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História La Guerre pour toi - Deixando a França


Escrita por: Elis_Giuliacci

Notas do Autor


Eis que volto tão rápido quanto os meus próprios pensamentos.
A mente anda acelerada durante esses dias e quero logo matar a ansiedade de vocês!

Emma narra o capítulo todo, mas prometo que no próximo será apenas Regina a contar a história.

Boa leitura!

Capítulo 30 - Deixando a França


Listas e mais listas.

Fiz o que pude para manter aqueles homens sob meu comando enquanto Kristoff fazia sabe-se lá o quê com Regina. Eu tentava ignorar aqueles pensamentos e manter o foco da conversa.

- Levantamento de quantos prisioneiros em pesquisa. Relatório de interrogatórios e seus progressos... Ainda preciso visitar a cela de Jean Moulin, mas prefiro fazer isso à noite... - olhei para os papeis sobre a mesa - ... Onde fica o planejamento de rotina da prisão? - os dois ficaram mudos diante da pergunta - ... Onde?!

- Coronel, creio que a capitã Elsa não tenha deixado nada nesse aspecto...

- Pois, então, providenciem! Eu preciso disso para amanhã bem cedo! Elsa estará aqui e não quero perder tempo com isso.

A porta se abriu e eu quase saltei de susto. Era Kristoff. Tinha o semblante calmo e ajeitava o casaco do uniforme.

- Ainda em reunião? - sorriu.

- Eu já terminei, major. - postei as mãos sobre a mesa e olhei para os dois homens sentados a minha frente - Alguma outra questão? - diante da pergunta os dois negaram apenas com a cabeça e mantiveram-se em silêncio aguardando que eu continuasse - O major Kristoff talvez tenha mais algum ponto a tratar com os senhores. Eu preciso descansar um pouco. - levantei-me e os dois seguiram meu gesto. Bateram continência - Dispensados. Podem aguardar lá fora, por favor.

Quando os dois saíram ainda levavam consigo a curiosidade e incredulidade. Não estavam acostumados a receber ordens de outro oficial a não ser Elsa, mas eles obedeceriam até o ponto que percebessem algo estranho. Esse ponto já estava bem próximo.

- Regina foi levada para o depósito, Emma.

- Que depósito?

- Depósito é o nome que eles dão ao necrotério desse lugar... - percebendo meu pânico Kristoff aproximou-se e segurou uma das minhas mãos - Não se preocupe. Ela bebeu belladonna e adormeceu rapidamente, mas não sei dizer quanto tempo ficará acordada, estava fraca demais para uma dosagem mais forte. Você tem que agir rápido!

Parei atônita por alguns segundos. O major apertou minha mão e voltei à realidade.

- Desculpe. - balancei a cabeça e voltei a olhá-lo de frente - Você ficará com os sargentos?

- Sim, vou distraí-los e você coloca Regina no Mercedes e vá o mais rápido possível para o local marcado no mapa que está no porta-luvas do carro. Se algum soldado questionar você saberá o que fazer!

Novamente veio o transe, mas dessa vez eu entendi o porquê.

- É aqui que nos separamos? - ele não disse nada, apenas sorriu e eu compreendi que sim. Saí rapidamente sem olhar para trás e passei pelos sargentos no corredor. Pude ouvir Kristoff dizendo que gostaria de jogar cartas antes do anoitecer.

Caminhei até o pátio. Olhei ao redor e vi um cômodo não muito grande próximo a um portão menos vigiado. Era ali que Regina estava. Haviam dois soldados na porta.

Antes mesmo de chegar até eles já fui logo mantendo contato.

- O que é esse lugar? - apontei para a porta que guardavam.

- Aqui é o depósito, coronel. - os dois fizeram reverência e um deles abriu a porta. Dei dois passos para dentro, mas arrependi-me no segundo seguinte.

Eu quis sair correndo dali. Meu estômago ficou fraco e quase coloco o almoço todo para fora. Uma quantidade de corpos jogados de qualquer maneira espalhavam-se dentro do depósito. Alguns estavam vestidos, outros rasgados, sujos, esfolados. O cheiro causou-me mais enjôo.

- Coronel, quer ajuda? - perguntou o soldado mais jovem.

- Não, obrigada. - caminhei entre os corpos e cada passo meu coração acelerava. Qual deles era Regina? Ainda olhando para os mortos perguntei para o soldado na porta - Algum óbito recente?

- Acabaram de trazer uma mulher do terceiro andar. - ele entendeu que deveria mostrar onde a tal mulher estava. Caminhou logo atrás de mim e foi adiante tropeçando em pernas e braços até que parou frente a uma mesa que já estavam umas duas ou três pessoas - Aqui está... - retirei um lenço do casaco e tapei minha boca e nariz.

Caminhei lentamente e senti meu rosto corar. Não, Emma! Não chore agora ou vai estragar tudo! Era o que repetia na minha cabeça a cada passo lento. Quando coloquei-me ao lado do soldado prendi a respiração. Minha francesa estava ali. Morta.

Silêncio. Eu respirei fundo e olhei ao redor tentando ignorar Regina inerte bem na minha frente.

- Eu preciso levar este corpo de volta a Paris, soldado. - minha voz saiu entrecortada.

- Algum motivo especial, coronel?

- Está questionando um superior, soldado?

- Não, senhora.

Enchi-me de coragem e alterei a voz. Era a hora de determinar a minha saída daquela prisão e levar Regina comigo. Fiz sinal para que o outro soldado que ficara na porta entrasse.

- Quero que peguem essa mulher e embalem. Depois coloquem-na no meu carro.

Ordens dadas. Ordens cumpridas.

O Mercedes estava próximo dali estacionado bem perto daquele lugar. Àquela altura da tarde, Kristoff deveria estar jogando cartas longe de qualquer suspeita com os sargentos e as enfermeiras continuavam seus afazeres diários. Qualquer outro soldado que passava por ali ignorava o movimento, pois era um tarefa comum e ninguém interrogaria a coronel no comando da prisão.

Os dois rapazes envolveram o corpo de Regina em um plástico preto grosso. Teria que ser bem rápida para sair dali ou ela não conseguiria respirar por muito tempo. Observei atentamente que seu peito subia e descia de forma tão sutil que ninguém perceberia durante o procedimento.

Ao longe ouvi barulho de motores. Talvez o trânsito comum de Lyon durante aqueles dias. Voltei a observar os soldados retirando o corpo de Regina e levando para o carro. Adiantei-me e abri a porta traseira para que eles colocassem o corpo lá dentro. Não poderia dizer que tivessem cuidado, era uma mulher morta, afinal, mas não me contive quando um deles quase a deixou cair.

- Cuidado, soldado!... - pausei por um instante vendo o rosto assustado do rapaz - Preciso desse corpo inteiro quando chegar em Paris!

Eu nunca usei minha frieza como naquela tarde. Cada músculo tenso e cada expressão de espanto, medo e desespero foram camufladas dentro daquela farda nazista. Ali eu era a coronel Ingrid Schneesturm.

Uma sirene estridente começou a ecoar por todo o pátio. Vi soldados nos muros alinhando-se na parte da frente e parecia que aqueles motores estavam mas próximos. Olhei ao redor. Os soldados que estavam próximos aguardavam novas ordens, mas eu só conseguia observar o que estava acontecendo.

- O que é isso? - perguntei quase num sussurro, mas um dos soldados ouviu e prontamente respondeu.

- Parece que a capitã Elsa está voltando de Paris, senhora.

Minhas pernas tremeram e segurei-me no capô do carro para não cair. Arregalei os olhos em direção à porta mais próxima. Numa fração de segundos Kristoff saiu dali em ritmo delirante em nossa direção.

- Elsa! - ele gritou. Os dois soldados entreolharam-se quando Kristoff contornou o carro e abriu a porta do motorista. Imediatamente gritou comigo - Entre, Emma!

Saquei a pistola do coldre e atirei no soldado mais próximo enquanto o outro gritava para os guardas nos muros.

- Impostores! - minha arma falhou tentando atirar nele. O rapaz virou-se rapidamente com o cano do fuzil na minha direção. Kristoff deu ré no automóvel e o derrubou. Fechei a porta traseira e entrei ao lado do major no Mercedes. As balas já pipocavam no solo de cascalho do pátio. A sirene continuava a tocar.

Kristoff manobrou virando o carro de frente para o portão de saída, mas haviam quatro soldados fazendo barreira com todas as armas apontadas para nós.

- Segure-se! - eu ouvi aquilo e coloquei meu braço para fora do carro mirando em qualquer um que tentasse atirar. Todos tentavam fazer a mesma coisa. O Mercedes acelerou. Senti o baque quando um dos soldados foi atingido pela lataria do carro. Kristoff jogou-nos pela cancela do portão arrebentando tudo que estava obstruindo a passagem. Quando ganhamos a rua era difícil enxergar o que vinha pela frente com tanta fumaça saindo do Mercedes.

- Esse carro aguenta? - perguntei olhando para trás e outros carros colocavam-se em nosso encalço.

- Ele precisa... - Kristoff não expressava emoção nenhuma, apenas olhava para frente e acelerava. Pessoas pelas ruas observavam a perseguição que iniciava. Haviam dois carros nazistas atrás de nós.

Mesmo aos solavancos consegui retirar o plástico do rosto de Regina. De alguma forma Kristoff conseguia distanciar-se de nossos perseguidores, mas os tiros vinham aos montes contra nosso carro.

- Depressa, major!

- Calma, Emma, estamos chegando num lugar que eles não vão conseguir continuar... - eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com aquilo, mas depois de umas duas quadras vi que aproximávamos de uma escadaria no final da rua onde corríamos. Olhei assustada para o major ao meu lado que só tinha atenção na direção. Um tiro acabara de quebrar o vidro traseiro do Mercedes e instintivamente abaixei-me. Em seguida o baque.

Eu tive a impressão que o carro saiu alguns segundos do chão para depois chocar-se contra ele novamente deixando algumas peças para trás. Levantei-me vagarosamente tentando observar pelo retrovisor, mas estava quebrado. Ao meu lado Kristoff sorria. Olhei para trás. O major havia jogado o carro pela escadaria que, no alto, tinham dois carros parados observando de longe nossa fuga.

- Você ficou maluco?! - gritei - Poderia ter dado errado!

- Mas não deu, Emma!... - ele riu e, finalmente, vi o semblante de Kristoff tornar-se leve novamente - O carro não vai aguentar muito tempo, por isso preciso acelerar mais... Segure-se!

Estava anoitecendo. Uma brisa fria começava a entrar pela janela e não poderia fechá-la, pois a porta estava amassada. Aliás, o Mercedes todo estava danificado, com muita sorte poderíamos chegar ao ponto de encontro com Anna e Daniel sem problemas.

Observei Regina e sua respiração estava mais forte.

- Ela está bem? - o major já não corria tanto, o carro estava engasgando.

- Acho que sim, está respirando melhor. - olhei para ele e sorri - O que fez com aqueles dois imbecis? - não me respondeu de imediato. Olhou pelo retrovisor para verificar se alguém nos seguia, mas naquele ponto da cidade não víamos mais nada a não ser algumas vacas magras e pequenos chalés ao longe. Conseguimos ganhar a estrada que nos levaria para fora de Lyon.

- Talvez Elsa já tenha encontrado os corpos no escritório dela. - ele enfiou a mão no bolso do casaco e entregou-me um frasco, mas não era de belladonna. Quando li o rótulo encarei Kristoff assustada, mas ele não esperou que eu dissesse nada - ... Emma, você não notou quando eu peguei a cicuta na caixa?

Seguimos viagem. Aquele alemão de queixo quadrado e olhar enigmático esteve apático por tanto tempo que não esperaria tanto dele quanto me mostrou em apenas um único dia.

Olhava para o banco de trás de dez em dez minutos. Regina havia deixado a palidez cadavérica alguns quilômetros atrás. Imaginar sua suposta morte era terrível, mas vê-la tão perto e livre aliviava-me o coração. Em uma das vezes que observei minha francesa a vi mexer as pálpebras e sorri abertamente. Kristoff olhou-me também sorrindo, mas não precisou dizer nada, ele sabia que estava tudo bem.

Tudo estava bem a não ser pelo Mercedes que engasgava seu motor cada vez com mais frequência. Retirei o mapa do porta-luvas, já era noite, assim acendi a pequena lanterna que também estava guardada no compartimento. Procurei por um lugar no mapa chamado Le Pizet, um pequeno vilarejo quase na metade do caminho entre Lyon e Vichy. Lá seria nosso encontro com Anna e Daniel.

Kristoff dirigiu o tempo todo com muito cuidado. O carro estava prestes a parar de vez e não tínhamos muitas opções caso isso acontecesse, levar Regina desacordada pelo restante do caminho não seria seguro e tomaria muito tempo. entramos por uma estrada estreita de terra e cercada por árvores grandes. Uma escuridão mórbida dava impressão que a qualquer momento surgiria algo na frente do Mercedes. O caminho era todo descida e isso facilitou para que o Mercedes ainda pudesse fazer o trajeto sem muito esforço.

Mais alguns metros e algumas sacudidas eu pude ver um pequeno chalé incrustado nos pinheiros cheios e fechando toda a visão do céu que tínhamos da estrada. Era um bom esconderijo. Seria um bom lugar para ter uma noite tranquila de sono. Regina estaria, enfim, segura entre amigos e a um passo de ficar livre completamente.

Um pequeno caminhão estava estacionado ao lado do chalé, camuflado, com cobertura de lona assim como as caminhonetes do exército. Kristoff levou o Mercedes até o lado dele e parou.

- É o fim para esse pobre automóvel! - olhava o painel e pode também observar ao redor, era a primeira vez que ele fazia isso desde que deixamos Lyon - Como ela está? - olhou para trás.

- Bem... - eu estava acariciando parte do braço de Regina que aparecia fora do plástico preto. Ele saiu do carro e fiz o mesmo. Quase que ao mesmo tempo a porta do chalé se abriu e pude ver Anna correr até nós com aqueles olhos esfuziantes de ansiedade. Ela veio e deu-me um abraço caloroso.

- Eu estava aflita! - olhou para Kristoff, soltou-me e olhou para o Mercedes - Major, o que fez com ele? - apontou o carro.

- Pergunte para os soldados que atiraram em nós! - ele já abria a porta traseira para retirar Regina. Olhei novamente para a porta e a figura de um homem estava de pé parado nos observando. Era alto, cabelos castanhos bem penteados e usava um terno escuro. Ele desceu as escadas da varando depressa quando viu o volume dentro do carro.

- Regina!... - ele sussurrou seu nome quando passou por mim e parecia que eu estava transparente, pois ignorou-me por completo. Anna veio até mim e puxou-me pelo braço fazendo com que eu entrasse no chalé.

- Precisa de um banho quente e depois poderemos cuidar dela.

O chalé não era muito grande, mas confortável. Lareira acesa e um cheiro bom de comida. Esperei que os dois homens levassem Regina para um dos dois quartos do lugar e segui atrás deles. Kristoff e Daniel retiraram o plástico que envolvia o corpo de Regina e a deixaram sobre a cama ainda inconsciente. Sentei-me ao seu lado e observei seu rosto. Não pude conter minhas lágrimas, agora eu podia ver com certeza o rosto da minha francesa e o resultado de tanto sofrimento.

- Está tão pálida... - corri os olhos pelo corpo - ... Está mais magra também...

- Agora ela está a salvo, Emma. - Kristoff tinha a voz firme, mas eu sei que ele compreendia minha fraqueza.

- Ela ainda ficará desacordada por quanto tempo? - a voz daquele homem veio aos meus ouvidos pela primeira vez e, confesso, não gostei nenhum pouco do tom preocupado. Eu não poderia reclamar, afinal era ele quem tinha a passagem de saída para que Regina conseguisse fugir da França em segurança.

- Está sob efeito da belladonna há algumas horas, creio que acordará em pouco tempo, talvez pela madrugada. - com aquela afirmação de Kristoff adiantei-me levantando da ama e indo até os dois homens.

- Eu estarei ao lado dela aqui. - estendi a mão para Daniel - Emma Swanchkopf... - ele hesitou, mas apertou a minha mão com força olhando diretamente nos meus olhos.

- É um prazer, major Swan. Ouvi muito a seu respeito.

- Não tenho dúvida disso! - exclamei olhando para Anna que entrava no quarto com a mala que ainda estava no porta-malas do Mercedes. Kristoff sorriu.

- Anna é uma boa relatora, Emma... Daniel sabe de todos os detalhes da nossa missão!

A moça fez uma expressão de reprovação por estarmos rindo da sua característica principal que era falar demais.

- Tudo bem, senhores... Agora saiam e deixem-nos a sós! - empurrou os dois para fora do quarto - Emma precisa descansar e Regina acordará logo. - fechou a porta e completou olhando para mim - Não queremos que ela se assuste com tantas informações, não é?!

Ela retirou mais um cobertor do armário. Eu fui até a mala e retirei tudo que havia nela, coisas que Ruby havia colocado quando ainda estávamos em Paris. E a cigana? Será que Ruby ficaria bem sozinha naquele lugar em Lyon? Será que teria voltado para a capital? Peguei o que precisava e fui para o banheiro do quarto. Anna ainda ajudou-me a encher a banheira e ficou atenta à Regina enquanto eu tomava banho. E que sensação prazerosa o contato com aquela água quente. Meu corpo estava todo dolorido com a tensão dos últimos acontecimentos. Fechei os olhos e deixei-me relaxar um pouco, mas apenas o corpo, pois a cabeça estava do lado de fora naquela cama. Regina acordaria bem? Como ela reagiria quando percebesse que estava fora de Montluc?

Usei um vestido florido da própria Regina. Fitei minha imagem no espelho por um tempo pensando na francesa dentro dele e não eu. Penteei meus cabelos molhados. Olhei mais alguns minutos meu rosto. Emma, está cansada. Cansada, mas aliviada.

Ao sair do banheiro, Anna já havia saído do quarto. Regina ainda dormia. Aproximei-me e velei seu sono por algum tempo. Ainda tentava acreditar que era ela mesma que estava ali dormindo na minha frente. Eu sorri. Sorri como se ela estivesse acordada correspondendo meu carinho. Passei os dedos pelo seu rosto e, de repente, ela se mexeu fazendo com que eu me afastasse instintivamente para depois voltar mais próxima e sentir seus lábios apenas com a ponta dos meus dedos. Mais alguns minutos e ouvi Anna bater à porta avisando que o jantar estava pronto.

Contei aos outros que ela havia se mexido, então Kristoff concluiu que ela poderia estar acordada em pouco tempo. Anna serviu uma sopa de legumes que estava deliciosa! Comi com prazer e sem nenhum assombro como fora o almoço com aqueles sargentos. Daniel estava na cadeira em frente. Seus olhos azuis eram vivos e curiosos, vez ou outra ele encarava-me como se quisesse perguntar algo, mas fingi que não percebia nada.

- Podemos dizer à Emma para onde ela irá depois daqui? - Kristoff fez aquela pergunta com um tom irônico como se quisesse quebrar um gelo que havia descido sobre a mesa. Anna pigarreou e olhou para Daniel.

- Claro! - exclamou o homem - Logo pela manhã um dos nossos atravessadores levará você e Regina até Saragoça.

- Espanha?! - perguntei alto deixando a colher cair sobre o prato quase vazio - Iremos para um país que se colocou neutro, mas serve ao Eixo?!

- Não temos outra opção, major Swan... - ele tentou argumentar, porém minha reação intempestiva o impediu.

- Eu não sou mais uma major! - gritei perdendo a paciência com Daniel e nem eu mesma sabia o motivo real para tanto, mas Anna e sua língua solta salvou aquele clima ruim.

- A irmã de Regina está em Saragoça.

Aquela frase tornou o silêncio da mesa mais pesado. Kristoff apenas tomava sua sopa e parecia alheio ao que acabara de acontecer. Digo que amarei esse alemão até o fim dos meus dias, pois ele conhecia todas as minhas reações contornando como se deveria fazer. Anna encolheu-se na cadeira enquanto eu reagia da melhor forma Emma Swan.

- Como é que é?! - alterei a voz novamente olhando para todos eles - Regina tem uma irmã morando na Espanha?! - lancei o guardanapo sobre a mesa e levantei-me com as mãos na cintura caminhando de um lado para outro. Minha indignação era não saber daquela informação como se isso fosse alterar algum fato da história até aquele momento.

- O que faria se soubesse disso antes, Emma? - a pergunta de Kristoff era cretina, mas era o motivo pelo qual eu o amaria para sempre. O major sabia tratar meus ataques coléricos. Ele esperou que eu soltasse a minha lufada de ar sempre entediada e muito irritada, sentei-me novamente e ele seguiu - Eu nunca ouvi Regina mencionar sobre a irmã, mas é a melhor notícia que poderíamos receber! Com ela fora da França teremos suporte para vocês duas.

- Ela já foi comunicada da chegada de vocês duas. - Daniel entrou na conversa calmamente - Eu trouxe documentos não só para Regina, mas também para você, Emma. - levantou-se e depois de alguns minutos retornou com uma valise nas mãos colocando-a sobre a mesa.

Daniel era um homem calmo. Por mais que eu visse um brilho diferente em seus olhos, eu tinha que confiar nele e ser grata. Daquela valise saíram tudo o que Regina eu precisaríamos para deixar a França. Anna saíra do meu campo de vista, talvez quisesse ficar distante do meu temperamento. Kristoff terminou seu jantar e examinou as nossas novas identidades e permissões para sair da França assinadas pelo próprio Pétain. Como Daniel conseguira aquilo eu jamais saberia.

Olhei de relance para a porta do quarto e Anna estava parada lá com os olhos arregalados. Olhou em nossa direção e exclamou.

- Regina acordou.


Notas Finais


Sim, eu fiz de propósito... Desejem a minha morte! hahahahahaha

Até o próximo!


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