"Toda vez que estou sozinha, não consigo evitar de pensar em você
Tudo que eu quero, tudo que preciso
Tudo o que eu vejo, é apenas você e eu"
– Everyday.
Uma semana depois...
Olhei novamente pra tela do meu celular, aonde tinha algumas fotos minha com o Drax no Twitter. Foi de semana passada, quando saímos junto com a Lore e o Edi. Aquilo não me incomodava, nem mesmo algumas pessoas xingando. Mesmo que agora eu seja considerada uma nova 'wag', pessoas falavam de mim sem ao menos me conhecer, me xingavam sem ao menos saber quem eu realmente sou. No fundo eu sabia que se tivesse algum relacionamento com Julian, seria assim e eu estava disposta a enfrentar isso por nós dois. Eu o amava e logo isso tudo passaria. Mas eu não sabia se Julian já havia visto aquilo e isso sim me incomodava, não sabia o que ele acharia daquilo. Bloqueei a tela do celular e o joguei do outro lado da cama, então voltei a fitar o teto.
— Sério, Luna. Eu já disse que ele não vai se importar — Lore disse. Eu dei os ombros.
— Eu não sei — Eu disse — Pode ser ruim pra ele, pra imagem dele.
— Mas ele já te disse que não se importa — Ela insistiu.
— Mas eu me importo, Lorena. Eu não quero que ele se prejudique por minha causa e... Não quero Julian longe de mim — Eu deixei um sorriso tímido escapar.
— Lu... Você realmente está apaixonada por ele né?! — Lore me olha.
— É. Eu estou sim — Eu sorri largo.
— Vocês são tão fofos juntos — Ela sorri também — Eu sabia que vocês iriam ficar juntos, lembra?
— É, eu lembro do seus "eu shippo" — Falei e rimos.
— Eu sabia que vocês ficariam juntos. Vocês formam um belo casal — Ela fala.
— É... Mas não somos bem um casal — Eu sorri fraco.
— Corta essa, Luna Martínez. Isso é questão de tempo, vocês foram feitos um para o outro — Ela fala e eu sorrio.
— As vezes eu me pergunto o que eu fiz pra merecer ele ou... O que ele está fazendo comigo, sabe?! Desde Abraham eu me fechei totalmente pra qualquer relacionamento. Eu criei barreiras que jurava que ninguém romperia. Minha vida era tão sem graça antes de vir pra Paris. Meus pais não me suportam, a única pessoa que eu tinha, me deixou. Meus amigos de Madrid me deixavam aos poucos e eu só tinha Matteo, que não podia ver muito por que Sandra não autorizava — Eu funguei, mas apesar das lágrimas estarem descendo, eu sorria — Vocês me receberam tão bem aqui. Fizeram que eu me sentisse em casa, me acolheram. Você e o Edi se tornaram ótimos amigos e logo os meninos do Paris também. E o Draxler... Ele destruiu todas as barreiras que eu construí. Ele me faz bem, me faz feliz. Ele é tão compreensivo, me ajuda tanto com tudo, me apóia... Julian é maravilhoso e as vezes eu acho que ele é demais pra mim. Mas não tenho mais como negar, eu amo ele. E eu sei que ele não é como Abraham, eu sinto que ele faria de tudo pra me fazer bem e eu não vejo um futuro sem ele — Eu disse sorrindo.
— Luna... A vida está te dando outra oportunidade pra ser feliz. Paris sempre foi o seu sonho e nada mais justo do que você ser feliz aqui, com pessoas que realmente te amam e querem seu bem. Nós te amamos, não tenha dúvidas disso e você pode contar com a gente pra qualquer coisa. Você é forte, é batalhadora e merece tudo o que está acontecendo, inclusive o Draxler. Ele é um bom rapaz e te faz bem, claramente também te ama. Então apenas... Apenas se permita viver e ser feliz, Luna — Lore disse sorrindo e eu assenti.
— Eu estou feliz aqui como nunca fui na Espanha — Eu disse me sentando na cama — Obrigada por tudo.
— Você é a minha irmãzinha mais nova — Ela ri e me abraça. Eu sorri com isso — Mas vamos logo sair daqui, falta pouco pro jogo começar.
Limpei minhas lágrimas rindo e nos levantamos da minha cama. O PSG jogaria em menos de uma hora, um clássico francês. O Paris iria enfrentar o Olympic de Marsella, mais um jogo grande e importante em busca da liderança. Eu estava ansiosa pra assistir, confesso que estava pegando um pequeno carinho pelo PSG. Saímos do meu quarto e eu me sentei no sofá, ligando a TV.
— Posso usar sua cozinha? — Ela pergunta.
— A casa é sua — Eu disse passando os canais.
— Ok, vou fazer brigadeiro — Ela sorri levantando do sofá.
— Mentira? — Eu sorri pra ela.
— Já comeu? — Ela pergunta.
— Sim, um amigo brasileiro já fez pra mim. É a oitava maravilha do mundo — Eu digo sorrindo.
— Poxa, eu achei que seria a primeira a fazer pra você — Ela diz fingindo estar desapontada.
— A gente pode fingir que sim — Eu falei e ela riu.
— Idiota — Disse e foi pra cozinha.
Eu sorri sozinha e peguei meu celular, então decidi pedir uma pizza. Na verdade, pedi duas, uma de quatro queijos e uma de chocolate. Eu amo pizza doce. O pedido chegaria em alguns minutos e então eu deixei o celular na mesinha de centro. Deixei no canal que transmitiria o jogo do Paris e fui pra cozinha.
— Eu pedi pizza — Falei sentando no balcão.
— Eu já disse que te amo? — Ela pergunta e nós rimos — O brigadeiro está quase pronto.
— Maravilha — Sorri animada.
••••
O jogo do Paris se encerrou já faz alguns minutos, mas eu e Lore ainda falávamos sobre ele animadas. O PSG goleou o Olympic por 5-1, fora de casa. A torcida estava eufórica por mais uma goleada história em cima de um de seus maiores rivais e consequentemente, eu e Lore também estávamos. Além disso, Cavani marcou e isso aumentava a euforia de Lorena. Mas eu não ficava pra trás, já que Draxler também marcou.
Do lado de fora estava um clima sensacional, de outro mundo. Era possível escutar festa por todos os lados da cidade, apesar de ser meio tarde aqui em Paris. Era passível escutar torcedores passando e cantando alto o hino do PSG ou uma música de torcida. E o mais incrível, era que tudo acontecia após uma eliminação dolorosa da Champions League. Torcedor é mesmo apaixonado pelo clube.
— Eu acho que vou precisar ir. Está ficando tarde — Lore diz se levantando.
— Não é perigoso, Lore? Você pode passar a noite aqui se quiser — Eu disse.
— Não, pode ficar tranquila, é seguro. E além do mais, Cavani chega ainda nessa madrugada. Preciso receber ele — Ela me diz sorrindo. Eu ri um pouco.
— Tudo bem então. Até amanhã? — Perguntei.
— Até amanhã — Ele me abraça — Se cuida, viu?
— Você também. Manda um beijo pros meus bebês.
— Pode deixar! — Ela pisca e sai do apartamento.
Suspirei ainda largada no sofá e sorri pro nada, enquanto era a imagem dele que vinha em minha mente.
Levantei-me e peguei as louças sujas em cima da mesinha de centro. Não tinha muita coisa, então eu acabei por lavar agora mesmo. Guardei o que sobrou das pizzas e do brigadeiro dentro da geladeira e voltei pra sala. Desliguei a TV, fechei a casa e fui pro meu quarto. Chovia um pouco e estava frio, coisa típica aqui em Paris.
Decidi por tomar um banho e peguei uma roupa no guarda-roupa. Peguei uma calça de moletom e uma camisa de mangas compridas nude. Caminhei até o banheiro e liguei o registro com a água bem quentinha. Após escovar os dentes e me despir, entrei debaixo do chuveiro. Soltei um suspiro sentindo meus músculos relaxarem e água quentinha entrar em contato com meu corpo. Não demorei muito, estava frio demais, então logo sai. Coloquei a roupa que eu havia separado e deixei meu cabelo solto mesmo, em seguida sai do banheiro.
Depois de me deitar debaixo das cobertas quentinhas, ouvi meu celular vibrar no criado-mudo. Me estiquei para pega-lo e vi mensagem do Julian. Automaticamente, sorri largo.
Drax: Sinto sua falta :(
Luna 🌙: Eu também :(
Ele não respondeu mais, então eu voltei a bloquear a tela do celular e deixa-lo aonde estava antes. Me enrolei novamente nas cobertas e fechei os olhos.
E novamente quem aparecia era ele. Droga, eu estou mesmo completamente apaixonada por ele. Mas o amor não tem hora, nem data, apenas acontece naturalmente, não é?! Foi tudo tão rápido. Nem faz tanto tempo que eu o conheço e já o amo tanto. Amo aquele sorriso que ilumina meus dias, aqueles olhos que brilham intensamente, sua risada gostosa e até engraçada, o jeito como ele me trata, me faz sentir a mulher mais amada e feliz do mundo. Amo cada perfeição e imperfeição.
Eu nunca senti algo assim antes. Pra mim, o amor se voltava apenas para o meu avô, Matteo e uns amigos. O que eu sinto por Julian, não chega nem perto do que senti por Abraham. O que me faz perguntar se eu realmente o amava ou apenas não queria ficar sozinha. Ou sentia apenas uma atração. Eu confiava nele e por isso fiquei magoada quando ele me traiu com Sandra. Nunca imaginei isso vindo dele. Não que ele tenha feito só isso comigo, Abraham fez da minha vida um inferno. E eu fiquei muito bem sem ele, apesar de ter ferido minha confiança. Não senti sua falta, não senti falta de nada nele. E agora, Julian chegou me mostrando o que realmente é amor. E não tem mesmo coisa melhor. Eu me sinto tão protegida, meu coração incha de tanto amor, me sinto feliz como nunca antes e não tenho medo de me machucar, por que sei que Julian não faria isso comigo, ele é diferente.
E vir pra Paris foi sim, talvez, a melhor escolha da minha vida. A cidade sempre foi o meu sonho e eu estou sendo muito feliz aqui. Tenho agora novos amigos, que me sinto bem e a vontade ao lado deles, consigo sentir o carinho através de brincadeiras que fazem, risadas que me arrancam e até mesmo nas conversas mais sérias. E apesar de tão pouco tempo, confio neles de olhos fechados. Tenho um novo emprego que eu peguei bastante amor por ele e as crianças daquela escola. Tenho um apartamento simples e aconchegante com uma vista maravilhosa de Paris. E tenho o Julian, não sei o que somos exatamente mas ele faz parte da minha felicidade, ele é responsável por boa parte dela.
Novamente, sorri pro nada e quando menos percebi, acabei pegando no sono.
••••
Escutei a campainha tocar e grunhi qualquer coisa com raiva. Eu acabei dormir! Mas espera, será que já está na hora de ir trabalhar? O celular não despertou? Que horas são?
Arregalei os olhos me sentando na cama e peguei o celular para ver a hora. Quatro da manhã! São quatro da manhã! Quem está me acordando às quatro da manhã?!. Me joguei pra trás grunhindo mais uma vez e acabei xingando alguns palavrões.
A campainha tocou mais uma vez.
Joguei as cobertas pro lado e me levantei da cama, ainda xingando um pouco. Ajeitei meu cabelo com as mãos enquanto caminhava em direção a porta.
— Eu espero que tenham um bom motivo. Hoje é segunda e eu trabalho, sabia? — Eu reclamei.
Abri a porta ainda meio zonza de sono e novamente despertei quando escutei a voz dele.
— Hey! — Ele sorriu fraco.
— Julian! O que faz aqui a essa hora? — Eu perguntei e ri um pouco, sem ser grossa. Eu estava mesmo surpresa.
— Eu precisava te ver — Ele disse e eu sorri.
— Entra — Eu disse.
— Não quero atrapalhar você — Ele disse me fazendo revirar os olhos.
— Entra logo — Eu ri fraco puxando ele.
— Desculpa te acordar a essa hora — Ele fala coçando a nuca, enquanto eu ascendia a luz da sala. Só ai eu percebi que ele estava com uma mochila.
— Não tem problema, eu só fiquei surpresa. Mas... É bom te ter aqui — Eu mordi os lábios levemente, tentando reprimir o sorriso tímido.
— É bom estar aqui com você — Ele diz se aproximando.
Ótimo, todo o nervosismo voltou. Meu coração está mais acelerado e as borboletas voando em minha barriga. Abaixei o olhar, mas ainda conseguia perceber ele se aproximando.
— Ei — Ele pegou em meu queixo, me fazendo fita-lo — Senti sua falta.
— Eu também senti! — Eu disse sorrindo tímida.
Ele sorriu lindamente e me puxou pra um abraço. Eu passei meus braços em torno da sua cintura e deitei minha cabeça em seu peito, dessa forma conseguindo ouvir as batidas rápidas do seu coração, seu peito subia e descia de forma rápida.
— Isso é o que você faz comigo — Ele diz baixinho e mais uma vez, um sorriso surge em meus lábios — Você não faz ideia dos efeitos que tem sobre mim, Luna. Não faz ideia do quanto eu penso em você o tempo todo e do quanto você me faz bem.
Eu não disse nada, apenas continuei com o sorriso que poderia rasgar meu rosto. Levantei a cabeça para poder fita-lo e seus olhos brilhavam, acompanhado de um sorriso de tirar o fôlego. Segurei em sua nuca e o trouxe pra mim, finalmente selando os nossos lábios. Eu sentia meu coração aquecer com aquele ato e era quase inevitável não sorrir. Ele sabia que eu sentia o mesmo, apenas era tímida demais para confessar.
— Você, uh, está com fome? — Eu perguntei quando nos separamos.
— Não, Lu. Vai dormir. Eu já vou indo — Ele segura meu rosto delicadamente.
— Não. Você vai ficar — Eu disse sorrindo.
— Lu, você precisa trabalhar daqui a pouco — Ele diz.
— Julian, eu quero que você fique aqui comigo... Por favor — Eu disse baixinho.
— Quer mesmo? — Ele pergunta. Eu apenas assenti, não era nenhuma mentira. Não queria que ele fosse embora.
— Não vai embora — Eu sorri timidamente.
— Não vou — Ele sorri também.
— Você quer alguma coisa? — Eu perguntei me afastando um pouco.
— Não, Lu. Eu estou bem. Você precisa dormir — Ele diz rindo fraco.
— Drax... — Eu ri fraco.
— Eu realmente estou bem, princesa. Vai lá — Ele diz.
— Como vai lá, Julian? Você vai junto, não vou te deixar nesse sofá frio — Eu puxei ele, que riu — Pode usar o banheiro se quiser.
— Já volto — Me deu um selinho.
Voltei pra sala e apaguei as luzes, então voltei pro quarto e fechei a porta, em seguida me deitei novamente. Depois de pouco tempo, Julian saiu do banheiro usando apenas uma bermuda. Senti um lado da minha cama afundar e logo os braços de Julian cercar minha cintura, me puxando pra mais perto.
— Eu senti falta de dormir com você — Eu grunhi sorrindo.
— Eu também — Senti ele sorrir contra o meu pescoço — Isso já está virando um costume, não acha?
— Eu espero que sim — Respondi sorrindo.
Eu estava segura e bem nos braços dele. Era uma sensação tão boa que por mim, não sairia dali nunca mais. Já estava quase dormindo, tudo estava distante.
— Boa noite, meu amor — Escutei ele sussurrar.
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