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História KURODARA!! - Queda Livre


Escrita por: Zetsubou-sensei

Capítulo 8 - Queda Livre


Fanfic / Fanfiction KURODARA!! - Queda Livre

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Parado numa ponte ligada ao pátio inferior da mansão, Deidara observava sozinho a aldeia abaixo dele. Era uma tarde de domingo e novamente ele não tinha nada pra fazer, exceto pensar e admirar a paisagem.

E aquela era uma tremenda paisagem, pensou ele apoiado no parapeito.

Cercada de grandes montanhas por todos os lados, a Aldeia Oculta da Pedra parecia mais uma floresta de colunas gigantes – todas interligadas por centenas de pontes e pontezinhas distribuídas em vários níveis. A lenda dizia que naquele lugar uma vez existiu a montanha mais alta do mundo, e que a aldeia inteira tinha sido esculpida a partir desse monte. Talvez por isso todas as construções fossem feitas do mesmo material: uma rocha castanho-acinzentada. Isso dava à cidade um aspecto um tanto monocromático, portanto era comum ver aqui e ali grandes vasos de pedra contendo arbustos, que era pra espalhar um pouco de verde no ambiente. Mas o que Deidara mais gostava na aldeia eram as cascatas. Haviam dezenas delas. A maioria despencava dos abismos montanhosos ao fundo, mas as menores jorravam das próprias torres da aldeia, e desciam num filete estreito por centenas de metros de queda livre até a Fonte Sagrada lá embaixo.

Maldito velhote. – pensava ele. – Quem ele pensa que é, pra querer me chantagear? Já fugi da prisão uma vez, e posso fugir de novo. Se acha tão esperto, mas ele nem imagina por que eu estou aqui..

Deidara estava justamente perdido nesses pensamentos, quando Kurotsuchi apareceu do seu lado. Ela vinha andando distraída, e pareceu notar a presença dele ao mesmo tempo que ele notou a dela.

– Cansou de brincar com seus cadáveres? – perguntou ele.

– Continue chamando meus fósseis assim e vou te mostrar quem é o cadáver.

Deidara apenas riu, enquanto Kurotsuchi se apoiava no parapeito da ponte ao lado dele. Por um minuto nenhum dos dois se falou. Eles apenas ficaram admirando a paisagem ao mesmo tempo.

– Era você, não era? – disse por fim Deidara, sem desviar o olhar.

– O que..?

– A garotinha que caiu em cima de mim. Vários anos atrás.

Kurotsuchi olhou para ele surpresa. Mas logo baixou a cabeça, timidamente.

– Não.. sabia que você lembrava.

– Como podia esquecer. Meu pescoço ainda tá doendo, sabia?

– Até parece! – retrucou ela, embora estivesse vermelha.

Silêncio novamente.

– Então.. – disse Deidara – Vai me contar o que aconteceu esse dia?

Kurotsuchi baixou ainda mais o olhar, encarando os próprios pés. Nunca havia contado aquela história a ninguém, muito menos a alguém que ela confiava tão pouco. Mas ela sentiu que devia uma resposta a ele. Afinal de contas, por sua culpa ele tinha saído muito machucado aquele dia.

– Eu era uma criança boba. – começou ela, devagar. – Sonhando em conhecer o mundo fora dessa torre. Desde que nasci, eu sempre fui mantida aqui dentro.. protegida e educada. Dia após dia, tudo o que fazia era seguir uma agenda de treino e estudo. Para ser Tsuchikage, você precisa ser pressionado desde cedo sabe. Só que chegou uma hora em que eu não.. tava aguentando mais.

– Então você fugiu.

Kurotsuchi sorriu com tristeza.

– Foi a primeira e última vez. Fiquei apavorada. Nunca tinha saído pra aldeia antes, e me perdi completamente. Não sei dizer por quanto tempo perambulei pelas ruas.. só sei que a certa altura parei numa ponte como essa, e então sentei e comecei a chorar. Eu era muito pequena na época.. tinha só cinco anos.

Kurotsuchi fez uma pequena pausa, tentando escolher com cuidado as palavras.

– Foi então que eu vi você.. vindo por uma rua. Um garoto pequeno e sozinho. Como eu. Mas ao contrário de mim, você não tinha nenhum medo..

– Você foi mais corajosa que eu. – disse Deidara de repente.

Kurotsuchi olhou para ele sem entender.

– Eu só fui fugir do orfanato em que fui criado quando tinha seis anos. A diferença é que ninguém veio atrás de mim.

Não havia tristeza em Deidara quando ele disse isso. Seus braços continuaram apoiados no parapeito da ponte, totalmente expostos pela camisa negra sem mangas, e apenas duas pulseiras de couro com pontas de metal o adornavam. Seu olhar continuava perdido em algum ponto distante, e não parecia haver nele emoção alguma. Naquele breve momento, Kurotsuchi olhou para ele com outros olhos..

– Mas você ainda não explicou como foi parar nas minhas costas. – disse ele, rompendo seu devaneio.

Subitamente Kurotsuchi sentiu o rosto arder.

– Ah.. bem.. – gaguejou ela. – É que eu vi você lá de cima, vindo.. eu fiquei curiosa. Você parecia tão diferente.. era, tipo.... livre.

Deidara agora a encarava descaradamente, esperando.

– Eu me debrucei demais na ponte e caí, TÁ LEGAL?? SATISFEITO!?!?

A risada de Deidara foi imperdoável.

– Entendi.. você é lesada desde pequena.

Idiota.. – pensou Kurotsuchi, virando o rosto corado.

Quando terminou de rir, Deidara não pôde evitar de pensar o quanto era divertido deixar ela irritada. Era engraçado como qualquer bobagem deixava aquela bochecha vermelha, talvez por conta de sua pele ser tão branca. Mas isso era uma das coisas mais chamativas em Kurotsuchi: sua pele suave e claríssima tinha um contraste interessante com os cabelos curtos e negros, escuros como seus olhos.

– Sabe.. – disse ele, virando de costas e apoiando os cotovelos no parapeito – Você pode ser como eu, se quiser.

– Uma marginal de rua?

– Não.. – sorriu Deidara. – Livre.

Kurotsuchi olhou para ele intrigada, e o sentimento aumentou ainda mais quando ela viu no olhar dele um brilho quase sinistro.

– Co-como assim?

– Vem cá. Deixa eu te mostrar uma coisa.

Kurotsuchi se aproximou cautelosa. Deidara manteve os olhos sorridentes fixos nela a todo momento. Quando estavam perto o bastante para se tocarem, Deidara virou-se novamente para o parapeito.

– Está vendo aquilo ali?

– Onde?

– Ali, lá embaixo.

Kurotsuchi inclinou-se um pouco.

– Não estou vendo nada..

– Não..? Por que não chega mais perto?

Nisto Deidara a empurrou com toda a força por sobre o parapeito da ponte. Kurotsuchi foi lançada adiante e mergulhou no abismo. E enquanto observava ela despencado, Deidara apoiou o queixo na mão e ouviu o grito dela se distanciar com um sorriso doce no rosto.

 

Boa viagem, Kuro-chan.

 

.


Notas Finais


Muwahaha, agora vocês só vão descobrir o que acontece com ela no próximo capítulo. =)
Uma dica: ele será postado no Dia de Finados.......

Até lá! \o


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