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História La Guerre pour toi - Hierarquia


Escrita por: Elis_Giuliacci

Notas do Autor


Voltei!

Esse capítulo é como um extra. Muita gente perguntando e curiosos para ver o encontro de Elsa e Ingrid. Então, eis que estamos aqui para contar como foi isso.
O capítulo está em terceira pessoa e divide-se no início com alguns flashes de capítulos anteriores, atenção! rsrs Também é cheio de diálogos, mais do que todos os outros que são feitos de narrativas reflexivas, assim o ritmo fca um pouco diferente.

Espero que gostem!

Boa leitura!

Capítulo 36 - Hierarquia


- Escolha, Regina!... Se não escolher é você quem será executada! - Elsa queria torturar Regina mais uma vez a fazendo escolher um dos compatriotas para ser executado ali mesmo no pátio de Montluc.

Um dos sargentos, auxiliar de Elsa, aproximou-se rapidamente e fez um sinal para que ela fosse até ele. A capitã ficou muito irritada com a presença do homem, mas deixou Regina de lado para ouvir o que ele tinha a dizer.

- O que você quer, sargento? Estou no meio de uma execução!

- Chegou um telegrama de Paris, capitã... - ele tinha a voz tensa e grave. Elsa olhou-o com desconfiança e esperou que ele dissesse o conteúdo da mensagem - ... O general Swanchkopf acabou de comunicar que a coronel Schneesturm está a caminho de Lyon.

- O quê?! - a voz de Elsa saiu baixa e contorcendo o rosto em ira ela arregalou os olhos - O que essa mulher vem fazer aqui?!

- O general não deu mais explicações, senhora.

- Era só o que me faltava! - começou a gesticular enquanto falava demonstrando seu nervosismo - Logo agora que conseguimos capturar Moulin!... Se Ingrid chegar aqui impondo suas práticas eu não consigo levar adiante minhas pesquisas! Eu preciso enviar mensagem a Berlim, o Führer precisa explicar isso!...

- O que devo fazer, capitã?

- Eu termino com os prisioneiros e logo em seguida estarei no meu escritório... Pode ir... - ela olhou para baixo, cerrou os punhos e praguejou - Die Frau ist ein Dämon!

Elsa virou-se de uma vez. Estava cega de ódio. Avançou para o grupo de prisioneiros enfileirados e dirigiu-se à Regina que destacava-se deles.

- Não precisa escolher ninguém, Regina! - ela gritou - Hoje não... - sem olhar para onde mirava, pegou sua própria arma e atirou na cabeça do homem mais próximo dela na fileira saindo a passos largos enfurecida.

           

            ***

           

Na noite em que Emma escapou da prisão, Ingrid permaneceu no prédio até que o general Swnchkopf fosse embora. Ela ficara na sala dele analisando algumas listas de prisioneiros que haviam sido direcionados para as mãos de Elsa em Montluc. Mais cedo a coronel havia solicitado ao cunhado um oficial maior para que a acompanhasse em Lyon alegando não confiar em Elsa. Ingrid era bem direta nas suas convicções, realmente, e não escondia que não gostava da torturadora, nem mesmo para o general. Para sua sorte e sorte de Emma, Swanchkopf indicou Kristoff para ir com ela - na verdade, o general aliava o útil ao agradável, pois sabia da desconfiança de Hook sobre o outro major, assim, neutralizava as ações de Kristoff em Paris.

Ela havia combinado tudo com o cúmplice da sobrinha em quinze minutos de conversa e quando as luzes dos porões da Gestapo se apagaram, Emma foi solta e levada para o carro da coronel.

Ingrid preparou aquela mala lá dentro da Gestapo mesmo, pois suas bagagens ainda estavam no Mercedes, então não teve dificuldades de arranjar um uniforme extra para Emma e mais armas caso precisassem. Depois foi só esperar e ir até o carro para sair dali levando a sobrinha e o major.

- Bem, garotos, tenham calma que em alguns minutos poderão tirar essa coisa de cima de vocês. - ela deixou a mala no banco do passageiro e conversou com seus caronas olhando para frente e observando todos os soldados que vigiavam o lugar.

Passar pelos portões da Gestapo com volumes estranhos no banco de trás seria um pouco difícil, os sentinelas do prédio indagariam o que era aquilo.

- Tem alguma bagagem extra, coronel?

- Não é da sua conta! - disse depois de exibir as credenciais da SS alemã. Sorriu e continuou - São equipamentos de tortura para Montluc. Gostaria de experimentar? -

Diante daquela resposta e a postura amedrontadora de Ingrid, a cancela foi levantada e o Mercedes seguiu para fora da Gestapo.

Ela sabia onde Kristoff morava, pois havia visto em seus registros e não era coisa que se perguntasse dentro da Gestapo ou atrairia atenção demais. Assim, ela seguiu rápido para o prédio da Place de la Concorde. Quando estacionou olhou com atenção ao redor para certificar-se que não havia nada suspeito que pudesse deletá-los ali.

- Estamos parados em frente ao seu prédio, Kristoff. Não há ninguém na rua. Tem  uma mala aqui no banco da frente. Assim que Emma entrar você pode pegá-la... Eu ainda estava no gabinete do general quando ele recebeu um comunicado de Lyon. Elsa está vindo a Paris, creio que não gostou da notícia da minha chegada. - ela riu, pausou, suspirou - Emma, tome cuidado, minha querida, assim que sair desse carro não poderá contar comigo outra vez. Para a segurança de Kristoff, forjei sua ida para Montluc antes de mim e somente na hora do almoço é que darão por sua falta na cela... Eu pedi que Swanchkopf acompanhe-me num passeio por Paris e não vai estar na Gestapo tão cedo! - sentiu-se tristonha, pois sabia que se fosse descoberta talvez não pudesse ver a sobrinha novamente - Vocês terão essa madrugada toda e boa parte da manhã para agirem. Eu não sei o que vão fazer, mas tenham cuidado, por favor! Tentem aproveitar o tempo que Elsa ficará fora de Lyon. Eu irei assim que puder e não quero encontrá-los lá, ouviram bem?!

- Sim, senhora. - ouviu Kristoff e viu quando Emma abriu o Mercedes. A sobrinha ainda parou por um momento e olhou Ingrid pelo retrovisor.

- Obrigada, tia Ingrid. - a coronel sorriu calmamente, seu coração era tomado pelo medo. Esperou que os dois sumissem pela porta do prédio e ligou o automóvel. Foi direto para o Hôtel Meurice, onde os oficiais nazistas estavam hospedados e, muito provavelmente, veria a capitã Elsa por lá em pouco tempo. Sabia que a médica também não nutria bons sentimentos por ela, mas isso não importava. Foi direto para seu quarto e teve uma boa noite de sono para aguentar a turbulência que poderia vir no dia seguinte.

           

            ***

           

Elsa abandonou a ideia de ir para Paris de trem e usou o próprio automóvel para isso levando consigo mais dois soldados. Deixou os seus dois sargentos no comando de Lyon e, para tentar contornar a situação junto ao general, deu ordens para que acatassem qualquer comunicado que viesse de Paris.

Abandonou a desconfiança que aquilo seria uma represália por ter detido Emma e a entregado ao pai nas condições em que estava. A ordem veio de Berlim, então, veio de Hitler, mas ela não compreendia, pois teria sido o próprio a dar-lhe carta branca para agir em Lyon como ela achasse melhor. Agora tinha um olho inimigo sobre ela - Ingrid - a mulher nunca gostou dela e, de modo pessoal, era tia de Emma. A coronel possuía vários motivos para reprovar suas medidas no comando da prisão.

Quando Elsa chegou em paris foi direto para a sede da Gestapo. Era quase hora do almoço, mas o general não estava lá e foi informada que ele havia saído com a coronel. Então, esperou. Quis ver onde Emma estava presa, mas deixaria para depois, assim que resolvesse com Ingrid como a rotina de Montluc seguiria com a presença dela lá. Foi levada por um sargento até o escritório do general para aguardar sua volta.

Não demorou muito para que seus superiores entrassem pela porta em uma conversa animada sobre os trabalhos no campo de Auschwitz. Elsa prontamente se levantou e saudou os dois.

- Heil Hitler!

O general sorriu ao vê-la. Ingrid olhou-a com desconfiança, mas também a cumprimentou no mesmo tom formal.

- Como vai, Elsa? - perguntou o general.

- Muito bem, general Swan. - olhou para Ingrid, mas não conseguiu deixar sua ironia de lado - Recebi a mensagem de sua vinda, coronel... O que houve em Berlim para mandá-la para cá?

- Em Berlim nada de especial, capitã. - respondeu Ingrid no mesmo tom - Já em Lyon, eu terei que ver com meus próprios olhos.

O general percebeu a tensão naquele diálogo.

- Senhoras, por favor. Vamos nos sentar e conversar. - sentou-se em sua mesa e apontou as poltronas para que elas fizessem o mesmo - Poderemos resolver as coisas de forma amigável no almoço, o que acham?

- Senhor, as notícias que tenho de Lyon são as melhores. - disse Elsa sentando-se - Jean Moulin foi capturado e será levado para Montluc... Bem, acredito que uma hora dessas já esteja em uma de nossas celas.

- Isso é uma excelente notícia, Elsa! - exclamou o general acendendo um cigarro. Ofereceu para as duas, mas elas recusaram.

- Pretende voltar para Lyon hoje ainda, capitã?

- Assim que entendermos que papel a senhora terá em Montluc, coronel.

- Ora, Elsa! - disse Ingrid indignada - Veio questionar uma ordem do Führer?! Acredito que Swanchkopf foi claro na mensagem... - olhou para o general - Eu fui mandada a Lyon para inspecionar o que é feito lá!

- Acredito que não há muito a ser feito em Lyon, coronel... - Elsa tentava manter a calma, mas era evidente seu descontrole no tremor de sua voz - ... Eu tenho controle sobre todo o prédio e minhas pesquisas são de responsabilidade minha apenas. Os prisioneiros recebem o tratamento devido e qualquer problema que aconteça é resolvido da melhor forma que nosso sistema exige.

- Isso inclui aprisionar e torturar uma oficial do seu próprio exército?

- Ingrid... - diante da pergunta da coronel, o general já previa onde aquela conversa chegaria - ... Elsa foi obrigada a deter Emma.

- Eu não questiono seus procedimentos quanto aos judeus e aos rebeldes franceses, capitã, mas violência contra um oficial nazista é uma infração grave, não acha? - Ingrid mantinha serenidade nas palavras e com isso ganhava a benevolência do general, além disso, ela sabia que em um momento de tensão maior ele penderia pra seu lado dada a influência junto Hitler que ela tinha. Elsa tinha prestigio pela profissão, mas Ingrid tinha mais do que admiração profissional do Führer.

- Eu gostaria de compreender onde essa conversa vai chegar, general? - Elsa dirigiu-se para Swan que viu-se numa situação bem delicada.

- Creio que podemos discutir isso no almoço. O que acham? - ele insistia para que aquele diálogo terminasse.

- Como quiser, Swan. - respondeu Ingrid levantando-se.

- Eu gostaria de ver como Emma está, general... - Elsa também levantou-se e sua frase deixou o coração de Ingrid em alerta.

- Claro, mas depois do almoço... - sua cunhada agradeceu por ser um homem de grande apetite. Era evidente que o general estava faminto e não abriria mão de mais tempo para saciar seu estômago. - ... Por favor... - disse ele indicando a porta.

Os três caminharam pelo corredor em direção ao refeitório dos oficiais e pelo caminho encontraram Hook. O major apresentou-se para a capitã Elsa e cumprimentou a coronel. Ele voltava de mais uma investida aos guetos e esconderijos de Paris onde poderia encontrar mais judeus e franceses revoltosos. O general o convidou para almoçarem juntos e o major juntou-se a eles. Um viveiro de serpentes, certamente, mas uma delas tinha algo a esconder e preocupar-se caso Kristoff ou Emma fossem mencionados.

O almoço seguiu com as histórias de Hook. Ele gabava-se de ter matado muitas pessoas durante aquela semana e até pediu autorização do general para visitar os campos de trabalhos alemães como uma oportunidade de observar as práticas das equipes nazistas.

- Eu só tenho a prática das ruas.

- Claro, Hook. É possível que um trem parta de Paris em alguns dias. Tem minha permissão, afinal, é um bom soldado e pode aprender mais nessa viagem.

- O que é isso no seu rosto, major? - indagou Ingrid vendo um arranhão não muito pequeno no rosto de Hook.

- Acidentes de trabalho, coronel, nada muito sério...

- Parece inflamado. - comentou Elsa.

- Vocês médicos não perdem a postura nem mesmo quando estão comendo, não é? - riu Swan diante das observações das duas médicas na mesa do almoço.

Elas sorriram. Um sorriso obscuro que escondia mais do que deveriam mostrar. O major media as duas mulheres em cada atitude e fala. Ele percebeu que o clima naquela mesa não era amistoso e sentiu o general numa situação desconfortável. DE um lado a capitã que prendeu sua filha e de outro a cunhada dileta de Hitler.

- Como Emma está, general? - a pergunta de Hook era cheia de más intenções. Ele gostaria de retirar de seus superiores alguma animosidade que perturbasse o almoço.

- Bem... Aparentemente bem. Pensei que tinha passado por lá... - o general tentava deter-se num pedaço de carne e ignorar a malícia de Hook

- Talvez mais tarde. Não gostaria de vê-la naquela situação... - sorriu e virou-se para Ingrid - Já foi até a cela de Emma, coronel?

- Foi a primeira coisa que fiz quando cheguei, major... - disse ela sem olhá-lo - ... Sugiro que mantenha a sua boca concentrada na comida se não quiser fazer companhia para ela na cela ao lado.

- Ingrid, o major Kristoff já deu notícias de sua chegada em Lyon?

- Ainda não, Swan... - disse Ingrid em tom despreocupado.

A pergunta do general queria desviar a tensão da irritação da cunhada, mas causou mais agitação naquela mesa e ele então, percebeu que seu almoço seria bem indigesto.

- Como?! - exclamou Elsa - Quem foi para Lyon?

- Um major sob ordens de Ingrid para inspecionar suas acomodações antes dela chegar... - disse Swan naturalmente - ... Algum problema?

- Teria recebido a notícia você mesma, capitã, mas resolveu vir me receber pessoalmente aqui, então... Foi um desencontro infortúnio, não é? - a ironia de Ingrid arrancou o olhar mais raivoso que Elsa poderia lançar sobre ela, mas a capitã sabia que se perdesse o compostura naquela mesa poderia também perder o controle sob Montluc. Então, ela se calou.

Quando, enfim, o almoço terminou, parecia que todos eles haviam saído de uma batalha tamanha a tensão nervosa que se estendeu durante a refeição. Os diálogos ácidos e ameaças veladas. Um viveiro de serpentes, certamente, mas uma delas tinha preparar-se para o que estaria por vir. Elsa dirigiu-se ao general enquanto saíam do refeitório.

- Gostaria de ver Emma, general Swan. Mesmo que tenha acontecido aquilo tudo em Lyon, eu tenho um carinho grande por Emma.

- Eu sei, Elsa. Ela não ficará contente, isso é certo, mas vamos até lá... - olhou para a cunhada - Venha, Ingrid... Talvez na sua presença Emma seja cordial com a capitã Königin.

- Ela precisa ser? - a coronel estava sendo irônica novamente, mas agora seu coração começou a acelerar com a iminência da descoberta da fuga da sobrinha. Hook deveria partir para outra incursão nos arredores da cidade, mas não perderia aquele espetáculo de conflito de interesses entre as duas loiras, então, ele seguiu junto com o grupo para a ala de celas individuais onde Emma estaria.

Seguiram por um curto corredor até que o general parou na porta da cela e o soldado saudou os oficiais.

- Ela já almoçou?

- Colocamos a comida faz uma hora, general.

- Abra. - Swan deu a ordem e o soldado obedeceu prontamente.

Quando a porta foi escancarada para trás. Hook avançou primeiro. Elsa ficou ao lado do general que estava boquiaberto e Ingrid logo atrás com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

- Estamos na cela certa? - perguntou Hook.

- Onde ela está? - gritou Swan olhando para o soldado que a essa altura já tinha palidez no rosto e gaguejava tentando compreender o que acontecia.

- Ela estava aí, senhor... Colocamos o café da manhã e o almoço normalmente...

- E não abriram a porta?! - o general continuava a gritar. Elsa olhava para Ingrid que a ignorava. Ambas também entraram na cela atrás de Swan. Ele virou-se para elas e seus olhos queimavam - Ingrid?!

- Não olhe para mim, Swan... Eu estive aqui ontem com você! - respondeu com um certo receio.

- Hook, pegue uma tropa e vasculhem os arredores... Ela não deve ter ido muito longe... - o major bateu continência e saiu apressadamente.

Swan saiu dali marchando. Suas botas ecoavam pelo corredor. Elsa e Ingrid, cada uma de um lado, iam junto dele no mesmo ritmo.

- General, acredita que ela tenha saído daqui sozinha? - perguntou Elsa.

Ele parou no meio do caminho. Olhou para ela e depois para Ingrid.

- Kristoff...

- Mas ele está em Lyon, Swan... - argumentou Ingrid - Eu mesma o vi partir ontem à noite levando minhas instruções...

- E levando Emma com ele! - gritou Elsa - ... Ela está com ele, general!

O general rumou para a sala de comunicações. Lá haveria de ter notícias de Lyon para certificar-se que Kristoff estava cumprindo as ordens da coronel. Deixou Elsa e Ingrid para trás mandando que elas o aguardassem no seu escritório.

As duas foram em silêncio. Ingrid agora respirava mais calma, o surto de Swan não estendeu-se diretamente à ela, pelo menos, naquele momento. Sentia uma profunda satisfação por desestabilizar a capitã ao seu lado. Elsa estava calada, com raiva. Sua vontade era acusar Ingrid, mas ainda não tinha provas. Na sua mente tinha certeza que a hora de desmascarar a coronel pelo sumiço de Emma viria e seria a sua hora de vingar-se. Entraram no escritório do general ainda em silêncio e aguardaram a volta dele. Sentaram-se uma de frente para a outra, mas não se olharam. Até que Elsa começou.

- Isso é obra sua, Schneesturm. Você mandou soltou Emma.

- Desculpe, capitã, não compreendi...

- Você soltou Emma e agora ela foi pra Lyon. - Elsa inclinou-se para frente na poltrona e Ingrid recostou na dela cruzando as pernas em posição confortável.

- Elsa, querida, está descontrolada... - sorriu.

- Esse major que foi para lá... Ele levou Emma, não é?

- Elsa, creio que deva se acalmar e deixar essas acusações de lado.

- Aqui o general não é seu cunhado, ele é seu superior e cumprirá o protocolo em caso de traição.

- Ah... - Ingrid ergueu as sobrancelhas e sorriu - ... Então devo lembrar que coibir um superior e torturá-lo é crime passível de execução, caso o processo seja bem conduzido.

- Emma invadiu a prisão para soltar uma rebelde, Ingrid. Ela estava disfarçada, não estava fardada e nem usando suas credenciais.

Ingrid inclinou-se na poltrona na mesma posição ameaçadora de Elsa.

- Eu disse que um processo bem conduzido pode ser frutífero, querida. Só isso.

Swan abriu a porta com brutalidade fazendo com que batesse na parede. Entrou marchando enfurecido e aos gritos.

- Não temos comunicação com Lyon. - as duas se levantaram e encararam o general - Vocês duas vão partir para lá imediatamente e verificar o que esta acontecendo.

- Senhor, precisamos averiguar quem ajudou Emma nessa fuga...

- A sua obrigação era estar em Montluc, capitã Elsa! - o general foi severo nas palavras - Não devia ter vindo questionar as ordens da Gestapo!... Se Emma está em Lyon precisa ser trazida de volta. Se Kristoff está metido nisso pagará pelo erro... - olhou para a janela e novamente para a coronel - Ingrid, você assume o comando a partir de agora. Elsa, vá logo recrutar os soldados que precisar para voltar... - a capitã não disse nenhuma palavra e saiu, mas não deixando escapar sua insatisfação estampada no rubor de seu rosto - Ingrid... - chamou Swan antes que a cunhada saísse - ... Espero que não tenha nada a ver com isso...

- Claro que não, general! Eu não gostaria de ver minha sobrinha à solta pronta para levar um tiro... Mesmo presa seria melhor ela permanecer aqui. - ela saudou o general e saiu da sala fechado a porta.

Dois jipes. Duas unidades militares levando uma capitã e uma coronel, cada uma em um jipe com mais três soldados munidos para um combate. A velocidade que partiram deixava Paris distante em fração de segundos. Não demoraria tanto para chegar a Lyon. Elsa e Ingrid não trocaram nenhuma palavra quando partiram. Agora, uma em cada carro, estavam pensativas sobre as medidas que tomariam quando chegassem na prisão.

Ingrid esperava não encontrar nem Kristoff nem Emma dentro de Montluc quando chegasse. Quando os deixou naquela noite, ela sabia que a situação estaria caminhando para aquele momento em que se encontrava agora. Caso os dois estivessem por lá, não saberia como agir tendo Elsa ao seu lado e, nesse caso, coberta de razão e de argumentos que poderiam reverter a situação contra ela própria.

Elsa estava com raiva. Muita raiva. Porém, com uma ponta de satisfação. Seria a deixa para acabar de vez com a felicidade de Emma. Queria chegar a tempo de pegá-la em flagrante e executar Regina na sua frente antes de mandá-la de volta a Berlim para ser julgada como traidora. Ingrid seria sua sobremesa, a coronel estaria cercada por todos os lados e não faltariam testemunhas para entregar sua traição ao general Swan. Seriam várias vitórias num mesmo dia.

Ao se aproximarem de Montluc já dentro da cidade de Lyon, um dos soldados colocou o fuzil para o alto e deu dois tiros. De longe as sentinelas da prisão avistaram o movimento das duas unidades e ativaram o alarme do lugar. As sirenes ecoaram por toda a extensão de Montluc e deixaram os soldados a postos para qualquer problema.

O jipe de Elsa parou na frente diante da cancela do portão principal e ouviram tiros vindos do interior do presídio.

- Tem alguma coisa errada lá dentro... - ela olhava ao redor e ouvia mais tiros.

De repente, Ingrid, no jipe logo atrás, ouvindo os tiros percebeu que um Mercedes preto saía a toda velocidade arrebentando o portão secundário. Elsa também viu aquilo e deu ordens para o motorista seguir o carro e, sobretudo:

- Atirem para matar!

Um de seus soldados fez sinal para o motorista do jipe de Ingrid e as duas unidades saíram ao encalço do Mercedes preto que ia soltando fumaça e rateando pelas ruas de Lyon.

As pessoas pelas ruas observavam a perseguição que iniciava. Haviam dois carros nazistas perseguindo um Mercedes também nazista. De longe não fazia muito sentido, mas para duas loiras dentro dos jipes era só o que importava.

Mesmo aos solavancos os soldados conseguiam apontar suas armas e atirar no Mercedes que, incrivelmente, distanciava-se dos jipes mesmo com tantos danos que aparentava ter.

- Você precisa conseguir, Kristoff! - Ingrid resmungava aquilo baixinho enquanto via o jipe de Elsa um pouco mais à frente cravejando o Mercedes com balas de fuzil. Ela fechou os olhos ao ver que o vidro da traseira do Mercedes havia sido atingido.

Duas quadras adiante Elsa percebeu que as ruas se estreitavam.

- O que está acontecendo?

- Estão tentando nos despistar, senhora. - informou o motorista.

- Quero as pessoas daquele Mercedes vivas, entenderam?! Acabem com o carro, mas quero todos eles vivos!

A ordem era clara, mas ela não poderia dominar as ações que vieram depois.

O motorista freou bruscamente e ouviram os pneus deslizando pelo chão enquanto poeira e fumaça subia. Logo o jipe de Ingrid parou da mesma forma ao lado deles. Pararam rentes à uma escadaria no final da rua onde perseguiam o Mercedes.         O carro havia voado por aquela escada deixando peças pelo caminho, mas perdendo um pouco da velocidade. Todos desceram do jipe já ouvindo Elsa esbravejar.

- Ficaram loucos! Como eles podem escapar assim?! - Ingrid vinha logo atrás dela - ... Existe outro caminho?

- Mesmo que tenha acredito que é tarde para alcançá-los, querida.

- A culpa é sua, Ingrid! - apontou para a coronel ainda aos gritos - Eu perdi Emma e uma prisioneira por sua culpa!

- Regina, capitã. O nome da prisioneira é Regina.

- Você sabia?! - Elsa olhava para Ingrid com espanto, mas não perdeu sua arrogância - Não esperaria muito de uma mulher que só tem a posição alta no exército por ter agradado Hitler na cama e nada mais.

- Soldado. - Ingrid olhou para o soldado mais próximo - Prendam a capitã Königin.

- O quê?! Você não pode me prender!

- Ah, eu posso... Capitã Elsa Königin está presa por agredir um oficial superior verbalmente. Presa por negligenciar dependências do regime sob sua responsabilidade. Presa por deixar escapar uma prisioneira que tinha valor político para a Gestapo. Presa por colocar em risco a vida da filha de um superior... - olhou para Elsa com o seu ar irônico particular - ... Esqueci alguma coisa?... Ah, verdade... Eu faço parte da comissão que julga crimes cometidos por soldados em campo, então, foi o que eu disse, querida... Um processo bem conduzido pode ser frutífero!

Os soldados renderam Elsa. Retiraram sua arma e a colocaram em um dos jipes sob escolta. Ingrid continuou parada olhando para o caminho que o Mercedes havia tomado. Estava aliviada por ter a sobrinha em segurança, longe do pai e longe de Elsa.

- ... Você poderia ter se dado muito bem, Elsa... - sussurrou pensativa - ... Apenas esqueceu de seguir um princípio básico: hierarquia.


Notas Finais


Tia Ingrid mandou bem?! Acho que sim, né?! rsrsrs

Bom, no próximo Emma já estará de volta à França

Vejo vocês no cap 37

Até mais! Bjusss


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