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História KURODARA!! - Yin Yang


Escrita por: Zetsubou-sensei

Notas do Autor


GLOSSÁRIO:

*otosan = uma maneira respeitosa de se dirigir ao pai
**shogi = o xadrez japonês (lembram do Shikamaru?)

Capítulo 7 - Yin Yang


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - Yin Yang

.

 

Não foi apenas um longo dia, como também uma longa semana para Deidara.

No fim das contas as aulas com o Tsuchikage não foram tão emocionantes quanto ele esperava. Na verdade eram tão monótonas e maçantes que Deidara quase sentiu falta de ser escravo de Kurotsuchi. Pelo menos com ela ele tinha alguma coisa pra fazer, nem que fosse cavucar rochas.

Por isso quando o fim de semana finalmente chegou, foi com uma disposição surpreendente que ele levantou cedo e colocou a mochila de uma tonelada nas costas, pronto para a excursão de sábado. Kurotsuchi estranhou aquele bom ânimo, mas nada disse. Ela ainda estava remoendo um pequeno poço de rancor e desconfiança, portanto em nenhum momento ela dirigiu a palavra ao seu guarda-costas.

Exceto quando foram cercados por bandidos no caminho de volta.

– Quem são esses caras?? – perguntou Deidara, quando foram rodeados por dez ninjas mascarados.

– Caçadores de relíquias. – respondeu Kurotsuchi. – Um tipo comum por aqui.

Deidara sentiu sua boca esticar num sorriso.

– Ótimo...

Ele levou a mão à bolsa em seu cinto, e começou a ingerir a argila branca que estava ali.

– Até que enfim vou poder mostrar do que sou capaz!

Mas Kurotsuchi tomou a dianteira com uma rapidez impressionante, e com um único arremesso de kunais desarmou seis ninjas ao mesmo tempo. Ela saltou e rolou no chão para apanhar uma das espadas caídas, e com ela se protegeu de todas as kunais e shurikens que vieram. Em seguida contra-atacou cuspindo rochas incandescentes de lava, que derrubaram cinco inimigos no chão. Outro foi derrubado quando Kurotsuchi o atravessou com a espada lançando-a a quinze metros de distância. A essa altura os que sobraram começaram a correr, mas Kurotsuchi não iria deixa-los escapar tão fácil.

– Youton! Jutsu da Calcificação!

Um jorro pastoso e cinzento saiu de sua boca, atingindo as pernas de três ninjas que imediatamente caíram e foram imobilizados. O último conseguiu se safar por um triz, mas não por muito tempo.

– Suiton! Jutsu Trompete de Água!

O jato líquido empurrou a pasta cinzenta adiante, perseguindo o líder. Ele correu por dezenove metros até finalmente ser alcançado pela cal viva de Kurotsuchi, e então seus pés foram envolvidos e ele tropeçou. No mesmo instante a cal endureceu, adquirindo a solidez de uma pedra. Os dez ninjas haviam sido neutralizados no intervalo de um único minuto.

Deidara assistiu a todo o espetáculo abobalhado, e nem percebeu que sua mão ainda estava dentro da bolsa.

Só depois que Kurotsuchi limpou a boca ela notou o estado de choque dele, e não pôde deixar de sorrir com satisfação. Ela caminhou até ele e falou com clareza em seu ouvido:

– Entendeu agora, Deidara-nii? Você não faz a menor falta aqui.

E se afastou deixando ele ao mesmo tempo envergonhado e furioso.

– Ah! Me enganei.. – disse ela, segundos depois – Você ainda serve pra carregar a mochila.

 

Maldita burguesinha. Você me paga..

 

***

 

– Isso nunca vai dar certo.

Kitsuchi depositou seu copo de chá verde no chão em que estava sentado.

– Aqueles dois são completamente opostos. Jamais vão se dar bem. Francamente, otosan*.. no que o senhor estava pensando?

– Tenha paciência, meu filho. Tudo ficará claro com o tempo.

Oonoki fez sua jogada no shogi**, e esperou. Pouco depois Kitsuchi fez seu movimento e encerrou a partida com um cheque-mate.

– Ho ho! Você continua afiado como sempre, filho. – disse o Tsuchikage, afastando o tabuleiro e acendendo o cachimbo – Não esperava menos do general-comandante de minhas tropas!

– Não mude de assunto, otosan. Sabe muito bem por que estou aqui.

De fato, Oonoki sabia. Como general-comandante da Aldeia da Pedra, raramente seu filho Kitsuchi parava em casa - quase sempre estava liderando alguma operação importante no país ou no exterior. Mas assim que soube do novo guarda-costas de Kurotsuchi, ele voltou para casa o mais rápido possível.

– Ainda não compreendo como pôde entregar minha filha nas mãos daquele.. – ele precisou refrear a palavra. – Mesmo sob sua vigilância, ele continua sendo um criminoso!

– Todos merecem uma segunda chance. – disse Oonoki calmamente. – Eu acredito que aquele rapaz pode mudar.

Kitsuchi suspirou.

– Você é otimista demais, otosan. E generoso demais. Um dia ainda vai se arrepender disso. Se quer se arriscar nesse experimento, ótimo.. mas por que envolver Kurotsuchi? Por que envolver sua própria neta??

– Porque ela também precisa mudar..

Kitsuchi encarou o seu pai com uma expressão confusa.

– O que quer dizer? Minha filha é uma shinobi excelente, e uma moça exemplar! Tenho muito orgulho de quem ela é!

– Sim, sim. E com toda razão. Mas, diga-me filho.. – Oonoki soprou lentamente uma baforada de fumaça –  ..quando foi a última vez que viu ela sorrir?

A pergunta pegou Kitsuchi de surpresa. Ele gaguejou, sem saber o que responder.

– A-aonde quer chegar?

O velho pegou um pergaminho próximo, e o abriu no chão. Em seguida pegou um pincel e um tinteiro, e começou a pintar.

– Imagino que conheça este símbolo.

Kitsuchi olhou para o desenho na sua frente.

– Claro que conheço. É o Yin-Yang.

– E você sabe o que ele representa?

– Equilíbrio. A harmonia entre opostos.

– Errado.

Oonoki interrompeu seu desenho, e guardou o pincel no tinteiro.

– Neste exato momento, esse símbolo representa Kurotsuchi e Deidara. Ela é yin e ele é yang. Duas forças antagônicas que se chocam.

Kitsuchi observou com mais atenção, e só então percebeu que o símbolo estava incompleto. Os pontinhos menores dentro de cada lado não estavam lá.

– Kurotsuchi é yin: o lado negro. Ela é o feminino, a noite e o frio. É disciplinada e tem um senso de justiça profundo, mas também é rigorosa demais. Precisa entender que a vida não é só obrigações e deveres. Os jovens também devem se divertir e sonhar..

E continuou, apontando o desenho:

– Deidara é yang: o lado branco. Ele é o masculino, o dia e o calor. Com certeza é alguém que sabe aproveitar o máximo da vida, mas lhe falta limites. Seu comportamento é irresponsável e destrutivo. Isso acaba afetando não só aos outros, mas a ele mesmo..

Então Oonoki pegou novamente o pincel e completou seu desenho, acrescentando um pontinho preto dentro da parte branca e um pontinho branco dentro da parte preta.

– Somente quando um completa o outro, o equilíbrio é alcançado. Somente então, haverá harmonia.

O velhinho guardou novamente o pincel, e tragou a fumaça de seu cachimbo.

– Eu acredito que aqueles dois tem muito a aprender um com o outro..

Kitsuchi suspirou mais uma vez e coçou a barba.

– Otosan.. eu sempre confiei no seu julgamento. Espero que saiba o que está fazendo. Mas não consigo deixar de pensar.. minha filha com aquele delinquente? Isso me preocupa muito.

– Não se preocupe. – riu Oonoki, com o cachimbo preso entre os dentes – Afinal de contas, ele não seria louco de tentar algo contra a neta do Tsuchikage!

 

***

 

Preciso me livrar da neta do Tsuchikage. – pensou Deidara, ali fora. – Aquela garota é um pé no saco..

 

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Notas Finais


Certo, o próximo capítulo vai ser postado amanhã mesmo. Fiquem ligados! \o

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