História La Magie Noire et L'amour - Sexto: Trocadilhos

Quando Chat Noir achou que sua cabeça fosse ser pisoteada pelo Coração de Pedra, sentiu seu pé esquerdo ser amarrado a algo e logo em seguida ser arrastado fortemente. Ao abrir os olhos, vira que estava de ponta-cabeça e uma joaninha muito familiar havia lhe salvado com seu ioiô.

Abriu um grande sorriso como forma de agradecimento.

–My lady, já lhe disse que você deixa o meu mundo de cabeça para baixo... literalmente?

Esperava que Ladybug fosse emburrar a cara ou ignorar seu trocadilho, porém a mesma riu e respondeu de volta:

–Own, que romântico –ela riu novamente, complementando: –Tem que melhorar suas cantadas ou não irá me conquistar assim, Chat.

O gato negro ergueu a sobrancelha em sinal de surpresa com a resposta da joaninha, mas logo em seguida sorriu. Não demorou muito para que a super heroína vermelha o colocasse de volta no chão e ficasse ao seu lado.

–Você faz alguma ideia de onde pode estar o Akuma? Porque ele é feito todo de pedra –Chat Noir disse enquanto brincava com seu bastão de aço em mãos.

–Certeza eu não tenho... –Ladybug disse, pondo sua mão no queixo com uma expressão pensativa. –Mas você percebeu que ele não abre o punho direito? Talvez tenha alguma coisa ali dentro que seja o objeto.

–Sempre me surpreendendo com sua agilidade e inteligência, my lady –Chat Noir sussurrou enquanto aproximava seus rostos e fez um bico em sinal de que iria beija-la, mas a jovem ergueu o dedo indicador de sua mão e o afastou.

–Agradeço pelo elogio –ela disse e logo em seguida acariciou o queixo do garoto com a mesma mão, como se ele realmente fosse um felino. –Mas agora vamos, temos um inimigo para derrotar.

Chat, ainda com o rosto levemente ruborizado devido o toque de sua lady, sussurrou enquanto corria juntamente a ela em direção ao Coração de Pedra:

–Assim eu me apaixono ainda mais, Bugboo.

~X~

–Zerou! –os dois gritaram juntamente, socando os punhos.

Não tiveram tempo que trocar mais nenhuma palavra entre si, pois a população veio em direção a eles logo em seguida. Palavras que gratidão e admiração eram escutadas por ambos. A joaninha segurou uma criança no colo, que a encheu de beijos e abraços.

–Rainha Ladybug, o Chat Noir é o seu namorado? –uma criança que estava próxima a ela perguntou inocentemente.

–O que?! –ela perguntou num pulo, com o rosto tão avermelhado que as pessoas ao redor começaram a rir.

Vocês sabem a identidade um do outro? Como adquiriram seus poderes? Já tiveram um confronto frente a frente com o Hawk Moth? As inúmeras perguntas feitas de uma só vez fez a cabeça de Ladybug ficar confusa, a moça revirou os olhos e abriu os lábios em procura de resposta, mas nada obteve.

Segundos depois, saiu de seu transe ao sentir a mão de Chat Noir pousar sobre seu ombro. Ao virar o rosto, encarou o gato negro sorrir gentilmente para o povo e dizer em seguida:

–Não estamos juntos como um casal, infelizmente –ele piscou para sua lady, que emburrou a cara ao ouvir tais palavras ditas na frente de seu povo. Ele agachou-se em frente à criança que havia feito a primeira pergunta e, colocando a mão na cabeça da mesma, prosseguiu: –Somos uma grande dupla de heróis, somente isso. Mas não sabemos a identidade um do outro e acho melhor não sabermos por enquanto. E também nunca tivemos um confronto frente a frente com o Hawk Moth, mas quando esse dia chegar, vocês irão nos ver vencendo essa batalha.

A garotinha sorriu quando Chat terminou de completar sua frase e o abraçou, recebendo aplausos da população eufórica. Ladybug não pôde deixar de ficar boquiaberta: Chat Noir, quando quer, sabe ser um rapaz sério e dedicado.

Sorriu levemente. Havia gostando de ter visto esse lado dele.

Porém, o “bip bip” de seu brinco a fez despertar de volta para a realidade. A jovem despediu-se brevemente de seu povo e ergueu voo ao céu.

~X~

Chat correu apressadamente até sua casa e no instante que adentrou o cômodo, escutara seu anel apitar pela última vez e o seu Kwami saiu num pulo. E lá estava ele: Plagg. Preto com orelhas e rabo semelhantes a um gato, olhos verdes intensos e bastante preguiçoso.

–Aí, o meu corpinho está acabado! Sinto como se um cavalo tivesse passado em cima de mim! –o pequeno felino resmungou, virando de barriga para baixo no sofá e choramingando. –Eu estou com fome, quero o meu queijo!

–Aqui está o seu queijo fedorento –Adrien disse ao jogar um pedaço de queijo camembert ao pequeno gato, que engoliu o alimento de uma só vez. –Eu já devo estar com o cheiro ruim desse negócio. Coma logo isso para voltarmos à loja.

–O meu queijo é mais cheiroso que garotas! –Plagg disse ao cruzar os braços e flutuar no ar.

–Nunca! O seu queijo nunca será mais cheiroso do que a Ladybug –o jovem loiro suspirou e relaxou os ombros ao lembrar-se de sua lady.

–Nossa, que meloso, eca! Tão apaixonado e sua querida Ladybug nem lembra que salvou você uma vez.

–É claro que não se lembra! Eu nem tinha o meu Miraculous naquela época, ela só me conhece como Chat Noir.

Adrien sorriu levemente ao lembrar-se do dia em fora salvo por Ladybug... o dia em que apaixonou-se por Ladybug.

            Juntamente com Nino, o jovem loiro corria apressadamente para escapar dos ataques de Ilustrador do Mal, um rapaz que dava vida a todos seus desenhos.

            –Adrien, cuidado! –Nino gritou, mas fora tarde demais, um imenso tigre pulara em cima do loiro e o imobilizara por completo.

            Sentindo que viraria a comida do felino gigante, Adrien fechou os olhos com força. Suas mãos tremiam enquanto sentia o rugido do animal a centímetros do meu rosto. O medo lhe consumiu.

            –Não encoste um dedo nele, bichano!

            Uma voz feminina fez Adrien abrir novamente seus olhos e, quando percebeu, o tigre havia sumido. Agachada a sua frente estava ela: com sua roupa vermelha de bolinhas pretas cobertas por um capuz negro e o cabelo azulado preso. Erguendo gentilmente sua mão para ajuda-lo a se levantar, ela dissera num sorriso:

            –Me desculpe à demora, você está bem? –Adrien confirmou com um aceno, fazendo a jovem sorrir novamente. –Que bom. Mas não fique por aqui, é perigoso demais.

            Virando-se bruscamente para atacar o oponente, a jovem heroína gritou determinada:

            –Hora de aniquilar a maldade!

            Porém Adrien permaneceu onde se encontrara, imóvel. Boquiaberto e maravilhado: as únicas palavras que conseguiam descrever como o jovem loiro estava.

            Linda. Forte. Incrível. A Rainha Labybug é esplêndida. Seu coração começou a bater rapidamente de uma maneira nunca sentida antes. Um novo sentimento começou a correr pelas suas veias. Demorou alguns dias após o acidente, mas quando percebeu que não iria conseguir tirar a joaninha de seus pensamentos, ele pode deduzir por si só:

            Havia se apaixonado perdidamente pela Rainha da França.