História La Magie Noire et L'amour - Décimo: Preocupações

Félix surtou. Após a morte de Brigdette, a França encontrara-se sem uma Ladybug para proteger o povo e Chat Noir não têm poderes para capturar as Borboletas Negras de Hawk Moth. Volpina, ou Sabrina, acabou sendo presa após a morte da irmã e seu Miraculous desapareceu. Tikki, por sua vez, acabou voltando para dentro da caixa de bijuterias enquanto Mestre Fu procurava uma nova heroína.

Desde aquele dia, Félix nunca mais ativou seu Miraculous. Jamais serei o Chat Noir de outra Ladybug. Pensou. Plagg tentava anima-lo, pois tinha um grande afeto pelo seu portador, mas era difícil. O que ele e Tikki tanto temiam acabou acontecendo e o gato preto não sabia como lidar.

 –Vamos, Félix! –o gato disse com um sorriso sem graça nos lábios, sentado no ombro do louro. –Está de noite, me ative e vamos andar por Paris!

 –Eu não mereço mais ser o Chat Noir, Plagg –Félix sussurrou com os olhos inchados de tanto chorar. Tinha uma expressão vazia no rosto e um olhar perdido, além de permanecer imóvel.

–Não fale isso, você sabe que foi o escolhido por uma razão. Talvez ainda não tenha descoberto ainda, mas sabe que somos uma ótima dupla!

–Dupla? Assim como eu era com a Ladybug? –droga, Plagg havia cutucado a ferida acidentalmente. –Me perdoe, Plagg. Mas eu realmente não vejo uma razão para continuar como Félix e como Chat Noir.

O gato arregalou os olhos, mas quando abriu a boca para resmungar algo, fora engolido pela escuridão. Retirando o anel delicadamente de seu dedo, Félix colocou o objeto dentro da mesma caixa onde o recebeu e guardou na gaveta.

Pediu desculpas mentalmente para Plagg, sabia como o gato havia sido um bom amigo para ele. Provavelmente o Guardião virá busca-lo quando sentir que o Miraculous está desativado e logo o Hawk Moth será preso, pois escutara seu irmão mais velho conversar com os guardas que “encontraram o esconderijo do grande vilão da França”.

Não havia mais porquê ser Chat Noir.

Não havia mais porquê ser o Félix.

E então, a notícia do suicídio do Segundo Príncipe Félix correu imediatamente por toda a França.

...Atualmente, no ano de 1803...

Adrien se encontrara aflito em sua casa, mal comeu a janta preparada por Nino, o que estranhou o moreno. Já se passara das 21 horas e Plagg ainda não dera notícias, começou a pensar no pior: e se Hawk Moth o capturou?

–Ei, o que houve? Está passando mal? –Nino perguntou, despertando seu amigo dos pensamentos pessimistas. –Você está pálido.

–Ah, não é nada. Estou bem, desculpa te preocupar. Estou pensando alto, apenas isso.

Nino fez que sim com a cabeça e levantou-se para lavar a louça. Conhecia Adrien o suficiente: sabia que ele estava escondendo algo, mas não adiantava perguntar pois não irá obter respostas.

O jovem loiro, ainda com a mente confusa, ajeitou a mesa e se retirou da cozinha para o quarto após despedir-se de Nino. Estava cansado, muito cansado. Pensar em Plagg no momento só lhe traria dor de cabeça. Amanhã bem cedo pensará em uma ideia para pegar seu Kwami de volta.

Porém seus pensamentos foram interrompidos quando adentrou o quarto e olhou para sua cama. Deu um pulo para trás e arregalou os olhos, num misto de alívio e surpresa. Plagg estava sentado no travesseiro e comendo queijo.

–Finalmente! –o gato resmungou, voando pelos ares após engolir todo o queijo de uma só vez. –Achei que ia dormir na sala com essa demora.

–Mas... –Adrien balançou a cabeça para os lados, fechando a porta atrás de si. Nino o acharia louco o vendo falar sozinho. –Seu gato de rua, onde você se meteu?! Sabe como eu fiquei preocupado?

–Muito gentil de sua parte, mas a culpa do meu sumiço é sua! Me deixou com fome naquela sua padaria.

–Eu espero que da próxima vez você não faça mais isso! E se alguém te visse? Francamente... –Adrien resmungou enquanto deitava em sua cama, virando para a parede.

–Me desculpe por ter preocupar, não farei isso novamente. Boa noite.

O loiro virou o rosto para encara o Kwami, mas foi em vão, ele já se encontrara deitado em cima do armário. Suspirando pesadamente, Adrien ergueu a sobrancelha em sinal de dúvida.

Plagg está estranho...

~X~

Na manhã bem cedo já havia uma pessoa Akumatizada. Desta vez, ele se chamara Faraó e estava transformando todos os cidadãos em múmia. Não demorou muito para que Ladybug entrasse em cena.

Como sempre, a joaninha permaneceu em uma distância segura enquanto Faraó não notava sua presença. Analisou cada detalhe de longe, até chegar a uma conclusão e plano: o objeto Akumatizado era seu colar, ele era grande e forte, porém devagar. Olhou para os lados e emburrou a cara.

–Onde esse gato preto de rua se meteu?

–Estou bem aqui, my lady –ele sussurrou atrás do ouvido de Ladybug, o que a fez estremecer e dar um pulo para trás, resmungando. –Você não acha que gato de rua é um apelido feio demais para um cavaleiro como eu?

–É exatamente por essas piadinhas sem graça que eu te chamo assim –ela respondeu ao cruzar os braços.

–E você sabe o que significa isso? –ele disse, apontando para o sino que havia preso em seu pescoço. Ladybug o encarou sem nada responder. –Vou entender seu silêncio como um não. My lady, antigamente, os gatos pretos eram vistos como animais de má sorte ou desobedientes ao seus donos. Por isso, os donos destes mesmos gatos colocavam um sino como coleira para ele deixar de ser um gato vadio.

Ele aproximou-se de Ladybug. Muito, muito próximo. A joaninha arregalou os olhos quando o nariz dele encostou-se ao seu, mas por permanecer petrificada não tinha forças para empurra-lo. Com um sorrio maroto nos lábios, ele disse:

–Eu não sou um gato vadio de rua. Eu sou um gato no qual meu coração pertence a uma dona, my lady.