando contou do vulcão?” Riu sem graça, lembrando-se dos acontecimentos do dia anterior, a culpa pesando nos ombros por alguns instantes antes de ouvir uma risada familiar soar no corredor qual levava a sala de estar.

“Não se preocupe com nada, querida, estou sabendo que bicarbonato de sódio é bom para pele.” A Sra. Kang sorriu e estendeu os braços para receber Yubae, que aliviada e até mesmo mais leve, correu, abraçando sua segunda mãe.

“Viu, Chani, sem saber, fiz um tratamento de pele.” Brincou ela, olhando para o garoto, este aparentando preocupação com algo ao fixar os olhos no rodapé, como se ele fosse bem mais interessante do que o fato de ter levado uma erupção de vulcão na cara.

Yubae franziu o cenho, se distanciando da mais velha para estalar um dedo na tentativa de chamar a atenção de Chanhee de volta para a realidade.

Ele piscou e a olhou, uma careta confusa de quem pedia o que estava acontecendo. A garota levantou uma sobrancelha. Chanhee sorriu.

“Ah, sim, até sinto ela mais macia.” O tom era para ter saído brincalhão, infelizmente, indo para o lado contrário ao parecer nervoso.

Yubae notou, obviamente, mas decidiu ignorar. Tinha uma leve impressão de que era porque o amigo estava bravo consigo. Sabia que ele iria se vingar, mas não se preocupava com isso. Merecia, era isso que via pelo seu ponto de vista. Sinceramente, a Byun estava ansiosa para receber o troco — juntamente com uma pitada de medo, mas esta parte não era relevante.

A Sra. Kang avisou que os dois poderiam subir e que ela chamaria quando o jantar estivesse pronto, saindo de cena em seguida enquanto cantarolava alguma música antiga que só pessoas mais velhas sabiam.

Chanhee se aproximou de Yubae, cutucando uma costela da menor e sorrindo em seguida.

“Meu pai pagou o Netflix hoje. O que quer ver?”

“A gente não tem que ver “A Concubina do Imperador” para o trabalho de história?” Yubae estranhou, tentando lembrar-se se era aquele filme mesmo.

Chanhee engasgou.

“Quer ver logo esse filme?” Indagou incrédulo. “Agora?!” Sua voz até mesmo afinou, tamanha a surpresa.

“É trabalho que vale nota, Chanhee.” Ela respondeu indignada, coçando a nuca em seguida. Não conseguia entender nada do porquê da surpresa do amigo.

O garoto abriu a boca para responder que aquele não era um bom filme para se ver naquele momento, ainda mais se um adulto entrasse e tirasse conclusões precipitadas, mas lembrou-se que por mais irônica e sarcástica que a Byun conseguisse ser algumas vezes, ela tinha um alto nível de inocência em outras coisas.

Decidiu mudar sua pergunta, somente para ter certeza sobre suas ideias.

“Yubae... você sabe o que é uma concubina?” Juntou ambas as mãos, como se fosse rezar, apontando em direção ao peito da garota.

“Não?” Fez uma careta, mordendo o lábio pela vergonha de saber que deveria saber sobre aquilo, mas não sabia.

“O que você faz nas aulas de histórias?” Chanhee estalou a língua no céu da boca, deixando que os braços caíssem ao lado do corpo em sinal de indignação.

“Durmo.” Yubae deu de ombros e sorriu em seguida. “Mas se você não queria ver era só dizer, idiota. Vamos terminar “Black Mirror” e ponto.” Riu e pegou a mão do Kang, o arrastando escada acima.

Aquela foi a segunda vez que ele quase beijou os degraus, mas rapidamente pegou o ritmo da amiga, conseguindo chegar no corredor dos quartos antes dela.

Ambos se encaminharam para o quarto, comentando sobre os últimos episódios, recapitulando tudo para testar se não tinham esquecido de nada. Para o que isso serviu? Nada. Por que? Bem, pode-se dizer que quando deitaram na cama e deram continuidade aos episódios, ambos acabaram dormindo, acordando depois que a série acabou, quando a Sra. Kang bateu na porta avisando sobre o jantar estar pronto.

A dupla desceu se arrastando entre bocejos e olhos piscando de modo lento, um se apoiando no outro. Foi difícil para a Sra. Kang não rir vendo o quão preguiçosas suas crianças eram.

“Bae, pega refrigerante, por favor. Tá na geladeira.” Chanhee bocejou pela terceira vez, sinalizando a cozinha enquanto sentava-se e olhava a mesa, começando a acordar e ter noção da realidade.

Yubae não respondeu, apenas balançou a cabeça na afirmativa e arrastou as pantufas até o lugar indicado.

Chanhee rapidamente tirou uma pequena cartela de comprimidos do bolso da calça moletom, inclinando-se até o prato de Yubae e colocando dois. A Sra. Kang assistiu aquilo sem falar nada, o garfo parado no ar a centímetros do macarrão.

“Chanhee!” Chiou a mulher, baixo para a Byun não ouvir, mas alto o suficiente para fazer o garoto pular na cadeira. “O que é isso?”

“Em minha defesa, ela pediu por isso.” O garoto prendeu a respiração, remexeu a massa com o garfo para esconder as pequenas bolinhas e voltou para seu lugar a tempo de parecer normal aos olhos de Yubae, que entrou com a garrafa de Coca-Cola pendurada na mão direita.

A Sra. Kang negou com a cabeça, fingindo não ter presenciado nada, decidindo que era melhor não falar nada e comer. Chanhee agradeceu mentalmente por ter uma mãe compreensiva, a imitando ao rodar o garfo sobre a massa e enfiar um bocado na boca.

O jantar foi silencioso, até que a mais velha se levantou com o prato vazio.

“Yubae, querida, vai dormir aqui hoje?” Sorriu, preocupada com o que o filho tinha colocado no prato da pequena, mas até aquele momento, a Byun parecia muito feliz pela comida, já que havia engolido tudo rápido o suficiente para pegar uma segunda rodada.

Por estar com a boca cheia, a menor assentiu rapidamente, sorrindo sem mostrar os dentes cheios de molho vermelho.

A mulher riu e saiu para a cozinha.

Chanhee observou a mãe desaparecer pelo batente, a boca igualmente cheia, os olhos migrando para Yubae em seguida, procurando algum sinal de mal-estar vindo dela.

Engoliu e respirou fundo, empurrando levemente o prato para frente.

“Bae, você está bem?” Levantou uma sobrancelha, tentando soar indiferente para ela não suspeitar de nada.

Yubae assentiu com a cabeça.

Ele engoliu em seco.

“Mesmo?” Dessa vez, sua voz saiu fina.

A resposta foi um forte ronco vindo da barriga da garota, que parou rapidamente de mastigar, olhando para o nada. Antes que o Kang pudesse intercepta-la, Yubae levantou-se e correu em direção ao banheiro.

Quando a porta bateu com força, a Sra. Kang apareceu na porta da cozinha, correndo os olhos pela mesa e os parando em Chanhee.

“O que eram aqueles comprimidos, Kang Chanhee?” Disse com a respiração ofegante.

Chanhee encolheu-se quando um barulho estranho ecoou do banheiro aonde Yubae havia se trancado, dando um sorriso murcho para sua mãe.

“Laxante.”

 

Chanhee havia comido metade de sua unha.

Estava apreensivo. Claro, até porque não ficar daquele jeito quando sua melhor amiga toma duas pílulas de laxante e para no hospital? Bônus! Foi você que colocou as pílulas lá! Por que? Porque ela estourou um vulcão de bicarbonato de sódio na sua cara e pediu vingança.

Até aí, como está nossa balança? Erro 404, página não encontrada.

O Kang estava apoiado ao lado da porta aonde Yubae estava, o olhar perdido enquanto murmurava textos para se desculpar com a Byun por ter exagerado demais na vingança. Já estava imaginando suas desculpas sendo respondidas por uma lista de palavrões, alguns sendo inventados pela garota.

Um médico bateu de leve no ombro dele, o despertando de seu topor de culpa.

“Sua namorada está melhor. Ela quer ver você.” Sorriu e saiu pelo corredor.

Chanhee nem se deu trabalho de corrigir o homem, adentrou o quarto em um turbilhão, caindo o olhar sobre a Byun deitada na cama com os olhos fechados, como se dormisse. Graças ao barulho, a menor abriu as pálpebras e sorriu para ele, acenando de leve.

“Bae, eu...” Começou ao andar apressado até a poltrona ao lado da maca, mas um gesto de “pare” da mão aberta levantada o fez calar a boca. O dedo apontou para a poltrona. Ele sentou-se.

“Eu mereci, Chani.” Falou com a voz fraca, rindo de leve e se esticando de leve para dar tapinhas no topo da cabeça dele. “Tanto por não ter dado bola para seus sentimentos quanto pelo vulcão.” Sorriu, voltando a se recostar. “Obrigada.”

Ele estava sem palavras. Ficava observando de forma atenta os traços de Yubae em busca de algo que denunciasse uma pegadinha, mas ela parecia feliz e aliviada, de certa forma. Chanhee ficou ainda mais aéreo.

Os dedos da Byun fecharam-se em volta da mão dele, a apertando de leve para traze-lo de volta a vida.

Pouco a pouco, o Kang abriu um sorriso, se levantando para conseguir alcançar a testa de Yubae, dando um beijo nesta.

Quando ele voltou a se sentar, Yubae balançou a cabeça em negativa, se inclinando e botando a mão livre sobre a nuca de Chanhee, assim conseguindo puxar para juntarem os lábios.


Notas Finais


mah, te amo.


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