1. Spirit Fanfics >
  2. K.O - Nocaute >
  3. Salgado Como as Lágrimas

História K.O - Nocaute - Salgado Como as Lágrimas


Escrita por: dorkyeoI e tchenio

Notas do Autor


mais um capitulo.
aeee.
esse é para lih. sz
bem, eu estou bem pra baixo no momento e não consigo me animar nem pra fazer uma nota decente, então me desculpem.
aproveitem esse penúltimo capitulo e ate o próximo.sz

Capítulo 6 - Salgado Como as Lágrimas


Fanfic / Fanfiction K.O - Nocaute - Salgado Como as Lágrimas

Eu acho que você fica lindo na chuva

Rain, Taeyeon

Existem tantos modos de acordar, divididos entre os bons e os maus. Os definidos bons comportam: acordar sabendo que não há compromissos; com marcas no corpo das cobertas e do travesseiro, sinalizando uma boa noite de sono; acordar por contra própria, sem o maldito despertador, etc.

As ruins já tinham em seus limites: acordar com o despertador; não ter dormido suficiente, pois demorou para dormir e quando dormiu, alguém o/a acordou cinco minutos depois; seu professor batendo palmas na saída da sua barraca dizendo que a turma da sua amiga tinha de fazer uma trilha naquele instante.

Foi nesse último caso que Seulhyeon encaixou-se, se enrolando mais no saco de dormir para tapar os ouvidos com o travesseiro, não querendo saber dos compromissos dos outros. Infelizmente, Eunseo já tinha um sono bem mais pesado que o seu, não ouvindo o aviso que era destinado a si.

Por isso a Jo se obrigou a sentar-se para conseguir pegar o travesseiro e bater com este nas costas de Eunseo. Ela ainda parecia estar em um mundo aonde Park Chanyeol era seu namorado, uma vez que continuou a cara afundada no próprio travesseiro, os cabelos cobrindo todo seu rosto adormecido, apenas um resmungo sinalizando que continuava viva.

“Shin Eunseo!” Berrou Seulhyeon, sem condições de erguer o objeto fofo para mais uma pancada, tamanho seu cansaço.

“Que?” A Shin murmurou impaciente, encolhendo-se ainda mais no casulo quentinho que era seu saco de dormir.

“O professor e a maldita trilha.” A de cabelos negros chiou, colocando o travesseiro no devido lugar e caindo sobre este, virando-se de costas para Eunseo, que com muita má vontade se sentou, avisando o professor de que precisava de alguns instantes para se vestir. “Divirta-se com o Dawon.” Foi a despedida de Seulhyeon ao ouvir o zíper da barraca sendo aperta.

Eunseo xingou sua mãe antes de sair, fechando a barraca novamente.

Seulhyeon virou-se de novo, batendo no travesseiro para deixa-lo mais confortável. Achando que piorou a situação, voltou a virar-se. Suas costas reclamaram. Suspirou, virando-se de novo, suas pernas já bem presas na manta de tantas vezes que havia rolado. Engoliu em seco, deixando uma perna estendida e outra dobrada. Uma câimbra ameaçou aparecer.

“Puta merda.” Chiou, sentando-se e coçando os olhos para espantar o resto de sono que havia sobrado.

Olhou em volta, notando o contraste que a luz contra a lona vermelha da barraca fazia no local. Era bonito. Ela acharia bonito se não estivesse com raiva por ter acordado tão cedo contra sua vontade.

Depois de se enfiar em um jeans e uma camiseta, Seulhyeon saiu, observando alguns alunos já acordados, comendo e rindo baixo enquanto os sons do rio e dos passarinhos enchiam o ar. Uma brisa bateu no rosto da Jo, balançando seus cabelos e deixando os pelos de seus braços arrepiados. Voltou para pegar um casaco.

Quando achou que estava bem agasalhada, Seulhyeon passou a andar entre as barracas com a intenção de chegar no restaurante perto do rio. Seu estômago roncava ao implorar por um café e uma torrada.

“Jo Seulhyeon!” A garota girou nos calcanhares ao procurar quem tinha a chamado. Um dos professores sinalizava para ela se aproximar, o que fez sem contestar. “Preciso de um favor seu.” Sorriu, cruzando os braços.

“Claro. No que posso ajudar?” Seulhyeon tentou fingir animação, mas a única coisa que a garota queria era voltar para sua barraca e ocupar todo o lugar em tentativas de se sentir confortável, mesmo que tivesse a certeza de que não voltaria a dormir.

“Preciso que vá até a cidade mais próxima e compre algumas coisas no mercado.” O mais velho sorriu sem graça. “Se não importar, claro.”

“Não tem problemas, professor. Só me dar a lista e já estou indo.” Seulhyeon riu.

A garota acompanhou o maior até o restaurante, aonde recebeu as chaves de uma camionete juntamente com a lista de compras. Mas havia um porém. Até porque, a vida não é tão simples, assim, certo?

“Bem, como deu para ver, é muito coisa. Acho melhor você levar outra pessoa com você para ajudar.” Comentou o professor enquanto desciam as escadas do deck do restaurante.

Seulhyeon parou, procurando mentalmente se havia alguém no acampamento além de Eunseo que ela pudesse confiar para que fosse junto consigo. Ninguém lhe pareceu bom o suficiente, o que a fez xingar baixinho para o superior não ouvir e chamar sua atenção por isso. Modos eram necessários em todos os momentos — ela não via bem assim.

“Há alguém?” Indagou o professor.

“Ahn...” Seulhyeon ia começar a dizer que sua amiga estava em trilha e que não se importaria de fazer tudo sozinha.

“Eu!” Se não fosse o maldito demônio Kim Youngbin.

Seulhyeon quis sair correndo. Cavar um buraco e enfiar sua cabeça lá.

Se lembrava muito bem de quando Youngbin a puxou para longe de Eunseo para pedir se ela queria sair com ele quando voltassem para a cidade. Também se lembrava muito bem de ter rido ironicamente e se afastado em direção ao restaurante, tentando manter uma expressão de que estava tudo bem para Eunseo não encher o saco.

“Vou com ela, professor, sem problemas.” Youngbin parou de correr, parando bem ao lado de Seulhyeon, esta escondendo o rosto repleto de desgosto com os cabelos.

“Então ok. Obrigado, crianças.” Sorriu o professor, se distanciando de volta para o restaurante.

“Você não vai comigo, Kim.” Seulhyeon bufou, pegando a chave e dando passos duros até a camionete preta estacionada não muito longe deles.

Ela ouviu o barulho das folhas sendo esmagadas quando Youngbin a seguiu no mesmo andar apressado.

“Precisa de ajuda. Sei que é forte, mas são muitas coisas pra carregar.” Deu a desculpa, conseguindo ficar lado a lado com a garota, coisa que não durou muito tempo levando em conta que a Jo tendeu a ir mais depressa para fugir dele.

Não deu muito certo.

“Posso dar meu jeito.” Murmurou, se aproximando ainda mais da camionete ao ponto de clicar o botão do controle, destrancando o transporte.

Antes que a de cabelos negros se quer pudesse esticar a mão para abrir a porta, Youngbin pegou seu pulso e a girou, a prensando na superfície lisa da camionete. Seulhyeon ficou encarando o nada, como se ele tivesse as respostas do que estava acontecendo, já que seu cérebro teve dificuldades de processar as posições.

“Hyeonnie.” Começou, mas a Jo foi mais rápida, dando um tapa na cara dele e entrando no carro.

Era a vez do Kim ficar vegetando.

A camionete foi o que o despertou, dando ré para sair do acampamento. O garoto correu para interceptar tal ação, quase sendo atropelado no processo, mas Seulhyeon não tinha a intenção de receber algo da polícia por atropelamento animal.

Abriu a janela, se inclinando sobre esta para conseguir encarar Youngbin com ambas as mãos na traseira da camionete.

“Sai, Youngbin.” Comandou, suspirando em seguida.

Youngbin levantou uma sobrancelha e andou lentamente até chegar ao lado do passageiro, abrindo a porta e sorrindo a sentar-se ao lado da Jo, não deixando de soprar um beijo para ela.

“Você é um idiota.” Bufou a garota, desistindo de tentar expulsa-lo e pensando se conseguiria joga-lo na estrada em meio ao caminho ao mercado. Torcia para que sim e que não achassem digitais suas no corpo quando fosse encontrado pela polícia local.

“Obrigado.” Respondeu ele de modo animado, como se tivesse sido elogiado.

Seulhyeon bufou em seguida, levantando os olhos para o céu cinza, ameaçando chuva, em busca de alguma ajuda divina. Pedia com todas suas forças que Youngbin recuperasse sua mente e desistisse da ideia de voltarem.

 

O mercado era mais ou menos longe, o que rendeu muito tempo em silêncio dentro da camionete, somente com a música que o rádio proporcionava.

Naquele momento, Seulhyeon cantava “Candy” do H.O.T, batucando os dedos e balançando a cabeça conforme a melodia, lembrando-se da dancinha do grupo.

Youngbin não estava diferente, os olhos fixos na paisagem correndo do lado de fora, o corpo remexendo-se de um lado para o outro em uma imitação terrivelmente fracassada da coreografia.

Chegou o refrão, aonde ambos aumentaram a voz e os movimentos dos corpos, exagerando nas reações. Como nos velhos tempos.­ Como se nada tivesse mudado. Como se ainda estivessem juntos.

Seulhyeon acabou por lembrar disso, tossindo para parar de cantar e adquirir uma expressão séria. De agora em diante, tinha de encarnar aquela velha que quando caía algum brinquedo infantil em seu quintal, saía gritando de sua casa para pega-lo e guarda-lo em um sótão podre, aonde certamente existiam mais brinquedos esquecidos de crianças que tiveram a má sorte de deixar que sua diversão caísse em quintais de velhas chatas.

Youngbin percebeu o modo brusco com que Seulhyeon parou de cantar, migrando seu olhar para a garota e suspirando em seguida.

“Não precisa ser minha namorada, mas pode parar de agir como estranha comigo. Quero ficar próximo de você, no mínimo.” Ele murmurou e fungou, deixando-se afundar no estofado do banco.

“Não posso fazer isso. Te deixar por perto é a mesma coisa que te dar esperanças de recomeçar do zero. Você é uma lembrança viva do que passamos. Não. Estamos bem do jeito que estamos.” Seulhyeon não ousava tirar sua atenção da estrada, procurando alguma placa que indicasse sua salvação conhecida como mercado.

“Só se você está bem porque a cada dia eu sofro por isso.” Youngbin se ajeitou no banco para aparecer na visão periférica da garota. “Sei que sofreu pelo menos por um tempo. Não finja que nunca ligou.” Prendeu a respiração.

Era um blefe. Não sabia nem de metade dos sentimentos da Jo, mas torcia para que estivesse certo, porque se estivesse certo, ainda conhecia sua garota. Significava que Seulhyeon continuava a mesma, que não tinha a quebrado por completo e que ainda tinha chances de tê-la de volta, por mais que ela insistisse que tudo estava acabado. Só precisava focar no canto superior do olho, aonde sempre tremia quando Seulhyeon tentava mentir.

Porém ela não falou nada. Sua reação foi respirar fundo e apertar os dedos em volta do volante, continuando a cantarolar “Candy”, a música já no final.

Não existia mais tanta alegria ali.

Algumas gotas de chuva pingaram sobre o para-brisa, fazendo com que Seulhyeon estalasse a língua em sinal de reprovação.

“Tinha que chover logo agora.” Murmurou irritada.

“Não vai queimar.” Youngbin estava novamente afundado sobre seu banco, perdido em nostalgia.

Seulhyeon o olhou e mordeu o lábio. Odiava deixar as pessoas para baixo, mesmo que fosse o Kim, sentia-se culpada.

“Me desculpa, Youngbin, realmente, mas quero que entenda que tenho medo que você prometa mudar e as coisas continuem na mesma.” A Jo bufou, não acreditando no modo como seu coração era tão mole a ponto de ser doce com Kim Youngbin.

O Kim a observou atentamente, procurando algum sinal de deboche, mas isso não era preciso. Ele conhecia aquele tom. O tom da sua Seulhyeon. Suas esperanças voltaram com uma explosão de fogos de artifício no peito e na cabeça, iluminando com cores vivas tanto seu coração quanto seus pensamentos.

“Hyeonnie, se você me der uma chance, não vou te decepcionar.” Conseguiu falar, seguido de um sorriso.

Seulhyeon o olhou, logo retornando para a estrada, assentindo de forma quase imperceptível. Infelizmente, ele não sentiu firmeza naquele aceno, retornando ao seu estado de tristeza.

Não demorou em nada para o mercado ser visto entre os grossos pingos de chuva que caiam torrencialmente. O desespero caiu sobre os dois quando notaram as portas trancadas e nenhum sinal de vida humana.

“Não. Não acredito nisso. Não pode ser.” Seulhyeon começou, estacionando no estacionamento e abrindo a porta do carro para correr até a entrada do mercado, sem se importar com o fato de ter ficado molhada em três segundos quais se passarem até ela bater com as mãos na porta, gritando por alguém.

Youngbin ficou assustado por ter visto o desespero da garota, sem conseguir sem mexer para ir atrás dela.

A Jo se virou, passando as mãos pelos cabelos para retirar o excesso de água do rosto, o que não funcionou muito uma vez que não havia proteção para cobri-la, a chuva deixando-a ainda mais molhada.

O Kim pareceu despertar, rapidamente saindo do carro e correndo até ela, os braços envolvendo os ombros da garota para a levar de volta a camionete.

“Não!” Berrou, se distanciando. “Fica longe.” O rosto estava molhado, mas ele conseguiu distinguir que toda a vermelhidão das bochechas de Seulhyeon estavam ali graças as lágrimas que corriam quase tão rápida quanto a chuva.

“Hyeonnie, pelo amor de Deus, a chuva tá forte demais, esquece que me odeia e vamos de volta pra camionete.” Ele tinha de gritar para ser ouvido sobre o barulho intenso das gotas caindo sobre o chão e o teto de metal do mercado.

“Consigo ir até lá sem você, Youngbin.” Seulhyeon fungou e novamente deslizou os dedos pela face, dessa vez para tentar afastar a ardência feita pelo choro.

A passos duros, a Jo se encaminhou para o transporte, querendo se matar por ter sido obrigada a ficar tanto tempo aguentando a presença de Youngbin para no final chegar ali e o mercado estar fechado. Ela não queria mais ficar perto do Kim. Queria manda-lo de volta para o acampamento a pé, ou ela iria, mas não queria passar mais sabe-se quantas horas em um mesmo local que ele.

Tinha se segurado ao máximo, mas agora era impossível controlar a raiva e tristeza acumulada em seu peito. A mágoa saia em cada lágrima, as memórias do que um dia foi um bom relacionamento a atormentando.

“Seulhyeon! Para com esse drama!” Youngbin continuava na porta do mercado, a impotência dominando cada pedacinho de seu corpo ao ver Seulhyeon daquele jeito, a rejeição emanando dos seus poros, acabando com toda e qualquer esperança que o garoto pudesse ter.

“Era isso que eu queria evitar, porra! Era esse seu eu idiota, que não aguenta que as coisas saíam do seu controle!” Explodiu, por fim, virando-se e apontando o dedo para ele, mesmo que estivesse longe para perfurar o olho do Kim com a unha, como desejava fazer. “Esse cara ridículo que se estressa por não conseguir admitir para si mesmo que tem uma parte ruim!” Soluçou e olhou em volta, deixando que os braços abrissem para logo caírem ao lado do corpo. “Puta merda, Youngbin, eu te amava de verdade, faria de tudo só pra ter os teus braços me protegendo da bosta de mundo que a gente vive, para você ser esse imbecil ciumento e me fazer de gato e sapato.” Fixou os olhos novamente dele. “Você me prometeu tantas vezes que ia mudar. Me prometeu a minutos atrás e olha só agora.” Deu um riso irônico. “Não te dou outra chance porque sei que é incapaz de mudar esse gene.” Um dar de ombros e uma girada nos calcanhares foi o ponto final naquele papo.

Algo como “nunca mais fale comigo de agora em diante”, ou era pelo menos isso que Seulhyeon queria deixar bem explícito ao tentar entrar na camionete aonde ficaria um tempo chorando no volante até que tivesse forças suficientes nas mãos trêmulas para girar a chave na ignição e afundar o pé no acelerador para dirigir de volta ao acampamento, que já não tinha mais aquela mágica de deixar um bem-estar no coração de Seulhyeon justamente por conter uma pessoa.

Ora, note que falei “tentar” e não que a Jo entrou.

Por que?

Pois quando os dedos já roxos do frio obtido pela chuva se esticaram para segurar a maçaneta da porta da camionete, mãos igualmente frias seguraram a cintura fina de Seulhyeon, a girando para que ela pudesse ficar cara a cara com Youngbin, este movido pela adrenalina e pela dor da alma, em um ato de coragem, se inclinou, tomando os lábios da de cabelos negros para si.


Notas Finais


dor da alma é o que to sentindo agora por ter corrigido tudo e depois a net ter caído e apagado tudo e agora eu estou com raiva suficiente para corrigir de leve e postar, então me desculpem.
sim, esse é o penúltimo capitulo, mas vai existir um oitavo capitulo que vai ser um especial de natal. <33
lih, espero que voce tenha gostado, te amo. <333
beijos e ate mais.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...