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História Kryptos - Dois


Escrita por: anachinnie

Notas do Autor


Oi gente! Mais um capítulo pra vocês. :)
Espero que gostem, vamos conhecer melhor alguns personagens. :D
ótima leitura, obrigada por favoritos e comentários <3

Vou tentar manter atualizações semanais. Gostei de escrever esse >_<

Vou continuar pondo parte 1 até acabar essa parte pra não ficar confuso. Conforme for postando da pra acostumar.
E ta capitulo dois porque acabei considerando o prólogo passado como capítulo um. XDDD

Capítulo 2 - Dois


Fanfic / Fanfiction Kryptos - Dois

Parte I.

“Entre a sombra sutil e a ausência da luz está a nuance da ilusão”

...

 

Dois.

 

 

A porta foi aberta com cuidado. O laboratório que mantinham na Mansão era trancado à noite e aberto somente ao nascer do dia. Sem contar as paredes de aço, o que tornava o cômodo ainda mais frio e isolado. Era uma medida de segurança que Chansung havia adotado após alguns acidentes. Não que estivessem guardando um monstro de sete cabeças, mas tinham muitos robôs funcionando por ali. A maioria deles ficava no laboratório que era quase subterrâneo.

Não seria muito problema caso Chansung não fosse a pessoa abençoada que conseguia pará-los quando Wooyoung havia errado em alguns cálculos das últimas vezes. Chansung não era bem um programador, ele era um especialista em redes. Sobre o maior — e de longe o mais problemático de todos — dos robôs criados ali, o narigudo havia começado uma discussão com Wooyoung da última vez e até mesmo havia questionado se era seguro levar TCY até o Congresso de IA. TCY era o grande ás na manga que Wooyoung apresentaria no Congresso. A máquina tinha quase 1,90m de altura e pesava como um cara musculoso de igual estatura. Apenas Chansung conseguia segurá-lo quando seus olhos mudavam de cor; apenas Chansung conseguia parar a máquina com sucesso e ainda sim saía machucado. Não que TCY fosse uma britadeira que saía por aí descontrolado e ameaçasse a segurança das pessoas, mas quando o robô entrava em serviço seus olhos ganhavam tonalidade rubra e era difícil impedi-lo de fazer algo sobre o qual estava determinado.

TCY era o primeiro experimento do melhor sistema dos dois amigos: o Kryptos. Um experimento cheio de personalidade. Um nome forte para um projeto igualmente forte. Fora baseado na escultura original de Jin Sanborn, escultura essa que fascinava Wooyoung desde que estava no curso de graduação. A máquina tinha a aparência humana como qualquer humanóide daquela região: era alto, pele levemente bronzeada e tinha a feição de um samurai. O cabelo era muito bem organizado, amarrava na parte de trás os fios mais longos, e suas sobrancelhas davam um ar sério ao robô. Parecia comum à primeira vista, porém dentro de si havia o processador mais potente de sua última geração. Ele ficou trancado por meses no laboratório, submetido a vários testes, afinal não sabiam o quanto tinham que refrigerá-lo para que seu cérebro não fritasse. Sem contar sua programação, a mais complexa possível. O processador de um supercomputador era muito diferente de máquinas comuns. O nome já dizia: era um super. Precisava de muito mais cuidado, de muito mais planejamento e detalhes, afinal havia um bom dinheiro investido naquela cabeça. Um erro poderia estragar tudo. TCY era o primeiro de muitos que nasceriam pela New Future. Pelas mãos de Jang e Hwang. Era um dos primeiros robôs milionários desenvolvidos pela empresa de Jun K.

Chansung se sentiu aliviado quando o viu parado dentro do vidro com feição serena e o castanho de seus olhos brilhava. Ao menos não havia quebrado mais um vidro. TCY às vezes se tornava incontrolável pelo fato de raciocinar rápido demais. Antes mesmo da resposta de seu processamento vir, ele já estava pensando no seu próximo passo. Isso desestabilizava o sistema, o que gerou muitos problemas ao programador mais baixo. A rapidez de seu pensamento fazia com que ele agisse de forma que ele não estava preparado para agir muitas vezes, como: correr, quebrar coisas e até mesmo socar a cara de Wooyoung como havia feito há um mês. Um pouco antes disso, havia quebrado parte do laboratório e Chansung havia decidido fazer um lugar seguro, um canto onde ele pudesse ficar durante a noite quando não podiam vigiá-lo. A personalidade da máquina era de um rapaz encrenqueiro, porém extremamente habilidoso. TCY tinha um cérebro mais poderoso do que a parte usada de um cérebro humano. Era o que tinham planejado para ele desde o começo desde a época da faculdade.

TCY não era um humanóide comum. E nunca seria. Quando decidiram investir num projeto exótico, tinham consciência que algo poderia dar errado. Mas fora os casos de quebra e destruição do local de trabalho e os erros que sempre ocorriam em qualquer programa, TCY era um programa exemplar. Ele não só fazia trabalhos pesados na Mansão, mas também era responsável por ser a inteligência da casa. Ele não só processava e ajudava em tarefas de trabalho dos meninos, mas também havia adotado cada robô — mini aos grandes — e havia se tornado o dono de aço deles. Como ele podia fazer isso? Ele era um mestre em invasões. Invadiu os próprios “irmãos” feitos pela dupla dona da casa e havia começado a comandá-los. TCY sabia que não era humano, já havia comentado com Wooyoung que também não gostaria de ser, mas ele sabia que podia muito. Podia tanto que Wooyoung estava apostando todas as suas fichas nele.

Enquanto Chansung e Wooyoung não estavam no laboratório, ele mandava. Havia dezenas de robôs dentro daquele cômodo extremamente gelado. Robôs de todas as formas e tamanhos e utilidades diferentes.

O Kryptos, a grande obra prima de Jang Wooyoung, era uma central que se ramificaria entre várias outras máquinas distribuindo seu super processamento. TCY era o primeiro de todos eles. Apesar do seu tamanho e delicadeza, ele era um ótimo espião e passava despercebido por qualquer rede. Um hacker capaz de entrar em qualquer lugar e conseguir informações preciosas sem deixar praticamente nenhum rastro.

Fora assim que TCY havia conhecido Zelo. Fora assim que TCY havia brincado com o sistema de aquecimento de Jongup.

010

 

Ana terminava de vestir Junior. Estavam há pouco tempo de ir para o Congresso e já havia arrumado as coisas. Pegou tudo que precisava e se arrumou adequadamente. Tinha posicionado Daehyun no pulso e daria as coordenadas para que ele buscasse o que seja lá o que estavam buscando. O relógio não parecia muito diferente do que um comum. Como havia dito a Bang, parecia um relógio da Google. Voltou a arrumar o cabelo do humanóide enquanto ele permanecia sereno olhando para você. Seu Junior era um fofo, estava pronto para conhecer o mundo.

— Ana-shi?

— Sim?

— Você está linda. — ele disse, simplista, e Ana sorriu. Deu um leve beijo em sua testa. — Está nervosa? — sentou-se ao lado do humanóide. Suspirou e logo Junior olhou para você. — Acho que está.

— Não é bem nervosa. Estou ansiosa. Quero que o dia acabe logo e eu possa ligar pro Bang e contar que temos pistas novas. Estamos há tanto tempo encalhados nas mesmas evidências. É ridículo.

— As coisas acontecem no seu tempo certo. — Junior pegou na mão de sua dona. — Vai conseguir.

— Tenho medo que façam alguma coisa com o Daehyun.

Ana, vai ficar tudo bem. Eu serei discreto. A voz soou do relógio e Ana levou um susto. Já havia se esquecido que Daehyun já estava em seu pulso.

— Tenho medo de acontecer alguma coisa com você também, Junior. — confessou. Depois do medo de descobrirem Daehyun, tinha medo de terminarem de estragar a sua máquina. Seja quem for quem invadiu o sistema de R207, não fora tão malicioso quanto foi com Zelo ou Daehyun. Ao menos achava. Queria ficar frente a frente com essas pessoas. Queria respostas logo.

Gostaria de ficar ali com Junior pelo resto do dia. Mas se ficasse, acabaria se atrasando. Sua apresentação estava marcada pelo período da tarde, e tinha que chegar bem mais cedo para verificar algumas coisas: pegar credenciais, andar pelo lugar com Daehyun e Junior e também procurar pelo nome de Wooyoung. Queria ter certeza que ele estaria por lá, estava ansiosa por ficar frente a frente com o amigo de Bang.

Ana ainda bateu muitas vezes no quarto de Jackson e o rapaz saiu apressado praticamente atrasando todo mundo. Desculpou-se e logo foram buscar por um táxi para chegar até a universidade onde seria a sede do congresso aquele ano. Não havia muito trânsito, por algum milagre, mas logo percebeu que não era exatamente por um.

— Me desculpe perguntar, mas... O que é isso no painel do carro? — o carro até então estava silencioso porque Jackson havia finalmente calado a boca. Resumidamente: Jackson e o senhor que dirigia o carro sabiam da vida completa um do outro em apenas vinte minutos. Ana não desconhecia um GPS, mas o dispositivo em questão não parecia ser um simples.

— Ah, isso? — a atenção se manteve na estrada. — É um GPS inteligente.

E GPS normalmente eram burros? Foi a primeira coisa que passou pela mente da garota. Pela sua cara, o motorista riu um pouco.

— Eu sei, é meio estranho, mas adquiri isso tem pouco tempo. Ele pode falar comigo enquanto eu dirijo. Torna a profissão menos solitária.

— Mesmo levando e trazendo muitas pessoas? — Jackson, que estava no banco da frente, questionou. Os japoneses realmente tinham uma frieza singular, constatou depois de ouvir as palavras do taxista.

— Nem sempre os passageiros são assim como vocês. Até mesmo o seu robô é mais falante do que muitas pessoas que levo e trago. — ele realmente sabia muita coisa do trio agora.

Essa característica peculiar tornava aquele dispositivo com um quê de IA. Aquele assunto realmente estava tomando conta do mundo. A tecnologia era fantástica.

— Se querem saber onde comprei, pedi pela internet por uma empresa... Como era mesmo o nome? — Ana não fazia ideia. — New Future. Esses nomes estrangeiros sempre me fogem à cabeça. — riu sem graça. — Eles fazem essas tranqueiras que nós achamos que não precisamos, mas acabamos comprando. Mas é bem legal. É interessante como nos tornamos amigos da tecnologia ao nosso redor.

— Sei bem como é. — Ana não falou muito alto. Olhe só pro meu humanóide. Mais íntimo do que muitos dos meus amigos.

New future é a empresa do endereço que achei. Ouviu a voz computadorizada de Daehyun, agora em volume mais baixo. Tanto que Ana teve que pedi-lo para repetir, colocando o dispositivo mais próximo à sua orelha. O endereço da máquina que achei o IP está lá dentro. Disse após fazer a comparação com os dados que tinha e ligar ao nome dito pelo taxista. Ana tentou ser discreta, mas engasgou um pouco. Aproveitaria o tempo que ficaria no trânsito para fazer perguntas sobre a empresa. Provavelmente estavam escapando de um congestionamento terrível graças ao GPS inteligente. Ele não era um comum, que já fazia muita coisa, percebeu que ele falava naturalmente e funcionava mais rápido ao mudar a rota para que a corrida fosse ainda mais rápida.

— Eles fazem mais alguma coisa além dessas coisas que não precisamos, mas compramos? — riu repetindo aquela frase.

— Ah, muitas coisas. É uma das empresas que mais tem vendido lixo tecnológico.

— Lixo?

— Modo de falar. Acho muita coisa inútil, mas a solidão desse país enriquece os bolsos dos donos das tecnologias. — Ana olhou para Junior, mas o humanóide estava ocupado demais olhando a paisagem. Não eram somente prédios, mas tinham lagos no caminho e até um pouco de vegetação. Aquilo era novo para Jinyoung.

— Entendo. As empresas que querem saber o que os clientes querem. Não estão tão erradas. Mas tem muita coisa desperdiçada. — se contentou em dizer isso.

Então a New Future tinha uma ligação fortíssima com a invasão de Daehyun. As coisas finalmente estavam acontecendo.

010

Chegaram ao local onde ocorreria o grande Congresso e Ana puxou os dois para longe do táxi logo que desembarcaram. Foram para um local onde poderiam ficar mais isolados, não tão na entrada, e Ana pode respirar.

— Vocês ouviram o que ele disse?

— Eu achei um absurdo ele chamar a tecnologia dessas empresas de “lixo tecnológico”. — Jackson estava irritado. — Queria ter falado algumas coisas, mas achei melhor não. — parecia realmente ter se segurado e Ana riu.

— Não é isso. Ele é um senhor, claro que vai achar muita coisa inútil. — riu da cara emburrada do amigo.

— Daehyun falou com você, Ana-shi? — não tinha visto o humanóide prestar atenção em sua conversa rápida com Daehyun, portanto se surpreendeu com a pergunta.

— Falou. É sobre isso que quero dizer. Ouviram bem o nome da empresa que o taxista mencionou? — Jackson deu de ombros.

— New Future. — a voz rouca de Jinyoung se sobressaiu. — Ouvi.

— Daehyun apitou e me disse que o IP que ele achou é de uma máquina de lá. Ele tinha descoberto o IP e o endereço, ele ligou os nomes. — suspirou cansada. — Provavelmente algum funcionário do local estava fazendo os ataques. Daehyun vai ser mais útil do que pensamos. Estávamos no escuro depois do que tinha acontecido com o maníaco, e ele foi fantástico agora.

— Ou podem ter usado os computadores de lá para isso. Quem garante?

Jackson não estava convencido que tinha a ver com aquela empresa. Aparentemente ela tinha algum nome na região. Por que optariam pela ilegalidade? E se arruinassem a imagem dela? Tudo bem, a empresa não se resumia ao ataque ao lab 5, mas algo desse tipo podia manchar a reputação de um lugar caso fosse descoberto. Principalmente por terem roubado alguns códigos de Junior.

— Quem faria isso a não ser alguém que trabalhasse lá? Vamos ficar atentos. Qualquer coisa sobre esse lugar, prestem atenção. Temos a primeira pista.

Entraram oficialmente no local e Ana foi atrás das credenciais e das informações que precisava para que pudesse se apresentar. Jackson havia dito que andaria por aí e Ana foi atrás da ordem de apresentações de artigos. Levou Junior consigo.

— Ana, não é melhor pedir para que o Daehyun pesquise sobre a empresa? Pode ser perigoso Ana-shi se envolver com eles.

Ouviu a máquina após agradecer a balconista que estava fazendo entregas de crachás e dando informações. Continuaram andar e Ana pensava sobre o que ouviu de Junior.

— Vamos entrar no saguão principal e pensamos nisso. — deu as mãos com Junior e, pelo pátio principal, teve a real noção de onde estava. Na maior Universidade de Tóquio e no Congresso dos sonhos. Junior olhava em volta, muita gente já estava andando e passando por stands e muitos portavam algum tipo de ser robótico. Não exatamente humanóides, havia poucos como Junior. — Nossa.

Deparou-se com o fato que apresentaria sua tese em um palco modesto, no fim do saguão, e Junior apertou de leve sua mão. Muitas pessoas poderiam se aglomerar para assistir, seria uma emoção única.

— Ana-shi ensaiou muito, Lee hyung aprovou também. — a frase de Junior soou madura. Mesmo depois de tantas coisas que passou com o orientador, era difícil a convivência. Junior fazia seu melhor, principalmente porque Ana pedia para que ele se esforçasse. — Ana é ótima. Melhor programadora daqui. — apontou à sua volta. Riu do comentário. Era exagerado, mas sua máquina sempre estava te jogando pra cima.

— Assim você vai me deixar convencida.

— Nada mais justo. — Junior começou a andar. — Será se há algum local da empresa que Daehyun disse?

Não tinha pensado nisso. Logo o relógio acendeu a tela e Ana prestou atenção. Daehyun estava querendo dizer alguma coisa.

Ana, vá até a terceira fileira e caminhe em direção ao centro. Lá está o stand da New Future. Scaneei toda a área e há várias empresas de tecnologias e representantes de faculdades. Há muitos robôs. Ande e eu vou começar as invasões.

— Invasão é um termo feio Daehyun, acho melhor chamá-lo de justiça. — Junior dizia, caminhando à frente e Ana ficou surpresa.

— Nossa, essa eu gostei. — enlaçou o braço com o humanóide, indo no mesmo ritmo até o destino.

010

Não sabia exatamente como havia parado naquela cadeira. Estava andando com Junior e de repente algumas moças japonesas, simpáticas, fizeram você entrar pelo tapete na entrada do stand nada modesto da New Future. Era enorme. Não era o maior, claro, sem contar que havia vários pavilhões, alas, seções com vários e vários stands. Os principais — pra não dizer os mais ricos — estavam nos primeiros salões.

Ana ficou impressionada com o tratamento ali. Provavelmente viram Junior e se encantaram por ele. Respondeu que era do Brasil umas cinco vezes e esperava Daehyun dar resposta de mais uma “justiça” que ele havia começado.

— Não entre nesses robôs aqui dentro, Dae. Vai ficar muito na cara o que está fazendo. Espere eu sair com o Junior.

Não se preocupe. Eu tenho um raio de três km de alcance, estou verificando todo o perímetro.

— Onde será que ta o Jackson?

Aqui é enorme, deve ter achado algo interessante. Há vários designers aqui.

Sabia que não o veria tão cedo. Jinyoung estava mais à frente, conversando com alguns funcionários que estavam trabalhando naquele turno. Estava sentada, tomando um chá que não havia gostado muito, e esperava Daehyun continuar seu trabalho. Ali era tudo muito bonito e tinha muitas fotos e alguns robôs andando pelo lugar. Parecia que estava fora da universidade, era um tanto isolado — mesmo que estivesse no meio do salão —. Tinham protótipos, espaços para testes, amostra de produtos, gente dando informação. Era muita coisa pra um stand só. Viu outras pessoas se aproximarem de Jinyoung e se permitiu sorrir, ele era apenas seu, ele te dava tanto orgulho. Daehyun terminou o escaneamento na área que conseguia alcançar e Ana se pôs de pé novamente. Foi até o humanóide e cumprimentou as pessoas que estavam falando com ele. Junior logo a apresentou como sua criadora. Ficou envergonhada pelos elogios do seu trabalho e não demorou tanto para que ficassem sozinhos novamente.

— Uau. — disse aliviada quando aquelas pessoas foram para longe atender mais uma pessoa. — E aí? O que a gente faz agora? Já andamos o stand todo e até ficaram te alugando. Devíamos procurar o Wooyoung? — disse o nome do rapaz o mais baixo possível. Jinyoung permaneceu sério.

— Não é mais fácil perguntar por ele?

— Não ficaria estranho perguntar? O balcão de informações está do outro lado do salão. Vamos ter que voltar lá. — disse cansada. A ideia era procurar a lista de pessoas que se apresentariam e por lá o procurasse. Não sabia por onde andava ou se ao menos estava ali. Onde trabalhava, mal sabia seu rosto e muito menos como ele se portava.

— Não sei, Ana-shi.

— Com licença. — a voz desconhecia lhe tocou os ombros. Ana deu um pulinho de susto e se virou. — Ah, me desculpe, não queria assustá-la. — o inglês era difícil de compreender, mas logo concluiu que o rapaz havia usado o idioma por achar que você não era daquela região.

— Oi. Não, tudo bem. É que... Me assustei um pouco.

— Peço perdão, seu nome? Não me é familiar, então...

— Ana. Esse é meu humanóide, Jinyoung.

— Prazer, meu nome é Kim Minjun. Pode me chamar de Jun K. — disse praticamente encarando somente Jinyoung. Ana calmamente escondeu o pulso onde Daehyun estava prestes a dizer algo. A luz da tela havia se acendido e achou melhor guardar aquilo pra si. — Tudo bem?

— Sim. — disse sem graça e Jinyoung ficou mais perto de Ana. Percebeu que Daehyun ia falar alguma coisa. Ajudou a esconder o braço onde estava o relógio.

— Impressionante seu trabalho. — começou a dar voltas em volta de Jinyoung e o humanóide olhou para Ana. Ana deu de ombros, confusa. Por Ana e Jinyoung estarem praticamente colados escondendo Daehyun, Minjun dava voltas em volta dos dois. — Ele não me é estranho.

— Nunca estivemos aqui no Japão. A não ser que você conheça a Coreia do Sul.

— Eu sou coreano.

— Sério? Nossa. — riu sem saber como continuaria aquilo. Só depois percebeu o nome. Era um nome coreano.

— Você que não parece daqui.

— Realmente não sou. Estou morando há uns anos na Coreia do Sul, mas sou brasileira.

Minjun havia se surpreendido. Não imaginaria que alguém de tão longe estaria ali e ainda mais com um projeto tão cheio de detalhes. Um projeto que havia chamado atenção e que gostaria de saber pra que tanto servia.

— E como o conseguiu?

— Ele é o meu trabalho, consegui por mim mesma. — não iria entrar em detalhes, ainda mais para aquela pessoa aleatória que havia te parado. Mais uma.

— Claro. — riu rapidamente. — Desculpe as perguntas, é que eu sou dono disso aqui e me interessei pelo Jinyoung. — sem dúvida alguma havia horas que puxava o lado direto do amigo Wooyoung.

Ana havia ficado paralisada. Será se Bang o conhecia? Não perguntaria assim, se ele tivesse algo a ver suspeitaria na hora. Ainda mais por você ter um humanóide próximo ao Bang. Ou talvez apenas estivesse paranóica. Ele saberia de Jinyoung? Será se foi Minjun que havia invadido seu humanóide? Se contentaria em descobrir isso depois. Não poderia fazer nada caso perguntasse e suas suspeitas confirmassem.

— É, muitos falam isso pra mim. — pegou na mão da máquina. — Mas caso tenha interesse, eu já adianto que não abro mão dele. Nem se quer de alguma linha escrita. — foi firme e Minjun levantou uma sobrancelha. Não era boba como pensava que fosse.

— Faz certo. Nunca se sabe o que poderiam fazer com esse rostinho adorável. — disse triscando de leve no rosto de Junior.

— Pois é, nunca se sabe quem é o lobo na pele de cordeiro. — resolveu jogar no ar e Minjun riu divertido. Jinyoung permanecia calado.

— Ah, isso é verdade. Muitos lobos, poucos cordeiros. Vai apresentá-lo?

— É, eu vou apresentar minha tese de mestrado mais tarde. — não sabia porque ainda estava conversando com ele, mas algo lhe dizia que seria importante manter algum contato com esse homem. Queria que Jackson estivesse ali para que o conhecesse também. Se realmente conseguisse ter acesso à máquina ou ao maníaco, Minjun talvez fosse uma ponte para isso. Poderia não o sê-lo, mas poderia conhecer o dito cujo.

— Nosso programador chefe também irá apresentar. Deveria assistir, talvez seu Jinyoung se interesse pelo seu novo amigo que está por vir. — dizia de forma infantil e Ana estranhava aquilo. — Jang Wooyoung, o meu programador chefe. — Ana quase tossiu e Jinyoung olhou pra você. — Ele é realmente ótimo. Pelo que vejo, você é uma boa programadora. Adoraria conhecê-lo.

— Quem sabe numa próxima. Eu preciso ir, vamos Junior. — tentou puxar a máquina, aquilo estava começando a ficar sinistro. Realmente não imaginava que as coisas se encaixariam tão rápidas e fáceis. Wooyoung trabalhava na empresa que Daehyun havia confirmado por ser portadora do IP do maníaco. Que coisa. Isso aumentava as suspeitas.

— Que fofo, chama ele assim? Deve ser realmente solitário a ponto de ter um amigo máquina.

— Como?

— Nada. Espero que tenha gostado de visitar esse resumo do meu trabalho. — apontou à volta. — Volte sempre. Temos a semana toda. — acenava e Ana acenava incerta.

— Claro... — não havia certeza alguma no seu tom de voz. Ana apenas saiu dali com Junior. Daehyun estava quase engasgado por estar sendo negligenciado. — Daehyun, pelo amor de deus. — disse agoniada. — Eu achava que você ia abrir a boca logo naquela hora.

Ele é um cara estranho! — o relógio gritou praticamente. — Tome cuidado com ele. Não há registros dele, Bang hyung não o conhece. Ele é o CEO da New Future. A máquina está lá dentro, muito provável que ele saiba do vírus. Entretanto, ele não tem registros de ser da área de programação. Deve apenas administrar as coisas.

— Não o conhece? — se sentou em um banco ali no meio e Jinyoung fez o mesmo. — Mas ele gostou do Junior, eu realmente fiquei apavorada. Viu o jeito que ele falou comigo no final?

— Não gostei dele, Ana-shi. Não gosto quando tocam nas minhas bochechas. — riu da condição de não gostar que Junior havia selecionado. — Não vou deixá-lo chegar perto mais.

— Tudo bem, Junior. Pelo menos temos alguém conhecido lá dentro. Vocês o viram falando sobre o Wooyoung? Wooyoung trabalha pra aquele cara. A máquina do IP registrado pelo Dae ta lá dentro. Qual a probabilidade?

Eu ia falar sobre isso. Wooyoung é um programador, e hoje trabalha para essa empresa pelo visto. Seja o que for que ele vá apresentar, Ana, esteja presente.

010

A lista era maior que pensava. Daehyun não calava a boca ao ver Ana lendo em voz alta os nomes coreanos, chineses, japoneses, ingleses... Havia muitas pessoas registradas. A folha colada na parede do lado do palco improvisado com o projetor e alguns outros objetos — e uma decoração até agradável — não tinha fim. Jinyoung passou os olhos por todos eles e chamou atenção de Ana quando achou o nome de Wooyoung.

— Ana-shi, Jang Wooyoung. É a última apresentação de hoje.

Havia em torno de duas horas de diferença entre a apresentação de Ana e de Wooyoung. Seguiria o conselho de Minjun e assistiria aquela apresentação. Verificou o horário certo da sua e foram procurar Jackson. Demorou um bocado para achá-lo, mesmo contatando-o por telefone. Foram buscar um local ali mesmo para comer alguma coisa e contou tudo que tinha acontecido.

— Você conheceu o CEO da New Future... — Jackson estava sem reação.

— Graças ao Junior. Ele ficou interessado nele, não sabia o que fazer. Ele falou do Wooyoung e ficou elogiando ele.

— Ele triscou na minha bochecha, Junior não gostou dele. — o tom incomodado fez os dois rirem.

— Daehyun não achou nada ali. Nenhum robô tem ligação com a máquina. Nem mesmo os da empresa. Ficamos um tempão lá.

— Pelo menos descobrimos sem querer que o Jang trabalha pra essa empresa. E talvez a máquina culpada seja fixa, deve estar no local da empresa, não aqui. E pelo visto eles gostam muito de humanóides. Ele disse algo sobre o trabalho dele? Que vão apresentar.

— Disse apenas que Junior gostaria de conhecer o novo amigo dele. — riu soprado. — Tinha que vê-lo, o tom que ele usava pra falar com a gente, totalmente esnobe. E ele é coreano. Como esse pessoal veio parar no Japão?

— Aqui tem ótimas empresas. Pelo visto a New Future é uma. Melhor comer seu almoço todo, vai ser um dia bem longo. — Ana concordou e continuou a almoçar.

 

Ana estava prestes a subir no palco. Jinyoung estava ao seu lado e você já tinha entregado um pendrive para que os slides corressem no projetor quando começasse. Não seria muito diferente de quando apresentou sua tese, só que dessa vez seria mais resumido e focado na melhora dos últimos meses. Estava tensa, pensando nos problemas, mas tentou se concentrar. Estava perto da escadinha que dava acesso ao palco e Jinyoung segurava sua mão firme.

— Vai ficar tudo bem, Ana-shi já fez isso muitas vezes.

— Agora é um pouco diferente.

— Não é. Olhe para mim e tudo ficará bem.

— Obrigada. — riu abraçando a máquina de lado.

Foram interrompidos pelo staff pedindo que Ana subisse ao palco e começasse. Tinha apenas quinze minutos para falar o que tinha que falar, não seria algo demorado. Jackson estava roendo as unhas em uma das cadeiras mais ao fundo e Jinyoung foi para o canto direito do palco. Ana logo se apresentou e suspirou antes de começar a falar. Não apresentaria em japonês, mas sim em inglês. Por ser algo internacional, não teria nenhum problema. Parou por três segundos ao encontrar Minjun no mar de gente. Jinyoung te olhou preocupado e você continuou a falar. Passava os slides, conforme falava rápida e concisa, aproveitando o tempo que tinha da melhor forma. Jinyoung estava tão lindo que provavelmente ganharia alguma moral apenas pela apresentação de seu humanóide. O típico topete e a blusa social de preta com listras brancas finas na vertical. A calça igualmente preta e o sapato novo que havia comprado especialmente para aquele dia. Estava lindo e se lembrava de Jinyoung, o humano, que estava um pouco distante consigo devido a falta de tempo. Nem sabia dizer como estavam, fazia muito tempo que as coisas haviam ficado estranhas. Mas não era hora de se lembrar de detalhes de sua vida amorosa, um grande amor seu estava ali também. E merecia um belo destaque por ser uma máquina esforçada e humana demais pro seu gosto.

Ao fim do que dizia, ajeitou o vestido e devolveu o microfone após agradecer. Já se aprontava para descer pela mesma escada que subiu quando o viu. Estava em pé, mais ao fundo, sua pele bronzeada destacava entre as amareladas da platéia. Desceu com cuidado, ainda com os olhos fixos nele, e Junior te apressava.

— Ana-shi, está tudo bem? — viu que Ana não parava de olhar para um ponto fixo. A beleza dele era descomunal. Não era uma beleza comum como humanóides normalmente tinham, era algo que realmente se destacava. Bem, era sua opinião. Os olhos até pareciam os de Junior e teve a certeza que os viu mudar de cor rapidamente. Tinha um sorriso discreto, confiante, e Ana não podia acreditar que aquilo era mesmo uma máquina.

— Está. Junior, consegue ver aquele humanóide bronzeado mais ao fundo? — disse discreta e pode perceber Jinyoung tentar ser discreto também.

— Sim. O que tem ele?

— Eu não sei, mas ele parece diferente não é? — disse incerta. Percebeu que estava no raio de três metros de alcance de Daehyun e o viu ligar a tela do relógio.  — Não, não, não! — disse discreta, não queria gritar. Tinham muitas pessoas ali perto. Ninguém aparentemente percebeu que o relógio era um robô disfarçado. — Não tente entrar nele! — não entendia porque estava com uma má impressão daquele robô. Ele tinha uma expressão muito dura para ser algum comum demais. E ele não parava de olhar para vocês.

Por que não? Vamos averiguar. — e era tarde demais. Daehyun havia começado a tentar se conectar dentro do grande humanóide, e sentiu o pulso aquecer pela força que Daehyun estava fazendo. O relógio elevou sua temperatura pelas tentativas de invasão.

— Ta tudo bem? — disse, mas olhava para Junior.

IPv6, não acredito. — suspirou ao ouvir aquilo. — Preciso de uma atualização para esse tipo de tecnologia.

O IPv6 era uma tecnologia relativamente nova para dar um número de CPF às máquinas. Existiam tantos dispositivos no mundo que o número de IPs estava quase se esgotando — mesmo tendo quatro dígitos de três números cada —. O IPv6 veio para suprir a demanda de novos dispositivos se conectando à rede. Atualmente ainda era pouco usado. Pelo visto o humanóide era bem moderno.

— Ana, ele está tentando falar comigo. — ouviu a voz de Jinyoung e as duas máquinas estavam se encarando, mesmo com a distância considerável.

— Ai meu deus, não responda Junior. — suspirou. — De quem é ele?

Ana, não consigo entrar. Impeça Jinyoung de se conectar agora. Rede desconhecida. — Daehyun falou apressado e Ana se assustou com aquilo.

— Quem é ele? — tentou desviar a atenção de Jinyoung, mas sua máquina parecia hipnotizada. Passou a mão na frente do rosto, mas Jinyoung não respondia. Ana não pensou duas vezes e foi até a outra máquina. Largou um Jinyoung enrijecido pra trás e de impulso correu até o moreno. Não conseguia pensar em outra forma de impedir Junior de se comunicar de alguma maneira com o outro. Jackson viu a movimentação e se levantou. Seguiu Ana, mas ela já estava bem à frente. Pediu licença algumas vezes passando pelas pessoas e ficou frente a frente com ele. Ele era mais alto que imaginava, não batia nem em seus ombros. — O que quer? Pare de olhar para o meu humanóide.

Não sabia onde tinha tirado coragem, apenas o fez. Deu um leve empurrão na região do tórax, com dificuldade, e a máquina tinha o olhar duro sobre você agora. Havia falado novamente, com um japonês falho, e a máquina continuou calada. Não sabia o que lhe deu, apenas foi.

— Qual o seu problema? — ao falar isso, Jackson chegou ao seu lado e tentou te impedir.

— Ana, o que deu em você? Quem é ele?

— Eu não sei. Estava invadindo o sistema do meu humanóide. — disse raivosa. — Quem é seu dono?

O sorriso sinistro apareceu, mas Ana tentou se manter firme. Encaravam-se e Ana pode vê-lo trocar novamente a cor dos olhos para um rubro brilhoso e hipnotizante.

— O que ta acontecendo aqui? — mais uma voz havia se juntado ali. Quase derrubou sua garrafa de refrigerante pela corrida que havia dado até lá. Ainda tinham pequenos murmurinhos na platéia, que estava ao lado deles agora, pois o próximo a se apresentar ainda não havia começado. — Fique longe dele. — o rapaz, da altura de Jackson, empurrava de leve Ana. Quase derramou sem querer o refrigerante na garota agora.

— Me solta. Quem é você? O que acha que está fazendo? — Ana estava realmente irritada com aquela situação. O rapaz tinha um semblante calmo e até tedioso. Revirou os olhos. — Se ele for seu, aconselho educá-lo melhor. — apontou pro gigante de aço que ainda lhe encarava com desprezo.

Jackson iria falar algo também, vendo Junior se aproximar, mas o rapaz desconhecido pôs-se a rir da situação.

— Desculpe. — tentava segurar o riso. Os olhos desapareciam de tanto que ria. — Educá-lo? Ele é uma máquina caso ainda não tenha percebido.

— Claro que eu percebi. Não entendeu quando eu falei que estava invadindo a minha? Tire ele de perto do meu Junior, ou vou tomar providências. Sua máquina pelo visto é um hacker, ou seria um cracker? — Ana disse calmamente e Wooyoung se sentiu ofendido. — Doeu ouvir isso? Tire ele de perto do Junior ou eu vou tomar providências. — disse mais firme, repetindo a mesma frase. Wooyoung te encarava com tédio, poderia até fingir que estava bocejando. Quem era aquela garota afinal? Jackson estava um pouco assustado com aquilo. Depois que tentaram destruir Junior da última vez, Ana realmente havia se tornado uma mãe felina nervosa que atacaria qualquer um que mexessem com seu filho.

— Vai fazer o que? Chutar a canela do TCY?

— Que diabos de nome é esse?

 Acabou que uma briga calorosa virou uma discussão e até algumas pessoas estavam encarando vocês. Pareciam duas crianças se espetando.

— Junior não me parece um decente também.

Ana sentiu o sangue ferver e Jackson interferiu.

— Se agredi-lo, vão expulsar a gente. Ana, calma. — Jackson tentou acalmar e empurrou-a em direção a Junior. — E ei você, acha que vai ser só isso? — cutucou o rapaz que já havia dado as costas e levou TCY consigo.

— Pois não? — virou-se cansado e encarou um Jackson indignado. — Acha mesmo que meu humanóide invadiria uma máquina assim? Ah, por favor, vocês não devem ser daqui e se acham demais. — ah, aquele tom. Parecia com o tom de Jun K. Ana estava possessa.

— A gente se acha? Tem certeza? — Jackson estava desacreditado da forma que o cara falava com eles. — Você sabe com quem você está falando? Sabe? — Jackson havia ficado de cabeça quente e Ana revirou os olhos. Já ia parar o amigo, mas ele simplesmente despejou tudo em cima do rapaz dos olhos pequenos. — Nós somos de Seul, da Universidade de Seul, nós temos uma moral aqui, se você quer saber. Sabe o laboratório que Park Jung-Su hyung comanda? Esse mesmo. — Wooyoung cresceu os olhos ao ouvir aquele nome. Já fazia muito tempo que não escutava falar de seu ex professor. — Ah, ficou impressionado? Pois acho melhor ficar longe do Jinyoung, seja lá quem for você!

— Jang Wooyoung, a mente à frente da New Future, muito prazer. — o sorriso convencido, e a mão estendida para cumprimentar Jackson fez o loiro arregalar os olhos dessa vez. Ah, não. Ele era o cara que procuravam. — Impressionado? — repetiu da forma que Jackson havia feito segundos atrás.

Ana estava encarando Junior e ficou sem saber o que dizer.

— Com certeza eu e Taecyeon ficaríamos honrados em conhecer os nossos amigos de Seul. — Jang disse, indo para perto da máquina. — Não é mesmo, Taecyeon-shi?

Ana e Jackson se entreolharam.

 

 

 


Notas Finais


E aí? O que acharam?
Essa primeira parte da fanfic vai ser mais para conhecer os personagens. Deve ser em torno em uns cinco capítulos. Proximo ja tem alguem novo aí pra completar a trupe <3
Me digam o que acharam desse :) é importante seu feedback!
até mais, xero~


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