*De volta aos negócios*
Marinette já se encontrava em seu carro, ela dirigia em alta velocidade pelas ruas desertas que levavam para fora de Paris. A azulada não havia deixado de sorrir desde que saiu da casa do detetive. Com o endereço em mãos seria muito fácil abordar o loiro mascarado. Claro que ela poderia simplesmente ter arrancando a máscara do rosto do rapaz e acabar logo com aquele mistério, mas tanto pra Marinette, quanto para Ladybug, o que era fácil de mais era chato de mais. Ela gostava desses tipos de jogos, e gostava ainda mais quando ela podia moldar as regras. A mestiça olhou para o rádio à sua esquerda, o ligou e selecionou uma estação de músicas eletrônicas. O som que saiam das caixas de som e a aceleração do carro eram os únicos barulhos presentes naquele momento. Marinette preferia quando seu motorista a levava e buscava. Mesmo que ela tivesse que ir com o rosto coberto com lenços e óculos de sol, que tivesse que descer no aeroporto e pedir um táxi para chegar em seu apartamento, tudo para que ninguém soubesse seu segredo, era mais divertido. Pelo menos ela tinha alguém para conversar no caminho, e havia sim uma certa adrenalina quando chegava em Paris, pois ela devia agir ponderadamente para não deixar ninguém desconfiar de nada, e a mestiça adorava esse sensação. Quando ela mesma dirigia era simples, era só pegar seu Renault Clio prateado e se jogar na estrada, totalmente sem graça. Mas Marinette conhecia vários jeitos de acabar com seu tédio, e naquele dia, era pensar no detetive loiro. Ela já estava certa de sua vitória naquela corrida para descobrir quem acabaria com quem. Porém, esse não era o único motivo para deixar a garota animada. Na última note dos dois Marinette havia descoberto o que era ser 'a presa', e por mais que ela tenha se divertido com Chat, ela não havia gostado nem um pouco da sua posição. A mestiça não havia deixado aquilo de lado, e se vingou do gatinho, mesmo que não tenha sido o pior castigo que ela já tenha condenado a alguém, era o suficiente para aquela situação. A de olhos azuis apenas lamentava por não poder ver a reação do rapaz quando ele acordasse. Mas aquilo podia esperar, ela tinha muito trabalho a fazer quando chegasse nem casa, não teria tempo para pensar nesse tipo de baboseira. Marinette enviou uma mensagem para sua fiel assistente assim que acordou pela manhã, e pediu que ela marcasse um almoço com Gamer.
Gamer era um dos melhores hackers da Europa, ele seria muito útil para a joaninha agora que ele possuía o endereço do detetive. Seu único problema era, Gamer poderia não ser 100% confiável. Ele trabalha para quem pagar mais alto, não importa se seja alguma mafia, a Europol e até mesmo a Interpol, que já chegou a contrata-lo. Ladybug sempre recebia avisos de todos quando decidia por contrata-lo, e ser repreendida por outra pessoa deixava a joaninha muito irritada. Por isso, quando ele se faz necessário, ela faz questão de que o encontro seja extremamente confidencial, como de costume, apenas Tikki sabe quando o rapaz é chamado. E aquele encontro seria muito importante. Marinette precisava que ele descobrisse o máximo de coisas possíveis apenas com um único endereço.
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Chat acordou devagar, abriu os olhos ainda sonolentos. A primeira coisa a vir em sua cabeça foi a noite anterior, realmente tinha sido muito boa. Ele percebeu que havia adormecido com os braços sobre a cabeça, os puxou para perto do peito para dar impulso para que levantasse, mas os braços não vieram. Ele virou a cabeça, seus pulsos estavam amarrados, com o mesmo cinto preto de couro que havia usado para prender Marinette. Ele estava preso ao ferro da cabeceira da cama. "O que?...", ele perguntou em voz alta. Ao pousar o olhar sobre o criado mudo ao seu lado ele pode ler um bilhete:
'Como você disse na noite passada, um dia de caça outro de caçador, e hoje, gatinho, você foi a minha presa!
-Assinado: Marinette'
"Filha da puta!", ele murmurou. Tentou novamente se soltar apenas com a força, falhou, a azulada amarrou muito forte, ele não sairia tão facilmente. "Eu vou matar aquela garota!", ele gritou. Precisava estar na delegacia o mais rápido possível, ele já havia adiado muito o caso do senador, e Plagg chegaria hoje com a resposta do hacker que estava tentando descobrir como a detetive do FBI havia descoberto sua identidade. "Minha identidade...", ele pensou, ele conseguia sentir a máscara cobrindo-lhe o rosto, mas é se ela tivesse tirado a máscara e a colocado de volta. "Merda! Merda! Merda!", ele exclamava. Marinette havia passado dos limites, ele a mataria no segundo em que a encontrasse de novo. Porém, precisava sair daquela cama primeiro. Pensou em ligar para Plagg, impossível, o telefone estava no bolso da calça que estava jogada no chão, não havia como alcançar. Só lhe restava esperar ali, até que alguém percebesse seu sumiço. Ele suspirou, provavelmente ficaria o dia todo ali.
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Marinette chegou em seu destino em um pouco mais de três horas, estacionou seu carro na garagem. Saiu do automóvel, encostou na lataria e ficou observando os dois carros ao lado, um Maserati Alfieri prateado e um Hennessey Venom GT vermelho que a mestiça tinha orgulho de chamar de 'seu'. O Henessey ainda era zero, por mais que fosse um carro de 2014. Sua maior vontade era levá-lo para a Alemanha e poder dirigir a 435km/h nas Autobahn. A mestiça suspirava só de pensar na sensação. Porém, a poeira deveria baixar primeiro para que ela pudesse circular tão livremente pela Europa. Ela desgrudou o corpo do automóvel e entrou em casa pela porta da garagem, largou as chaves do carro junto com as outras e pendurou seu casaco no cabideiro. Ao lado das chaves havia uma caixinha de madeira com detalhes dourados, Marinette a abriu e retirou sua máscara de joaninha e a colocou sobre o rosto. "Tikki?", Ladybug gritou enquanto ia em direção à cozinha. Depois de seu quarto, a cozinha era o cômodo preferido da azulada, e ela havia feito questão de construir uma cozinha enorme em sua casa. Era uma cozinha estilo americana, com as paredes em um tom de bege quase branco, armários em madeira escura, eletrodomésticos prateados, geladeira side by side com dispenser de água e gelo e uma ilha com mais uma pia e banquinhos. A primeira coisa que a joaninha fez foi abrir a geladeira, e procurar algo doce para comer. "Deveria espera o almoço, não?", Tikki perguntou, ela estava sentada em um dos banquinhos e com um livro em mãos. "Ah! Eu não tinha te visto!", a mestiça virou-se a duração da amiga e fechou a porta, "Ah Tikki, você sabe que eu não resisto a doces!", ela fez drama enquanto andava e largou o corpo sobre a ilha da cozinha. Tikki riu, "Nenhuma de nos resiste, agora suba e tome um banho e troque de roupa, Gamer deve chegar em poucas horas!", ela disse batendo com o livro de leve na bunda da mestiça. "Está bem... Está bem...", a de cabelos azuis levantou-se preguiçosamente. "Vai logo, e eu vou pedir para que o senhor Wang faça bastante pipoca e brigadeiro para comermos mais tarde enquanto assistimos um filme, pode ser?". A mestiça abraçou calorosamente Tikki, "Você é demais sabia?". "Eu sei, agora vá!", ela apressou a azulada, que subiu as escadas correndo.
Ladybug escancarou as portas duplas de seu quarto. Ela rodopiou pelo espaço e se jogou em sua cama, a mestiça ria como uma criança, feliz, apenas por estar de volta. Tirou os sapatos e os jogou em qualquer lugar, em seguida tirou a calça jeans e o suéter preto. Ficou apenas de roupa íntima e entrou no banheiro. Abriu a torneira para encher a banheira e jogou alguns sais que formavam espuma, usou aquele tempo para amarrar o cabelo eme um coque bagunçado e lavar o rosto para completamente a maquiagem do dia anterior. Quando a água atingiu um volume considerável ela tirou as peças de roupa que lhe restavam, mas manteve a mascara sobre o rosto e entrou na banheira. Ela não pode evitar de suspirar com a sensação da água quente cobrindo-lhe o corpo. Esse era um ritual que ela sempre fazia quando volta para casa depois de alguns dias fora, um belo banho de banheira, para descansar completamente. Se não tivesse compromisso ainda naquele dia, era possível que ela passasse uma duas horas ali, lendo um livro, assistindo à TV que ela havia mandado instalar no banheiro exatamente para aquela situação, ou até mesmo conversando com Alya pelo telefone. Por causa do almoço com Gamer, a mestiça se deu o luxo de ficar meia hora na banheira, ligou a TV e colocou em qualquer canal que a distraísse no momento.
Passado os trinta minutos, Ladybug levantou, se enrolou em sua toalha e voltou para o quarto. Sentou-se em sua penteadeira e começou a pentear os cabelos, e decidiu deixá-los soltos. Entrou no closet, colocou a lingerie, uma calça jeans preta e uma regata de seda vermelha, além de um salto agulha de bico fino médio preto e seu batom vermelho. Saiu de seu quarto e fechou as portas, aquele cantinho era só dela, apenas Tikki tinha autorização para entrar seu pedir licença, mas, mesmo assim, a de cabelos vermelhos não se atrevia a entrar sem perguntar antes. Ladybug voltou para a cozinha e sentou ao lado de Tikki, que continuava lendo seu livro. "Então, que filme vamos ver hoje?", a mestiça perguntou enquanto brincava com as mechas avermelhadas, praticamente rosas, da amiga. "Não sei, o que você quer assistir?", ela respondeu sem ao menos tirar os olhos do livro. "Pode escolher, eu escolhi da última vez", Ladybug deu de ombros. "Como foi na cidade? Como tá a Alya?", Tikki perguntou finalmente fechando o livro e olhando para garota do seu lado, o movimento fez com que seu cabelo escorregasse por entre os dedos da mascarada, que ocupou as mãos desenhando círculos imaginários na bancada. "Foi bem produtivo na verdade, consegui as chaves de uma sala na delegacia, consegui o endereço do Chat Noir... Apenas trabalho, como sempre", a mestiça falou guardando os momentos com Adrien apenas para ela, "E a Alya, ela está ótima, me levou na Lumières la Nuit, junto com Nino e Adrien, um amigo dos dois.". "Nenhuma novidade? Nada muito interessante?", Tikki perguntou. "As coisa vai ficar interessantes assim que Gamer usar o endereço do Chat para descobrir tudo o que precisamos", falou sem deixar de sorrir, Ladybug mal podia esperar para captura-lo, se ela conseguisse fazê-lo abrir a boca, com certeza ele teria ótimas informações da polícia.
Tikki e Ladybug ficaram na cozinha conversando até que Gamer chegasse, quando o rapaz finalmente chegou Ladybug fez questão de recebê-lo pessoalmente. "Gamer, que bom que você pode vir!", Ladybug cumprimentou o moreno com um abraçado. O rapaz vestia um moletom preto, calça jeans e um Allstar branco, e como era uma regra para Ladybug, ele usava óculos escuros e o capuz do moletom para esconder o rosto. "Quando a minha cliente mais interessante me chama é impossível não vir", ele falou retribuindo o abraço. A joaninha riu, enquanto o guiava até a sala de jantar. "Senta, por favor!", ela falou ao se procurarem da mesa e apontou para uma das cadeiras. Os dois se sentaram. "E então, como andam as coisas?", a garota perguntou enquanto se servia. "Tudo igual, Bug, tudo igual...", ele respondeu. "Sério? Nenhum cliente interessante?", ela perguntou. Ela apenas balançou a cabeça negativamente, mas depois sorriu, "Mas para você ter me chamado algo de interessante aconteceu". Ladybug sorriu com o comentário do hacker, "Você tem razão", ela pegou uma papel que estava em seu bolso e o passou para o garoto. Gamer pegou o papel e leu o que estava escrito com atenção, deixou o papel na mesa ao lado do prato, "O que é isso? Um endereço em Paris? De quem?", ele perguntou e botou uma garfada da comida na boca. "O endereço do Chat Noir", a Ladybug falou orgulhosa. O garoto agarrou o papel e o encarou como se quisesse decorar cada letra escrita ali, "Como conseguiu isso?", ele perguntou. "Sai com ele ontem, e a noite terminou na cama dele", ela respondeu como se não fosse nada, "Mas vamos terminar de comer antes de falar de trabalho, passei três horas dentro de um carro pra chegar aqui, e estava morrendo de fome!". Gamer concordou com a cabeça, os dois mudaram de assusto e voltaram a comer. Quando terminaram, Gamer foi até seu carro e voltou com seu MacBook. "Certo, agora vamos descobrir tudo sobre o Chat Noir", ele apoiou o computador na mesa e começou a pesquisar o endereço, "Isso aqui pode demorar um tempo bug, não se preocupe, quando eu descobrir algo peço para te chamarem, ok?". Ladybug assentiu com a cabeça e avisou que estaria em seu quarto e se ele precisasse de qualquer coisa podia chamar Tikki que ela providenciaria na hora. O rapaz agradeceu e voltou a se concentrar na tela a sua frente. Marinette subiu as escadas em direção ao seu quarto, quando chegou no segundo andar encontrou Tikki parada na porta com um balde de pipoca, um prato de brigadeiro e um DVD em mãos. "Quer ajuda?", a de cabelos azuis perguntou. "Seria ótimo!", Ladybug pegou o brigadeiro e o DVD. "Porque não me esperou lá dentro?", ela apontou para o quarto com a cabeça, "Você sabe que é a única que pode entrar quando quiser!". Tikki sorriu envergonhada, "Mas é seu quarto de qualquer jeito, não acho certo!". A mascarada deu de ombros, "Então tá, né? Que filme você escolheu?".
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Chat passou a língua pelos lábios na tentativa de molha-los, mas sua língua estava quase tão seca quanto o resto de sua boca. Ele ouvi o telefone no bolso da calça tocar inúmeras vezes, mas não podia atender nenhuma vez. Já estava deitado naquela cama a algumas boas horas. Estava morrendo de sede, e sua barriga reclamava de tempos em tempos. Além dos braços, que doíam por ficarem tanto tempo na mesma posição. Chat esperava que pelo menos Plagg perceberia que algo estava errado e iria atras dele, mas nenhum sinal do amigo. Mais uma vez se debateu sobre a cama, mas os braços continuavam presos. Ele bufou irritado.
Depois de mais meia hora, ele ouviu o som da porta do apartamento sendo destrancada, ele suspirou aliviado, finalmente poderia se levantar. "Chat?!", o loiro ouviu o amigo gritar, "Tá tudo bem? Cadê você?". "Aqui! No quarto! Vem logo!", o detetive gritou em resposta. Plagg andou em direção ao cômodo e espiou pela porta aberta, não conseguiu conter o riso ao ver o amigo naquela situação. "Ah! Vai se fuder vai!", Chat falou enquanto o moreno ria, "Me desamarra porra!". Ainda com o acesso de risos, Plagg se aproximou da cama, e, mesmo com uma certa dificuldade, desamarrou o loiro. Chat, ao sentir os braços livres, imediatamente os puxou em direção ao tronco e começou a massagear os pulsos avermelhados, "Porque você demorou tanto caralho?". "Você queria que eu adivinhasse que aquela garota tinha te amarrado na cama?!", rebateu Plagg. O loiro apenas bufou, pegou a calço do chão e a vestiu. Tirou o telefone no bolso e olhou as notificações, nada, mas ele não esperava que Marinette tivess mandado alguma resposta, não depois do que ela tinha feito, "O que eu perdi hoje?". Chat foi andando até a cozinha com Plagg em seu encalço. "Ah!", exclamou Plagg, "Muita coisa...". O mascarado encheu um copo com água e o levou as lábios, mas primeiro lançou um olhar ao moreno, incentivando-o a contar tudo. "Bom, pra começar, recebemos a resposta do hacker, e é impossível que aquela tal de Volpina tenha te descoberto pelo site da delegacia". Chat colocou o copo na pia e passou as mãos pelos cabelos dourados, "Certo, o que mais?". Plagg pegou o próprio telefone e começou a manusea-lo, "O pessoal da autópsia me mandou isso", ele virou a tela para o amigo, "Um email falando a verdadeira causa da morte do senador". Chat pegou o aparelho das mãos do amigo e leu atentamente o que estava escrito, "Veneno?", ele perguntou sinuoso e devolveu o telefone. "Sim", respondeu Plagg. "Então não foi a Ladybug?", Chat ponderou, "Ela nunca usou veneno antes... Mas isso não quer dizer que nunca vai usar...". O loiro voltou a passar a mão pelos cabelos, "Qual é o veneno?". Plagg balançou a cabeça negativamente, "Não há nenhum tipo de registro sobre esse veneno". "Como assim, nenhum tipo de registro?", Chat perguntou perplexo. "É a primeira vez que esse veneno é utilizado, ninguém sabe sua composição, seus efeitos, se pode ser utilizado como gás, líquido ou comprimido, ninguém sabe nada sobre ele!", agora foi a vez de Plagg passar a mão pelos fios negros. "Nos vamos pra a delegacia agora, quero uma amostra desse veneno o mais rápido possível!", falou Chat enquanto caminhava em direção ao quarto. "Quero que você ligue para algumas pessoas por favor, diga a elas que é uma emergência!". O loiro vestiu suas roupas depressa e saiu em disparada em direção à delegacia.
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Duas batidas na porta e em seguida uma voz, "Bug? Você pode vir aqui? Tenho algo para te mostrar", era Gamer. "Deve ser algo importante, para ele vir me chamar pessoalmente ao invés de mandar alguém", a mestiça comentou e pediu desculpas para Tikki por ter que sair no meio do filme, saiu do quarto e encontrou o rapaz ao lado de sua porta com o notebook nos braços. "Achou algo?", ela perguntou se aproximando para olhar a tela luminosa. "Muita coisa!", o rapaz falou satisfeito. "Pois bem! Me mostre!", a joaninha disse curiosa. Os dois se sentaram no chão, a garota estava cobiçosa demais para esperar que descessem as escadas apenas para se sentarem na sala de jantar. Gamar deixou o computador em seu colo e começou a explicar. "O endereço que você deu, infelizmente não tem nada relacionado com Chat", a joaninha encarou o rapaz descrente, "Na verdade, o apartamento pertence á uma corretora de imóveis, e está para ser alugado faz 5 meses". "Mas isso não é possível!" Ladybug agora se encontrava de pé e tinha uma expressão de revolta no rosto, "Ele tinha a chave...". Ela voltou a se sentar no chão pensativa. "Talvez ele vá alugar o apartamento, mas ainda não assinou o contrato", Gamer sugeriu. "Acho que não, se ele quisesse tanto alugar o apartamento teria assinado o contrato no primeiro dia...", Ladybug mexia na própria orelha enquanto falava, "Ele tem que ter alguém dentro dessa corretora que tenha fornecido as chaves pra ele...". "Eu já tentei isso, nenhuma das pessoas que trabalham lá tem contato com ele, nem ao menos se seguem em alguma rede social. Claro, isso se a página dele no face não fosse apenas uma foto dele e com a descrição falando que ele trabalha da delegacia, além de que o e-mail utilizado para criar a conta foi desativado a anos", Gamer falou estragando a linha de raciocínio da garota ao seu lado. "Certo, então o endereço era inútil?", perguntou um pouco decepcionada. O garoto apenas de limitou a fazer que sim com a cabeça. "Ok... Me diga que você descobriu mais alguma coisa", ela pediu com a voz um pouco mais fraca que o normal. "Na verdade, sim, eu descobri outra coisa", o garoto digitou algo no computador e depois virou a tela para a garota, "Enquanto eu tenta entrar no sistema de dados da delegacia, eu consegui interceptar esse aqui". Ladybug passou o computador para o próprio colo e começou a ler a mensagem.
"VENENO?!", a azulada gritou, "Como isso é possível?". Gamer olhou surpreso para a mestiça, "Esse veneno não é seu? Não foi você que o usou? Achei que o Evillustrator tivesse dito que você matou o senador". Ladybug fez que não com a cabeça, e depois fez que sim, claramente confusa, "Bom, eu achava que sim né? Mas o veneno não é meu, não uso veneno... Bom, tenho alguém trabalhando em um, mas ainda não está pronto...", ela voltou a mexer na orelha, "Isso quer dizer que outra pessoa matou o senador". Gamer apenas encarava a criminosa curioso, esperando a próxima reação dela. "Que veneno é esse?", ela perguntou a ele seria. "Não tem registros", ele respondeu. "Interpol? Estados Unidos? ONU? Ninguém?", ela perguntou. Ele fez que não com a cabeça. Ladybug respirou fundo, precisa manter a calma para lidar com essa situação. "Mais alguma coisa?", ela perguntou com a voz mais dura dessa vez. "Não, só isso", Gamer respondeu. Ela assentiu com a cabeça, "A Tikki já vai descer com seu pagamento, tenho que resolver isso agora", ela se levantou do chão e ele logo fez o mesmo, "Gamer, você me foi muito útil", a mestiça coloco a mão no ombro dele e apertou de leve. Ela se despediu com um aceno de cabeça, virou-se de costas e entrou no quarto. Encostou as costas na porta e fechou as próprias mãos tão forte que começaram a pingar gotas de sangue no chão. "Bug?", Tikki se levantou da cama preocupada e correu até a amiga, "O que foi?". A mestiça respirou fundo, aliviou a pressão das mãos e foi andando para o banheiro. Tikki a seguiu hesitante, "O que aconteceu, Mari?". A mascarada lavou as mãos, pegou uma faixa médica e estendeu para Tikki, "Pode amarrar, por favor." A de cabelos rosados sorriu e puxou a amiga para a cama, as duas sentaram lado a lado, Ladybug apenas olhava para frente, pensando nas verdades que havia descoberto, enquanto Tikki colocava as bandagens cuidadosamente. "O que aconteceu?", a assistente voltou a perguntar. "O endereço que eu consegui era inútil, não me levará até a verdadeira identidade do Chat...", a mestiça respondeu, "Acho que vou mandar alguém ficar de vigia no apartamento caso ele volte, mas acho improvável". Tikki soltou a mão que já estava protegida e pegou a outra. "E tem o senador...", Ladybug falou ameaçadora. "O que tem o senador, ele está morto, você o matou", a garota comentou. "Esse é o problema Tikki, eu não o matei", a mestiça falou irritada, a de cabelos rosados apenas se limitou a um olhar perplexo, "Outra pessoa o matou, com veneno!". Com as duas mãos enfaixadas, a azulada se levantou pisando duro, foi até a penteadeira, onde se sentou e passou a examinar seu próprio reflexo no espelho, como se não reconhecesse aquela pessoa, "Tikki, quero ficar um pouco sozinha pra pensar em tudo... Você pode ir lá embaixo e resolver tudo com Gamer?". A assistente assumiu seu papel, assentiu com a cabeça e saiu sem fazer mais perguntas. Ladybug tirou a máscara do rosto, a colocou sobre o toucador e a encarou. "A Ladybug é a maior assassina, isso foi apenas um assassinato em entre vários outros que ela mesma cometeu", Marinette agora falava sozinha, "Ninguém vai destruir o império que ela construiu!". Colocou a máscara de volta. Respirou fundo algumas vezes, mas Ladybug sabia que apenas inspirar e expirar não a acalmaria, ela precisava de outra coisa para controlar os nervos.
Esperou por mais vinte minutos em seu quarto. Quando jugou que poderia sair sem encontrar com ninguém se dirigiu as escadas. Desceu até o andar térreo, foi em direção à um cômodo que se assemelhava a um escritório. Adentrou o espaço. A parede oposta à porta era ornamentada com detalhes em mogno, ao lado esquerdo uma mesa, da mesma madeira, com uma estante de metal prateado, com os mais variados tipos de livros logo atrás, e entre o dois, a mesa e a estante, uma grande cadeira de couro davam a sala um ar de superioridade. Ao lodo direito da parede ornamentada, um armário que ocupava dois terços da parede, o espaço restante, uma porta de vidro, mas não era possível ver por ela, pois o outro lado estava completamente escuro. Dirigiu-se imediatamente para a porta de vidro. Entrou na nova sala, as luzes oscilaram alguma poucas vezes antes de se estabilizarem, era acessas por sensores de movimento. O lugar se assemelhava a um corredor, as paredes eram brancas, um ar-condicionado e um aquecedor estavam encostados nas paredes, continha uma escada a apenas dez metros da porta, no canto mais longe, alguns puffs posicionados em círculo e uma mesinha de centro baixa no meio. Ladybug passou reto por tudo isso, desceu logo as escadas, a frente uma porta muito pesada, a garota teve de apoiar as costa para abri-la, as luzes oscilaram novamente. Mas logo revelaram uma sala incomum, com uma ampla área. O ambiente inteiro forá construído para se praticar tiro ao alvo. As paredes, assim como a porta, foram feitas e revestidos com material antirruído. Na mesma parede que a da escada, haviam três grandes gaveteiros pretos, com seis gavetas, cuja a parte de cima era coberta com vidro, premindo ver o conteúdo da primeira gaveta. Ladybug se aproximou e correu os olhos pelo vidro do primeiro móvel. Pistolas, era o o tinha na primeira gaveta. Dos mais variados tipos e calibres, "E agora... Com qual dos meus brinquedinhos vou me divertir?", ela abriu a gaveta e pegou Ian pistola Taurus 809C, de calibre 9mm. Analisou a arma os os olhos primeiro, por mais que ela não utilizasse armas de fogo com frequência em seu ofício, a mestiça não deixava de aprecia-las. Passou para o próximo móvel, ainda com a pistola em mãos, olhou pelo vidro, sub-metralhadoras. "Não...", ela apontou para o primeiro compartimento, "Uhum...", ela demorou um pouco no segundo, abriu o compartimento, mas voltou a fechá-lo, abriu o terceiro e sorriu. Com a mão livre tirou uma HK MP5 K, com calibre 9mm. Com as armas em punho, virou se de costas. Haviam quatro corredores longos, com um alvo no final. A garota escolheu o segundo da direita para a esquerda e deixou as arma sobre uma tábua presa entre as paredes que dividiam um corredor de outro e se voltou, novamente, para as cômodas. Dirigindo-se dessa vez para a última. Ela abriu a primeira gaveta, o de selecionou os cartuchos necessários, em seguida abriu a quarta gaveta, onde pegou fones de proteção e os colocou e na quinta, óculos, também para se proteger. Com o equipamento necessário, a joaninha passou horas ali.
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Chat estacionou o carro no primeiro espaço que encontrou, entrou afobado no prédio, não olhou apara ninguém é bem falou com ninguém. Entrou direto do elevador e apertou o botão que o levaria até o segundo subsolo. Plagg vinha logo atras, mas sem nenhuma pressa, andava com calma e parou para cumprimentar todos o que conhecia, praticamente todos os presentes. O loiro não o esperou desceu sozinho até o andar destinado para autópsias. Mesmo já tendo entrado naquele lugar incontáveis vezes, era impossível deixar de sentir um arrepio involuntário graças ao frio e ao cheiro de formol presentes o tempo todo no local. Andou com passos firmes apressados em direção à primeira pessoa que encontrou. Uma mulher apenas alguns poucos centímetros menor do que ele, os cabelos bem escuros, o detetive podia jurar que era algum tom de roxo. Ele se aproximou o suficiente para tocar lhe o ombro. "Com licença?", ele falou formalmente. A garota se virou, Chat aproveitou para fazer uma pequena análise de sua aparência, o cabelo tinha uma mecha violeta que cobria se olho esquerdo, o outro carregava uma sombra escura, sim como os lábios que foram pintados de magenta escuro. Correu os olhos pelo jaleco branco neve, que contrastava bastante com as vestes por causa da cor, já que ela usava uma blusa preta com poucos e pequenos detalhes em rosa, uma calça legging roxa que passava um pouco do joelho e tinha alguns rasgos como enfeite e em seus pés um tênis de cano alto preto. Voltou os olhos para o jaleco, mas especificamente, para o broche retangular preso nele, "Juleka Couffaine?", a garota fez que sim com a cabeça sem sorrir, "Você saberia me dizer quem é a pessoa encarregada da autópsia do senador?". "Sou eu mesma", ela respondeu extremamente seria, mas Chat ignorou isso, "Chat, certo?", ela Perguntou irônica e não esperou o loiro reagirr, "Me siga". Juleka se virou e começou a andar com Chat logo atras dela. O andar era dividido em pequenas salas, a parede, onde de encontrava a porta, era de vidro. A medida que ia andando o detetive observava o que havia dentro das salas pelos vidro. Elas eram compostas por apenas quatro coisas: uma gaveteiro, feito de aço, uma maca, de mesmo matéria, uma luminária, que para Chat se assemelhava aquelas luzes de dentista e a parede oposta ao vidro foi substituída por recipientes de corpos, com nove compartimentos. Juleka parou de frente para a sala número 17 e entrou, Chat fez o mesmo. O loiro olhou diretamente para a maca, que diferente as outras salas, havia um corpo coberto por uma espécie de plástico azul-marinho. "É o senador?", Juleka apenas respondeu que sim com um aceno de cabeça e removeu o plástico, revelando o corpo reconstruído de um homem de no máximo 55 anos. Chat se aproximou para observá-lo mais atentamente. Incontáveis costuras mantinham os membros juntos. "Eu que o costurei", ela informou ante que o loiro perguntasse, e lhe estendeu uma luva branca descartável. O detetive a pegou e vestiu. "Foi um pouco difícil juntar todas as partes perfeitamente, o responsável não poupou tempo", Juleka pegou cuidadosamente o braço esquerdo do cadáver e apontou para os dedos, "A pessoa separou todas as falanges, cada pedacinho", apontou as costuras e depois pousou o braço gélido nas mãos estendidas de Chat, que levou a mão próxima as seus olhos verdes, "Com certeza tem uma ótima noção de anatomia, pois cortou apenas os ligamentos, evitando danificar qualquer osso", ela completou. Chat deixou o membro ao lado do restante do corpo e olhou para a garota em busca de mais explicações. "Também foi separado o braço do tronco", o loiro viu uma costura que circundava o ombro do homem, "E, provavelmente, logo em seguida, subdividiu o membro, deixando soltos o braço, o antebraço, a mão e as falanges", a legista apontava para cada costura enquanto falava, "As pernas também foram divididas. Assim como o outro braço. As orelhas também foram cortadas fora. O tronco foi a parte mais preservada, e é quando chegamos a decapitação.". Chat aproximou-se do pescoço, mesmo com as grossa linhas da costura, ela possível ver marcas roxas em contraste com a pele branca. "Realmente, muito complexo e bem executado", comentou o loiro, "Mas como descobriram o veneno? Exames de sangue?", ele perguntou mesmo sem olhar para Juleka. Ela foi, novamente, até as gavetas e abriu a última, donde tirou um tubo de ensaio contendo um líquido extremamente roxo, que ela entregou ao detetive. "Foi muito difícil realizar um exame de sangue", ela explicou, "O corpo já tinha perdido praticamente tudo graças à tantos cortes, e pegar o sangue presente no chão não seria totalmente eficaz", Juleka olhou desesperada para Chat enquanto ele girava com o tudo entre os dedos, e hesitou em continuar, com medo de que o loiro deixasse o frasco cair, "Bom... Recolhi o máximo possível do corpo, o suficiente para um exame, e que não alegou nada anormal.", ela ainda olhava apreensiva para ele, que fez um sinal de cabeça para que lá continuasse, "Eh... Mas... mas quando eu estava costurando do pescoço, ele líquido saiu. Mandei para a análise, mas eles não foram muito úteis, não descobriram nada, apenas que possui uma incrível quantidade de toxinas". Chat devolveu o tudo para ela, que respirou aliviada. O loiro novamente se aproximou as marcas roxas, "Você disse que o líquido saiu dessa região, certo?", ela assentiu com a cabeça, "Você tem um bisturi?". Juleka recorreu navalmente a comida de metal, e, dessa vez, da segunda gaveta, retirou um recipiente com um kit completo de equipamentos cirúrgicos. Chat pegou o bisturi e começou a fazer cortes em todas as marcas envolta do pescoço. A médica legista apenas se limitou a observar a cena curiosa. Nas últimas marcas faltantes, uma gota do mesmo líquido escorreu pelo pescoço e pingou na maca. Chat largou o bisturi e as luvas recém-retiradas em cima do peito do morto, enfocou as mãos no bolso da calça e andou endereção a porta. "Agora sabemos onde o veneno de alojou, envie novamente o veneno para a análise, diga que é um pedido especial do Chat, e se eles responderem vagamente me avise que irie pessoalmente cobra-los", ele ordenou, tirou um as mãos do bolso e girou a maçaneta para abrir a porta, "E... Ah! Bom dia!". Ele saiu da sala, tomando rumo em direção aos elevadores, deixando a garota para trás, ainda olhando perplexa para o líquido, se achando burra de mais por não ter percebido.
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