1. Spirit Fanfics >
  2. KURODARA!! >
  3. A Fortaleza Vai Para O Norte

História KURODARA!! - A Fortaleza Vai Para O Norte


Escrita por: Zetsubou-sensei

Notas do Autor


GLOSSÁRIO

*aniki = uma forma carinhosa de se referir a um garoto mais velho (parecido com o sufixo "-nii"). Guardem bem, pois a Kurotsuchi vai usar muito essa daqui pra frente. =)

Capítulo 14 - A Fortaleza Vai Para O Norte


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - A Fortaleza Vai Para O Norte

.

 

– Então.. o País da Neve, hm?

– É isso aí.

– Caramba. O velhote não tava brincando quando disse que eu iria pra longe!

A nova equipe atravessou os portões da muralha norte, prontos pra iniciar sua jornada naquela fresca manhã de outono.

– Não fique tão empolgado. – disse Kurotsuchi, enquanto cruzavam a ponte sobre o precipício – Não é uma viagem de férias.

– Ainda bem né. Porque se depender de você, passaríamos as férias num cemitério.

Deidara pulou na frente pra se esquivar do cascudo de Kurotsuchi, e foi andando de costas enquanto sorria pra ela com as mãos na nuca.

– Só porque é uma missão, Kuro, não significa que tenha que ser chato..

Então ele foi indo sem perceber até a beirada da ponte, e caiu de costas no precipício.

– Aniki*!!! – gritou Kurotsuchi, correndo até a beirada para olhar.

– Procurando por mim?

Deidara surgiu do outro lado da ponte, atrás dela. Estava de pé sobre sua águia de argila branca, que batia as asas mantendo-se parada no ar.

– É um caminho muito longo. Não vejo por que ir a pé..

Ele sorriu e estendeu a mão pra ela.

Kurotsuchi precisou se esforçar pra esconder o sorriso, já que o rubor da face seria mais difícil.

– Bem.. se é pra agilizar a missão, suponho que será mais produtivo.

E dizendo isto, ela pegou a mão dele e embarcou na águia.

 

***

 

Vinte minutos depois, Kurotsuchi ainda estava deslumbrada com a beleza das montanhas abaixo, envoltas em névoa.

– Ali! Siga o curso daquele rio! – apontava, ajoelhada na ave.

Deidara, que estava agachado logo atrás, obedecia as instruções e manobrava a águia. Ele estava tão juntinho dela que quase a abraçava, o que a deixava um tanto sem jeito. Se não fosse o vento, ela podia jurar que seria capaz de sentir a respiração dele em seu ouvido.

– Vo-você acha que ele está bem..? – perguntou ela, mais pra romper o silêncio do que qualquer outra coisa.

Deidara olhou pra trás.

– A carga dele é meio pesada, mas acho que ele aguenta.

– Não me referi ao seu gavião!!

Alguns metros atrás, um enorme gavião de argila branca carregava Akatsuchi pelas garras. Tinha elas cravadas bem firmes na mochila, deixando o pobre coitado pendurado no ar agitando braços e pernas apavorado.

– Ele precisava mesmo ser carregado assim? – gritou Kurotsuchi.

– É claro..

..que não. – pensou Deidara.

 

Mas após uma meia hora o gorducho por fim se acalmou, e já parecia até estar gostando da experiência. Ao cabo de uma hora porém as aves foram perdendo altitude, e como o tempo estava começando a piorar, eles decidiram pousar e continuar a viagem por terra.

Deidara e Kurotsuchi pousaram suavemente entre os pinheiros, mas Akatsuchi foi largado de qualquer jeito e se esborrachou no chão, rolando oito metros.

– Você tem que dobrar os joelhos. – disse Deidara. – É que nem pousar de paraquedas, hm.

O grandalhão se levantou sacudindo a poeira, e o encarou de cima com um olhar homicida.

– Você tem joelhos, né? – perguntou Deidara, debaixo da sombra dele – Porque pescoço já vi que não tem..

Akatsuchi fez um selo com as mãos, e uma pequena avalanche de terra saiu de sua boca. Deidara pulou pra trás horrorizado e assistiu o monte de terra se acumular, assumindo a forma humanoide de um enorme golem de pedra.

– Eu me encarrego do transporte daqui pra frente! – disse Akatsuchi, escalando a criatura. – Venha, Kuro-chan!

Kurotsuchi subiu na criatura de mais de cinco metros e se acomodou no ombro dela. Deidara foi atrás e sentou ao seu lado, o que irritou ainda mais Akatsuchi. Ele era grande demais, e precisava ocupar sozinho o outro ombro.

O golem se pôs em marcha, e eles começaram a atravessar o bosque de pinheiros. Não era tão rápido quanto voar, mas até que era bem útil. O golem era forte e resistente, e podia cruzar rios profundos e turbulentos com muita facilidade.

À medida que avançavam, o bosque ia ficando mais escuro e os pinheiros mais altos.

– Então.. – falou Deidara a certa altura, puxando assunto – Quem é esse tal de Roushi que estamos indo buscar?

– É um ermitão recluso, que vive isolado nas montanhas do norte. – respondeu Kurotsuchi – Ele é um de nossos jinchuurikis.

– Jinchuuri-o quê??

– Jinchuuriki! O portador vivo de uma Bijuu..

Deidara continuou olhando pra ela com cara de perdido.

– Nossa, você não sabe nada mesmo hein! Bijuus são Bestas de Cauda.. quantidades massivas de chakra em formas de vida.

– Que nem minhas esculturas?

Kurotsuchi riu.

– Acredite, aniki.. elas nem se comparam às suas esculturas.

– Ei! – retrucou Deidara, ofendido – Tá debochando da minha arte??

– Se você chama aquilo de arte..

Kurotsuchi virou o rosto pra ele sorrindo, mas Deidara olhou pra ela como um garotinho emburrado.

– De qualquer forma, não se trata de beleza. – continuou ela, olhando pra frente. – Se trata de poder. Uma Bijuu é uma ferramenta.. uma arma de destruição em massa. E o jinchuuriki é aquele que controla essa arma. Todas as grandes nações tem pelo menos uma Bijuu.

Kurotsuchi assumiu um tom mais sério.

– É o que mantém o equilíbrio do mundo shinobi. O balanço de poder. E se esse balanço for rompido, a guerra será inevitável..

– É por isso que estamos indo atrás desse cara..?

Kurotsuchi assentiu.

– A informação que temos é que seu rastro foi visto pela última vez no País da Neve. Não sabemos o que o levou a atravessar o mar.. pode ser que tenha sido raptado, ou que esteja pretendendo nos deixar. De qualquer forma, não podemos nos dar ao luxo de perde-lo.. precisamos encontra-lo e traze-lo de volta à aldeia.

 

Eles continuaram avançando em silêncio por algum tempo, e então chegaram na beira de um desfiladeiro.

– Kuro-chan..

– Pode deixar!

Kurotsuchi desceu num pulo e se posicionou de frente pro abismo.

– Youton! Jutsu da Calcificação!

Um jorro de cal cinzenta saiu de sua boca e descreveu um arco até a outra margem. Em questão de segundos o material se alargou e solidificou na forma de uma ponte. Ela voltou pro lado de Deidara, que a encarava de estômago embrulhado.

– Então... – disse ele, enquanto ela limpava o canto da boca – Você vomita cimento, e minhas mãos é que são asquerosas?

– Isso não é cimento! – respondeu ela, enquanto o golem atravessava a ponte. – É uma liga de quartzo e basalto, formada pela combinação do meu estilo Fogo e Terra. É um processo de formação parecido com o das rochas vulcânicas.

– Chame como quiser. – riu Deidara – Isso aí é cimento de secagem rápida. Você deveria trabalhar como pedreira.

Kurotsuchi revirou os olhos.

– Aliás, combina bem com você, Kuro.. você parece mesmo meio macho. Nunca foi confundida com um homem?

– Não, nunca. Você já?

Foi a vez de Akatsuchi rir. Ele explodiu numa sonora e gostosa gargalhada, e Deidara ficou quieto.

 

Os primeiros flocos de neve começaram a cair.

Deidara estendeu as mãos e provou os flocos que caíam nas línguas. Akatsuchi notou que Kurotsuchi esfregava discretamente o braço.

– Quer o meu cachecol, Kuro-chan? – disse ele, desenrolando a peça e oferecendo a ela.

– Não, obrigada Akatsuchi.. vou colocar a capa.

– Opa, d’aqui que eu quero!

Deidara agarrou o cachecol amarelo, mas Akatsuchi o puxou de volta violentamente.

– Ei! Eu tô com frio!!

– Problema é seu!

Mas Deidara continuou agarrado firmemente no cachecol, e foi puxado junto. Akatsuchi sacudiu o braço. Deidara lutou pra se segurar e deu uma volta completa com os pés em torno do golem, quase derrubando Kurotsuchi no caminho.

– Vocês dois querem parar?!?

Então Akatsuchi entregou o cachecol para o golem, que o estendeu diante de si com Deidara pendurado e rodopiando na ponta. Com a outra mão o golem deu um peteleco, e Deidara foi lançado longe.

No final das contas, teria que se contentar com a capa..

 

***

 

Depois de aproximadamente três horas de marcha, a equipe chegou numa pequena planície aberta. Ali a neve já havia se acumulado e formado uma grossa camada no chão.

Eles fizeram uma pausa pra descansar e comer. Deidara logo começou a fazer uma escultura de neve. Era uma escultura dele mesmo em tamanho real. E como bom artista, sua réplica de neve era sofisticada e cheia de detalhes.

– Hum.. nada mal. – comentou Kurotsuchi, observando de perto.

– Valeu.

– Só falta um pequeno detalhe..

Ela foi até a orla do bosque e pegou dois galhos caídos. Em seguida os colocou na cabeça da escultura, imitando a galhada de um veado.

– Pronto. Agora sim!

Deidara usou o punhado de neve que segurava pra cobrir o sorrisinho dela. Ela abriu a boca num “O” bem grande.

– Ora, seu...

E se abaixou pra juntar um punhado de neve, formando com ele uma bola. Deidara recebeu a bolada na cara, e foi logo preparando a retaliação. Não demorou muito pros dois ingressarem numa guerra cuja munição era a neve.

Deidara tinha a vantagem, pois ele não fazia apenas bolas de neve - mas mini esculturas. Ele engolia pequenos punhados de neve com a boca das mãos e de lá surgiam passarinhos. Em seguida ele enviava os passarinhos de neve no campo de batalha, e eles voavam no ar perseguindo e atingindo Kurotsuchi.

– Não! – ria ela, fugindo – Pára aniki, pára!!

Então Akatsuchi entrou na batalha, e o sorriso desapareceu completamente do rosto dela.

– Não!! Pára Akatsuchi, pára!!!

Deidara precisou fugir correndo.

Akatsuchi corria atrás dele segurando no alto uma bola de neve do tamanho de um panda.

 

Minutos depois, a equipe se preparava pra seguir viagem.

– Peraí. – disse Deidara – Vou ali dar uma mijada rapidão.

O “rapidão” dele levou quase um minuto.

– Ahh...! – gritou ele no fim, aliviado – Deu pra desenhar um pavão inteiro! E como tudo que é belo, logo ele vai evaporar e desaparecer pra sempre, sem deixar vestígio! Isso é que é arte!!

– Ah, vê se cresce, seu porco!! – gritou Kurotsuchi, tacando uma bola de neve na orelha dele.

Mas depois que Deidara se afastou, Kurotsuchi olhou discretamente pro desenho do pavão na neve.

Até que está bem feito. - pensou.

 

Após algum tempo eles chegaram num penhasco na beira de um mar.

– É isso.. – disse Kurotsuchi, olhando o horizonte. – Aqui termina a fronteira do País da Terra. Pra além desse mar fica o domínio do País da Neve.

Era lá que finalmente encontrariam o misterioso jinchuuriki do Quatro Caudas.

Como já estava ficando tarde, eles decidiram que iniciariam a busca no dia seguinte. Portanto eles acharam um local pra montar o acampamento, fazer uma fogueira e passar a noite. Akatsuchi ficou de vigia a noite toda, garantindo que o saco de dormir de Deidara ficasse a pelo menos três metros de distância do de Kuro-chan.

Kurotsuchi foi dormir um pouquinho chateada.

 

***

 

Na manhã seguinte retomaram a busca. Foi um longo dia procurando rastros e traçando rotas no mapa. O País da Neve era uma terra desolada e vazia, formada basicamente por montanhas e pinheiros brancos.

– Nada.. – reportou Deidara, depois de fazer um reconhecimento aéreo.

– Nada no bosque de pinheiros também. – reportou Akatsuchi.

– Bom.. – disse Kurotsuchi. – Pelo menos sabemos que não houve luta.

– E como sabe disso? – perguntou Deidara.

– Porque se tivesse, metade da paisagem estaria destruída..

O grupo começou a subir a encosta de uma pequena montanha. Deidara estava cético e ao – mesmo tempo intrigado.

– Fala sério.. esse Roushi é tão poderoso assim?

– Poderoso, e instável. Ele não gosta de pessoas em geral. Quando o acharmos, sugiro que o aborde da forma mais delicada possível. Ele é temperamental e não tem o melhor dos gênios..

– É, eu conheço uma pessoa assim.

Deidara sorria e olhava diretamente pra ela. Kurotsuchi o ignorou.

Finalmente chegaram ao topo da montanha, onde a neve dançava suavemente no ar enquanto caía. Lá eles encontraram algumas pegadas, e ao final delas, um homem sentado de costas numa pedra.

Estava imóvel feito uma estátua, e parecia estar meditando.

– É ele.. – sussurrou Kurotsuchi – Roushi, O Ermitão!

 

.


Notas Finais


Mais um capítulo entregue. Comentem o que acharam..

Bom feriado a todos, e até a próxima! \o


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...