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História L Amore Improbabile - LXVIII - Mostra darte


Escrita por: BuutNath

Notas do Autor


Oi anjinhos. Demorei né? Isso já nem é mais novidade para vocês, mas mesmo assim eu peço desculpas.
Preparados para o fim da fic? Não? Eu também não, mas infelizmente ele se aproxima.
Capítulo grande para compensar a demora, apesar de estar um pouquinho chato.
Espero que gostem.

Boa leitura!


Obs: quaisquer erro corrijo depois.

Capítulo 70 - LXVIII - Mostra darte


POV Lauren

Camila encarou o quadro com a nossa foto com uma expressão chocada. Ela parecia hipnotizada e até um pouco encantada. Por um segundo pensei que Camila não havia gostado do presente, mas ela sorriu com os olhos repletos de lágrimas. Beijei sua têmpora sorrindo contra a região escutando os baixos suspiros de Camila.

– Não chora, vai borrar a maquiagem. – murmurei contra sua têmpora a fazendo rir.

– Amor, aquilo é… – ela levou as mãos até a boca fitando o grande quadro com alegria. – Isso… Lauren, eu estou sem palavras. – assenti, beijando novamente sua têmpora.

– Gostou? – olhei para ela que virou o rosto para me encarar.

Seus olhos banhados em lágrimas de emoção me fizeram perceber que eu deveria fazer mais surpresas como aquela, mas não para vê-la chorar, mas sim para encontrar o brilho intenso, para encontrar a alegria em ver algo tão bonito e representativo para ela. Camila sorriu e beijou meus lábios antes de voltar a fitar o quadro.

– É claro que eu gostei! É a coisa mais linda que eu já vi, meu amor. – eu vibrei internamente. – De onde saiu àquela foto? Não me lembro de termos tirado fotos juntas aquele dia. – eu sorri virando-a de frente para mim

– Pedi a Alycia que tirasse algumas fotos nossas durante aquele jantar que eu fiz para contar aos nossos amigos que estamos juntas. – Camila arregalou os olhos, espantada.

– Você não vale nada! – ela estapeou de leve me ombro me fazendo rir. – Amor, aquilo é simplesmente… incrível. – ela virou-se novamente puxando meus braços para entrelaçar nossas mãos sobre sua barriga. – Eu adorei! Adorei mesmo.

– Fico feliz! – beijei seus cabelos inspirando o cheiro gostoso de seu shampoo.

– Quanto aquilo tem de altura? – perguntou ainda espantada com o tamanho do quadro com a nossa foto. Eu soltei uma risada e dei de ombro. – Onde vamos guardar aquilo depois dessa exposição, Lauren? – sua voz continha preocupação, mas ao mesmo tempo euforia. Ela queria o quadro e eu a daria, afinal, eu fiz para ela.

– Vou mandar levarem para o seu apartamento depois que o tempo da exposição acabar. – Camila arregalou os olhos e virou-se para mim tão rápido que a fez perder o equilíbrio. – Opa! Calma aí, princesa. – Camila espalmou suas mãos sobre o meu peito e negou.

– Lauren, aquilo não cabe na minha sala. – ela parecia irritada por eu ter feito algo tão grande. – Não passa nem na porta. – sorri.

– Não tem problema, ele fica aqui no acervo da galeria até encontrarmos um lugar para ele. – Camila rolou os olhos e me empurrou virando-se para o quadro. – Hey! Relaxa, ok? Ele é seu e ninguém irá tocar nele. – Camila deu de ombros adotando uma atitude de criança mimada. Soltei uma risada e a puxei pela cintura fazendo suas costas baterem em meu peito. – Não faz bico, amor. Eu quis te agradar, não gostou da surpresa? – perguntei adotando minha voz mais sexy. Camila suspirou e estremeceu em meus braços. Sorri contra sua orelha sentindo suas unhas arranharem minhas mãos.

– Você não vale nada, Lauren Jauregui.

Eu nunca disse que valia. – sussurrei em seu ouvido a sentindo tremer novamente.

– Eu adorei, Lo. É incrível mesmo, apesar de ser muito grande. – nós rimos juntas. – Obrigada! – ela beijou minha bochecha e passou o dedão para limpar a marca de batom que ficou.

A deixei admirar a surpresa que havia planejado de última hora e relembrei as brigas que tive com Verônica e Keana para proporcionar a Camila aquele momento. Camila encarava o quadro com admiração, carinho, atenção e suspirava. A virei para mim encontrando os olhos castanhos repleto de lágrimas e os lábios trêmulos. A puxei para um abraço escutando suas fungadas contra minha roupa. Quando nos afastamos, Camila segurou meu rosto e me beijou, um beijo cheio de carinho.

Você é mesmo real? – ela sussurrou sem afastar nossos lábios. Sorrindo, eu concordei. – Eu ainda não acredito que estamos namorando e que você é só minha. – levantei um pouco o rosto para beijar sua testa antes de encostar a minha na sua novamente.

Acredite! Nós estamos namorando, você é só minha e eu sou só sua. – Camila sorriu abraçando meu pescoço com urgência. – Se tudo der certo, nós ainda vamos nos casar. – Camila sorriu e concordou.

Espero mesmo que você não me enrole e me mantenha como namorada por anos e anos. – gargalhei, afastando nossos rostos.

– Eu não faria isso com você, meu amor. – ela me olho com dúvida. – Ok! Talvez eu demore alguns anos para me casar, mas um dia vamos ao altar. – brinquei arrancando risadas e recebendo alguns tapas dela.

– Você é uma idiota.

– Sou, mas eu sou a sua idiota. – ela concordou e beijou-me novamente.

Virei seu corpo para que eu pudesse abraçá-la por trás. Algumas passaram por nós e nos cumprimentaram com sorrisos e taças levantadas. Camila encarava o ambiente com admiração. Contei a ela que toda aquela decoração havia sido pensada por Keana. Camila bufou me fazendo soltar uma risada por elas não se darem bem. Suspirei quando bati os olhos em minhas curadoras.

– Tá! Ela até que tem bom gosto, mas ainda sim…

– Boa noite! Até que enfim a estrela chegou. – Ashley sorriu ao parar a nossa frente. Camila franziu o cenho e me encarou antes de voltar a fitar Ashley.

– Ashley, que te bom te ver. – minha curadora sorriu. – Deixe-me apresentá-la a minha namorada, Camila Cabello. – Ashley fitou Camila dos pés a cabeça e sorriu a abraçando.

– Oi! Nossa que prazer te conhecer. Lauren não parou de falar de você durante essa semana, fora que… – ela apontou o grande quadro e sorriu. Camila corou tanto ou mais do que eu.

– Camila, essa é a Ashley, uma das curadoras da galeria. – Camila sorriu abertamente para a mulher que nos fitava com curiosidade.

– É um prazer conhecê-la também, Ashley. – a mulher assentiu freneticamente e virou-se para mim. Eu ainda fitava o rosto de Camila a fim de perceber algum resquício de desconforto ou coisa parecida. – Err… Então quer dizer que você é curadora da galeria? – Ashley deu de ombros. – Isso é ótimo! Lauren a mantém, expõe nela, mas é você quem dá as ordens? – eu soltei uma risada, encarando Ashley em seguida.

– Na verdade, eu não trabalho sozinha. – Camila franziu o cenho. – Não sei se conhece, mas Lauren tem um braço direito aqui dentro que dá mais ordens do que eu. – Camila a olhou surpresa. – Falando nela. – ela apontou para alguém atrás de nós e quando nos viramos, Keana vinha sorrindo. Escutei Camila resmungar baixinho e prendi a risada.

– Lauren, Camila, Ashley… Boa noite! – desejou sorridente entregando uma taça de champagne para cada. – Como estão? Está ansiosa, buddy?

E naquela pergunta eu voltei à realidade. Era finalmente a minha exposição; a exposição que eu preparei e trabalhei duro para acontecer. Keana fitou meu rosto por alguns segundos antes de beber seu drink. Meneei a cabeça sentindo meus músculos tencionarem. Camila apertou minha mão me dando à certeza que ela não me largaria em momento algum.

– Laur, é ótimo ver você bem, relaxada e acompanhada. – a voz de Ashley me tirou dos meus devaneios. – Mas você tem um cronograma hoje à noite.

Eu suspirei já cansada só de imaginar em quantas pessoas eu passaria para cumprimentar, em quantas entrevistas eu teria que dar, para quantas fotos eu teria que posar e o principal, o discurso que era sempre a parte mais tensa das exposições. Eu odiava discursar, mas fazia parte daquele cronograma que Ashley e Keana haviam montado juntamente com Verônica. Falando na figura, ela apareceu ao lado de Ashley com Lucy ao seu encalço, segundos após meu pensamento.

– Boa noite, senhoritas. O que está acontecendo aqui? Reunião do clube da Laurenzinha? – rolei os olhos escutando algumas risadas. Fitei Camila que se divertia com a piada de Verônica.

– Boa noite, Vero. Como está?

Verônica deu de ombros como se não quisesse demonstrar seu nervosismo, mas ela se entregou quando olhou para Lucy e a mesma sorriu para ela. Lucy transmitia para Vero a segurança que Camila transmitia para mim. Keana tomava seu drink fitando Camila com curiosidade. Comecei a sentir que minha namorada começava a se incomodar com o olhar de Keana e resolvi quebrar aquele clima.

– Err… Por onde tenho que começar? – alternei meu olhar entre as três pessoas que cuspiam responsabilidade naquela noite.

– Em primeiro lugar, você tem que passar pelos patrocinadores. – Keana falou desviando os olhos de Camila que respirou aliviada. Apertei sua mão atraindo seus olhos. Pisquei para ela voltando a fitar minhas guias ali dentro.

– Depois, convidados. – Ashley apontou diversos grupinhos espalhados pelo grande salão.

– Em terceiro, imprensa e críticos. – foi à vez de Verônica falar e apontar um grupo de repórteres e críticos que variavam entre mulheres da alta classe e homens que sabiam mais de arte do que todas nós.

– Tem quarto? – perguntei divertida.

– Tem! – arregalei os olhos, pois até então, eu estava brincando.

– Discurso e só então você poderá curtir a noite. – eu resmunguei tristonha. As três responsáveis por aquela exposição ter saído do papel soltaram uma risada harmônica. – Achou que ia fugir é? – Ashley perguntou e eu dei de ombros.

– Não custa nada tentar, não é? – Ashley negou com a cabeça sem abandonar o sorriso. – Tudo bem. Vamos ao trabalho? – olhei para Camila que assentiu apertando minha mão.

– Você vai trabalhar, eu, vou curtir. Bye, bye! – Vero disse de forma divertida me fazendo rolar os olhos. Filha da puta!

Olhei para Keana e Ashley que conversavam entre si. Camila estava ao meu lado olhando o máximo que consiga. Acho que ela percebeu que minha noite não seria tão tranquila quanto gostaríamos. Keana começou a me passar algumas recomendações e até instruiu Camila sobre como se comportar em frente aos críticos. Minha namorada não se incomodou com as dicas de Keana, afinal, aquela era sua primeira vez como acompanhante de uma fotógrafa. Ashley nos guiou até meus patrocinadores e antes de nos abandonar com eles, ela e Keana brincaram.

– Vê se não dá mole para a Beatrice. – arregalei os olhos e neguei rapidamente. Camila me encarou com fúria.

– Saí! Quero essa mulher longe de mim.

– Quem é Beatrice? – a voz de Camila soou furiosa e esbanjando ciúme. Keana sorriu e cochichou para Camila.

– É a maior fã da Lauren. Cuide bem dela, Camila. – rolei os olhos e fitei Keana com raiva. A mesma soltou uma risada sendo acompanhada por Ashley.

– Beatrice é a esposa de um dos meus patrocinadores. A mulher é louca. Sempre que me vê, quer beijo, abraço e sabe lá o que mais. Graças a elas, eu sempre consigo fugir, mas ela é louca. – contei a Camila que cerrou os olhos para mim. – É sério! – levantei as mãos em rendição.

– Por mais divertido que seja ver Lauren toda desesperada para se livrar das garras da velhaca, não é nada agradável à cena. – Ashley disse fazendo cara de nojo e eu a imitei.

– Dica para evitar que ela se aproxime de Lauren. – Keana aproximou-se de Camila como se fosse contar um segredo e eu a encarei desconfiada. – Fique sempre ao lado dela, de mãos dadas ou braços dados. – Camila assentiu como se anotasse cada informação que Keana passava. – Se ela começar a sorrir demais e tentar tocar Lauren, você beija o rosto ou a boca de Lauren. Ela fica completamente sem jeito e passa algumas horas longe dela. – Keana informou e Camila assentiu agarrando-me com força. – Ah! Não deixe Lauren sozinha ao lado do Watson, ele é gay e é doidinho para ver o que ela tem entre as pernas. – arregalei os olhos com o que ela disse. Eu não sabia daquilo.

– É verdade! Uma vez eu o peguei olhando para… você sabe. – Ashley confirmou me deixando ainda mais horrorizada.

– Eu preciso urgentemente arrumar novos patrocinadores. – eu comentei chocada com as novas descobertas. Camila gargalhou.

– Pode deixar. Lauren não sairá do meu lado e nenhuma broaca velha ou patrocinador gay irá olhar ou sequer tocar no que é meu. – ela disse firme encarando intensamente Keana que assentiu como se aquilo não fosse uma alfinetada.

– Ótimo! Hora de trabalhar, Lauren. – Ashley me empurrou em direção aos patrocinadores que sorriram quando me viram.

– Lauren! – disseram em coro me fazendo corar e pedir aos deuses que não demorasse muito aquela bajulação toda.

A conversa com todos que patrocinaram minha exposição até que foi agradável. Eles me parabenizaram pelo trabalho, pela escolha do tema e principalmente pelas modelos. Elogiaram quando apresentei Camila como namorada e riram quando brinquei que ela havia sido minha musa inspiradora. É claro que ela não gostou muito, mas o que ela podia fazer? Em raros momentos Camila demonstrava ciúme quando alguma mulher ou até mesmo homem se aproximava de mim extrapolando o limite imaginário que ela havia feito ao nosso redor. Passamos cerca de uma hora agradando e sendo bajuladas pelos empresários que investiam seu dinheiro em mim e na minha arte.

– O papo está ótimo, mas eu preciso cumprimentar alguns convidados. Obrigada pela presença de todos e obrigada por investirem em mim.  – agradeci lançando um sorriso para todos.

– Claro, Lauren. Nós estamos sendo egoísta de privá-los da companhia da estrela da noite. – eu corei. – Vá! Nós nos vemos depois. – assenti e olhei para Camila que estava distraída olhando as fotos expostas.

– Vamos, amor? – apertei de leve sua mão e minha namorada pareceu sair de um transe.

– Hum? O que foi? – o grupo de empresários soltou uma risada achando uma graça minha namorada toda distraída.

– Se distraiu admirando o trabalho da sua mulher, minha querida? – Beatrice perguntou aproximando-se de mim para passar sua mão sobre meu ombro. Camila bufou e abriu um sorriso falso.

– Claro! O trabalho da minha namorada é lindo e merece ser admirado sempre. Eu não sou muito diferente das pessoas que aqui estão. – ela apontou o salão cheio de gente e me puxou para seus braços encarando Beatrice com uma expressão fechada.

– Isso é ótimo! – John, um dos meus investidores disse sorridente. – Arranjou uma excelente mulher, Lauren. Espero ser convidado para o casamento. – arregalei brevemente os olhos e fitei Camila que sorria largamente.

– Com certeza o senhor será convidado. Assim que Lauren parar de me enrolar, eu já começo os preparativos e farei questão de colocá-lo na lista vip de convidados. – Camila brincou arrancando risadas do grupo a nossa frente.

Busquei seus olhos buscando algum fundo de verdade naquela brincadeira e lá estava aquele velho e conhecido brilho de felicidade e alegria por assumir nossa relação em voz alta. Camila estava feliz em assumir não só para mim, mas como para ela e para todos que quisessem ver, que nos amávamos e que em um futuro não muito distante, nós nos casaríamos.

– Agora se não se importam em perder nossa companhia, Lauren tem que ser bajulada por outras pessoas. – Camila disse com a maior naturalidade do mundo.

Os investidores ficaram em silêncio por alguns segundos e eu pensei que eles estivessem irritados por Camila chamá-los, indiretamente, de bajuladores. Quando abri a boca para consertar aquela possível gafe, todos começaram a rir e levantaram suas bebidas permitindo que nós os abandonássemos. Camila entrelaçou seu braço ao meu e começou a me puxar em direção ao meu segundo compromisso naquela noite de gala. Antes de chegarmos a um grupo de convidados que admiravam uma foto da babá brincando divertidamente com as crianças, lembrei-me do ensaio da babá e gargalhei atraindo olhares.

– Lauren!

E ali começou outra sessão de abraços, beijos, elogios e bajulações. Passamos vinte minutos conversando com cada grupo de convidados. Vero e Keana haviam montado uma grande lista de convidados vips. Como a galeria tinha três andares, eu subi e desci as escadas para cumprimentar convidados e admiradores de arte que ali estavam, por pelo menos dez vezes naquela noite. Meus pés já estavam me matando. Olhei para Camila para saber se ela estava tão ruim quanto eu, mas a modelo parecia estar apenas começando aquela noite.

– Você está cansada, Camz? – perguntei a ela quando finalmente paramos. Eu ainda precisava conversar com a imprensa e alguns críticos, mas aquilo poderia esperar.

– Não, amor, mas você está. – ela não perguntou, ela simplesmente afirmou. Eu não pude evitar concordar. Um garçom parou ao nosso lado com algumas bebidas e Camila fez questão de pegar três copos. – Toma! – me entregou uma dose de whisky. – Bebe, amor, vai te relaxar um pouco. – eu suspirei exausta e virei de uma vez à bebida oferecida por ela. – Toma! Esse você vai beber devagar. – ela pediu e eu assenti. – Vamos? – eu fiz uma carinha triste. – Amor, presta atenção. – Camila segurou meu rosto entre suas mãos e a taça de champagne que segurava. Ela não havia saído do meu lado desde que entramos na galeria e eu começava a me achar egoísta por privá-la de ver a exposição. – Quanto mais rápido cumprirmos o seu cronograma, mais rápido ficaremos livres para aproveitar a noite. – eu meneei a cabeça.

– Você tem certeza que não quer curtir a noite enquanto eu… – Camila calou-me colocando seu indicador sobre meus lábios e balançou a cabeça negativamente.

– Não! Eu vou estar do seu lado te passando segurança, te incentivando, te mimando, te elogiando, te namorando e é claro… – eu gargalhei já imaginando o que ela iria falar. – Marcando meu território, pois já vi umas três ou quatro pessoas te olhando com outros olhos e eu não gosto disso. – eu assenti me rendendo aos seus encantos.

– Ok! Então vamos? – estendi o braço. Camila olhou para ele e antes de entrelaçar o seu ao meu, ela beijou meus lábios com delicadeza.

Eu te amo. – sussurrou baixinho fazendo meu coração disparar.

Eu beijei sua testa antes de descer os degraus indo do terceiro andar para o primeiro onde estava a imprensa. A música de ambiente deixava um ar romântico naquela exposição. Eu estava circulando para baixo e para cima naquele grande espaço onde todas as minhas fotos estavam sendo expostas, mas ainda não havia sido apresentada. Assim que chegamos ao primeiro piso, senti alguém pegando no meu braço. Quando me virei, dei de cara com Emma e Zayn de braços dados. Minha primeira reação foi arregalar os olhos, a segunda foi encarar aquela união entre eles com curiosidade e confusão, a terceira foi abrir um sorriso e cumprimentar Emma e Zayn.

– Parabéns, Laur! Está tudo tão perfeito. Eu adorei o quadro. – ela apontou o grande quadro que eu havia feito para Camila e eu agradeci com um sorriso. – Oi, Mila! – Emma e Camila se cumprimentaram com dois beijos enquanto eu abraçava Zayn que me felicitava.

– Bela exposição, Lauren. Nunca gostei muito de eventos assim até porque eu não entendo o sentindo dessas fotos. – gargalhamos todos juntos. – Mas não nego que está tudo lindo. Você é incrível. – agradeci novamente e apertei sua mão.

– Fico feliz que tenha vindo e que esteja gostando. – Zayn deu de ombros e Emma o olhou sorrindo. Um sorriso diferente que despertou em mim aquela velha curiosidade. – Já foram lá em cima? Suas fotos estão no terceiro piso. – disse a Emma e a encarei como se perguntasse o que estava acontecendo ali.

– Nós acabamos de chegar. Demos uma voltinha aqui embaixo procurando você e agora vamos subir.

– Ok! Eu vou dar algumas entrevistas e logo subo para ser oficialmente apresentada. – Emma sorriu e olhou para Zayn.

– Vamos? – o ex-marido de Camila bebia e olhava o ambiente com atenção. Quando Emma o chamou, ele faltou comemorar.

– Claro! Camila, Lauren… Nós nos vemos por ai.

Ainda curiosa para saber o que estava acontecendo ali, acompanhei Emma e Zayn subindo as escadas. Camila soltou uma risada ao meu lado atraindo minha atenção. A modelo parecia estar se divertindo com a minha confusão sobre nossos ex’s estarem juntos naquela festa.

– O que foi isso, amor? – perguntei a Camila como se ela soubesse a resposta. Minha namorada gargalhou e aproximou-se de mim beijando meus lábios com suavidade.

– Não sei, mas eu acho que eles estão se conhecendo. – se eu já estava confusa antes, depois que Camila falou aquilo, a confusão triplicou.

– Mas… Mas eles já se conhecem.

Eu disse o óbvio fazendo Camila revirar os olhos e me empurrar em direção à imprensa que estava em um espaço reservado. Passamos por Ashley e um grupo de pessoas que praticamente babaram por mim. Camila ajeitou a lapela do meu terninho social e me segurou alguns metros de distância da série de reportes que me aguardavam. Keana que era entrevistada por eles, virou-se para mim e abriu um largo sorriso.

– Lo, eles já se conhecem, mas acredito que agora estejam… – ela meneou a cabeça e sorriu. – Se conhecendo mais intimamente, se é que me entende? – meus olhos se perderam em seu rosto enquanto eu tentava entender o sentindo daquelas palavras. Demorei alguns instantes para cair na real e arregalei os olhos para minha namorada que riu. – Ok! Vai trabalhar. Eu vou estar bem ali. – ela apontou o espaço onde Vero e Lucy conversavam com meus amigos, Troy e Ally.

– Mani e Dinah não vêm? – perguntei estranhando não tê-las visto ainda. Camila plantou um beijo no canto dos meus lábios e sussurrou.

Elas já chegaram e estão se exibindo com os bofes. – enruguei a testa expressando minha confusão. Camila percebeu que eu não havia entendido e bufou. – Ali, meu amor. Elas estão ali! – apontou para onde as fotos de Dinah estavam sendo exibidas. Mani e Dinah estavam acompanhadas por dois homens muito bem vestidos, e minha amiga chef de cozinha parecia se achar para seu acompanhante. – Entendeu? – assenti corando um pouco pela lerdeza em processar as informações. – Vai lá! Quando acabar, estarei ali. – concordei e recebi um beijinho de boa sorte.

Camila afastou-se indo em direção a Verônica e Ally. Virei-me em direção aos tubarões que me esperavam e fui recebida por sorrisos falsos e felicitações. Keana ficou ao meu lado durante toda a entrevista. Ora ela me ajudava com as respostas, ora ela ficava calada apenas selecionando as melhores perguntas para que eu respondesse. Passei longos minutos sendo entrevistada e fotografada. Já estava com olhos doendo de tanta luz colocada sobre eles quando Keana finalmente finalizou a sessão de perguntas e agradeceu. Ela me livrou de todos eles alegando que era hora do discurso sobre a exposição e todos os fotógrafos e jornalistas sorriram.

– Você foi ótima! – ela me parabenizou quando paramos ao lado do bar. – Duas taças, por favor. – pediu ao barman que em dois segundos as colocou sobre o balcão. – Lauren, agora é hora dos críticos. Por favor, seja sincera e educada, ok? Lembra-se da exposição em Londres? – eu girei os olhos impaciente com aquela conversa. – É sério, Lauren. Seu conceito não pode abaixar e nós trabalhamos para…

– Ok, Keana! Já entendi. Vou bajulá-los e agradecer a presença. Em seguida, posso curtir a noite com a minha namorada? – Keana respirou fundo e estalou o pescoço.

– Discurso sobre a exposição e ai sim você estará livre. – concordei e virei o champagne. – Vamos! – ela apontou a parte da exposição que passava pela avaliação criteriosa dos críticos convidados.

Quando dei por mim, minhas mãos suavam e minhas pernas tremiam. Parei alguns segundos para tomar coragem e senti a presença de Camila ao meu lado. Sorri para ela e fomos juntas até os homens e mulheres que avaliavam meu trabalho. Conversamos por alguns minutos e graças a Camila, consegui, indiretamente, agradá-los. Com Camila ao meu lado, eu estava me sentindo mais leve e extremamente corajosa. Keana nos enlaçou ao pé da escada e cochichou que estava na hora da apresentação. Eu pedi alguns minutos para respirar e descansar. Camila e eu fomos paradas por alguns fãs que pediram fotos e autógrafos nas cartilhas da exposição, depois de autografar tudo, fui ao encontro de Camila que admirava uma das milhares de telas com fotos expostas ali.

– O que foi? – perguntei a abraçando. Ela soltou uma risadinha que me intrigou.

– E eu pensando que nunca mais passaria por isso. – corei e quis logo me desculpar. – Amor, é brincadeira. Eu adoro ver você toda atenciosa e sendo bajulada assim. – rolei os olhos.

Camila entrelaçou seus braços ao redor do meu pescoço e trocamos um beijo carinhoso que aos poucos foi ganhando intensidade. Um pigarro nos fez afastar e buscar quem havia nos interrompido.

– Não querendo atrapalhar, mas já atrapalhando… – Vero e sua inconveniência. – Vamos, Lauren! Estamos atrasadas já. – rolei os olhos e escutei Camila rir. Seguimos Verônica até a parte reservada para o discurso.

Na hora do discurso, uma salva de palmas explodiu no segundo piso da galeria quando nós chegamos. Todos pararam o que faziam para prestar atenção em nós. Camila me guiou nas poses para as fotos e escutamos mais palmas. Ela se posicionou ao lado de Ally, Vero, Dinah e Mani para assistir aquilo que eu tinha para falar, ou seja, nada. Encarar todas aquelas pessoas ali me fez travar por inteiro. Minhas mãos seguravam o microfone com dificuldade e Keana percebeu. Ela aproximou-se de mim e sussurrou que estava tudo bem e que eu deveria pensar em algo que me tranquilizasse e que me deixasse feliz. Foi ela dizer isso que as lembranças de momentos divertidos com as minhas filhas, Henry e Camila me vieram à cabeça. As palavras escapuliram da minha boca com a maior facilidade do mundo. Depois de muito falar, desejei boa noite a todos e que todos aproveitassem a festa. Desci do pequeno palco sentindo minhas pernas vacilarem. Recebi abraços e beijos das minhas amigas para enfim ficar sozinha com Camila.

– Agora sim estamos livres. – anunciei aliviada. Camila gargalhou abraçando minha cintura.

– Você foi ótima! – eu dei de ombros. – Me apresenta a exposição? – ela perguntou sorridente.

Parei alguns segundos para admirar sua beleza e desfrutar daquele momento juntas. Eu amava tanto aquela mulher que não cabia em mim tanto sentimento. Camila apertou seus braços em volta do meu corpo como se chamasse minha atenção.

– Com certeza!

Apresentei tudo que podia para ela sendo interrompida algumas vezes. A noite não podia ser melhor. Chegamos em seu apartamento por volta das quatro da manhã. Eu estava exausta, Camila também, mas isso não nos impediu de comemorarmos o sucesso da exposição da melhor maneira que conhecíamos. Acordei pela manhã sentindo falta daquele calor gostoso que tanto me acolheu durante a noite. Girei na cama e encarei o quarto buscando vestígios da modelo que até então estava desaparecida. Levantei-me com dificuldade, vesti minhas roupas intimas que estavam dobradas sobre a poltrona no canto do quarto. Estiquei o corpo sentindo meus músculos reclamarem. Fiz minha higiene matinal e achei fofo o gesto de Camila de deixar tudo separadinho para mim sobre a pia do banheiro, escova de dente, creme dental e toalhas limpas. Depois de estar apresentável, eu segui para fora do quarto sentindo um calafrio. Passei a ouvir vozes conforme me aproximava da sala. Foi impossível não sorrir quando escutei Henry comemorando por ter conseguido fazer um waffle com carinha de gato.

– Bom dia. – desejei assustando-me com a voz rouca que saiu pela minha boca. Henry virou-se rapidamente e sorriu.

– LAULI! – abaixei-me para recebê-lo e sorri para Camila que piscou para mim.

– Oi, da Vinci. Como está, campeão? – ele sorriu, plantando um beijo em minha bochecha.

O peguei no colo e nos levei até o balcão da cozinha onde Camila servia o café da manhã. Uma figura desconhecida por mim, mas que me lembrava Camila, apareceu pela porta da área de serviço. Ela se assustou com a minha presença, mas logo Henry tratou de nos apresentar. Aquele café da manhã foi bem divertido, estava quase completo já que faltavam minhas filhas. Henry me questionou sobre eu estar ali tão cedo e estar usando roupão. Arregalei os olhos e encarei Camila de forma desesperada. A modelo gargalhou e jogou a bomba para mim quando se virou indo lavar as louças sujas. Maldita modelo.

Consegui distrair Henry falando que nossa primeira aula de piano aconteceria naquele dia. Camila e Sofia sorriram da empolgação do pequeno. Enquanto Henry se aprontava para irmos para a casa de Verônica ter nossa primeira aula juntos, conversei com Sofia e aproveitei para tentar conquistá-la. Lembrei-me de tê-la conhecido em um jantar que Zayn havia dado em sua casa uma vez. A pequena Cabello disse que todos de sua família eram fãs do meu trabalho e que todos haviam me achado bonita. Óbvio que corei quando ela disse que minha sogra, vulgo dona Sinuhe Cabello, ficaria extremamente feliz em saber que Camila e eu estávamos namorando.

Pedi a Camila para que nos encontrássemos na casa de Vero para o típico almoço que fazíamos em “família” para comemorar o sucesso da exposição. Ela me perguntou de o porquê não irmos juntas e eu apontei minha situação. Camila revirou os olhos, resmungou, mas no fim aceitou. Passei rapidamente em casa para me trocar e segui para casa de Emma. Fui pega de surpresa ao encontrar Zayn sentado na sala de estar esperando minha ex e minhas filhas. Eu já estava começando a ficar intrigada com a presença constante de Zayn ao lado de Emma. Quando as três mulheres apareceram na escada, foi uma festa só. Minhas filhas me agarraram e me parabenizaram pelo trabalho exposto na noite anterior. Amber pediu para ir com Zayn enquanto Maya seguiu comigo até a grande casa. Claro que senti ciúme, mas relevei, estava feliz demais para me importar com aquilo. Chegamos à casa de Verônica meia hora depois. Henry e Troy jogavam bola no gramado. O pequeno praticamente surtou quando viu o pai descer do carro com Amber nos braços. Logo as crianças estavam brincando com Troy, Lucy, Dinah, Sofia e Ally.

Camila me recebeu com um sorriso e um beijo na bochecha. Ainda não havíamos contado para Henry sobre nós estarmos juntas, portanto, sem carinhos na frente dele. O almoço correu bem e cheio de risadas. Era tão bom estar na companhia dos meus amigos e filhos. Antes de Henry me cobrar às aulas de piano, puxei Emma e Zayn até o hall. Ambos gargalharam do meu gesto.

– É o seguinte, o que é que está acontecendo entre vocês? – perguntei na lata. Camila estapeou meu braço.

– Amor! Seja discreta. Isso não te interessa. – dei de ombros e fitei Emma. Minha ex-mulher sorriu, acariciando o rosto de Zayn.

– Então… – Zayn sorriu e beijou a bochecha de Emma me deixando confusa. Camila sorriu e piscou para o ex e para a amiga.

– Sou só eu que não estou entendendo o que está acontecendo entre vocês? – Emma gargalhou e Zayn confirmou. – Então falem! – pedi aflita e ansiosa.

– Lauren, você é muito lerda. – eu não neguei e fitei Emma com ansiedade. Ela soltou uma risada bem humorada. – Lauren, Zayn e eu estamos nos conhecendo. – demorei alguns minutos para entender o sentido daquela frase e quando finalmente cai na real, eu faltei soltar fogos.

– Sério? É sério isso? – notei que a expressão tranquila e divertida de Emma havia se transformado em uma preocupada.

– Você acha ruim? – ela perguntou preocupada com minha opinião. Quis gargalhar, mas me contive.

– Mas é claro que não! Isso é… É melhor do que eu imaginei. Então quer dizer que temos um casal aqui?

– Opa! Jauregui, devagar. – Zayn disse me fazendo rir. – Nós estamos indo devagar. Por enquanto, nós somos amigos que trocam alguns beijos e abraços. – cerrei os olhos em sua direção como se tentasse intimidá-lo.

– Você não vai usá-la e depois dispensá-la, não é? – Zayn negou freneticamente. – Ótimo! Por mim tudo bem vocês dois estarem juntos. É bom que nossa família fica tudo dentro do mesmo miolo. – disse divertida, arrancando risadas de Zayn e olhos revirados por parte de Camila e Emma.

– LAULI! – escutei Henry gritar e me virei para encontrá-lo com sua pasta de partituras.

– Acho melhor você ir ensiná-lo piano antes que ele arraste você. – Zayn murmurou sorrindo para o filho. Olhei para Camila que concordou.

– Ok! Boa aula para mim, não é? – beijei os lábios de Camila e me despedi do “casal” a minha frente desejando internamente que eles se assumissem logo.

Algumas semanas depois

Desembarcamos todos juntos no aeroporto de Miami. Zayn tinha Henry adormecido em seus braços, eu tinha Maya e Amber praticamente se arrastava enquanto segurava a mão de Camila. Emma falava ao celular ajeitando os últimos detalhes de sua coleção. Estávamos em Miami para um fim de semana entre as famílias. Camila sugeriu que juntássemos nossas famílias para assumir nossa relação e para finalmente contarmos aos nossos filhos sobre estarmos juntas, aproveitando a ocasião para contar sobre Emma e Zayn também estarem juntos.

Haviam se passado dois meses desde a exposição e a cada dia que passava, meu namoro com Camila ficava melhor. Ela era a melhor namorada que eu poderia pedir. Sempre que podíamos, juntávamos nossos filhos em um passeio ao ar livre ou para jogar vídeo game. Estávamos nos aproximando do inverno e nosso próximo programa com as crianças era patinar no lago que tinha perto da casa da modelo. Zayn havia lançado sua primeira música solo e ela estava bombando nas rádios. Com dificuldade em achar um tempo na agenda, ele conseguiu nos acompanhar naquele fim de semana.

– Amor, você vai ficar na sua casa ou na casa dos meus pais? – perguntei a Camila quando paramos em frente à fila de táxis.

– Amor, você se importa se eu ficar com meus pais? – ela perguntou preocupada. Eu sorri balançando a cabeça negativamente. – É que meu pai iria ficar bravo comigo por “afastá-lo” do neto. – ela apontou Henry que se remexia nos braços de Zayn.

– Tudo bem! Nos vemos a noite? – perguntei pincelando seu rosto com a mão livre. Maya resmungou alguma coisa inaudível e voltou ao seu sono.

– Claro! – Camila acariciou as costinhas de minha filha antes de se despedir de mim com um beijo. – Emy, cuida dela por mim? – minha ex virou para Camila com um sorriso tão grande como se aquele pedido fosse algo simples.

– Só se você cuidar dele por mim? – massageou a bochecha de Zayn que corou. Revirei os olhos.

– Estamos combinadas. – fingi vomito e Zayn gargalhou.

Tanto Camila, quanto Emma viraram-se para mim com expressões fechadas. Pigarreei e apontei para o carro antes que elas me degolassem por brincar com a preocupação e carinho que elas tinham por seus respectivos parceiros. Mandei um beijo para Camila e entrei no carro sendo seguida por Emma. Amber deitou-se no colo da mãe depois de resmungar que não queria se afastar de Camila. O taxista perguntou nosso destino e logo estávamos chegando à casa dos meus pais.

– Filha! – minha mãe saiu de casa praticamente correndo. Ela jogou o pano de prato sobre o ombro e me abraçou como deu já que Maya continuava dormindo em meus braços. – Que bom que está aqui. Eu estava falando com seu pai agora a pouco que vocês estavam demorando. Como está a minha bonequinha? – ela pegou Amber que acomodou-se nos braços da avó com manha. – Está com sono, meu bolinho? – rolei os olhos e fitei Emma que sorria encarando a interação entre avó e neta.

– Eu estou com fome, vovó. – minha mãe faltou brigar comigo. Seu olhar fuzilante para mim e para Emma nos fez encolher nossos ombros.

– Como é que vocês duas deixam as filhas de vocês passarem fome? – arregalei os olhos e Emma a encarou incrédula.

– Clara! – ouvi a voz de meu pai e levantei a cabeça. – Michelle…

– Papá. – meu pai saltou os pequenos degraus da varanda e parou ao meu lado. – Saudades! – ele sorriu e quando notei, minha filha já não estava mais em meus braços e sim nos deles que a acalentava com carinho. – Pai! – Mike gargalhou baixo e me lançou um olhar divertido.

– Você deu mole então eu a peguei. – disse rindo. Balancei a cabeça e não consegui prender o riso. Eu estava tão feliz por estar com meus pais ali novamente. – Olá, Emy. – ele lançou um sorriso contente para Emma que o abraçou como deu.

– Olá, Mike. Obrigada por me receberem novamente. – ela agradeceu olhando para minha mãe que tagarelava com Amber sobre assuntos de avó e neta.

– Ah, querida, você é de casa.

– Concordo! Será sempre bem vinda, senhorita Roberts. – Emma agradeceu com um sorriso.

– Ok! Fui esquecida. – comentei fingindo magoa. Meus pais e Emma gargalharam e logo eu estava sendo envolvida em um abraço de urso.

– Vem, vamos entrar. Seus irmãos estão para chegar e seu pai estava cortando os legumes para aquele prato que você adora, bebê. – rolei os olhos para a forma como minha mãe se dirigiu a mim.

– Mama. – agradeci por Camila não estar ali.

Minha mãe deu de ombros e entrou em casa tagarelando com Amber que agora estava mais acordada do que nunca. Papai logo a acompanhou vidrado nos gestos que Maya fazia em seu sono. Escutei Emma rir e a encarei. Nossas malas estavam ao lado dos meus pés e ela me olhou sorrindo.

– Graças a Deus Camila não está aqui para ver como sua mãe se dirige a você. – arregalei os olhos sentindo meus músculos tencionarem. – Mas…

– Emy, por favor. – ela gargalhou e apontou as malas jogando sua bolsa sobre mim.

– Fico calada se você não reclamar por carregar tudo sozinha. – a fitei incrédula, mas Emma parecia estar se divertindo. Olhei para as malas e voltei a encará-la. – É pegar ou largar. – quis gritar, xingar, espernear, mas por fim concordei. Ela sorriu e beijou minha testa antes de entrar na casa aconchegante de meus pais.

– Maldita! – resmunguei custando a pegar as malas.

Escutei risadas e olhei para o lado encontrando um rapagão alto e bem vestido, e uma mocinha com roupas de adolescente universitária.

– É por isso que dizem que ex-mulher é um bicho traiçoeiro. – a voz de Chris despertou minha saudade eu me levantei deixando as malas caírem.

– Christopher! – ele levantou os braços e sorriu.

– Hey! Eu estou aqui também. – Taylor se manifestou e eu a encarei com meu coração batendo tão rápido e tão feliz quanto o de um corredor de cem metros rasos. Agarrei o corpo de Taylor levantando-a do chão. – Uau! Isso tudo é saudade? – ela perguntou acariciando meu rosto. A coloquei no chão depois de muitos sorrisos, abraços e beijos.

– E eu, não ganho nada? – Chris perguntou nos fazendo rir.

– Mas é claro que ganha! – o puxei pelo braço e o abracei. Mas diferente do que fiz com Taylor, eu não conseguia tirar Chris do chão.

Depois de abraços e matarmos um pouco da saudade, Chris me ajudou a carregar as malas para dentro de casa. Deixamos tudo ao pé da escada e seguimos em direção à cozinha onde vozes altas e animadas podiam ser ouvidas. Assim que entramos, vimos minhas filhas brincando com o avô enquanto Emma ajudava minha mãe a colocar a mesa do café da manhã. Maya ainda estava sonolenta, mas quando viu o tio ela pareceu acordar imediatamente.

– TIO CHRIS! – meu irmão sorriu e abaixou-se para recepcionar seu corpinho. Minha mãe virou-se sorrindo largo.

– Hey! Olha quem estão aqui… Meus filhos! – mama correu até Taylor praticamente sufocando minha irmã com seu abraço de ursa mãe.

Emma parou ao meu lado e apoiou-se em mim. Logo Chris estava com as gêmeas nos braços brincando e rindo com elas. Taylor abandonou os braços de nossa mãe e correu para meu pai que encarava tudo com um belíssimo sorriso. Meus pais pareciam tão felizes em ter a casa cheia novamente. Desejei Camila, Henry e Zayn ali para completar aquela alegria.

– A mesa do café está servida. – mama anunciou. Chris levantou-se como um troglodita e avançou sobre um pedaço de bolo. – Garoto, tenha mais educação. Já lavou as mãos? – mama chamando atenção de Chris fez não só as gêmeas rirem, como também a mim e Emma.

Era tão bom estar em família novamente. O café da manhã foi extremamente agradável. Meus pais perguntaram sobre nossas vidas, me parabenizaram pela exposição e pediram desculpas por terem comparecido. Meus irmãos também se chatearam por não terem ido, mas os tranquilizei dizendo que eles estariam na próxima. Maya e Amber chamaram Taylor e Chris para brincarem na piscina ignorando os pedidos de Emma para que elas esperassem para brincar depois do almoço.

– Emy, deixa de ser chata e vem nadar com a gente. – Taylor agarrou o braço de Emma e a arrastou até a piscina.

– Taylor, não! – minha irmã me lançou um olhar de criança que vai aprontar e sorriu diabolicamente para Emma.

– Tarde demais ex-cunhada.

Emma arregalou os olhos e teve seu grito abafado pela água entrando em sua boca. Gargalhei tanto que minha barriga doeu. As gêmeas agarraram a mãe e logo meus irmãos, minhas filhas e Emma estavam brincando divertidamente na piscina. Senti uma presença atrás de mim e não me surpreendi quando encontrei meu pai sorrindo.

– Contente, papa? – ele me puxou pelos ombros abraçando-me com carinho.

– Eu não poderia pedir fim de semana melhor. – assenti deitando a cabeça em seu ombro. – Não sei o motivo de você ter reunido todos, mas estou feliz por isso. Obrigado, filha!

– Hoje à noite o senhor saberá, papai. – ele me encarou com desconfiança e sorriu quando escutou Maya gritando por ele.

– Tudo bem! Faça mistério para mim e para os seus irmãos, mas não faça para sua mãe. – ele alertou e apontou a cozinha. – Vou aproveitar as minhas netas, minha nora e os meus filhos, afinal, não é todo dia que posso tê-lo juntos na minha piscina. – concordei dando alguns tapinhas em seu ombro.

Meu velho correu até a piscina saltando dentro dela como se fosse um adolescente de quinze anos. Gargalhei acompanhando meus irmãos e minhas filhas montarem em suas costas. Acenei para Emma que estava sentada a beira da piscina encarando a interação. Entrei na cozinha onde minha mãe cantarolava e mexia em suas panelas.

– Mama. – me fiz presente assustando dona Clara que me jogou o pano de prato no rosto. – Em que posso ajudá-la? – perguntei lavando as mãos.

– Corte as cenouras. – pediu apontando a tabua onde as cenouras estavam. Concordei e após lavar as mãos, comecei a cortá-las.

Mama introduziu um assunto sobre culinária cubana explicando-me o prato que faria para o almoço. Lembrei-me do jantar de logo mais e sobre o conselho de meu pai para não esconder dela o motivo de estarmos todos ali. Terminei de cortas os legumes e até fatiar as carnes que mama colocaria no prato.

– Pronto, mama. – entreguei a ela que me agradeceu com um beijo na bochecha e alguns tapinhas no braço. Sentei-me no balcão a sua frente e respirei fundo pensando em como contar a ela.

– Lauren Michelle, eu te conheço bem. – arregalei os olhos e a encarei confusa. – Você armou todo essa reunião por algum motivo. – engoli a seco.

– Eu? – tentei me fazer de desentendida, mas dona Clara fechou a cara. – Err… Sabe o que é, mama…

– Lauren, não tente me enrolar. O que é? Por que estão em Miami? – abri a boca para brincar e provocá-la, mas mama me impediu. – Estou muito feliz por ter todos vocês aqui, não estou reclamando. Mas eu sou sua mãe, conheço você até do avesso, então não minta para mim. – eu abaixei a cabeça pensando no que deveria falar.

– Tudo bem, mama, não posso mentir para senhora. – ela assentiu, virando-se para sua panela que borbulhava. – É o seguinte. – dona Clara apagou o fogo e dedicou toda sua atenção a mim. Confesso que me senti intimidada. – É que… Mama, a senhora por um acaso… – levei a mão a nuca, completamente sem rumo para introduzir aquele assunto.

– Lauren! Atividade, filha. Tempo é dinheiro, no caso aqui, tempo é comida. – bateu sua colher de pau sobre a tampa da panela. Gargalhei assentindo.

– É que… Mama, a senhora já ouviu falar da modelo Camila Cabello? – minha mãe franziu o cenho e pareceu pensar. – É que…

– Vocês se conhecem? – meneei a cabeça. – Ela é de Miami, eu sei. – concordei começando a me animar. Pelo menos minha mãe conhecia Camila. – A família é de Cuba. – concordei novamente. – É! Eu gosto dela. – respirei aliviada por ouvir aquilo. Era sempre difícil fazer minha mãe gostar de algum pretendente de seus filhos. Emma que o diga. – O que tem ela? – e ali o desespero bateu.

– Err… É que… Nós… – mama tombou a cabeça para o lado me encarando com curiosidade. – Nós meio que…

– Elas estão namorando, Clara. – arregalei os olhos querendo matar meu pai por ter anunciado aquilo daquela forma tão crua. Minha mãe abriu a boca alguns centímetros.

– V-vocês… Vocês estão namorando? – dei de ombros temendo que ela rejeitasse Camila. Mama se manteve em silêncio por longos minutos, os minutos mais longos da minha vida. – Que ótimo! Lauren, isso é incrível, filha. – arregalei os olhos tentando entender aquilo. – Adorei! Adorei a notícia, adorei saber que vocês estão namorando. Camila é linda, você é linda… Teremos mais netos lindos, Mike. – encarei meu pai que sorria divertido. – Ela está na cidade? Se estiver, a chame para jantar. Farei algo especial para ela.

– Clara, o motivo de Lauren estar aqui é justamente esse… – vi Emma entrar na cozinha com uma carinha de quem acabara de aprontar.

– Você contou para ele? – perguntei assim que ela se sentou ao meu lado. Emma me lançou um olhar de cachorrinho abandonado e eu bufei.

– Camila e Lauren estão organizando um jantar entre nossas famílias para nos conhecermos e para que elas possam se apresentar como namoradas. – papai disse para alegria de minha mãe que começou a se desesperar por estar tão desarrumada. – Clara, por favor, controle-se! Você está linda.

– Linda é a nossa nova nora, Mike. Eu estou uma gata borralheira. Emma, vamos ao salão. Eu preciso fazer as unhas e o cabelo. Mike, você cuida do almoço e das crianças. Lauren, você liga para a sua namorada e diga para eles estarem aqui às oito e meia em ponto. Você sabe que não tolero atrasos. – mama tirou seu avental jogando-o sobre meu pai e arrastou Emma para fora da cozinha deixando a mim e meu pai de boca aberta.

– O que foi isso? – perguntei ao meu velho um pouco confusa. Papai gargalhou vestindo o avental.

– Isso… – apontou a direção que mama seguiu. – É sua mãe tentando agradar sua nova namorada. Vem! Me ajude com o almoço. – gargalhei ainda incrédula com a reação de minha mãe ao saber que Camila e eu estávamos namorando. Teríamos finalmente um jantar entre famílias e eu não poderia estar mais contente.


Notas Finais


É isso, amores. Espero que tenham gostado.
Nós nos vemos em breve.
Beijos <3


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