História L3ddy - um romance inevitável - Conversa

Pov Luba

Deito minha cabeça no ombro de T3ddy no sofá. Acontece que eu estou muito entediado desde que começamos a assistir o tal anime do Cellbit que, diga-se de passagem, não dá para entender nada. Até onde eu sei, um casal gay de 12 anos está tentando completar uma versão oriental de Jogos Vorazes acompanhados de um cara chamado Leorio e uma mulher maravilhosa com o nome de Kurapika (que, by the way, é o melhor nome do mundo, na minha concepção). Lá eles enfrentam aventuras emocionantes enquanto competem com outros trocentos caras, incluindo um coringa paralelo que se chama Risoto ou algo do gênero. Estou quase dormindo quando meu celular vibra pela vigésima quarta vez hoje, e me lembro que desde que encontrei com T3ddy e Cellbit não cheguei nem a olhar o aparelho. Quando finalmente pego o celular me perguntando quem é a pessoa tão agoniada assim que quer tanto falar comigo, acabo me lembrando que eu tinha que esperar Gusta voltar para a mesa ontem no bar enquanto ele falava com Kéfera, e como eu não liguei, mandei uma mensagem ou me comuniquei com ele, no momento ele deve estar achando que eu estou morto ou está com vontade de me matar. Irônico, eu sei. Como tinha pensado, era ele me ligando, e rapidamente atendi sua ligação.

G: Luba, eu estava quase te mandando um sinal de fumaça! Eu achei que alguma coisa tinha acontecido! Onde você está? Você está bem?

L: Eu estou ótimo! – olho para T3ddy, sorrindo – E me desculpa por não falar com você, mas ontem aconteceu tanta coisa...

G: Você está bem? – ele falou, preocupado

L: Sim. – disse, ainda sorrindo – Eu e o T3ddy conversamos, e… bom, voltamos!

G: Isso é muito bom! – disse, mas no fundo, consegui sentir um pouco de tristeza em sua voz – Fico muito feliz por você!

L: Gusta, e você? Digo, você está bem, depois de...

G: Ah, não se preocupe comigo! Eu ainda gostava da Kéfera, mas eu era apaixonado por você. Agora que eu sei que você não sente o mesmo, eu acho que eu posso voltar com ela! – disse com um tom de esperança em sua voz. Coitado. A Kéfera já deixou mais do que claro que não gostava dele.

L: Espero que dê certo! Posso ir buscar minhas coisas na sua casa daqui a uma hora?

G: Claro!

L: Então até lá!

Desligo o telefone e volto a olhar para a tela. A ligação deve ter demorado mais do que eu esperava, porque quando eu atendi, os personagens estavam em um túnel, e agora estão caçando... porcos? Estão caçando alguma coisa muito estranha. Suspiro e deito minha cabeça no ombro de T3ddy, desistindo de entender.

T: Eu não consigo entender como você gosta de Pokemon e não gosta disso aqui.

L: O que? Eu não disse que eu não gosto, eu só...

T: Você claramente não está gostando – ele disse rindo

L: Eu só não estou entendendo – disse, rindo também – E não fale que é simples de entender.

T: Você quer mesmo assistir outra coisa? O Cellbit disse que na terceira temporada aparece um cara muito gato, o Fei... Feital... Feitan... um nome difícil.

L: Obrigado, eu prefiro a Kurapika.

T: Mas ele é homem – ele disse, caindo na gargalhada e eu caio também

L: Ok, você venceu, eu definitivamente não estava prestando atenção – digo, entre risos e T3ddy desliga a televisão e olha para mim.

T: Tudo bem, o que vamos fazer hoje?

L: Como assim?

T: Não sei, vamos para um parque, tomar sorvete, encontrar alguém.

L: Mas nós já saímos ontem, e, que eu saiba, você não ganhou na loteria.

T: Tudo vai se resolver quando eu tirar minha licença Hunter – olho para ele confuso – Ah, esquece, não dá para fazer piada de anime com você! – nós rimos.

L: Bom, vamos nos encontrar com o Cellbit, então.

T: Tudo bem, mas por que com ele?

L: Para vocês conversarem sobre o anime de vocês e não me encherem o saco. – ele riu – Mas também porque eu quero saber por que ele saiu correndo ontem.

T: Okay.

Pov T3ddy

QUEBRA DE TEMPO

C: Luba, pelo amor de Deus, como você consegue não gostar do Hisoka?

T: Ele chama ele de “Coringa Paralelo” – Cellbit ri tão alto que atrai olhares no bar – Isso quando ele não fala “Risoto” – nós rimos mais ainda.

L: Okay, vamos mudar um pouquinho de assunto? Eu tenho vários tópicos interessantes, como por exemplo, por que Rafael Lange saiu correndo do bar ontem sem nem deixar explicações causando preocupação por parte da minha pessoa?

C: Ah, é que eu... – ele fica corado – eu tive que fazer umas coisas, e...

L: Está tudo bem? – pergunta, mais sério – A gente pode te ajudar com alguma coisa?

C: Não, imagina, é que o Felps me chamou para ir na casa dele e eu tive que ir correndo encontrar com ele...

L: Bom, ele está bem? – dava para ouvir na voz de Luba que ele estava ficando meio impaciente porque Cellbit estava enrolando demais.

C: Ah, ele está ótimo, mas... – Luba o interrompe.

L: Aconteceu alguma coisa com vocês dois?

C: Tudo bem, eu vou contar para vocês o que aconteceu. – Luba olha para ele atentamente – Há um tempo, estava rolando uma “química” entre eu e o Felps, então ontem, ele me chamou para conversar...

Enquanto Cellbit descrevia tudo o que tinha acontecido desde que ele tinha reparado nesse sentimento dele em relação ao Felps até a conversa que eles dois tivera ontem, eu só conseguia pensar naquela noite. Em especial, na parte da noite que tinha sumido da minha memória. Era muito fácil supor que eu tinha transado com a tal garota que eu nem me dei o trabalho de olhar o rosto antes de ir embora.

Devia ter um jeito de recuperar a minha memória do que aconteceu ou pelo menos lembrar o nome dela, porque e se alguma coisa acontece? Sei que não é muito da minha conta e que estou ficando apegado a uma pessoa que eu nem conheço, mas é assim que eu me sinto.