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História Kyle, o Sombrio Guardião da Luz - Parte II - Noxus - Assuntos Inacabados


Escrita por: AshenOne

Notas do Autor


Voltando um pouco na história, enquanto Katarina ia até Ryze buscar informações, Kyle estava pronto para deixar a casa dos Du Couteau, até que algo acontece...

Capítulo 7 - Assuntos Inacabados


Após concluir um serviço para o qual fora contratado, Talon retornava á mansão dos Du Couteau no final da tarde, conforme Katarina havia lhe pedido. Porém, ao abrir a porta de entrada, sua agilidade impressionante o impediu de levar uma estocada de Kyle, que pensou se tratar de um invasor, já que Talon trajava roupas escuras, um capuz e uma capa.

O assassino noxiano tentou argumentar, mas Kyle era cada vez mais incisivo no combate e não dava brechas para Talon, que resolver então retaliar. O assassino correu até a sala, um local aberto, e arremessava sucessivas shurikens na direção de Kyle, que o perseguia com espada e escudo em punho. As lâminas foram bloqueadas com sucesso por Kyle, que já estava quase alcançando o assassino, mas Talon surpreendeu o garoto e arremessou uma última shuriken com atraso, aproveitando-se do fato do garoto ter abaixado o escudo e quebrando sua cadência defensiva. Não se sabe se foi por sorte ou se foi por alguma espécie de ação sobrenatural, mas Kyle instintivamente fechou os olhos e bloqueou a última shuriken com sua espada, fazendo-a estilhaçar ao contato com o gelo verdadeiro.

“O que?! Como?!”, espantou-se Talon, embasbacado com a ação do garoto.

Kyle recuperou-se da ação mais rápido que o noxiano e avançou contra ele, acertando uma pancada com a fronte de seu escudo no tronco de Talon. Com seus truques ainda para serem mostrados, Talon ergueu-se rapidamente e lançou uma rápida saraivada de shurikens ao seu redor, forçando Kyle a proteger o rosto com o escudo e bloqueando as lâminas que foram em sua direção, porém, ao abaixar o escudo, o assassino havia sumido.

“Aparece, seu merda! Não tem nada aqui pra você!”, gritava Kyle.

“Não sou seu inimigo, pertenço á casa dos Du Couteau!”, respondeu Talon, sem se mostrar.

Kyle procurava saber de onde vinha a voz do assassino enquanto andava lentamente pela grande sala de estar. Ele observava os belos retratos pendurados na parede, as cortinas rubras que evidenciavam o bom gosto do decorador da mansão, os candelabros sobre a mesa e as cabeceiras, um jarro de porcelana quebrado por uma das shurikens refletidas pelo escudo de Kyle durante a perseguição. O rapaz sabia que estava em desvantagem.

“Se o que diz é verdade, então quem sou eu?”, perguntou Kyle.

“Eu ajudei Katarina a te tirar do rastro de Darius e limpei seus ferimentos. Apenas não sei...”, dizia Talon, sendo interrompido por uma ação brusca de Kyle.

O garoto havia encontrado Talon segurando-se em um pequeno parapeito no rebaixamento do teto que separava o hall de entrada da sala. Sem perder tempo e sem aviso, Kyle lançou sua espada como se fosse uma lança, viajando pelo ar sem perder a posição horizontal com destino certo em Talon. A Sombra da Lâmina pulou do parapeito para aterrissar sobre um dos sofás da sala, mas a lâmina acertou sua capa antes que ela acompanhasse o movimento de Talon, fazendo-o ficarpendurado pela capa com os pés a uns cinquenta centímetros de um sofá. Percebendo que Talon não iria a lugar algum, Kyle pegou uma faca na cozinha da casa e subiu no sofá, alcançando Talon. Enquanto Kyle planejava o que fazer o assassino, Talon entrou em desespero.

“Que porra... Cass! Kat! Cadê vocês?!”, gritava Talon.

“Ninguém virá por você, ladrão.”, disse Kyle.

“Katarina! Esse moleque vai me matar, caralho! Tem alguém aí?!”, gritava Talon, tentando soltar a capa de si, mas seus braços não alcançavam as presilhas da capa.

“Já chega, vou acabar logo com isso.”, disse Kyle, empunhando a faca.

Deslizando pela escada, Cassiopeia apareceu na sala e viu o que estava acontecendo.

“Kyle! Para com isso! Não machuca ele!”, gritou Cassiopeia.

Kyle ignorou o aviso da naga e levantou a faca na altura do pescoço do assassino, pronto para executá-lo. Vendo que alertas verbais não impediriam as ações do garoto, Cassiopeia avançou na direção de Kyle e, tomando impulso com sua cauda, saltou sobre o garoto, derrubando-o do sofá e fazendo-o largar a faca. Para se certificar de que ele ficaria contido, Cassiopeia enrolou Kyle em sua cauda dos joelhos até os ombros, impedindo qualquer movimento do garoto.

“Talon, você está bem?”, perguntou Cassiopeia.

“Muito sangue descendo pra cabeça, mas já estive pior. Por que demorou tanto? E cadê a Katarina?”, perguntou Talon.

“Tenho meus problemas e não preciso ficar compartilhando eles com ninguém. Para de ficar lutando pra sair daí, Kyle! Você quase matou alguém que ajudou a salvar tua vida.”, disse Cassiopeia, apertando sua cauda para controlar Kyle.

“Aaaaah! Tá bom! Já entendi! Tô sentindo minhas costelas quebrarem com tua força! Para de me apertar!”, gritava Kyle.

“Na verdade, até gosto disso. Fazia tempo que não tinha essa sensação de poder.”, disse Cassiopeia, sorrindo maleficamente para Kyle.

“Cass, não tô com tempo pra isso. Me tira logo daqui. Libera o garoto pra tirar a espada da minha capa, só ele pode tocar na porra da espada.”, implorava Talon.

“Tudo bem, querido. Já vou... Espera... O que tá acontecendo?”, exclamou Cassiopeia.

Uma ventania tomou conta da casa e sentiu-se um estrondo de uma das paredes da sala, em seguida, um grande portal mágico abriu, saindo dele Katarina e LeBlanc. Ao fechar o portal, o estrondo cessou e o tremor causado pela conjuração havia se estabilizado. Ao verem a cena na sala, LeBlanc sorriu e debochou.

“Parece que a festinha tá boa.”, comentou LeBlanc.

“O que?! Por que essa vadia tá aqui?! Aaaaah, caralho! Para de apertar!”, gritava Kyle, revoltado com a presença de LeBlanc.

“Cass, solta ele logo. E Talon, o que você tá fazendo?! Eu saio de casa por menos de três horas e vocês deixam a casa um caos!”, resmungou Katarina.

“Eu vou esperar sentada aqui... Esses Du Couteau...”, debochou LeBlanc, sentando-se em um sofá mais afastado da confusão na sala.

Cassiopeia soltou Kyle, que caiu no chão contraindo seus membros, sentindo a dor do aperto da serpente. Talon estava ficando tonto com o sangue descendo pra sua cabeça e mal respondia ás perguntas de Katarina.

“Kyle! Tira essa espada dali! Talon vai acabar desmaiando.”, resmungou Katarina.

Cassiopeia fitava LeBlanc com olhos ameaçadores, segurando seu instinto que a tentava a investir contra a feiticeira. Kyle recuperou-se da compressão que sofreu de Cassiopeia, subiu no sofá, escalou o parapeito e removeu a espada da parede, fazendo Talon cair no sofá que estava abaixo dele.

“Katarina, o que ela está fazendo aqui?! Ela está com Swain!”, reclamava Kyle.

“Ouça o que ela tem a dizer primeiro.”, respondeu Katarina, tentando trazer Talon ao normal.

“Você atrapalhou meus planos, garoto. Eu prometi a Ryze que cuidaria de você e era exatamente o que eu ia fazer, mas você teve que surtar...”, disse LeBlanc.

“O que pensou em fazer?”, perguntou Kyle.

“Eu ia te transportar para fora de Noxus e lidaria com as consequências disso depois. Nunca tive a intenção de entrega-lo a Swain, até porque sabia que ele o mataria, mas sua ideia de desmaiar depois da tortura foi genial, tenho que admitir.”, disse LeBlanc, sem desfazer de seu sorriso.

“Por que não me disse antes de eu surtar?”, perguntou Kyle.

“Porque você ficou fora de controle quando disse que sua família foi assassinada. Sua escuridão pode te deixar mais forte, mas remove sua capacidade de julgar suas próprias ações. Você em um estalo pode ser... Ah... É claro!”, dizia LeBlanc, pausando sua fala como se algo tivesse descoberto algo.

“O que houve?”, perguntou Kyle, aproximando-se da Falsa.

“Você pode ser controlado pela escuridão que há dentro de você caso permita que sua raiva flua descontroladamente. Você tem a luz, é claro, por isso não me executou quando teve a chance, mas o necromante que colocou isso na sua cabeça o fez para te controlar. É óbvio!”, afirmou LeBlanc.

“Mas não sou controlado por ninguém. Não escuto vozes, não sou sonâmbulo e tampouco mato pessoas porque estou simplesmente com raiva.”, disse Kyle, chegando ainda mais perto de LeBlanc.

“No momento pode ser que não, mas o que pode acontecer caso você encontre o responsável por isso? Será que você lutará contra ele de forma honrosa ou cederá aos seus desejos de vingança?”, perguntou LeBlanc.

“Parece que vamos ter que esperar pra ver, né?”, finalizou Kyle, silenciando a feiticeira.

Katarina reuniu todos na sala e Kyle desculpou-se com Talon por tê-lo quase matado. A assassina noxiana explicou a situação atual e enfatizou a importância de tirar Kyle silenciosamente de Noxus. O plano consistia em subornar uma caravana para levar Kyle como carga secreta até Piltover.

“Mas Piltover e Noxus não possuem relações comerciais.”, disse Talon.

“Eu sei, a caravana que está disposta a levar Kyle vai para Zaun, mas quando alcançarem a encruzilhada da estrada Leste eles deixarão o garoto partir para Piltover.”, disse Katarina.

“Esperem, vocês querem me tirar daqui agora?”, perguntou Kyle.

“Sim. Swain acha que você está morto, mas ele vai desconfiar das ações dos Du Couteau muito em breve. Manterei tudo isso aqui em segredo, mas é difícil algo ficar escondido quando se trata de alguém do alto escalão da Rosa Negra como o Swain.”, disse LeBlanc.

“E quando nos explicar como tudo isso aconteceu. Você está envolvido em mais confusões do que qualquer vagabundo noxiano jamais esteve. Todos estão caçando você pelo que você sabe.”, disse Katarina.

“Se Talon não chegasse, eu não estaria mais nessa casa. Tudo o quiserem saber está em uma carta que escrevi para Cassiopeia. Além do mais, já que está aqui, tome. Perdoe-me por magoá-la com nossa conversa, não fiz por mal.”, disse Kyle, entregando sua carta á Cassiopeia.

A naga aceitou a carta de bom grado e trocou um carinhoso abraço com o garoto. Após o gesto, Kyle explicou a todos que ainda não estava pronto para partir.

“Não posso partir ainda, tenho algo que preciso fazer.”, disse Kyle.

“Se tem algo para fazer aqui em Noxus, esqueça! Assim que o virem vivo nas ruas da cidade eles denunciarão Katarina.”, disse Talon, com um tom de voz ligeiramente nervoso.

“Por isso vocês vão me ajudar com isso. LeBlanc, você sabe que prisioneiros são mantidos na masmorra do Palácio de Noxus?”, perguntou Kyle.

“Sim, mas porque você quer saber disso?”, perguntou LeBlanc.

“Existe algum prisioneiro que ainda está lá desde a guerra de Noxus contra Ionia?”, perguntou Kyle, ignorando a pergunta de LeBlanc.

“Não. Darkwill não fez prisioneiros ao término da Invasão á Ionia, todos foram executados. Aonde quer chegar com isso?”, disse LeBlanc.

“Maldição.”, sussurrou Kyle.

Katarina entendeu onde Kyle queria chegar com o interrogatório e, ciente de que LeBlanc sabia sobre a mente do garoto, disse.

“LeBlanc. Os litomantes escravizados na Invasão á Ionia... Todos eles foram mortos?”, perguntou Katarina.

“Só os que conseguimos capturar... Ah! Você também sabe sobre a litomante! Agora entendo o porquê de Ryze ter ido para Ionia, ele também está procurando.”, exclamou LeBlanc.

“Litomante?”, perguntou Talon.

“Longa história, pergunte á Cassiopeia depois, ela ainda está lendo a carta... Algum litomante daquela época havia conseguido fugir?”, disse Kyle, virando-se para LeBlanc.

“Sim, me recordo de três que havia escapado. Mas apenas um deles era jovem, os outros já devem estar mortos de velhice.”, disse LeBlanc.

“Você sabe quem esse ou essa litomante mais jovem é? Ou de onde veio?”, perguntou Katarina.

“Não tenho a menor ideia. Todos os registros de Darkwill já se foram e pouco restou dessa época, mas você já sabia disso né? Você que deu a ideia para Ryze ir até Ionia.”, disse LeBlanc, olhando para Katarina.

Katarina silenciou e sorriu com o canto direito de seus lábios. Kyle ainda não se dava por satisfeito e queria mais respostas sobre o assunto.

“Você sabe o que tem na minha mente, você sabe pelo que passei, você viveu isso! Por favor, LeBlanc, preciso muito saber como encontrar esse litomante.”, implorou Kyle.

LeBlanc silenciou por algum tempo e, conjurou uma pequena rosa negra em sua mão. Ela entregou a Kyle, que não entendeu a situação.

“O que isso quer dizer?”, perguntou Kyle.

“Significa que eu sou incapaz de ajuda-lo. A partir daqui, que a rosa negra o faça companhia e sirva como reparação por minhas falhas.”, disse LeBlanc, levantando-se do sofá e dirigindo-se para o canto da sala.

“A culpa de eu ter sido entregue á Swain não foi sua.”, desabafou Kyle.

“Mas eu prometi á Ryze que cuidaria de você e falhei. Agora não posso ajuda-lo a encontrar quem você procura, então ao menos que sua saída desta cidade ocorra com sucesso.”, disse LeBlanc.

“Aonde você vai?”, perguntou Kyle.

“Estou entrando em ação. Swain sempre desconfiou de Katarina principalmente após relatórios de agentes que a viram sair de Noxus. O portão principal de Noxus está fechado e caravanas só entram e saem da cidade após serem revistado pelas tropas.”, disse LeBlanc.

“Por que não disse nada disso antes?!”, perguntou Katarina, enraivecida.

“Estava esperando o momento oportuno, querida. Estou traindo Swain ao fazer isso, então não mencionem meu nome. Talon, peça á caravana zaunita prosseguir viagem até a Passagem Leste das Montanhas Ironspike. Eu criarei um portal para Kyle atravessá-lo e ele estará esperando a caravana.”, disse LeBlanc.

“Se vai me transportar para tão longe de Noxus, por que então não me deixa partir sozinho? Atravessei a passagem Norte das Montanhas Ironspike de Freljord para Piltover e não tive problemas.”, perguntou Kyle.

“A Passagem Leste é diferente. Apenas caravanas legalizadas a atravessam.”, disse Talon.

“A passagem tem um entreposto com guardas que controla o fluxo de mercadorias que vão de Noxus para Zaun e vice-versa. Você caminhando por ali seria preso.”, disse Katarina.

“Entendi. Achei que a caravana fosse apenas para me tirar da cidade.”, disse Kyle.

“Enfim, o tempo urge. Podemos partir?”, perguntou LeBlanc, criando o portal que chacoalhava os móveis sofisticados da sala.

Kyle despediu-se de Katarina e Talon, agradecendo por tudo o que haviam feito por ele e disse que sempre estará disposto a retribuir o favor. O garoto em seguida aproximou-se de Cassiopeia, que estava sorridente com as histórias de Kyle e as coisas que ele havia escrito para ela. Os dois trocaram um novo abraço e se despediram. O garoto aproximou-se do portal e virou-se para LeBlanc.

“O que vou encontrar do outro lado?”, perguntou Kyle.

“Montanhas e uma estrada de terra. Espere perto da estrada e não siga pela passagem das montanhas, espere pela caravana.”, disse LeBlanc.

“Ok. Como vou reconhecer a caravana?”, perguntou Kyle.

“Eu já conheço o homem que liderará a caravana que contratarei. Um homem negro com uma cicatriz na bochecha direita e um tapa-olho vai parar a carroça dele e perguntará a você que horas são. Você deve responder: ‘No fuso zaunita ou noxiano?’ Aliás, tome isso.”, respondeu Katarina, arremessando para Kyle um pequeno saco com algumas moedas.

“O que é isso?”, perguntou Kyle, enquanto contava a razoável quantidade de moedas do saco.

“Dinheiro noxiano, espero que aceitem isso em Piltover.”, disse Katarina, sorrindo debochadamente.

“Obrigado por tudo, gente. Não me esquecerei do que fizeram por mim. Que nossos caminhos se encontrem novamente em melhores circunstâncias.”, disse Kyle, atravessando o portal.


Notas Finais


Kyle pode ter saído da cidade, mas o que o aguarda no caminho para Piltover?

Próximo capítulo: A Dor da Exilada (The Pain of the Exile)


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