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História La Guerre pour toi - Moulin Rouge


Escrita por: Elis_Giuliacci

Notas do Autor


Voltei rapidinho porque estou agitada com essa parte da história...

Música : El tango de Roxanne - Play no texto (>)
*** O link do Youtube está nas notas finais. Corre lá antes! =P

Boa leitura!

Capítulo 5 - Moulin Rouge


— Café de Flore! Emma, sua estúpida!

Eu gritei tão alto que assustei até o gato que estava do lado de fora da janela da cozinha e ele foi minha companhia durante todo o tempo que fiquei estudando minha missão. Já eram quase três horas. A revelação de que Regina era uma espiã francesa deixou-me tão atordoada que nem me lembrei do que combinamos no dia anterior. Eu não perderia a chance de confrontá-la depois de tudo que vi naquela pasta e se eu não me apressasse não chegaria a tempo.

O que vestir? Algo que seduzisse Regina? Acho que não seria necessário. Ela não estava interessada nisso. Enfim, que mal haveria brincar um pouco com aquela mentirosa francesa? Coloquei um vestido de veludo azul de mangas curtas, luvas, meus saltos, chapéu de aba grande com uma fita de cetim larga, acentuei o ondulado de meus longos loiros e o perfume também. Pérolas no pescoço e uma maquiagem mais marcada. Pois bem, se ela queria brincar de Rita Hayworth, eu seria sua Lana Turner. Na Alemanha não tínhamos acesso ao cinema norte-americano, isso seria blasfêmia contra nosso país, mas eu podia desfrutar de algumas regalias secretas sendo major, filha de um general de Hitler e tendo Elsa como amante quando nos era conveniente - aquelas patentes serviam para alguma coisa interessante afinal!

Saí apressada do prédio, mas tive tempo de olhar para Luis XIV imponente e lançar-lhe um sorriso irônico - em alguns minutos eu estaria frente a frente com sua espiã e ela estaria perdida - do alto daquele cavalo o Rei Sol não tinha noção do galope que meu coração encontrava-se. Caminhei rapidamente equilibrando-me nos saltos pela Croix des Petits Champs e passando por vários cafés, bistrôs, ateliers de artistas, lojas de roupas, jóias e perfumes - uma rua mais movimentada que o normal, mas não tive tempo para observar melhor, talvez quando voltasse. Eu estava muito ansiosa para esperar por Regina, porém, não deixaria que ela me visse quando chegasse ao Café de Flore, eu ficaria nos arredores do lugar para observá-la antes de qualquer contato.

Quando atravessava a Rivoli avistei um carro da Gestapo e me virei depressa. O coração gelou e só aí que fui me dar conta que eu mesma poderia estar sendo seguida por Kristoff ou até mesmo pela morena. Andei mais rápido e cheguei no cruzamento do boulevard Saint-Germain com a Rue Saint-Benoît. Lá estava o Café de Flore com algumas pessoas nas mesas da calçada, caminhei em sentido contrário do outro lado da rua e permaneci ali de pé de modo que algumas árvores impediam a visão de frente e às minhas costas outra árvore cobria-me a retaguarda - encostei-me ali e observei.

Quatro horas da tarde. Uma tropa nazista cortou a rua secamente. Observei as continências e o medo, a raiva reprimida.

Quatro e meia da tarde. Afastei-me um pouco mais daquela esquina. As pessoas iam e vinham.

Cinco horas da tarde. Regina não apareceu. Eu fui bastante cuidadosa, ninguém passou por mim sem ser observado com atenção, seja pessoas, carros e oficiais. Ninguém.

Já estava há muito perdendo o meu precioso tempo esperando uma mulher que logrou-me mais uma vez. Respirei fundo na tentativa de engolir com mais facilidade a frustração e a raiva. Comecei a caminhar para a casa sem deixar a atenção ao meu redor - um grupo de atores, jovens franceses com suas boinas e cachecóis displicentes passavam por mim - um deles cumprimentou-me com um sorriso - um possível valete do meu castelo, assim marquei seus traços faciais.

Luis XIV observava-me de longe quando cheguei até a Place des Victoires. Rei insolente e curioso. Fiquei próxima da estátua e olhei para ela com a cabeça inclinada - ele saberia se a espiã morena tivesse passado por ali. Realmente minha sanidade estava debilitada tão grande a raiva que sentia da dama de copas. Baixei os olhos e já ia virando-me para alcançar a calçada do meu prédio quando vi aquela figura. Regina. Estava parada do lado oposto ao meu, usava um trench-coach cáqui que cobria-lhe até os joelhos, mãos no bolso e um leve sorriso irônico no canto dos lábios. Quando teve certeza de que eu a enxergara deu as costas e caminhou depressa por uma rua estreita que desembocava na praça. Eu nem me dei conta do que estava fazendo. Parti em seu encalço.

Ridículo. Somente assim eu poderia definir o que acontecia - eu não poderia correr atrás dela - chamaria a atenção da polícia francesa ou do exército nazista - uma perseguição que causaria um choque bélico. Seguíamos pela Notre-Dame des Victoires, eu não tinha dúvidas de que ela divertia-se com aquela caçada, vez ou outra olhava sobre os ombros e eu sentia, mesmo que de longe, seu sorriso. Compreendi que Regina estava levando-me para a boêmia Paris quando passei pelo Palais Brongniart. Entramos na Rue Montmartre — mais cafés, restaurantes, arte - eu começava a cansar daquela perseguição, não fisicamente, poderia correr quilômetros sem me cansar, mas a fadiga mental começava a incomodar-me. Eu poderia resolver aquilo simplesmente dando voz de prisão e chamando por algum oficial fardado. Não, Emma. A dama de copas era minha e eu não abriria mão de pegá-la. Naquela tarde eu seria a caçadora. E caçá-la em meio a tantas pessoas era difícil - parava com alguns artistas nas portas dos teatros e cumprimentava pessoas - senti que eles gostariam que ela permanecesse entre eles, mas nós duas sabíamos que naquela ocasião seria impossível.

Mais alguns minutos de perseguição ela foi desacelerando seu passo e acompanhei seu ritmo, cada movimento. Parou na Place Saint Georges. Olhou para todos os lados e virou de repente para trás de forma que eu não pude esquivar-me daquela investida. Porém Regina nada fez, não moveu sequer um músculo em minha direção, ao invés disso ela sorriu - um riso debochado e convidativo. Atravessou a praça a passos largos e eu continuei logo atrás. Só depois que entramos na Rue Pierre Fontaine é que meus sentidos voltaram um pouco ao normal e eu consegui raciocinar para onde ela estava indo e queria também que eu fosse. O Moulin Rouge.

Carros da Gestapo estavam estacionados ao longo da rua em frente ao cabaré. Imaginei que todos oficiais, inclusive até meu pai, estivessem ali dentro. Eu vi Regina na porta do Moulin Rouge. Ela ainda parou e olhou-me do outro lado da rua - sorriu novamente e entrou.

Olhei demoradamente para aquele moinho vermelho girando ao sabor da brisa fria que começava a dissipar as pessoas menos empolgadas. Avaliei todas as possibilidades de acontecer algo muito desastroso se caso eu decidisse entrar no Moulin Rouge.

Entrei.

Aquele lugar luxuoso não tinha mais nenhum resquício do incêndio de anos atrás. Gente alegre, bebida e fornicação à vontade. Nem parecia que do lado de fora havia uma guerra, a não ser pela mesa maior do salão que acomodava homens fardados exibindo suas altas patentes nos ombros. Tomei cuidado para não me aproximar deles e sentei-me em um canto, uma mesa pequena para duas pessoas. O palco colorido chamava atenção de todos e as bailarinas exibindo belos corpos não deixariam que eu fosse notada, além delas eram poucas mulheres pelo salão.

— Pensei que havia desistido da sua perseguição, major Swan!

Meu coração assumiu o ritmo da balada espanhola que tocava no cabaré. Aquele hálito quente tomou conta do meu ouvido fazendo um choque eletrizante descer pelas minhas entranhas. Rapidamente Regina deixou minhas costas para sentar-se comigo. Continuei olhando para ela como que em transe. Ela era irritante e atrevida. E tão linda e sedutora.

— Sabe que posso fazer com que não saia daqui livre, não é? - quis colocar autoridade nas palavras, mas tremi no final de cada uma delas. Ela apenas sorriu.

— Pensou mesmo que poderia enganar-me, Emma? - inclinou-se chegando mais perto do meu rosto - Não pode me prender. Não aqui. Veja. - apontou a mesa ao longe onde os alemães divertiam-se - Ali estão seus comandantes em um momento de lazer, aqui está você em um momento de completa desobediência. Mesmo que consiga que eu vá presa, sua carreira poderá perder o valor, não?

— Como sabe tanto a meu respeito? - eu estava realmente bem curiosa, Regina parecia não se importar com o que eu poderia fazer. Mas ela tinha controle daquela conversa. Estava certa.

— Não pense que só a SS tem os melhores espiões, minha querida. - ela olhou ao redor, sorriu e foi em frente - Eu estou em vantagem sobre você, mas vamos equilibrar isso. Se quiser saber mais sobre mim, continue sua perseguição. - ela levantou-se rapidamente e caminhou entre as tantas pessoas que aplaudiam um grupo de bailarinos e músicos de tango que começavam a se apresentar.

Novamente agindo por puro impulso eu livrei-me daquela cadeira onde estacara e fui atrás da morena. Não foi muito difícil identificá-la entre os convivas daquela luxúria que era o cabaré Moulin Rouge, ela andava apressada e contornou o salão de forma que também se esquivaria das vistas dos nazistas. Isso facilitou meu percurso até onde ela desaparecia em segundos - pela coxia ao lado do palco. Ali alguns artistas transitavam, mas na pressa para que o espetáculo tivesse sucesso eles pouco prestavam atenção em quem caminhava entre eles.

Andei devagar por aquele corredor repleto de fantasias, caixas, máscaras, móveis. Um camarim estava aberto e algumas bailarinas sorriram quando passei pela porta. Mais adiante vi um músico carregando seu acordeão. Dois braços puxaram-me para dentro de um cômodo.

Ela jogou-me no divã daquele camarim e trancou a porta - Regina sabia certificar-se em não ser incomodada. Na verdade não era um camarim, parecia mais um depósito de quinquilharias - de fantasias a cenários.

A morena deitou-se sobre mim. Não tive tempo de tentar alguma reação, ela não me deixou mover daquela posição vulnerável. O coração batia forte, muito forte. Eu sentia-o com a mesma intensidade com que sentira aquela dentada. Sem cerimônia ela cravou seus dentes no meu pescoço. Soltei uma lufada de ar ao mesmo tempo em que ela soltou-se e me encarou - vi seus olhos castanhos queimando a hipnotizar-me. Lá fora um tango começava a ecoar pelos corredores chegando os meus ouvidos, mas a bailarina que me levaria para uma dança alucinante estava bem ali. 

 Enfiou-se pelos meus cachos loiros enquanto a boca resvalava no meu ouvido. Suas mãos subiram meu vestido e afastou-me as coxas imobilizando-me com o peso de seu corpo.

Abriu todos os botões do meu vestido com urgência. Seus olhos vibravam enquanto observavam meu corpo. Ignorei qualquer pensamento de resistência, apenas fechei os olhos e senti o que aquela francesa era capaz de fazer.

(>) E ela atacou-me, forçando-me os lábios e penetrando-me a boca. Chupava-me a língua e sufocava-me. Acariciei-lhe o rosto e fui abrindo os olhos devagar encarando os olhos castanhos da minha predadora - ela também recuara seu ataque e agora olhava para mim com imposição, como se seus instintos estivessem no limite com o cheiro do meu sexo misturando-se ao dela. Movi as ancas timidamente e Regina, de imediato, forçou-se mais sobre mim.

Segurei-lhe o rosto, o polegar traçando a boca carnuda borrada do carmim venenoso. Eu precisava daqueles lábios perversos. Ergui-me um pouco tomei-lhe num beijo profundo. Prendi-lhe pela nuca e ela deixou-me continuar. Esperava por isso. Nos devoramos. Regina arrancou o seu próprio vestido de forma abrupta para que não parássemos aquele beijo insano, deitou-se sobre mim completamente. Mãos, seios, coxas. Mordeu-me o lábio e gemi de dor e tesão. Contemplou o filete de sangue e lambeu-o com a ponta da língua para voltar ao beijo interrompido.

Num instante nos víamos nuas naquele divã. Ela foi descendo, aos chupões, abocanhou um seio e o mamilo duro - apertava-o entre a língua e o céu da boca. Eu enlouquecia, agarrava seus cabelos negros e gemia com mais paixão e excitação. Foi descendo em chupões pelo meu corpo deixando um rastro de saliva na minha pele quente.

Mordeu-me a virilha e mais outra vez. Minha respiração faltava. Usou sua língua ágil para rodear-me o clitóris, depois com os lábios. Contorci-me em desespero e gritei seu nome quase em súplica. Um riso satisfeito e por fim mergulhou. Chupou-me o sexo molhado e pulsante, em êxtase perdi todos os meus sentidos ouvindo o tango retumbando ao ritmo da boca de Regina. Senti-me invadida de uma só vez e verguei o tronco gemendo mais alto. Com a mão livre, Regina arranhou-me as coxas, sentia a dor pulsar em prazer. A cada estocada eu tremia e agarrava-me à sua cabeça apertando-a entre minhas mãos até que ela mordeu-me o clitóris e, ainda com seus três dedos dentro de mim, explodi em gozo como se uma bomba tivesse me atirado ao mais alto dos céus.

Com a agilidade de uma leoa em caça, Regina ergueu-se sobre mim, virou-se de uma vez e, abaixando o corpo de quatro, fez com que eu sentisse o cheiro delicioso de seu sexo bem próximo às narinas, assim pude saborear o mel que escorria-lhe pelas pernas. Nossas bocas buscavam juntas a umidade que emanava de nós. Ouvi seus gemidos abafados enquanto mordia seu clitóris. Penetrei-a, primeiro a língua, depois coloquei-me dentro dela com a mesma selvageria. Mordi suas nádegas firmes que ritmavam o tango deixando-me louca.

Sugamo-nos com voracidade. Penetramo-nos até ao fundo. Prendi-lhe as ancas e senti suas coxas estremecerem. O jogo lancinante de mordidas e arranhões e estocadas mais fortes.

Gritei mais uma vez seu nome. Um orgasmo longo, desorientador. Voltei a desmanchar-me em um gozo esgotante. Aquela francesa deliciosa deixou-me tonta, desfaleci por segundos e quando dei por mim ela sentava-se sobre meu corpo em brasa.

Sorriu. Agarrou meu braço entrelaçando seus dedos molhados nos meus e lambeu um por um sentindo o próprio gosto. Levantou-se um pouco e, segurando meu dedos, foi colocando-os dentro de si ao mesmo tempo que fitava-me com luxúria mordendo os lábios.

Recuperei o fôlego assistindo aquela cena alucinante, ainda sentindo ondas de energia a pulsarem forte em mim. Sentada no meu punho firme, ela cavalgava. Queria sentir-se cheia, completamente penetrada. De repente lançou-me um olhar animalesco - com a outra mão agarrei seu seio apertando o bico rijo. Ouvi um choramingo doloroso transformar-se enlouquecido em meio aquele ritmo diabólico. Ela atingiu o orgasmo. Eu apreciei cada detalhe daquele corpo enrijecendo, estremecendo até se calar. Então baixou-se.

Permanecemos em demora num beijo molhado de orgasmos. Brincamos com nossas línguas procurando cada resquício de prazer deixado em nossas bocas. Respirávamos em desatino. Nossos corpos grudados de suor. Com o tempo senti uma brisa tímida bater na minha carne ainda quente. Tomei Regina num abraço carinhoso e ela entregou-se em completa exaustão.

O tango havia acabado.


Notas Finais


Música do capítulo
https://www.youtube.com/watch?v=ic4PQ-tnwJw

Rita Hayworth e Lana Turner são duas atrizes de Hollywood que fizeram sucesso nos anos 40/50/60. Caso queiram conferir a beleza e o talento de Rita assistam Gilda e, de Lana, assistam "O Destino bate à sua porta"

Talvez o próximo demore um pouco, pessoal!

Até lá! Bjusss


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