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História KURODARA!! - Um Rastro de Fogo e Sangue


Escrita por: Zetsubou-sensei

Capítulo 25 - Um Rastro de Fogo e Sangue


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - Um Rastro de Fogo e Sangue

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Um ano se passou.

 

E Kurotsuchi ainda olhava pela vidraça do seu quarto, como se esperasse ver algo diferente. Mas todas as manhãs, quando ela abria os olhos na cama e virava o rosto pro lado, só o que ela via no pátio era o mesmo de sempre: a torre de Deidara, escura e vazia.

 

Nunca houve um contraste tão forte entre dois anos seguidos.

Quando Deidara entrou na vida de Kurotsuchi, foi como se um meteoro tivesse rasgado um véu de nuvens. Antes tudo que ela conhecia era o cinza monótono do céu. De repente um estranho corpo celeste despencou do alto, inundando tudo de calor e brilho ofuscante. Como um pequeno sol, ao alcance de seus dedos. E quando Kurotsuchi estava mais maravilhada, mais perdida em deslumbramento, o meteoro caiu na terra. O impacto devastou tudo numa fração de segundo. O pequeno sol se apagou, levando consigo toda luz que existia. Já não existia mais céu, nem estrelas, e nem nuvens. Nem mesmo a velha monotonia do cinza.

Só o que restava agora era uma noite negra e interminável.

O mundo inteiro tinha sido engolido pela escuridão de uma pequena torre vazia no pátio.

 

***

 

Durante esse ano sombrio, Kurotsuchi não teve muito tempo para luto. Havia muito a se fazer. A aldeia precisava ser reconstruída, e as missões realizadas. Portanto, Kurotsuchi se esforçou ao máximo para sufocar as lágrimas e arregaçar as mangas.

Levou meses para reverter o estrago causado por Deidara. Muitos prédios haviam sido tombados, mas felizmente o saldo de mortos não foi tão alto. Graças ao trabalho árduo do povo da Pedra, que era conhecido por ter grandes construtores, em um ano eles conseguiram reerguer tudo.

 

E enquanto torres e pontes eram construídas na aldeia, fora dela acontecia o contrário.

 

Deidara não era mais visto desde o trágico atentado.

Ele havia conseguido escapar do exército da Pedra no fim das contas, e desde então passou a viver como nukenin. Um ninja foragido, percorrendo o mundo usando um esconderijo diferente em cada lugar. Ninguém nunca sabia onde ele estava, até que ele resolvesse agir. Então a notícia se espalhava por toda parte, e era sempre a mesma:

Morte.

Destruição.

Deidara atacava várias vilas em outros países, sem nenhum motivo aparente. De vilarejos pequenos a grandes cidades fortificadas – por todo lugar que Deidara passava, ele deixava pra trás um rastro de fogo e sangue. E Kurotsuchi seguiu esse rastro.

Ela foi nomeada líder de uma força-tarefa encarregada de investigar e perseguir Deidara. Como ex-companheira de equipe, ela era a que melhor conhecia o alvo, e portanto a mais qualificada para a operação. Ela viajou por muitos países, colhendo evidências e informações. Tudo indicava que Deidara havia se transformado num terrorista de aluguel: prestava seus serviços a qualquer um que solicitasse, desde que pagasse bem. E como ele era excepcionalmente bom no que fazia, logo passou a ser procurado por todo tipo de máfia no submundo do crime.

Uma delas era particularmente preocupante:

 

Akatsuki.

 

Aquele era um nome que vinha inspirando um certo calafrio nos últimos tempos.

Ninguém sabia exatamente o que eles eram, ou quais eram suas intenções. Só o que Kurotsuchi conseguiu descobrir é que eles eram uma organização nova, cercada de mistério, e que vinha reunindo alguns dos ninjas mais poderosos do mundo - todos nukenin de categoria “S”. Em algum momento eles vieram até Deidara.

E então ela perdeu completamente o rastro dele.

Depois de mais de um ano de perseguição, foi como se ele houvesse desaparecido do mundo. E nem ele nem a Akatsuki voltaram mais a dar sinal de existência.

 

Até que, cinco meses depois, eles apareceram inesperadamente no País da Terra. E o que eles fizeram abalou a nação inteira..

– O-o que o senhor está dizendo, vovô..? – perguntou Kurotsuchi, pálida.

– Você me ouviu. Roushi, o Ermitão, está morto. Foi assassinado pela Akatsuki.

Kurotsuchi permaneceu em silêncio no meio do gabinete, encarando o seu avô. Ela finalmente reuniu coragem pra fazer a pergunta que estava queimando seu peito:

– Foi ele..?

– Não. – tratou logo de esclarecer Oonoki – A informação que temos é de que ele foi atacado por Hoshigaki Kisame, da Névoa, e Uchiha Itachi, de Konoha.

Kurotsuchi suspirou como se expelisse um peso. Não sabia se podia chamar aquilo de alívio: isso não mudava o fato de que Deidara ainda fazia parte da mesma organização que eles.

– Kuro-chan, isso não é tudo.. – continuou ele – Acabei de receber o resultado da necropsia.

Ele olhou para a neta com ar grave.

 – Os médicos constataram que pouco antes de morrer.. o jinchuuriki teve a Bijuu extraída do corpo.

 

 

Naquela tarde, havia mais do que tristeza no silêncio que acompanhou o funeral.

Havia uma certa tensão. Uma perplexidade muda. Mesmo com poucas pessoas presentes, o medo era palpável no ar. Espreitava como um fantasma por entre as centenas de obeliscos negros no Monte dos Mortos. Quando o enterro terminou, Kurotsuchi e seu avô permanecerem em frente ao memorial, depois que todos se foram. Ambos estavam pensando na mesma coisa.

Em que diabos Deidara estava envolvido..?

– Primeiro esse festival de carnificina.. e agora isto. – disse Oonoki, sem tirar os olhos do túmulo. – Nunca imaginei que meu único aprendiz se tornaria uma das maiores ameaças ao mundo..

Kurotsuchi olhou para o homenzinho ao seu lado. Naquele momento, sob a luz do crepúsculo, ele nunca lhe pareceu tão velho e cansado. Oonoki baixou a cabeça, deixando escapar um suspiro fraco.

– Eu o acolhi como um filho. E ele me apunhalou pelas costas..

Kurotsuchi colocou a mão no ombro dele, enquanto olhava para a lanterna de pedra ao pé do obelisco.

– Ele apunhalou a todos nós, vovô..

Dentro da lanterna, a chama da vela tremeluziu.

 

***

 

Depois daquele dia, foi como se uma nova chama também houvesse acendido em Kurotsuchi.

Era uma chama fria, que não trazia calor, mas sim uma espécie de obsessão que a movia pra frente e a consumia por dentro. Kurotsuchi submergiu cada vez mais fundo em sua investigação. Após alguns meses, ela conseguiu rastrear a origem da Akatsuki até a Aldeia Oculta da Chuva. Definitivamente, era ali que havia nascido a estranha organização. Portanto Kurotsuchi já sabia qual era o próximo passo..

 

Não foi nada fácil entrar naquela aldeia.

A vila oculta da Chuva era conhecida por ser um dos lugares mais fechados do mundo. Não só o acesso era difícil, como a vigilância era constante. Mas após muito estudo e planejamento, ela finalmente conseguiu se infiltrar como espiã.

Devido à delicadeza da missão, Kurotsuchi precisou se arriscar sozinha. Tinha que chamar o mínimo possível de atenção. Assim que chegou ela se cobriu com uma capa de chuva, e começou a explorar discretamente o local.

Kurotsuchi nunca havia visto um lugar tão lúgubre..

A Aldeia da Chuva era um aglomerado de arranha-céus metálicos, repleta de dutos e fiações. A estrutura lembrava uma versão grotesca da Pedra: em vez de pontes havia tubulações, e em vez de rocha havia ferrugem. As ruas e canais eram escurecidos pela sombra dos gigantescos edifícios, que se erguiam do chão como dedos esqueléticos tocando um céu eternamente chuvoso. Apesar do tamanho, poucas pessoas eram vistas ali, e frequentemente Kurotsuchi tinha a impressão de estar caminhando por uma cidade abandonada.

Depois de uma semana de reconhecimento, Kurotsuchi não havia feito muito progresso. As poucas informações que ela obteve vieram de bêbados em bares, que falavam em sussurros sobre um “deus” que governava a aldeia ao lado de um anjo.

Foi então que certo dia, quando perambulava sozinha, Kurotsuchi descobriu algo estranho.

Numa parte mais profunda e quieta da aldeia, praticamente escondido em meio aos arranha-céus, havia um prédio. Por fora não havia nada que o destacasse, mas o que Kurotsuchi encontrou lá dentro a surpreendeu:

O prédio era oco por dentro.

Só o que havia lá era uma gigantesca câmara vazia. Quatro colossais paredões de ferro subiam até uma altura vertiginosa, mas não havia teto lá em cima. Apenas um quadrado de céu nublado, de onde descia um tênue facho de sol. Mas o mais perturbador era o que o facho iluminava: seis lápides de pedra, dispostas no meio da câmara. E em cima de cada lápide, um cadáver deitado..

O que é isto.. um necrotério? – se perguntou Kurotsuchi.

Ela foi avançando pela câmara devagar. Só então notou que os cadáveres eram muito parecidos. Todos possuíam cabelos alaranjados, e pequenas barras de aço negro atravessando vários pontos do corpo.

O que significa isto?

Kurotsuchi se aproximou de um dos cadáveres, de cabelo espetado e vários piercings no nariz. Então, posicionando-se na cabeceira da lápide, colocou uma mão na testa gelada do cadáver, e com a outra fez um selo:

– Arte Ninja: Encontro dos Espelhos Gêmeos!

O genjutsu se ativou, e os olhos de Kurotsuchi se desfocaram num tom de rosa. A visão dela se perdeu, e no lugar ela recebeu a memória visual do morto:

 

 

Estava num lugar amplo e escuro, parecendo um tipo de caverna.

Havia uma estátua monstruosa ao seu lado, e dela saíam braços com mãos e dedos erguidos pra cima. Era enorme, e na ponta de cada dedo havia uma pessoa (ela mesma ocupava um dedo). Não dava pra ver quem eram as pessoas: tudo que se via eram sombras estranhas, silhuetas embaçadas unindo as mãos num selo. E um pouco abaixo, estirado no chão, havia um corpo..

Era uma garota de cabelo verde e pele dourada.

Estava inconsciente, e de sua boca aberta saía uma fluído brilhante que subia e entrava na boca escancarada da estátua. Um segundo olhar revelou que a estátua tinha nove olhos, sendo que somente um estava aberto. A estátua continuou sugando a estranha névoa que saía de dentro da garota, e aquela cena se estendeu por um tempo.

Então finalmente terminou. A estátua aspirou o último sopro da menina, fechando a boca. Nesse momento, um segundo olho se abriu.

– Porra, até que enfim!! – gritou uma sombra, massageando o pescoço – Não aguentava mais drenar essa maldita Bijuu! Isso deu muito mais trabalho que capturar a vadiazinha da jinchuuriki!

– Cala essa boca, Hidan. – disse uma voz grave – Você não ajudou nada. Eu é que fiz todo o trabalho, enquanto você assistia..

– Vai tomar no cu, Kakuzu! A desgraçada sabia voar!! Além do mais, você tinha a vantagem por ela ser da sua aldeia..

– Silêncio! – ecoou outra voz.

Kurotsuchi sentiu que ela mesma estava falando, na voz de outra pessoa. Na mesma hora todos se calaram.

– Nos dispersaremos por ora. Sasori, Deidara.. vocês dois devem se preparar para o próximo passo.

O coração de Kurotsuchi disparou. Ela vasculhou cada dedo da estátua, mas não conseguiu distinguir ele das outras sombras. Somente uma voz desconhecida falou, e era tenebrosa e cortante:

– Entendido..

E tudo ficou negro.

Kurotsuchi foi tomada de grande aflição. Aquilo não podia ser tudo.. ela tentou se concentrar para penetrar mais fundo na memória daquele corpo, mas só o que viu foi aquele estranho ritual de drenagem.

 

E então, inesperadamente, o seu genjutsu foi rompido.

 

 

Quando se deu conta, ela estava de volta ao mundo real, e sua mão estava estendida para uma lápide vazia. Na mesma hora ela ergueu os olhos.

O cadáver agora estava sentado, o rosto virado pra trás, olhando diretamente pra ela.

Aqueles não eram olhos humanos. Não tinham pupilas: apenas anéis numa córnea roxa, e ainda assim eram terrivelmente penetrantes. Como um túnel vazio para a morte..

Kurotsuchi gelou.

À sua volta, os outros cinco cadáveres também se levantaram, sentando-se em suas lápides. Todos abriram os olhos, idênticos ao do primeiro, e viraram o rosto ao mesmo tempo pra ela..

 

Ao mesmo tempo um chuva de papéis desceu do alto da câmara, revoando no ar. Eles se ajuntaram num canto da parede em cima de um enorme tubo, e formaram a figura de uma mulher com asas de papel.

Sua voz era suave quando abriu a boca:

– Você não deveria estar aqui..

 

.


Notas Finais


²Essa é uma pequena homenagem à Kurotsuchi do mangá, que diferente do anime, tem olhos rosa. E sim, ela sabe genjutsu (vi na Naruto Wiki rs)


Enfim.. é um prazer estar de volta!! XD
Senti falta de vcs, galera! Tá meio difícil aqui, mas vou tentar postar os capítulos regularmente agora rs. E aí? O que acharam desse? =D


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