1. Spirit Fanfics >
  2. KURODARA!! >
  3. As Montanhas Flutuantes

História KURODARA!! - As Montanhas Flutuantes


Escrita por: Zetsubou-sensei

Capítulo 28 - As Montanhas Flutuantes


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - As Montanhas Flutuantes

.

 

Num canto remoto do mundo, existia um lugar curioso. 

Ficava a extremo oeste da Pedra, perto da fronteira e longe de tudo. Ali, em meio a um extenso vale, achava-se uma das maravilhas mais estranhas da terra: as Montanhas Flutuantes. 

Elas eram três, e nem sempre foram assim. Antigamente, as montanhas ficavam unidas no solo, assim como qualquer outra. Na verdade eram tão firmes que até construíram um palácio acima delas. Era o famoso Castelo de Ukihara: tão grandioso que ocupava os três picos, e pontes precisaram ser construídas para unir as partes. Por algum tempo, ali foi a morada do lendário Ookuninushi, o Senhor Feudal do País da Terra. Até que certo dia, sem qualquer explicação, as montanhas se desprenderam do vale. E elevando-se vários metros acima, pararam suspensas no ar, entre o céu e a terra. 

Assustados com o divino fenômeno, o Senhor Feudal e sua corte abandonaram o castelo, temendo que as montanhas subissem ainda mais ou quem sabe caíssem de volta à terra. Desde então, o castelo permaneceu lá em cima, esquecido e vazio por mais de cem anos. 

 

Até que certo dia, um grande pássaro de argila branca desceu dos céus. 

 

Trazia em suas costas um belo jovem de cabelos dourados. Quando saltou para o chão, seus pés pisaram o pátio com a leveza de um anjo. Ele olhou para o alto, e à sua volta. 

É uma criação linda. – pensou. – O tipo que vale a pena destruir.. 

Mas dessa vez, ele não estava ali para isto. Precisava daquele lugar para o ritual que estava por vir. 

 

*** 

 

– Depressa! – ordenou Kitsuchi, enquanto corria pelo campo – Temos pouco tempo! 

Logo atrás dele, vinham Kurotsuchi, Akatsuchi e Yamashiro. 

– Será que vamos conseguir? – perguntou Akatsuchi – Estamos muito longe.. 

– Temos uma chance. – disse Kurotsuchi – Se Han for capturado, eles não vão matá-lo imediatamente. Precisam dele vivo pro ritual de extração. E de acordo com a memória que invadi, isto leva pelo menos três dias.. 

– É praticamente o tempo exato que leva pra chegarmos ao nosso destino. – disse Kitsuchi – Yamashiro, confirme novamente a posição! 

– Sim! – respondeu o shinobi de cabelos brancos. 

Ele fechou os olhos enquanto corria, concentrando-se. Aquele era o melhor ninja sensorial da Pedra, e podia sentir o chakra de qualquer pessoa a milhas de distância. 

– Eles estão se deslocando! – anunciou por fim, abrindo os olhos amarelos – Deixaram o Santuário Kirin nas montanhas e agora se dirigem a oeste, em grande velocidade! 

– Estão se afastando ainda mais.. – grunhiu Kitsuchi – Precisamos apertar o passo!! 

 

*** 

 

Minutos depois, no Castelo de Ukihara, o jovem de cabelos dourados pressentiu algo se aproximando. 

Já era hora.. – pensou. 

Olhando para o alto, viu o seu pássaro branco retornando do céu. Trazia alguém em suas costas. Ele desceu até aterrissar ao seu lado com uma lufada de vento. E esticando as gigantescas asas, recolheu-as junto ao corpo. Então o passageiro que estava em cima pulou para o pátio. 

– Não esperava ver essa cara horrível, Sasori-danna.. – recepcionou o loiro – Onde está Hiruko? Ele é bem mais simpático, hm. 

– Poupe-me de suas gracinhas, Deidara.. – disse o recém-chegado. 

Tinha cabelos vermelho-vivo e olhos cor de mel. Parecia muito jovem, e tinha a pele assustadoramente impecável.  

Ele desviou o olhar melancólico para o pássaro, e estendeu a mão. Fios de chakra azul saíram de seus dedos, e puxaram de cima da ave um corpo volumoso e pesado. Era uma marionete-casulo. Caiu no chão sobre os quatro membros, à semelhança de um sapo, e Deidara viu que sua cabeça estava retorcida e sem a mandíbula. Aquilo só piorou ainda mais seu aspecto, que já era suficientemente medonho antes. 

Sasori fez mais um gesto com a mão, e um compartimento se abriu nas costas da marionete. A cauda metálica de escorpião mergulhou dentro, e retirou de lá o corpo inerte de Han. 

– Esse é o cara? – perguntou Deidara – O das Cinco Caudas? 

– Ele foi um oponente formidável. Destruiu várias de minhas marionetes. 

Os dois se viraram para a porta e entraram no castelo. Eles foram caminhando pelo imenso salão, Sasori guiando a marionete na frente com Han no alto envolvido pela cauda metálica. 

– Devo dizer, Deidara.. na minha caçada, matei vários de sua aldeia. Espero que não se importe. 

– Eu não dou a mínima. – respondeu ele, com indiferença – Mas quando formos pra sua aldeia, deixe que eu capture o Uma Cauda.. 

Sasori bufou um risinho. 

– Como quiser. 

Chegando no centro do salão, a marionete soltou o jinchuuriki, que tombou com estrondo no chão frio de pedra. Sasori encostou um pergaminho aberto em Hiruko, e ele foi recolhido num estouro de fumaça. Em seguida ambos executaram uma longa série de selos, e levando as mãos ao piso, invocaram a gigantesca Estátua Demoníaca do Caminho Exterior, cuja cabeça roçava o teto. 

Deidara e Sasori assumiram suas posições.  

Ao mesmo tempo, sete silhuetas embaçadas surgiram em volta deles, uma em cada dedo. Deidara logo avistou aqueles detestáveis olhos vermelhos na sombra à sua frente. Os mesmos olhos que o haviam humilhado.. 

Um dia, ele ainda derrotaria o sharingan

Mas naquele momento, outro par de olhos anormais desviaram sua atenção: 

– Você fez os preparativos para o ritual, Deidara? – perguntou a sombra com o rinnegan. 

– Hum. – assentiu ele com a cabeça. 

– Muito bem então. Vamos começar. 

Mais uma sequência de selos foi executada. Círculos de luz apareceram na frente dos dedos da estátua, reproduzindo o kanji no anel de cada membro da Akatsuki. 

– Jutsu de Selamento: Nove Dragões Fantasmas! – gritou Pain. 

A boca abominável da estátua se abriu. Nove espectros em forma de dragões foram vomitados de lá, e eles se lançaram contra o corpo desacordado de Han. 

O jinchuuriki convulsionou, agonizando enquanto sua Bijuu era extraída. 

Deidara suspirou. 

As próximas horas seriam longas.. 

 

*** 

 

Mais de dois dias se passaram. 

 

Kurotsuchi e sua equipe ainda estavam correndo. Eles já haviam atravessado toda a extensão do País da Terra, fazendo poucas paradas para descanso. Mas por fim, estavam quase chegando. 

– É ali! – anunciou Yamashiro, ao se aproximarem de uma cordilheira – Depois daquele desfiladeiro! 

– As Montanhas Flutuantes.. – disse Kurotsuchi – Eles devem estar no Castelo de Ukihara! 

– Há uma grande aglomeração de poderes ali. Também sinto o chakra de Han, mas está por um fio.. 

– Vamos, depressa! – ordenou Kitsuchi. 

A equipe acelerou o passo, e logo estavam sob a sombra das muralhas rochosas. Eles entraram por um desfiladeiro com altos penhascos de ambos os lados. Ali havia um caminho onde antes corria um rio, mas agora era um leito seco. Eles estavam correndo por esse caminho pedregoso, quando Yamashiro ergueu o punho fechado. 

– Alto!! 

Ele parou derrapando, e imediatamente os outros o imitaram. 

– Qual o problema, Yamashiro?? – perguntou o líder. 

Ele não respondeu de imediato. Seus olhos cor de âmbar estavam focados alguns metros à frente, embora ali não houvesse nada. 

– Joguem uma kunai naquele ponto.. – disse, apontando. 

Kurotsuchi fez conforme ele disse, e lançou uma kunai no chão sete metros à frente. O resultado foi uma súbita explosão, que tremeu a terra espalhou fogo e detritos pra todo lado. A equipe protegeu o rosto, surpresa. 

– Minas terrestres.. – disse Akatsuchi. 

– O desfiladeiro está repleto delas. – informou Yamashiro. 

– Quantas? – perguntou Kitsuchi. 

Yamashiro fechou os olhos, unindo as mãos num selo. Por um minuto ele ficou em silêncio, concentrando-se. Então abriu os olhos de volta, vidrados: 

– Mais de nove mil... 

Todos arregalaram os olhos, espantados. 

– Mais de nove mil?!? 

– Sim. Todas de argila, e com forma de caranguejo. Devem ter escavado pra se esconder, e agora estão por toda parte. Não só o caminho, mas as paredes do desfiladeiro também. 

– Eles devem estar realmente querendo nos atrasar.. – disse Akatsuchi. 

– Não podemos continuar por aqui. – disse Yamashiro – Levaria uma eternidade desarmar todas essas bombas. 

– E que alternativa nos resta?? – perguntou Kurotsuchi. 

– Devemos retroceder e procurar a passagem das montanhas. – respondeu o líder. – Iremos pelas Grandes Cavernas. 

– Isso vai nos atrasar pelo menos quatro horas.. – avaliou Akatsuchi. 

Kurotsuchi rugiu. 

– Nós não temos tanto tempo!! 

E adiantando-se um passo, levou o dedão direito à boca, mordendo com força. Em seguida bateu a mão com o sangue na terra: 

– Kuchiyose no Jutsu!! 

Houve uma grande explosão de fumaça. A nuvem se dissipou, e a enorme besta se revelou. 

Era um triceratops: um monstruoso quadrúpede de mais de sete metros de altura e vinte toneladas de peso. Sua pele cinzenta era mais dura que pedra, mas ainda assim a fera se revestia com uma armadura forjada de bronze e titânio reluzente. A cabeça se abria como um escudo encouraçado, e dois longos chifres se projetavam pra frente como lanças gêmeas unidas por uma corrente. Um chifre menor pontuava o nariz, que se levantou ao rugido tremendo da criatura. 

Kurotsuchi pulou para as costas do animal. 

– Desculpe, pessoal.. – disse, olhando pra equipe –  Mas o Rashodon só permite que eu monte em cima dele.. 

– Então você deve se adiantar. – respondeu Kitsuchi – Nós iremos alcançá-la assim que pudermos. 

Kurotsuchi se virou para frente, segurando o crânio encouraçado da besta pelos pequenos chifres. Seu corpo ficou protegido do pescoço pra baixo, como uma mureta. Antes de arrancar, porém, seu pai a chamou: 

– Kurotsuchi! 

Ela virou o rosto pra trás. Kitsuchi a encarava com grave seriedade. 

– Não se esqueça de qual é seu dever.

Ela também endureceu o olhar, deixando bem claro que não iria hesitar. 

– Eu sei. 

E se virou para frente, arrancando com um berro. O triceratops desatou a correr pelo desfiladeiro. Um último grito se ouviu às suas costas, antes das minas começarem a detonar com estardalhaço no chão: 

– E não faça nada estúpido!!! 

 

*** 

 

No interior do castelo, a Estátua Demoníaca sorveu o último suspiro de Han, fechando a boca. Um terceiro olho se abriu em sua face. 

– Isso encerra mais uma etapa do plano. – anunciou Pain. – Nos reuniremos de novo em breve. 

E dizendo isto, ele e os demais membros da Akatsuki desapareceram. Apenas Deidara e Sasori ficaram, e ambos saltaram para o piso. Eles foram caminhando lado a lado em direção à saída, enquanto a gigantesca estátua se enterrava no chão atrás deles. 

– Então.. – disse Deidara – Ouvi dizer que o próximo alvo é ninguém menos que o Kazekage, hm? 

– É. – confirmou Sasori, distraído – Tente não danificar muito o corpo dele. Ele pode servir pra minha coleção. 

Deidara fechou os olhos, sorrindo. 

– Você tem mesmo um péssimo gosto para a arte, Sasori-danna.. 

– Eu não vou discutir isso de novo, Deidara. Um jovem inexperiente como você jamais entenderia meu ideal de beleza.. 

Os dois saíram para o pátio da frente, que terminava numa abrupta queda para o abismo. Dali de cima, eles tinham uma magnífica vista do mundo à sua volta. Deidara estava prestes a fazer uma escultura, quando ouviu um estranho ruído ao longe. 

Vinha da cordilheira logo adiante, e ia aumentando pouco a pouco. Parecia um deslizamento ou tremor. Alguns pássaros levantaram voo no horizonte, assustados. 

Um terremoto..? – pensou ele. 

Ele levou a mão no bolso e pegou o seu dispositivo de visão ampliada. E colocando no olho, ajustou a lente para o desfiladeiro no meio das montanhas, milhas adentro. 

 

A visão que teve arrancou o seu ar. 

 

Um descomunal monstro de três chifres vinha correndo em sua direção, pisoteando a terra como a encarnação de um cataclismo.  

A cada pisada uma explosão trovejava abaixo dele, de modo que era como se caminhasse sobre um rio de chamas. As paredes do desfiladeiro acima iam desmoronando ao passar, provocando uma chuva de rochas que soterravam o caminho atrás. E acima de tudo, montando o monstruoso animal, estava um rosto conhecido.. 

Tinha ferocidade em seus olhos, como nunca antes havia visto. Parada de pé sobre a besta, em meio à fornalha de turbulência, parecia a própria enviada do Inferno para cobrar sua alma. 

– Kurotsuchi.. – sussurrou Deidara. 

Sasori olhou de esguelha pra ele. 

– Antiga namorada? 

– É.. – respondeu Deidara devagar, guardando o aparelho – Algo assim. 

– O que pretende fazer? 

Deidara fitou o horizonte em silêncio, pensando. 

– Podemos simplesmente partir, se quiser. – sugeriu Sasori, após um tempo. 

– Não.. – respondeu Deidara, sério – Eu a conheço. Ela não vai desistir. Vai continuar me caçando, até me alcançar.. será melhor que termine isso agora. 

– Então vou deixá-los à sós. – disse Sasori, caminhando até a beira do abismo – Preciso mesmo consertar Hiruko e os outros. 

Ele abriu o zíper da capa até a cintura, revelando um peito esculpido em cerâmica. De um compartimento no abdômen ele puxou um cabo de aço, cuja ponta enganchou no chão. Então virou-se pra Deidara. 

– Não me faça esperar. 

E dando um passo pra trás, atirou-se no abismo. 

O cabo se retesou enquanto se desenrolava, centenas de metros abaixo. Sasori desapareceu sob a névoa do vale, e pouco depois seu cabo também foi recolhido. 

Deidara ficou novamente sozinho. 

Ele olhou para o desfiladeiro aberto à sua frente, do outro lado do abismo, e calculou que em poucos minutos ela estaria ali. Então ergueu o rosto pro alto. 

O céu estava escurecendo rapidamente. 

Parece que vai chover..  

Ele virou-se e entrou calmamente no castelo. As portas se fecharam atrás dele. 

 

*** 

 

Perto dali, Kurotsuchi percorria o corredor do desfiladeiro a toda velocidade. 

Ela avistou logo à frente o fim do caminho, desembocando num imenso abismo, por onde antigamente descia o rio numa cascata. Para além do abismo estava o Castelo de Ukihara, flutuando numa montanha no mesmo nível que ela.. 

Sem desacelerar, Kurotsuchi executou os selos e preparou-se para formar a ponte: 

–Youton! Jutsu da Calcificação! 

 

*** 

 

Deidara aguardava em silêncio, em meio ao vasto salão. 

Estava sentado num degrau, de costas para um trono de pedra. Sua cabeça estava baixa, e seus olhos fechados. Havia uma estranha serenidade em seu rosto, que não se alterou quando ouviu um trovão se aproximando. 

 

A porta de ferro de oito metros explodiu, arrancando-se das dobradiças. 

 

Ela atravessou girando toda a extensão do salão, passando a centímetros de sua orelha, e chocou-se contra a parede dos fundos num impacto avassalador. 

Deidara não se abalou. 

Ele apenas ergueu o rosto pra frente, sereno, e olhou pra recém-chegada. Ela segurava com força o crânio do terrível animal, e seu olhar frio e decidido não deixava dúvidas: 

 

Estava ali para matá-lo. 

 


Notas Finais


Finalmente, o tão aguardado encontro.. rs. Agora sim, os próximos capítulos serão só entre os dois.

Eu só não sei dizer quando exatamente vou postar.. no momento, estou numa região bem isolada aqui. Vai depender um pouco da minha conexão. Mas farei todo o possível para continuar. Fiquem comigo nessa reta final!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...