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História La Guerre pour toi - Destruindo minhas ilusões


Escrita por: Elis_Giuliacci

Notas do Autor


Ok! Ponto final na primeira parte.
Damos início ao calvário que se estenderá por alguns capítulos.
Aqui vamos ver Emma caindo na real.

Boa leitura e até o próximo

Capítulo 12 - Destruindo minhas ilusões


Saltos. Saia até os joelhos. A farda condecorada bem alinhada. Luvas segurando o quepe e um sobretudo preto pendurado no braço. A pele alva sem vestígios do tempo, batom vermelho. Os cabelos loiros e bem mais claros que os meus presos naquele coque militar.

- Não vai abrir?

Acordei do transe. Era Elsa parada na minha porta. Ela mesma. Com um sorriso divino e olhos de um azul tão celeste, mas ainda assim tão demoníacos. Aquela mulher conseguia perturbar-me depois de tanto tempo.

Escancarei a porta de uma vez e afastei-me para dar passagem à Elsa. Ela caminhou devagar olhando tudo ao seu redor com ares de estranheza e desdém. Enquanto eu fechava a porta sentia o ar gélido que ela emanava.

- Por que está nesse lugar, Emma?

- Faz parte do meu trabalho. - respondi sem qualquer expressão e ela foi adiante. Deixou o quepe sobre a mesa de centro e debruçou o sobretudo no braço do sofá.

- Senti saudades de você, querida! - veio até mim e deu-me um abraço apertado. Retribui não com tanta intensidade, mas para Elsa nada tinha tanta importância a não ser o que ela queria - Como estão as coisas por aqui? - soltou-me indo para a cozinha continuando sua inspeção.

- Estamos em guerra. - resposta óbvia e hostil, mas eu não tinha outra reação. De repente ela virou-se para mim e cresceu os olhos num sorriso perturbador.

- Emma, você está tensa! - veio e pegou-me pela mão puxando-me para o sofá - Vamos, conte-me sobre sua missão e o que a deixa tão sisuda dessa maneira.

Elsa era uma mulher que detinha um poder incomum dentro das forças de Hitler. Como médica e pesquisadora ganhou o afeto do Führer, não só pela competência, mas pela crueldade dos seus pensamentos. Completamente fria, acreditava que poderiam apurar a raça ariana a qualquer custo e, para tanto, desenvolvia experimentos estranhos para alcançar ganhos para a comunidade médica alemã.

- O que veio fazer aqui, Elsa?

- Ora, minha querida, que pergunta! Estou a mando do próprio Führer! Ele tem planos específicos que só eu posso executar, mas nem pense que vou contar à você, pois preciso de sigilo quanto a isso e você entende bem como uma boa espiã que é.

O silêncio que seguiu aquela advertência indicava que eu não deveria perguntar mais nada sobre ela. Suspirei e olhei ao redor. Elsa continuava com os olhos sobre mim querendo decifrar meus pensamentos.

- Chegou hoje? - eu estava sem perguntas e teria que inventá-las se não quisesse ficar com aquele silêncio incomodando meus ouvidos.

- Sim. Estive com seu pai e ele disse que estava instalada aqui. - ela novamente olhou para as paredes com estranheza - Acredito que não precise ficar nesse lugar tão medíocre. Venha comigo. Estou no Le Meurice em uma suíte espaçosa até que eu vá para Lyon.

- Eu estava lá, Elsa. Precisei sair por causa da missão.

- Eu terei o comando em Lyon, mas ainda ficarei um tempo aqui... - aproximou-se de mim colocando a mão sobre minha perna apertando levemente - Venha comigo, querida, vamos relembrar os velhos tempos em uma cama grande e macia. - passou a língua no meu lábio inferior. Esquivei-me logo em seguida levantando-me.

- Elsa, por favor, já faz tanto tempo... - ela levantou-se e continuou sua investida agarrando-me pelos braços com delicadeza.

- O que está acontecendo, mein kleiner? Está fugindo de mim, Emma! - aproximou mais seu corpo do meu e tocou meu rosto com carinho fazendo com que eu a olhasse bem nos olhos. Aqueles azuis eram profundos e ela queria afogar-me neles - Eu não esqueci de como é seu toque, seu beijo... seus gemidos... - segurou-me pela nuca e firmou a mão puxando para um beijo comprimido e forçado. Sua língua insistia em abrir passagem e eu acabei deixando acontecer. Sensação estranha de ser invadida, o que fez-me recuar empurrando Elsa bruscamente.

- Não, Elsa! Por favor, não.

Ela não se moveu. Ficou parada na minha frente olhando-me espantada. Sorriu. Piscou algumas vezes e limpou o canto da boca.

- Você tem alguém aqui na França, Emma? - ela sorriu e afastou-se um pouco - Eu não acredito que envolveu-se com alguém bem aqui!

- O que a faz pensar assim, Elsa?!

- Você não recusaria um beijo meu dessa maneira a não ser que estivesse apaixonada por outra pessoa. E isso nunca aconteceu... Portanto, você tem alguém aqui na França! - ela riu com o mesmo desdém - Conte-me quem é!... Quem sabe possamos ter uma noite à três!... Eu não me importo, contanto que ela não seja judia!...

Um arrepio subiu-me pelo corpo todo e senti meu rosto febril. E foi inútil tentar esconder a reação de Elsa. Virei rápido indo depressa para a cozinha tentando criar alguma frase que saísse daquele assunto perigoso.

- Você quer beber algo? Acho que tenho vinho... - ela veio atrás de mim andando calmamente, ouvi seus saltos na madeira velha e meu corpo estremeceu ainda mais.

- Emma, quem é ela?

Ignorei a pergunta e fui até o armário pegar a garrafa de vinho. Quando voltei para a mesa, Elsa estava em é do outro lado esperando uma resposta.

- Não é ninguém, Elsa. Você tem essa mania de querer ler meus pensamentos, mas dessa vez está errada! Não existe ninguém! Estou ocupada demais com minhas tarefas na Gestapo para conseguir alguma francesa que queira correr perigo nas mãos de uma oficial alemã!... - com dificuldade abri a garrafa de vinho - E você ainda não me disse nada sobre você! O que andou fazendo todo esse tempo em que fiquei sem notícias suas... - servi duas taças - Tem alguém na Alemanha ou suas pesquisas não a deixam pensar nisso?! - ela apanhou a taça séria e olhou para o vinho. Misturou o líquido, levou a taça até a altura do nariz e sentiu o cheiro. Aguardei aquele ritual esperando que ela fizesse um brinde ou algo parecido. Ela tornou os olhos para mim e sorriu.

- Você continua a mesma, meu amor. Sempre fala muito quando está mentindo.           

Fui tomada por uma raiva abrupta. Elsa conhecia todas as minhas reações e expressões. Baixei os olhos fitando a minha taça de vinho, depois a ergui e sorri completamente desconcertada.

- Brindamos à quê?! - esperei que Elsa respondesse, mas ela caminhou até mim encostando sua taça na minha.

- Brindamos à esse reencontro, mein lieber!... - ela acariciou meu rosto sem tirar seus olhos dos meus como se quisesse devorar minha alma naquele minuto - Você continua a mesma, Emma. É tão linda e ainda tem a mesma ingenuidade de menina... - ao mesmo tempo demos uma golada no vinho sem deixar de nos olharmos. Eu estava tremendo e Elsa sabia que era medo, mas ela não tinha a menor preocupação com isso - ... Senti sua falta... - continuou a acariciar meu rosto e enterrou os dedos entre os meus cabelos fazendo com que eu fechasse os olhos tentando não pensar no que ela poderia fazer em seguida.

- Não, Elsa...

- Querida... - deixou sua taça sobre a mesa, pegou a minha e também deixou ali - ... Se é verdade que não tem alguém aqui na França não vai resistir a mim, não é mesmo?! - dei um passo para trás e ela investiu ainda mais segurando-me pela cintura - Eu tenho quem eu quiser, Emma e nunca deixei de imaginar o que aconteceria quando a encontrasse de novo... Olhe para mim! - diante do apelo encontrei novamente as órbitas azuis - Eu sei que você tem medo de mim, querida, mas eu jamais faria qualquer mal à você! Du bist mein kleines kind... - lançou-se sobre mim em um beijo intenso agarrada à minha nuca e cintura de forma que eu não conseguiria sair dali, mas depois de segundos eu cedi para que ela terminasse logo o que queria com aquela visita.

Sua boca deslizou pelo meu pescoço. suas mãos entraram pelo meu roupão apertando-me a carne de forma que sentia apenas dor. Estavam geladas. Virou-me de forma que fez com que eu me sentasse sobre a mesa. Afastou minhas pernas ficando bem no meio delas enquanto abria meu roupão com urgência. Seus beijos ficavam mais intensos a cada vez que deslizava os dedos pela minha pele.

Permaneci de olhos fechados. Sentia Elsa beijar-me o pescoço, o colo e meus seios. Ela passou a língua pelos mamilos de modo que enrijeceram quanto mais ela lhes sugava. Suas mãos apertavam minhas coxas. Voltou a olhar-me, fiz o mesmo e segurei-a pelos ombros enquanto nos beijamos com mais força até o ar faltar. Ela olhou-me por um segundo e riu.

- Não há como fugir de mim, querida. - sua mão entrou em mim de uma vez e com tal destreza que tive tempo apenas para gemer. Elsa sabia como fazer uma mulher entregar-se mesmo que à força e eu não poderia sair dali. Não mais.

Não demorou muito para que ela aumentasse a frequência das estocadas. Beijava-me com mais intensidade e pedia que eu a olhasse procurando evidenciar o prazer nos meus olhos, mas eu os mantive fechados por todo o tempo. Entreguei-me ao gozo rapidamente como se quisesse ficar livre dela o quanto antes.

Elsa afastou-se lambendo seus dedos sorrindo. Desci da mesa e enrolei-me novamente no roupão completamente sem jeito para encará-la. Ela deu as costas e voltou para a sala. Fui atrás dela recompondo-me ainda daquela investida.

- Ficarei na cidade por alguns dias... - apanhou seus pertences no sofá e logo foi até a porta - Se quiser continuar isso na minha cama, sabe onde estarei. - ela mesma abriu a porta e nem esperou que eu dissesse nada. Saiu deixando a porta aberta.

Depois que a fechei e certifiquei-me que estava trancada corri e fui tomar meu banho. Precisava tirar os vestígios de Elsa. Apagar sua saliva e suas marcas. Eu precisei transportar-me para outro mundo enquanto ela invadia-me. Apenas fechei os olhos e deixei-me ser tocada. Apenas isso. Ela não me daria outra alternativa, conhecia bem a mulher que estava comigo.

Como consegui suportar? Eu pensava em Regina e apenas nela.

Não sei com exatidão quanto tempo fiquei na banheira tentando relaxar e esquecer o que havia acontecido. Cheguei a dormir depois de tomar quase meia garrafa daquele vinho. Afinal, era um bom vinho e eu não iria desperdiçá-lo. E não estava sentindo-me usada ou mal por ter deixado Elsa tomar-me da forma com que fez. Aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde quando nos encontrássemos, ela era dominadora e eu cederia. Não conseguia compreender, mas a única coisa que repetia dentro de mim era que Regina estava tomando uma proporção na minha vida que Elsa não teria mais aquele domínio. Não mais.

Durante todo o dia estive envolvida nos preparativos da missão de logo mais à noite. Todo o momento eu verificava as janelas e observava a praça. Luis XIV estava ali parado à espreita esperando qualquer movimento suspeito para jogar seu cavalo sobre nós. As poucas pessoas e carros que passavam por ali eram alheias à tudo o que acontecia. Mais tarde haveria uma reunião de franceses que eu teria que espionar e ainda não sabia se haveria invasão ao lugar. Hook afirmou que não, mas não confiava nele; não dera mais nenhuma informação, eu saberia apenas na hora que acontecesse. Se acontecesse. O que mais me amedrontava era saber que Regina, Henry e outras pessoas que conhecia estariam envolvidos.

A tarde passou mais lenta e tive tempo de ler, ouvir música e dormir mais um pouco. Precisava estar tranquila e com a mente limpa para raciocinar com destreza durante a incursão. Deixei uniforme pronto, armas, lanternas, rádio e fui até a cozinha para preparar um lanche rápido. Café forte e sem açúcar com torradas. Era o suficiente para manter-me acordada e firme. Eu não tinha almoçado, mas meu apetite fora embora junto com Elsa.

Quando despertei já eram nove horas da noite. O apartamento na escuridão apenas com fachos da iluminação da rua. Era fantasmagórico. Rapidamente fui prepara-me para o trabalho. Tinha uma hora para estar no local marcado pelo major Hook. Senti falta do gato. Ele não aparecera mais durante aquele dia.

Tudo pronto. Fardada e preparada. Coque militar e armada. Era estranho sentir que estava indo para o front depois de tanto tempo fazendo trabalhos burocráticos e de observação. Mas estava pronta. Sai do apartamento e em vinte minutos de caminhada cheguei até a Rue de l'Arcole. A Notre-Damme estava assustadora, sombria como se observasse meus movimentos para atacar-me com suas arcadas imponentes. Não demorou muito para que um carro preto e característico da Gestapo parasse na minha frente. Entrei rapidamente e ele arrancou.

- Está uma noite agradável, querida. Relaxe! - Hook estava receptivo e animado. Mesmo assim não tive vontade de retribuir a gentileza daquele cumprimento. Permaneci em silêncio durante mais vinte minutos até que o carro nos deixou em uma ruela, um beco escuro e sujo na região do Boulogne-Billancourt, bem afastado do centro de Paris. Nem bem saímos e o carro fez o caminho de volta sumindo nas ruas desertas.

- E agora? - firmei a visão para enxergar o rosto de Hook.

- Precisamos encontrar a entrada de um prédio no final desse beco. Venha.

Caminhamos até o final do beco e ele avançou por uma porta estreita no último prédio. A luz fraca da lanterna iluminou uma escada enferrujada que levava para o piso superior. Descobri que iríamos até a parte mais alta daquele prédio de quatro andares. Vez ou outra ele olhava para trás e sorria, mas não dizia nada. A única voz que eu ouvia era o ferro gasto das escadas e meu coração agitado no peito. Conseguimos chegar até a parte mais alta daquele prédio em questão de minutos. fomos nos esgueirando pelas sombras até o outro lado do terraço. A Torre Eiffel estava distante o suficiente para ser quase um borrão no meio dos outros prédios. Aquela região de Paris não fora tão afetada pelo bombardeio de 40 dias atrás. Eu não estava na cidade quando aconteceu, mas sabia que as mortes ainda estavam sendo contadas e choradas. Todo esse tempo eu evitava observar seus estragos, mas agora era impossível não notar de onde eu estava. O ar era mais puro e tinha um aspecto mais limpo.

Assim que chegamos do outro lado Hook parou e virou-se.

- Emma, teremos que atravessar por ali. - apontou uma cano de não mais que cinquenta centímetros de diâmetro. Olhei para ele assustada, mas não me intimidei - Você consegue, não é?!

- Claro. Vamos logo. - respondi firmemente e esperei que fosse na frente. O cano era uma tubulação de gás que passava de um prédio para outro e estava bem prejudicado pelo tempo. Enquanto o major atravessava agachado e arrastando-se eu podia ouvir o ranger do ferro com o qual o tubo era feito. Ele era bem ágil e logo estava no topo do prédio em frente. Era a minha vez. Olhei para baixo, conferi meu equipamento e coloquei-me agachada. Trancei as pernas e braços no tubo e pus-me a arrastar em direção a Hook. Minha respiração estava controlada e eu tinha os olhos firmes no major. Não levei mais que cinco minutos para chegar até ele.

- Muito bem, Swan. Agora precisamos manter o silêncio. A reunião está acontecendo logo abaixo de nós, no andar debaixo daquele prédio. - ele apontou para a esquerda e vi um prédio na esquina de uma outra rua que também tinha a mesma quantidade de andares de onde estávamos - Precisamos conferir se não há vigilância no telhado dele e podemos avançar. - retirei o binóculo do bolso da minha jaqueta e observei. A parca luz dificultou, mas depois de um tempo minha visão acostumou-se com a iluminação e pude perceber que não havia movimento algum.

- Ninguém.

- Abaixe-se e me siga.

Deitamos no chão e com cautela chegamos ao parapeito que dava para o prédio que seria observado. Hook encostou nesse parapeito e retirou seu binóculo e uma pistola. Estávamos ao lado de uma caixa de metal que seria nossa proteção para que ninguém nos visse.

No prédio ao lado observamos que as luzes eram poucas e de candelabros. Haviam algumas pessoas que vez ou outra chegavam furtivas nas janelas e observavam as ruas e nunca os telhados. Era a nossa vantagem. Com o tempo as luzes aumentaram e o volume de pessoas também. As janelas eram grandes o suficiente para reconhecermos quem estava em frente a elas.

Comecei a reconhecer alguns rostos. Vi a cigana Ruby conversando com um senhor que não tinha noção de quem era. Ela estava séria. August era um dos homens que estavam vigiando pelas janelas - ele passava de uma a outra e tinha uma arma nas mãos. Tínhamos sorte de que, na nossa posição, a iluminação da rua clareava as janelas e nos deixava na penumbra.

Duas horas depois ouvimos as sirenes tocando ao longe. Toque de recolher. A iluminação do lugar inteiro se apagou.

- Droga! - praguejou Hook. Olhou para os lados e debruçou-se um pouco sore o parapeito, mas deitou-se rápido.

Um grupo de soldados alemães passou pela rua. Não os vimos, mas o som das botas e o compasso da marcha indicavam que era a ronda. Eu fiz o mesmo movimento com mais cautela e, um tempo depois que a ronda passou, pude ver um carro parando rápido na rua logo abaixo deixando na entrada do prédio duas pessoas.

- Um casal. Entraram no prédio.

- Ótimo. Parece que vão começar. - aquela frase deixou-me intrigada. Hook sabia mais sobre aquela reunião do que parecia.

Logo as luzes no andar do prédio voltaram a acender e agora haviam mais que antes. O local inteiro estava iluminado e, com isso, fizemos a contagem.

- Entre vinte e trinta pessoas. Os homens estão armados. As mulheres são em menos número. Reconhece alguém, Emma?

- Ainda não. - resmunguei sem me mover. Era mentira. Estavam todos ali. Ruby, August, Henry, a atriz de cabelos curtos. O pai de Regina passou pela janela e parou de costas para nós.

- Aquele ali você reconhece, querida. É o pai da sua francesa... - ele tinha um riso crítico nos lábios, mas mantive-me firme. Não disse nada e continuei com os olhos grudados no binóculo.

As cenas que observamos dali em diante levaram-me ao inferno. O pior de tudo era saber que Hook estava ao meu lado vendo as mesmas coisas que eu via.

Regina era a mulher que chegara naquele carro de minutos antes. Ao seu lado um homem que usava uma jaqueta da força aérea inglesa. Afinal, era ele o misterioso "polícia-inglesa" da mensagem interceptada. Regina entrou naquele local ao seu lado. Abraçada a ele. Assim que chegaram bem próximos a uma mesa frente a janela mais próxima de nossos olhos eu quis jogar-me daquele prédio. O homem recém chegado agarrou a cintura da morena e a beijou. Ela acariciou os cabelos dele e sentou-se ao seu lado na mesa. Todas as pessoas que estavam no local aproximaram-se da mesa e iniciaram a reunião. Não podíamos ouvir o que diziam, e agora nem fazia mais sentido estar ali, mas Hook não perdeu tempo em apunhalar-me.

- Ora, ora! A francesa tem uma queda por homens também, Emma! Viu isso?!... - ele guardou a arma e olhou-me - Sabe quem é aquele homem, major Swan?

- O homem da mensagem que eu mesma traduzi. - minha voz saiu amarga e ele percebeu, assim enfatizou o nome e a patente do inglês.

- Aquele é o capitão Robin Locksley da Força Aérea Real. É considerado um dos melhores pilotos do Rei George, querida... E pelo visto é o namorado inglês da sua francesa. - à essa altura eu já estava pronta para sair dali. Havia guardado meu equipamento e não respondi a nenhuma provocação do major Hook.

- O que acha que estão decidindo ali?

- Não se preocupe com isso, Swan. Teremos boas notícias depois desse encontro, pode estar certa disso. - diante daquilo ele conseguiu tirar-me do sério.

- O que você sabe que eu não faço ideia? O general sabe dessa nossa incursão, major? - ele apenas riu do meu nervosismo.

- Não, Emma, eu não a trouxe aqui para ver como sua francesa se diverte quando não está com você. Estamos aqui para garantir que teremos sucesso no que está por vir. E é só isso que você precisa saber. Chegamos à conclusão que você não pode ter acesso total ao que vamos fazer e isso foi ordem direta de seu pai... - ele esperou que eu retrucasse - ... Swan! Você nem ao mesmo quer saber onde Kristoff está?! - eu não respondi e ele cansou-se das provocações - Tudo bem, vamos embora. Eu já vi o suficiente por aqui.

Tornamos agachados pelo telhado e atravessamos o tubo de gás. Como gostaria que ele cedesse quando Hook estivesse bem no meio do caminho, mas não fui agraciada com tal sorte. Descemos pela escadaria enferrujada e alcançamos a rua. Dessa vez não haveria carro para voltarmos para a casa. O trajeto seria feito à pé até um ponto qualquer que não prestei atenção entre a Place de la Porte de Sait-Claude e o Parc Sainte-Périne. Caminhamos apressados e mesmo que não tivesse ninguém em nosso caminho mantivemos o passo até que o carro da Gestapo parou e entramos nele.

Voltei para casa no mais absoluto silêncio.

Quando o carro parou numa ruela próxima a Place de Victoires eu não disse nada e saí rapidamente batendo a porta. Caminhei mais rápido que podia enquanto ouvia o motor distanciar-se. Não olhei para trás. As imagens de Regina não saíam da minha cabeça. Os abraços, o beijo, os olhares carinhosos e sorriso amáveis.

Aquilo era o "eu te amo" que precisava comprovar. 


Notas Finais


Traduções:
"Mein kleiner" - Minha pequena
"Mein lieber" - Minha querida
"Du bist mein kleines kind" - Você é a minha criança

Até o próximo!!! Bjusss


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