História La Magie Noire et L'amour - Décimo Quarto: Notícias

A joaninha sentiu todo seu corpo fraquejar. Seus lábios se moviam, mas nenhum som era emitido. Casar? Ter filhos? Tão nova? É comum às mulheres casarem novas, até mesmo sua mãe casou-se... Mas isso definitivamente não estava em seus planos. Sempre quis casar por amor e não por questões políticas.

–E-Eu? Me casar? –a Rainha perguntou, ainda não acreditando. –Mas eu não tenho nenhum pretendente e mal tenho contato com homens!

–Acalme-se, Majestade –o Conselheiro de manto preto disse calmamente ao ver o desespero da mesma. –Sinto muito que a minha sugestão pareceu pressioná-la, não foi minha intenção. A decisão final é sempre sua.

Ladybug assentiu com a cabeça, voltando a respirar normalmente.

–Vossa Majestade pode organizar um baile com diversos pretendentes, para conhecê-los melhor antes de escolher um para casar-se –o Conselheiro de manto dourado disse. –Não precisa casar com um homem sem nunca ter visto o rosto dele antes. Temos muitos países como aliados, pode casar-se com um príncipe de reino vizinho.

–É claro que pode optar por não fazer nada disso –complementou o Conselheiro de manto azul. –Vossa Majestade não está sendo obrigada a nada, e saiba que todos nós iremos respeitar sua decisão. Porém, no momento em que nos encontramos, não temos nenhuma ideia em mente e deduzimos essa como única solução.

–Então, qual é seu decreto, Rainha Ladybug?

Ladybug fechou os olhos lentamente, digerindo tudo que acabara de escutar. Seus Conselheiros estavam repletos de razão, não havia mais nenhuma solução para derrotar Hawk Moth. Precisava que o seu povo confiasse plenamente em si, e não teria medo de casar-se sem amor para proteger seu país.

Respirando profundamente e levantando-se do trono, a jovem abriu seus olhos com um olhar determinado e decidido. Sem hesitar, ela se pôs em uma postura ereta e disse firmemente:

–Eu aceito casar-me. Vamos convocar os países vizinhos e organizar esse baile para o mais rápido possível.

~X~

O resto da reunião decorreu tranquilamente. Apenas tivera que assinar papéis burocráticos, debater sobre a economia do país e implantação de leis. Realmente, o assunto sobre o casamento fora o que mais lhe pegou desprevenida. Não demorou muito para que a notícia começou a correr pelo palácio, chegando aos ouvidos de sua amiga Alya.

–VOCÊ VAI MESMO CASAR? –a morena de vestido alaranjado entrou nos aposentos de Marinette, já usando roupas para dormir. Quando a azulada assentiu com a cabeça, Alya pulou em sua cama. –Você não pode estar falando sério!

–Ei, se acalme. Não é o fim do mundo...

–Mas é o fim do seu mundo! Não acredito que você também irá casar-se por questões políticas e não por amor...

–Eu também não estou feliz com isso, acredite Alya –ela sussurrou para sua amiga, que sorriu tristemente. –Mas não há outra solução, o meu país precisa de mim. Não medirei forças para conquistá-los.

–Vai abrir mão de sua felicidade?

Marinette abriu a boca para dizer algo, mas nenhum ruído saiu de seus lábios. Sentiu vontade de chorar, mas controlou. Por dentro, estava triste e desesperada com esse acontecimento. Encarou Alya e Tikki, que se encontrava no ombro de sua amiga. Com a garganta seca, ela apenas suspirou pesadamente como resposta, relaxando seus ombros.

–Não precisa manter sempre essa pose de Rainha Ladybug durona comigo, e você sabe disso –Alya sentou-se ao lado da amiga e apoiou sua cabeça no ombro da mesma. –Sempre te apoiarei.

Marinette sorriu tristemente, com seu coração quente pelo conforto de sua amiga e uma fria lágrima escorrendo em seu rosto, enquanto sussurrou:

–Obrigada.

~X~

O jovem Agreste já se encontrara acordado bem cedo, tomando seu café da manhã sem a menor pressa. Ao lado, Plagg devorava seu precioso queijo silenciosamente. Adrien nada comentou com seu Kwami, mas ele estava estranho desde o dia em que desapareceu na bolsa de Marinette.

–Plagg, vamos. Está na hora de abrir a loja.

–Já? Está cedo demais! –o pequeno felino resmungou. –O Nino nem acordou ainda, porque a pressa?

–Hoje é o dia da semana que mais temos clientes, sem contar que é o meu dia que abrir a loja. Nino chegará mais tarde. Vamos logo, se apresse.

O Kwami resmungou baixinho enquanto se escondia dentro da pequena boina do jovem loiro. E então, partiram em direção ao comércio de Paris.

Durante todo o trajeto, Adrien pôde perceber como a população estava agitada entre si, comentando sobre alguma notícia. Provavelmente eram boas novidades, quem sabe até, a prisão de Hawk Moth? Não, esse homem não seria pego repentinamente, principalmente depois de tantos anos lutando contra o reinado de Ladybug.

–O que está acontecendo? Essas pessoas estão cochichando tanto que meus ouvidos estão doendo –Plagg falou baixinho dentro de sua boina.

–Não sei o que se passa –ele respondeu discretamente, para que ninguém o achasse louco por falar sozinho. –Depois iremos saber, as notícias voam por aqui.

Ao chegar em frente a loja, Adrien retirou as chaves de seu bolso e rodou a maçaneta da porta, porém, antes que pudesse abri-la, seus olhos foram direcionados ao panfleto colado na parede ao lado. Atentamente, ele começou a ler silenciosamente cada palavra:

                        “Caro povo de Paris,

é com muita honra que nós, Conselheiros do Império Francês, viemos noticiar em primeira mão que, por livre e espontânea vontade, a Rainha Ladybug resolveu casar-se.

Vossa Majestade ainda não decidiu com qual Príncipe irá constituir sua família, e para isso, decidiu organizar um baile daqui a dois dias, no qual inúmeros representantes de outros reinos virão como pretendentes.

Nós, do Conselho e a Rainha Ladybug, pedimos desculpas pela notícia tão repentina e próxima da data. Tenham um bom dia,

ASS: Conselheiros do Império Francês.”

Adrien arregalou seus olhos e voltou a ler novamente o panfleto, na esperança que tivesse algum engano naquilo. Porém, a multidão ao seu redor eufórica e os inúmeros panfletos estando em cada esquina ou nas mãos da população o fez acordar para a realidade: Laybug irá se casar. A sua lady irá se casar.

Com outro.

Mesmo o beijando aquele dia.

Aquele beijo não havia significado nada para ela? Será que Ladybug estava apenas o testando naquele momento? Adrien sentiu seu sangue ferver e correr mais rápido pelas suas veias.

–Ei, o que houve? Adrien? Está me ouvindo? –Plagg chamou seu Guardião, porém, não houve nenhuma resposta do mesmo. –Está surdo? Hey, Adrien!

Ainda acordando de seu transe, o jovem Agreste cerrou os punhos fortemente e engoliu seco antes de dizer:

–Houve alguns problemas no Reino, nada demais, Plagg. Mas são coisas que eu definitivamente irei resolver.