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História L Amore Improbabile - LXI - Un nuovo inizio


Escrita por: BuutNath

Notas do Autor


Oiii.. Mais um capítulo para vocês e para você, Brenda, já que você queria muito um hoje :)))

Boa leitura!


Obs: Quaisquer erro corrijo depois.

Capítulo 63 - LXI - Un nuovo inizio


POV Camila

Depois de finalmente acertarmos a separação, Zayn e eu nos reunimos com nossas famílias para anunciar a notícia antes que se espalhasse na mídia. A princípio minha mãe não gostou muito da novidade, mas também não me repudiou por tomá-la. Em um dado momento da conversa ela percebeu que Zayn e eu éramos apenas bons amigos. Meu pai foi o primeiro a me perguntar o motivo de os meus olhos estarem brilhando. Não tive como mentir para ele e então contei sobre Lauren. Senti receio de ele achar ruim, mas até que ele gostou. Os pais de Zayn meio que já sabiam que não iríamos muito longe.

Contar para Henry foi à tarefa mais difícil todo aquele processo. Meu filho amava demais os pais para vê-los separados. Tivemos que contar a notícia em dois dias usando e abusando da imaginação. Henry custou a aceitar, mas com alguns dias ele foi compreendendo que era melhor para a família. Aluguei um apartamento para morar com Henry enquanto eu ainda tentava ajeitar minha vida. Depois de instalada, eu resolvi colocar meu plano de reconquistar Lauren Jauregui em ação.

Com a ajuda de Dinah, eu consegui conversar com Verônica e Alycia sobre uma coisa que eu queria fazer. Consegui convencê-las a me ouvir e a me ajudar. Depois foi a vez de Adrien a entrar na história. Eu queria contar pessoalmente para Lauren, mas o receio de a fotógrafa me enxotar me fez desistir. Então tive a ideia de informar Lauren sobre minha separação, assim como as outras pessoas, queria que ela tivesse surpresa quando descobrisse. Não queria expor nossa relação, mas queria que ela soubesse que eu estava abrindo mão dos meus vícios por ela e para ela. Dali em diante foi fácil. Adrien rapidamente conseguiu uma revista de credibilidade para me entrevistar e a notícia da minha separação pipocou nas mídias em questão de minutos.

– Karla Camila Cabello! – arregalei os olhos e soltei a revista com a entrevista voltando minha atenção à porta do meu escritório. Dinah estava parada lá com uma expressão furiosa e praticamente babava de raiva. – O que pensa que está fazendo parada aí com cara de tacho e sem atender esse caralho de celular? – desviei meus olhos de seu rosto para o celular sobre a mesa.

– Err… Eu n-não vi que… – peguei o aparelho engolindo a seco ao ver todas as chamadas de Dinah.

– Você não viu? Ah, não me diga. – rolei os olhos diante a sua ironia.

– Ah, Dinah, me poupe. – minha amiga respirou fundo e fechou a porta atrás de si. – O que quer? Achei que estava ocupada demais flertando com o personal da academia. – Dinah soltou uma risadinha e logo voltou a sua pose séria e furiosa. ­

– Hahaha… Que engraçada. – rolei os olhos. Dinah sentou-se enquanto eu me levantei. – Não sei se você se lembra, mas você tem uma vida, têm amigas, tem um filho que depende de você. – rolei os olhos novamente enquanto me servia um copo d’água.

– Dinah, vá direito ao assunto. – pedi me encostando a mesa ao seu lado. Estava exausta de tanto ouvi-la falar aquilo.

– Você esqueceu que combinamos de almoçar? – franzi o cenho e busquei as horas no relógio de pulso dourado que havia ganhado de Zayn depois que ele ironizou meus atrasos e minhas saídas noturnas.

– Dinah, eu não estou com cabeça para…

– Que mané não está com cabeça, Camila? Qual é o seu problema, garota? É idiota ou faz cursinho? – sua fala me arrancou risadas. Com dificuldade consegui beber o gole d’água em minha boca. – Sem gracinhas agora, você está com cabeça sim! Camila, pelo amor de Deus! Até quando você vai ficar choramingando o seu término com a Lauren? – desviei o olhar para o chão prendendo as lágrimas que queriam sair. – Poxa! Eu sou sua amiga, também mereço sua atenção. Andei sabendo que você não está com clima nem para brincar com o seu filho. – me senti culpada pelas últimas palavras. Henry não tinha culpa da merda que eu fiz, mas estava sobrando para ele minhas mágoas. Eu estava tentando consertar tudo aquilo, mas era tão difícil atingir Lauren, ainda mais com ela vivendo naquele mundinho dela. – Henry não tem culpa do que aconteceu entre vocês. Não sei por que diabos você está deixando sua tristeza transparecer para ele; Henry é completamente apaixonado por você, Camila. – concordei com a cabeça me sentindo uma péssima mãe.

Afastei o quadril da mesa e caminhei até a grande parede de vidro. Eu só precisava de um tempo para reorganizar meus pensamentos. Lauren é muito recente, eu sinto tanto a falta dela que não consigo não transparecer minha tristeza por estar sendo obrigada a me manter afastada. O plano que armei para que ela soubesse sobre a minha separação não pareceu dar certo. Suspirei frustrada comigo mesma e tomei o último gole de água exatamente no momento em que Dinah parou atrás de mim. Sua mão macia tocou meu ombro em sinal de consolo.

 – Eu sei que sente saudade, Mila, mas Lauren está seguindo em frente enquanto você está ficando para trás. – franzi o cenho e rapidamente me virei para olhá-la. Que diabos ela quis dizer com Lauren está seguindo em frente?

– Como assim, Chee? Lauren está… – um bolo se formou em minha garganta impedindo-me de falar aquilo que minha consciência gritava. Eu não queria e não conseguia imaginar Lauren com outra mulher. – Lauren e-está… está com… – Dinah tocou meu rosto percebendo que eu não conseguia falar e que estava prestes a chorar.

– Camila, eu jurei para mim mesma que não iria me meter mais nesse assunto, mas eis que estou aqui, olhando nos seus olhos e não tenho como me manter indiferente vendo toda essa tristeza. – respirei fundo tentando controlar o choro violento que queria explodir. – O que foi que você disse a Lauren para que ela terminasse com você? Qual foi o teor da conversa que tiveram que fez com que Lauren Jauregui, que até então, era apaixonada por você, fazer questão de te manter longe? – suas perguntas eram diretas e faziam todas as lembranças da conversa no flat voltarem.

As lembranças de Lauren implorando para que eu a escolhesse, a imagem de Lauren saindo pela porta, às palavras ecoando em minha cabeça sobre ela não voltar atrás, as portas do elevador se fechando com parte do meu coração dentro dele, o meu chamado sendo ignorado por ela por estar sofrendo com a minha escolha. Eu a destruí quando escolhi Zayn, eu nos destruí.

– Lauren… – murmurei baixo fechando os olhos quando grossas lágrimas inundaram meus olhos embaçando minha visão.

Eu não queria chorar, não mais. Eu já estava cansada de tanto chorar. Chorar não iria me levar a lugar algum. Eu precisava era agir. Enxugar as lágrimas, levantar a cabeça, estufar o peito e correr atrás daquilo que realmente vale a pena. Mas será que ela voltaria para mim? Será que ela passaria por cima de seu orgulho para voltar comigo? Será que se nós voltássemos eu faria Lauren Jauregui sorrir? Eu a faria feliz se voltássemos ao nosso relacionamento? Claro, Camila. Você mudou, Lauren também deve ter mudado. Ela deve ter pensado melhor em como terminaram e agora deve estar esperando um passo seu em direção a ela. Minha amigável consciência sussurrou fazendo com que meus lábios se curvassem em um sorriso.

– Quer saber, chega! Chega! – arregalei os olhos surpresa com a reação explosiva de Dinah. – Chega, estou cansada dessa tristeza de vocês duas. Lauren agora fica só trabalhando e fazendo dieta. – a olhei ainda mais surpresa.

– Lauren está fazendo dieta? Desde quando? – Dinah revirou os olhos e me puxou para a minha cadeira.

– E você só fica nessa fossa. Nem parece que se livrou da bananeira que te prendia. – foi a minha vez de girar os olhos. Ela realmente não gostava de Zayn.

– Dinah, não interessa o que estou passando ou não, okay? – minha amiga respirou fundo e com rapidez guardou todos os meus pertences na bolsa.

– Ótimo! Não importa nada mesmo, agora pega suas coisas e vamos! – franzi o cenho deixando meu corpo agir no modo automático. – Vamos almoçar e depois resolvemos o que será feito para que você saia dessa fossa. – quis resmungar, mas eu estava exausta de tanto resmungar. Minhas últimas semanas se resumiram a resmungos pela falta de Lauren. – E sobre sua pergunta, Lauren está malhando e fazendo reeducação alimentar desde que voltou de Toronto. – disse praticamente se gabando. Cerrei os olhos em sua direção a esperando explicar aquela situação. – Estamos trabalhando juntas nisso. – disse sorridente. – Agora vamos! Henry sai que horas hoje? – perguntou quando já estávamos no elevador.

– Então quer dizer que você e Lauren Jauregui estão tentando ter uma vida mais saudável e corpos mais bonitos? – Dinah deu de ombros com um sorriso orgulhoso nos lábios. – Minha mãe vai buscá-lo hoje. – informei procurando no meio da bagunça que era minha bolsa, as chaves do carro.

– E desde quando dona Sinu está em Boston? – sorri de canto voltando meu olhar para ela.

– Desde o dia em que eu a chamei para dizer que estava me separando. – Dinah gargalhou assustando duas pessoas que aguardavam o elevador na garagem onde descemos. – Me desculpem, ela é um pouco…

– Um pouco nada! Calada, Karla. – Dinah me repreendeu antes que eu falasse. Sorri sem graça para as pessoas e arrastei Dinah até o carro. – Sua mãe… – ela sorriu largo. – Sou fã! Amo e quero seu filho comigo também. Por que você nunca me deixa buscá-lo na escola? – perguntou com uma carinha chateada já abrindo a porta do carro depois que desativei o alarme.

Entrei no veículo jogando minha bolsa no banco de trás. Pluguei o celular no USB e coloquei minha playlist da semana para tocar. Recebi um olhar confuso de Dinah, mas relevei girando a chave na ignição e acionando a marcha para sairmos da vaga. Ao som de Lawson eu respondi a pergunta de Dinah.

– Porque você não é uma madrinha muito confiável para buscá-lo durante a semana. – Dinah me olhou com uma expressão ofendida.

– E por que não? – sorri de canto pegando os óculos escuros pendurados no quebra-sol.

– Porque você faz todas as vontades de Henry, e comer pizza e hambúrguer só a partir de sexta. – comentei entrando na avenida.

Dinah abriu a boca para contra-argumentar, mas se calou quando tomou consciência de o que eu falava era verdade. Abaixei os óculos para piscar para ela enquanto seguia para seu bistrô.

O almoço foi regado a muita conversa e brincadeiras. Mani se juntou a nós e almoçamos as três. Da mesma forma que minhas amigas sabiam brincar, elas sabiam falar sério. Quando paramos para conversar sobre minha vida e o que eu estava planejando para ela depois de me separar, tive que ouvir muitas coisas. Até que todas faziam sentido e me fizeram ter uma ideia de como fazer Lauren notar minha presença e saber que eu estava só.

– E você quer que eu fale com a Verônica sobre isso? – Dinah perguntou quando eu estacionei em frente ao seu prédio. Abri um sorrisinho e assenti com os olhos pidões. – Você sabe que se ela me xingar, eu vou dar na sua cara, não sabe? – gargalhei me jogando sobre ela. – Sai! Nem vem me bajular agora. – rolei os olhos. – Cadê? – abri o porta-luvas retirando de lá uma caneta esferográfica preta.

– Eu preciso que você entregue hoje, Dinah. – frisei inclinando-me para trás a fim de pegar a revista sobre o banco. – Eu vou ligar para Alycia hoje e ver se ela pode me ajudar a entrar sem que ninguém me veja, principalmente, Lauren. – suspirei sentindo meu coração se acelerar só de mencionar o nome da fotógrafa.

– E você acha que isso dará certo? – Dinah perguntou desviando minha atenção. Parei de anotar meu recadinho para Lauren e a encarei. Será que minha ideia surtiria o efeito desejado?

– Não sei, Dinah, mas eu preciso tentar. Se eu não tentar, nunca vou saber se dará certo ou não. – disse certa de que era o melhor a fazer para pelo menos ficar cara a cara com Lauren.

Terminei meu recadinho, marquei a página que eu queria que Lauren lesse. Beijei a capa e suspirei entregando a revista para Dinah cruzando os dedos para que desse certo. Minha amiga alternou seus olhos entre mim e a revista para em seguida sorrir inclinando-se sobre o banco para beijar minha testa.

– Eu vou cuidar para que tudo corra bem. – agradeci com um olhar sincero. – Você só precisa confiar e estar lá na hora que Alycia falar. – assenti cruzando os dedos. – Agora eu tenho que ir. Ainda tenho que tomar um banho, tirar um cochilo e ir para o restaurante. Soube pela minha caixa de emails lotada que hoje aquele lugar vai estar um inferninho. – gargalhei negando com a cabeça.

– Como se você não gostasse. – Dinah deu de ombros com um sorrisinho. – Obrigada, China. Eu não sei o que seria de mim sem você. – Dinah suspirou jogando os cabelos.

– Eu sei! Você não seria nada e sua vida seria chata. – gargalhei concordando. – Agora você tem que ir, meu afilhado não pode ficar esperando você resolver me largar. – disse de maneira divertida. Assenti ajeitando-me no banco do motorista. – E fique tranquila, vou cuidar de tudo. – assenti agradecendo com um sorriso.

Dinah desceu acenando para mim. Aumentei o volume da música que tocava e engatei a marcha para seguir em direção à escola de Henry. Se Dinah conseguisse entregar a revista, amanhã eu estaria cedinho na porta da casa de Lauren para conversar com ela e quem sabe fazê-la me acompanhar na tentativa de retomarmos nossa relação, mas dessa vez da maneira certa. Sem marido, sem amigas, sem traição ou somente sexo. Pretendo conquistar Lauren como amiga antes de levá-la para cama novamente, mesmo que a saudade esteja matando.

­________//________

– Opa! Mocinho, o que combinamos? – repreendi Henry assim que ele jogou sua mochila sobre o sofá e jogou-se no tapete.

– Mamãe. – fez manha quase me convencendo. Neguei com a cabeça e adotei uma pose séria.

– Henry, por favor, pegue sua mochila e a leve para o quarto. Tire sua roupa e tome um banho. Depois, vamos fazer o dever de casa e ai sim você pode se jogar na frente da TV. Antes de disso, nada feito. – disse séria. Ele me olhou com aqueles olhos pidões na tentativa de me fazer amolecer, mas eu me mantive firme mesmo que minha vontade fosse agarrá-lo e enchê-lo de beijos.

Sem Zayn ou Juan para me ajudar, tudo relacionado a Henry ficava por minha conta. Eu tive que diminuir meus horários de trabalho na agência para ficar com ele enquanto Zayn procurava um apartamento definitivo para nós. Juan estava temporariamente de férias e Frederick servindo Zayn, ou seja, eu estava sozinha com meu filho. Não que eu estivesse reclamando, longe disso. Estava sendo ótimo passar aquele momento somente com meu príncipe.

Henry levantou-se contendo os resmungos na garganta e saiu arrastando sua mochila em direção ao corredor que levava aos quartos. A visão do drama dele me deixou encantada e amolecida. Balancei a cabeça afastando os pensamentos e me desfiz dos sapatos que apertavam meu pé. Ainda estava cedo e eu não fazia ideia de o que pedir para o jantar. Sem Juan a minha vida de dona de casa era uma completa bagunça. Olhei em volta admirando a beleza do apartamento e sorri. Com passos lentos eu cheguei à cozinha. Dei uma rápida olhada na dispensa e grunhir quando vi que não tinha nada do que eu queria comer ali. Talvez sair para jantar seja uma boa ideia.

– FILHO, O QUE ACHA DE CHAMARMOS A TIA MANI PARA JANTAR? – gritei para Henry esperando a resposta. Escutei passos apressados no corredor e sorri. Logo o pequeno estava parado na sala me encarando ofegante.

– E-eu… A gente vai s-sair? Podemos ir n-no Café Bread? Por favor, mamãe, por favor? – dei a volta no balcão indo até meu pequenino.

– Vem cá! – chamei quando me sentei no sofá. Henry correu até mim e sentou-se ao meu lado me olhando com expectativa. – A mamãe não está com a menor vontade de cozinhar para gente e não quero pedir pizza porque ainda é quinta feira. – Henry me olhou um tanto desapontado. – Não me venha com essa carinha, nós vamos sair para jantar e vamos chamar a tia Mani, tudo bem?

– SIIIM! – ele saltou do sofá pronto para correr para o quarto.

– Mas antes… – Henry parou no meio do caminho e me encarou com aqueles olhinhos que me faziam esquecer qualquer coisa. – Você vai fazer o dever e tomar um banho.

– Mas mamãe…

– Mamãe nada, Henry. Já para o banho, filho. – indiquei o corredor me roendo por estar quase cedendo àquela carinha fofa.

– O dever é pequeno, eu faço depois. Por favor, mamãe? – quase implorou e eu como uma mãe frouxa quase cedi.

– Filho, por favor, tome seu banho e depois a mamãe ajuda você com o dever. Agora vai, vou ligar para tia Mani enquanto isso. – Henry suspirou e se arrastou para o quarto com uma carinha tristonha.

Quando ele sumiu no corredor, foi a minha vez de suspirar. Eu não estava muito acostumada a mandar Henry fazer as coisas e estava começando a ficar com medo do jeitinho mal acostumado dele atrapalhar nossa convivência em casa. Ele estava muito manhoso e eu não queria ser uma mãe chata que fica pedindo para que ele faça as coisas, mas também não posso deixá-lo mal acostumado. Vou ter que trabalhar bem meu psicológico para essa nova vida.

Enquanto Henry tomava seu banho, eu liguei para Mani e a convidei para jantarmos no Bordeaux, nosso restaurante favorito. Combinamos de nos encontrar lá as oito. Segui para o quarto de Henry a fim de averiguar como estavam as coisas. Assim que abri a porta o barulho do chuveiro se tornou presente. Corri rapidamente os olhos por todo o lugar pegando uma ou duas coisas que estavam fora do lugar. Caminhei até a porta do banheiro encostando o ombro no portal enquanto encarava meu pequeno que se ensaboava e cantarolava. Eu quis ter meu celular ali para registrar o momento.

– E ai, mocinho, já acabou? – perguntei abrindo o cesto de roupa suja para ver se o uniforme de Henry estava lá.

– Já estou acabando, só falta lavar as orelhas e os pés. – sorri.

– Então o que está esperando? – perguntei divertida. Abri a porta do box para checar como estava tudo ali dentro.

– MAMA! Não. – enruguei a testa confusa com sua reação. Henry colocou suas mãozinhas sobre minhas pernas me empurrando para trás. – Eu sou homem e posso tomar banho sozinho. – quis rir, mas me controlei para não deixá-lo bravo e ainda mais envergonhado. – MAMÃE! – me repreendeu quando fiz menção em entrar no box.

– Tudo bem, amor. Mamãe já está saindo. – ele concordou me empurrando para trás. – Não demora, filho. – pedi saindo e lhe dando privacidade.

Deixei Henry terminar seu banho e fui tomar o meu. Se eu demorasse a encontrar Mani ela com certeza iria querer me matar. Tomei um banho rápido, mas bem caprichado. Vesti-me enquanto escutava a música que Zayn estava produzindo. Escutei a porta do quarto se abrindo e fui contemplada com a visão do meu filho de roupão com o caderno e o estojo na mão.

– Já tomei banho, mamãe. A senhora pode me ajudar com o dever? – levantou o caderno me arrancando um sorriso.

– Claro, meu amor. Vem cá! – corremos para a cama onde além de fazer sua tarefa de casa, assistimos um pouco de TV.

Às sete e meia Henry e eu saímos para encontrarmos Mani. O jantar com Mani foi bem divertido.  Conversamos, brincamos, Henry se divertiu fazendo gracinhas com Mani a mesa. Eu estava me sentindo bem mais leve com os meus dois amores, só ficaria melhor se Lauren e as gêmeas também estivessem, mas ai já é muita fantasia da minha cabeça. Cheguei em casa carregando meu filho adormecido. O coloquei na cama com facilidade, mas a dificuldade que tive para trocá-lo me cansou. Depois de colocar Henry na cama, fui verificar alguns emails e ajeitar algumas coisas para o dia seguinte. Assim que me joguei na cama, apanhei meu celular esperando que tivesse alguma notícia boa. Chequei algumas conversas e admirei por longos minutos a foto de perfil da fotógrafa que me fazia tanta falta. Três novas mensagens fizeram meu coração disparar.

Uma de Dinah confirmando que havia conseguido entregar a revista para Alycia e que conversou com Verônica sobre a minha visita ao estúdio no dia seguinte. Uma da própria Alycia confirmando a entrega da revista e me pedindo para estar no estúdio as oito, pois havia combinado de encontrar Lauren as oito e meia. E a última era de Vero pedindo que eu não fizesse e muito menos falasse nada que magoasse Lauren. Respondi todas agradecendo e prometendo não fazer mais nenhum mal a Lauren. Com a ansiedade em reencontrar Lauren batendo nas alturas, eu me pus a sonhar.

_______//______

Às seis e meia da manhã eu já estava de pé. Preparei um café da manhã rápido para mim e um reforçado para Henry. Enquanto ele ainda dormia, arrumei sua mochila e sua roupa. Eu estava eufórica e ansiosa para finalmente reencontrar Lauren. Eu já tinha passado e repassado milhares de vezes a conversa que iríamos ter. Eu só queria que oito e meia chegasse logo e eu pudesse agarrá-la e beijá-la, abraçá-la. A saudade me sufocava e eu só queria vê-la logo. Liguei para Zayn e pedi que ele mandasse Fred para levar Henry ao colégio ou eu me atrasaria para encontrar Alycia antes que Lauren chegasse ao estúdio. As oito eu já estava em frente à casa de Lauren. Uma movimentação estranha no jardim da casa chamou minha atenção.

– Bom dia, eu tenho um horário marc…

– Senhorita Cabello, como é bom revê-la. – abri os olhos surpresa pelo porteiro de Lauren ainda me conhecer. – A dona Verônica já autorizou sua entrada. – assenti um pouco surpresa. – Ela pediu que a senhora deixasse as chaves do carro com Ajax que ele estacionaria o carro em algum lugar para que a dona Lauren não veja e pediu que a senhora seguisse para o estúdio. – franzi o cenho. Peguei minha bolsa, meu celular e puxei o freio de mão descendo do carro.

– Então é para deixar o carro aqui na porta? – perguntei confusa. O porteiro fofinho assentiu um pouco sem jeito. – E seguir para o estúdio? – ele novamente assentiu. – Tudo bem! – apanhei meu casaco que estava jogado no banco de trás e lhe entreguei as chaves. – Cuide do meu carro. – pedi de maneira divertida adentrando a casa.

Com meu coração na boca eu segui lentamente pelo jardim onde havia vários carros estacionados. O som de vozes e gritos vinha do segundo andar da casa, mais precisamente, uma varanda. Ignorei aquele fato intrigante e continuei a seguir para o estúdio. Lauren não parecia estar ali o que me deixou um pouco frustrada.

– Camila, que bom que veio. Eu estava a sua espera. – Alycia disse assim que adentrei o estúdio.

Uma chuva de lembranças dos meus momentos com Lauren ali invadiram minha cabeça me deixando tonta. Me segurei em Alycia para não cair.

– Você está bem? – seu tom preocupado me fez recobrar a consciência.

– Sim, eu só… – passei a mão sobre os cabelos respirando fundo. – Tudo bem! Eu estou bem. – Alycia me olhou desconfiada e por fim assentiu. – Err… Lauren ainda não chegou né?! – olhei em volta admirando cada pedacinho daquele lugar lindo.

– Não, mas daqui a pouco ela chega. – suspirei contendo um pouco a ansiedade. – Enquanto isso gostaria de conversar um pouquinho com você sobre a sua ideia. – imediatamente fiquei tensa. Alycia soltou uma risada quando percebeu minha postura. – Relaxa! Não vou falar que você não deve fazer isso ou pedir que você não magoe mais Lauren porque eu sei que você não fará isso. – soltei o ar completamente aliviada. Já estava entrando em desespero. – Só quero acertar com você como será tudo isso. – abri um sorriso com as ideias pipocando em minha mente.

– Claro! Vem! – peguei sua mão e a puxei até os puffs.

Passamos cerca de dez minutos conversando e acertando todos os detalhes sobre o meu plano de reencontrar Lauren. Alycia ligou para Vero e a informou que eu já estava no estúdio apenas esperando Lauren aparecer. Vero assentiu e antes de desligar me fez uma ameaça que fiz questão de guardar com carinho: “Se você fizer Lauren chorar novamente por não escolhê-la, eu mesma irei te fazer lamber o chão que ela pisa, Camila”.

Alycia foi informada por Francis, o porteiro fofinho, que Lauren já estava no jardim. Eu corri para me esconder no camarim e Alycia subiu para a sala escura. Lauren entrou no estúdio olhando tudo como se estivesse fiscalizando o lugar. Seus olhos verdes e intensos vieram em direção ao meu esconderijo e eu rapidamente me escondi. Só voltei a fitar o que acontecia no ambiente quando a voz de Alycia se fez presente.

– Chegou ontem à noite para você. – segurei o riso quando Lauren soltou um gritinho assustado. – Bom dia! Chegou no horário para colocarmos o plano em ação, mas nossa amiga… – e ali eu parei de escutar o que as duas conversavam para prestar atenção na fotógrafa.

Lauren estava tão linda. Os cabelos rebeldes, a roupa, os olhos, a boca… Tudo nela estava tão fodidamente atraente que eu não conseguia prestar atenção em outra coisa que não fosse nela. Meus instintos gritaram quando Lauren começou a folhear a revista buscando o sentido de ela estar ali.

– Qual é a dessa revista? – franzi o cenho com sua pergunta. Será que ela não viu a capa? Não é possível.

– Jura que não sabe qual é a da revista? – Alycia perguntou pegando a revista.

Lauren deu de ombros mantendo seus olhos curiosos presos no que a assistente de fotografia fazia. Eu já hiperventilava com o coração batendo na garganta. Alycia entregou novamente a revista para Lauren e eu quase caí dura. Lauren olhava tão fixamente para a revista que parecia hipnotizada. Alycia teve que pigarrear para ter a atenção de Lauren.

– Além dessas páginas, tem a parte de trás que é mais interessante. – arregalei os olhos e cravei as unhas nas bochechas para conter minha euforia de Lauren estar finalmente lendo sobre minha separação.

Lauren se perdeu entre encarar Alycia e ler a matéria. Meus olhos presos na fotógrafa me impediram de acompanhar o que acontecia no ambiente. Lauren estava surpresa, feliz e emocionada por eu finalmente ter me separado. Ela parecia em choque com a notícia. Eu queria correr até ela e enchê-la de beijos para em seguida dizer que eu estava livre para ela e que queria tê-la para mim novamente, mas me segurei até que fosse a hora certa. A voz de Verônica me fez despregar os olhos da fotógrafa. Lauren se virou para ela ficando de costas para mim.

– No canto superior da última página tem um recadinho para você. – meu coração se acelerou. Ela vai ler meu recado, ela vai ler meu recado. Ai meu Deus, ai meu Deus!

Lauren leu o recado me deixando ansiosa para saber como seria sua reação. Eu saí de onde estava caminhando lentamente em direção a minha fotógrafa linda. A saudade aos poucos se esvaindo a cada passo que eu dava em direção a ela. Por pouco não dei um ataque quando Lauren murmurou.

– E-ela… Ela largou… por mim… – suspirei e alarguei o sorriso tentando conter um pouquinho a felicidade para poder falar com ela.

– E isso é ruim? – perguntei fazendo-me presente. Minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam, meu coração eu já nem sei mais se batia. Meus olhos estavam presos nas costas de Lauren que aos poucos foi se virando. A ansiedade dentro de mim estava me sufocando. Eu queria correr para os seus braços e me prender neles para o resto da vida. – Oi! – cumprimentei quando os olhos mais lindos do mundo se prenderam em mim. Seus olhos iam e viam sobre o meu corpo me matando aos poucos. – Não vai falar nada? – e do nada Lauren começou a chorar. Entrei em desespero sem saber o que fazer.

Ela parecia desacreditada. Sua voz tremula me fazendo perguntas se eu era mesmo real e se eu estava mesmo ali me fez querer beijá-la até que o mundo se acabasse. Peguei a revista de sua mão jogando-a no chão pouco me importando se estava sendo rude ou não.

– Eu estou aqui e aquilo… – apontei a revista. – É mesmo real, mas isso não importa. – Lauren pareceu chocada.

– Como não? Camila, você está aqui e…

– E vou ficar, mas só se você quiser. Você quer? – perguntei sentindo meu coração saltar desesperado.

Ainda desacreditada, Lauren trouxe sua mão até meu rosto me fazendo tremer. Minhas pernas fraquejaram e eu tive que fazer uma força sob-humana para não desmaiar. Vero e Alycia pigarrearam e incentivaram Lauren a me responder. Sua resposta me deixou mais feliz do que eu já estava por vê-la tão emocionada e hipnotizada pela minha presença. Contive-me até o momento em que ela me puxou para um beijo. Eu mantive nossas bocas afastadas para poder sussurrar o que minha consciência gritava.

Eu passei semanas pensando, chorando e concluindo que estou apaixonada por você e que se você quiser nós podemos tentar de novo. Podemos tentar sermos felizes, mas agora do jeito certo. E ai, Lauren, o que me diz? – sussurrei perdida em sensações de tê-la tão perto novamente.

Aquelas mãos macias tocando meu corpo, os olhos presos em mim, à respiração quente e ofegante batendo contra meu rosto, a boca pronta para me devorar. Tudo em Lauren a tornava excitante. Não a deixei responder, apenas suguei seu lábio inferior para dentro da minha boca sendo, em segundos, envolvida em um beijo furioso. O contato de nossos lábios fez explodir dentro de mim milhares de fogos de artifícios, exatamente como no clipe Firework da Katy Perry. Era a melhor sensação ter aqueles lábios nos meus. Beijar Lauren podia ser comparado a um oásis no deserto. As mãos me apertando e me puxando cada vez mais para ela estava tornando o momento ainda mais gostoso. Senti um salgadinho na boca e abri rapidamente os olhos para encontrar Lauren chorando em meio ao beijo. Não consegui não sorrir. Uma tosse forçada fez Lauren diminuir a intensidade do beijo e da pegada gostosa que eu tanto senti falta. Resmunguei baixinho quando ela finalizou o beijo chupando meu lábio.

– Err… Não queríamos incomodar, mas é que… – Alycia disse extremamente sem jeito.

Sua mão na nuca, os olhos voltados para o chão e as bochechas coradas indicavam que ela estava muito sem graça de estar presenciando um beijo tão ardente e cheio de saudade.

– Eu não tenho vocação para ficar de vela. – Vero completou curta e grossa. Soltei Lauren aos poucos limpando os lábios um tanto envergonhada com o comentário de Vero. Nós não estávamos fazendo as duas de velas, estávamos?  – Ótimo! Agora que vocês já se beijaram, já mataram um por cento da saudade, Lauren… – olhei para Alycia pedindo desculpas pela situação em que a coloquei. – Que palhaçada foi aquela? Vocês praticamente expulsou os meus convidados? O que te deu? Mandou Ajax colocar todos os carros na rua. Tá doida, mulher? – Lauren respirou fundo e me puxou pela cintura como se não quisesse ficar longe de mim. Abri um largo sorriso com isso.

– Primeiro, nós não estávamos fazendo você de vela. – Vero revirou os olhos e cruzou os braços alternando seus olhos entre Lauren e eu. Abaixei a cabeça evitando encará-la. – Segundo, que palhaçada é essa pergunto eu. O que você estava pensando quando trouxe todas essas pessoas para cá? – perguntou séria.

– Achei que a casa fosse minha. – Lauren respirou fundo e olhou para mim como se buscasse paciência. Massageei seu peito abrindo um pequeno sorriso. A fotógrafa retribuiu o sorriso e ainda me deu um beijo na testa.

– A casa é sua, mas eu ainda trabalho aqui. A partir do momento em que esse lugar é o meu ambiente de trabalho e é frequentado pelas minhas filhas, eu não quero festas aqui sem o meu consentimento. – disse como se estivesse dando uma bronca. Vero bufou e virou o rosto em direção a porta do estúdio. – Ótimo! Estamos entendidas então. – finalizou voltando seu olhar para mim. – Eu ainda não acredito que você está mesmo aqui, Camz. – a mão que estava em minha cintura foi parar no meu rosto e logo um sorriso bobo nasceu em meus lábios.

– Eu estou e…

– Lauren, desculpa interromper de novo, mas é que… – foi a minha vez de bufar e revirar os olhos. Eu querendo ter uma conversa séria com Lauren e as duas interrompendo. Será que é pedir demais um pouco de privacidade?

– Cancela! – Lauren meio que ordenou me deixando confusa.

– Cancelar? Lauren, não podemos cancelar. – Alycia parecia entrar em desespero.

– E por que não? Eu quero conversa com Camila e com vocês duas aqui não dá, pois então cancele. – eu sorri vitoriosa por estar sendo preferencia naquela conversa.

– Lauren… – Alycia respirou fundo e voltou seu olhar para mim. – Camila, eu sei que vocês querem e precisam conversar, mas… – os olhos verdes se voltaram para a fotógrafa que não parava de me encarar e sorrir. Um sorriso tão lindo que eu me apaixonei ainda mais por ela. – Lauren, se cancelarmos hoje você não vai pode inclui-la na exposição, além de você já ter um ensaio marcado para daqui a pouco. – disse séria fazendo Lauren fechar os olhos e refletir um tempinho sobre o que fazer.

Encarei cada detalhe do rosto alvo e sorri. As sobrancelhas, os cílios, o nariz, os lábios e o queixo… Ah o queixo! Vontade de morder até deixar marca. Lauren voltou a abrir os olhos me causando uma reação mais do que esperada, a de surpresa e êxtase. Meu coração batia tão rápido que era capaz de a qualquer minuto ele sair pulando pelo estúdio.

– Vero, você vai passar o dia de robe? – a voz de Lauren soou baixa e frustrada. Acariciei a linha de sua mandíbula como se a encorajasse.

– Como é? Não entendi. – girei a cabeça para o lado encontrando Verônica com uma expressão confusa.

– Eu perguntei se você pretende passar o dia de robe? – foi a minha vez de franzir o cenho. Que tipo de pergunta é essa?

– Err… Não, mas por que a pergunta? – Lauren mordeu o lábio sensualmente me fazendo tremer. Molhei meus lábios ansiando tomar os dela para mim. – Michelle, pare de provocar a garota e me responda! – Vero rosnou fazendo Lauren virar a cabeça e bufar.

– Porque… – ela começou, mas parou quando Alycia arregalou os olhos a repreendendo.

– Por quê? – a troca de olhares entre a fotógrafa e sua assistente me deixou intrigada.

– Vero, meus parabéns! – tanto eu quanto Verônica franzimos o cenho e encaramos Lauren. – Você acaba de entrar para a exposição. Agora vá se trocar que em meia hora nós começamos suas fotos. – Vero arregalou os olhos deixando o queixo cair. Alycia estapeou a testa com a falta de delicadeza de Lauren ao informar a novidade. Que quis rir, mas também estava surpresa. – Agora vem, Camz! Precisamos conversar. – mal pisquei os olhos e quando vi já estava no camarim com Lauren. – Você… Aquela matéria na revista… – pisquei os olhos tentando me concentrar na conversa. – É real? Você se separou mesmo?

Sua voz acompanhada daquele olhar tenso e preocupado. A testa franzida, os lábios trêmulos e a respiração intensa. Tudo em Lauren me atraia com uma precisão sem tamanho. Eu poderia facilmente me perder em seus olhos e suas curvas, mas naquele momento ela queria uma conversa e nós precisávamos dela para nos acertarmos e tentarmos de novo.

– Eu me separei. – Lauren me encarou sem expressão alguma. Franzi o cenho começando a me preocupar. – Laur…

– Sério? Q-quando foi isso? – eu respirei aliviada quando ela deu sinal de vida. Sorrindo eu me dispus a responder suas perguntas.

– Bom, que eu conversei com Zayn e acertei tudo tem… – busquei na memória o tempo. – Umas seis semanas. – Lauren arregalou os olhos e murmurou “Uau, tem isso tudo?” – Mas que nós assinamos os papéis tem duas. – completei sorrindo. Joguei os cabelos para o lado esquerdo sentindo os olhos verdes seguirem o movimento como se fosse um gato seguindo um laser. – Eu pensei em vim te contar e conversar, mas eu precisava ajeitar minha vida primeiro. Fora que Vero, Keana e Alycia estavam fazendo vista grossa sobre quem se aproximava da casa. – comentei ressentida por ter sido obrigada a ficar longe dela. Lauren balançando a cabeça e processando a informação, entrelaçou nossos dedos e sorriu.

– Então quer dizer que…

– Lauren, eu quero tentar. – o sorriso com os dois dentinhos maiores foi tão fofo que não me contive, agarrei suas bochechas e a beijei. Gargalhando Lauren retribuiu o selinho. – Mas antes…

– É, eu sei. – disse um tanto cabisbaixa. Franzi o cenho levantando seu rosto.

– Sabe o que? – Lauren suspirou.

– Eu sei que você precisa…

– Lauren, eu não preciso de nada. Eu só… Eu não, nós… – os olhos ficaram confusos e instantaneamente começaram a brilhar. – Nós precisamos começar do zero. Nada de pular etapas. – a cabeça repleta de cabelos negros e selvagens tombou para o lado com a expressão confusa. – Vamos fazer como nos filmes de comédia romântica. – Lauren gargalhou e assentiu.

– Do começo? – eu suspirei apaixonada e contente por tê-la ali.

– Do começo, mas do começo mesmo! – frisei para não ter dúvidas. – Vamos começar sendo amigas. – os ombros fortes caíram e um bico se formou nos lábios beijáveis que ela tinha. – Amor, não faz assim. – arregalei os olhos quando percebi o que tinha acabado de falar. Lauren, por sua vez, arregalou os lábios em um sorriso de orelha a orelha.

– V-você… Você me chamou de amor? – eu pensei em negar, mas eu não podia mais. Se nós íamos tentar de novo, por que não assumir logo tudo o que eu estava sentindo?

– Chamei. – Lauren comemorou como uma adolescente. – Opa! Sem muita alegria. – ela franziu o cenho e adotou um bico. – Nós vamos começar do zero, Lauren. Eu quero criar uma relação com você antes de realmente me envolver, entende? Eu quero poder confiar que você não vai me deixar. Eu estou saindo de um casamento que fornecia estabilidade, conforto e segurança. Mesmo Zayn não sendo o projeto perfeito de marido, ele era meu companheiro. Eu quero encontrar isso em você, quero construir com você uma relação. Pode ser? – perguntei receosa. Eu estava sendo sincera e esperava que ela entendesse.

– Eu queria te falar duas coisas. – prendi a respiração a olhando com medo. – Primeiro, eu estou apaixonada por você e eu percebi depois de uma surra de palavras do meu pai que eu fui uma estúpida com você. Nossa relação começou de forma errada e eu deixei levar. Eu já deveria saber que uma relação baseada em sexo não chegaria a lugar algum. – meneei a cabeça concordando meramente com suas palavras. – Eu queria pedir desculpas a você por isso. Eu não te deixei falar, eu não te cortejei como meu pai me ensinou a cortejar uma mulher. – sorri de canto.

– Cortejar? Você por um acaso é do século passado? – Lauren gargalhou.

– Coisas do meu pai. – concordei sorrindo. Lauren estava com as bochechas coradas e extremamente fofa. Ela pigarreou voltando ao seu raciocínio. – Eu queria começar do zero também. – um grito ficou preso na garganta e a emoção explodindo em pequenos focos de alegria dentro de mim. Lauren queria tentar, ela queria começar uma relação do zero comigo. – Agora eu não tenho mais correntes. – franzi o cenho.

– Correntes? Como assim? – Lauren suspirou maneando a cabeça.

– Keana, Vero, Emma… Nenhuma delas mais consegue mais me fazer de marionete. Nenhuma delas vão me dizer o que fazer ou dar pitaco na minha vida. – um pouco confusa e surpresa, eu assenti. – Eu não moro mais aqui. – arregalei os olhos.

– Você saiu de casa? Da sua própria casa? – minha voz saiu mais alta do que eu gostaria. Lauren soltou uma risadinha e assentiu. – Por quê?

– Eu queria… – ela desviou os olhos para algo atrás de mim e parecia pensar no que estava para falar. – Eu precisava me libertar de tudo isso. Minha história inteira está dentro daquelas paredes e eu não conseguia sair dela para viver uma com você. Eu agi daquela forma no flat por causa disso. Era uma pressão muito grande a que eu estava vivendo aqui. Eu queria você, eu precisava de você, mas eu não tinha como te ter porque você era casada e tinha e… E, bom… Não importa mais nada disso, o que importa é que eu quero viver o sentimento que eu tenho aqui. – tocou o coração me fazendo sorrir. – Eu quero consertar as merdas que eu fiz.

– Eu falei muita merda. – comentei arrancando risos de Lauren.

– Falamos as duas. Eu gritei com você. – Lauren abaixou a cabeça envergonhada ao se lembrar que gritou comigo.

– Eu ofendi você e sei mais do que qualquer pessoa o quanto palavras machucam. Eu preciso reconstruir nossa amizade, nossa liberdade. Eu preciso apagar dentro de mim e dentro de você tudo que aconteceu naquele flat. Temos que começar do zero. Quero escrever nossa nova história em uma folha em branco e não sobre frases escritas. – disse sentindo as lágrimas escorrerem lentamente.

– Eu não me importo. Eu acuei você, não te deixei falar, sentir. Eu coloquei você contra a parede e quis que você definisse ali uma história de anos. Eu fui uma idiota, Camila. Me desculpa por isso? – as mãos suaves e macias de Lauren tocaram meu rosto em um carinho gostoso. 

– Lauren, vamos esquecer aquela noite. Vamos trancafiar as lembranças daquele fatídico e vivenciar novas. O que me diz? – Lauren entrelaçou minha cintura com seus braços puxando meu corpo para mais perto do seu.

– Vamos começar de novo? – eu sorri entrelaçando seu pescoço enfiando minhas mãos por entre os fios de seus cabelos.

– Vamos começar de novo, Jauregui. – disse puxando Lauren para um beijo.

Aquele era o primeiro de muitos beijos que iriamos trocar. Eu estava ansiosa para que nós começássemos uma nova relação. Iriamos começar do zero com direito a fase da conquista e suas transições. Eu realmente estava sentindo que a partir dali daríamos certo, muito certo.


Notas Finais


Prontinho, anjinhos.
Obrigada por tudo! Espero que tenham gostado.


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