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História La Revenge - Arme-se com a arma da oração...


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 29 - Arme-se com a arma da oração...



“Arme-se com a ‘arma’ da oração, e terá mais força no combate diário”
São Padre Pio de Pietrelcina


Ela agradecia por ser domingo, do contrário ia ser muito difícil levantar da cama por causa da sua depressão. Por que ela insistia em querer olhar o blog daquela sonsa? Não podia dar em outra coisa!

Um belo dia, na hora do recreio, Sue lhe contou um pequeno segredo: na diretoria havia uma rede wi-fi que era para uso do diretor e estava totalmente desprotegida. Como a maioria dos alunos era de baixa renda, ninguém esperava que alguém fosse acessá-la.

Mônica adorou a novidade e passou a acessar seu facebook e também seus emails. Foi assim que descobriu que Magali e Cascão lhe escreviam sempre, o que foi uma notícia maravilhosa. Mas aquilo também teve um lado ruim quando descobriu o blog da Irene.  

Agora faltava decidir o que era pior: vê-la feliz da vida entre seus amigos ou aturar aquelas postagens ridículas sobre como o Cebola era o melhor namorado do mundo.  

Ela vivia exaltando as qualidades do rapaz como se fosse um príncipe perfeito. Apesar de também ver essas qualidades, lhe magoava saber que ele tratava Irene como princesa sendo que a vida inteira tinha lhe tratado como plebéia.

Não era justo ele dar o seu melhor justamente para aquela sonsa que tinha lhe aplicado aquele golpe e causado sua expulsão da escola. E aquele idiota parecia não ver isso. Ou talvez não quisesse ver. Aliás, ela não duvidava nem um pouco de que ele tivesse algo a ver com isso também.

Ela levantou-se rapidamente. Por que não havia pensado nisso antes? Era ao mesmo tempo uma forma de derrotá-la, expulsando-a da turma e tomando seu lugar de liderança e também de ter o caminho livre para ficar com quem quisesse. E ela tinha caído sem nem ao menos saber o que lhe atingiu!

- Grrrr! Ah, se eu pego aquele cachorro!
- Engraçado... energia para levantar você não tem, mas para ficar pensando besteira parece que tem de sobra!
- D. Araci? Er... foi mal... – ela falou meio sem jeito.
– Tudo bem. Vamos dar uma volta. Ficar trancada nesse quarto não leva a nada.

Como não tinha forças para protestar, Mônica trocou de roupa e seguiu a patroa. Talvez uma caminhada lhe fizesse bem.

O dia estava bonito e os lírios tinham desabrochado novamente. Araci sentou-se no chão, sendo imitada pela Mônica. Após alguns minutos de silêncio e contemplação, Araci começou a fazer uma espécie de oração numa língua que Mônica não conhecia.

Dan akan bergema (e irá ecoar)
jelas di surga ketika (claramente no céu)
aku datang gemerincing (quando eu vier fazendo barulho)

A senhora repetiu algumas vezes e depois falou.

- É uma antiga oração do meu povo. Ajuda a enfraquecer os demônios para que possam ser mandados para o outro lado.
- A senhora morava mesmo numa aldeia indígena?
- Sim, quando criança. Depois tivemos problemas com garimpeiros e fomos expulsos das nossas terras.
- Que desaforo! Vocês não reagiram?
- Não tinha como. Nosso povo era muito valente, mas os garimpeiros tinham armas. De vez em quando gosto de entoar os cânticos dos meus ancestrais. Ajuda a me dar paz.

Mais uma vez ela repetiu a oração e incentivou Mônica a fazer o mesmo.

- Essa oração poderá lhe proteger no futuro. Nunca se sabe quando demônios podem aparecer. Quanto mais pessoas orando, melhor.

Araci fez com que Mônica repetisse a oração até a moça ter decorado tudo de cor. Pelo menos aquilo lhe trouxe um pouco de paz e a distraiu dos pensamentos ruins.

__________________________________________________________

Pela televisão, Magali via horrorizada o estado em que tinha ficado o banco do Limoeiro. Era muita sujeira, lama, uma gosma nojenta que cobria tudo. Foi preciso interditar o quarteirão até que tudo fosse limpo e desinfetado.

- Céus, o que está acontecendo com esse bairro? – Carlito perguntou também horrorizado com a cena.

Ela saiu da sala já que não agüentava mais ver aquilo e foi ligar para o Cascão.

- Oi?
- Cascão, você viu o noticiário de hoje?
- Eu vi. Credo, agora ele deu pra assaltar banco?
- Não tô entendendo nada! Por que ele tá fazendo isso?
- Nem faço idéia. Ele nunca foi dessas coisas pelo que eu me lembro. Agora tô ficando bolado!

Os dois conversaram mais um pouco e Cascão desligou o celular bastante preocupado. Sua perna já estava boa, embora tivesse recebido recomendações para não fazer muito exercício. Isso não o preocupava mais e sim o seu tio. Desde que a Mônica se fora, ele pareceu ter tomado conta do bairro. Todos estavam apavorados e até com medo de saírem nas ruas. Seu celular tocou novamente. Daquela vez era o Cebola.

- Cascão? Vem pra minha casa correndo! Eu tô no maior aperto aqui!

Mesmo não entendendo, ele correu para a casa do amigo e ali encontrou muita gente da turma falando sem parar. Carmem era a pior porque nem falava e sim gritava histericamente quase arrancando seus cachos.

- Véi, o que tá pegando aqui?
- O que tá pegando? Aquele imundo roubou a minha casa e levou todas as jóias, dinheiro, obras de arte, tudo!
- Quê? Cebola, é isso mesmo?
- É sim, Cascão!
- Isso não é tudo! – ela voltou a falar. – Ele ainda emporcalhou a casa inteira! Agora vamos ter que ficar uma semana inteira num hotel (cinco estrelas, claro) até limparem toda aquela nojeira! Cebola, vê se faz alguma coisa agora mesmo!


Os ânimos estavam bem exaltados. O Capitão feio não estava somente atacando bancos e joalherias como também resolveu invadir até a casa das pessoas. Ninguém estava a salvo.

- Dá pra acreditar que ele invadiu o shopping também? – Denise bradou cuspindo fogo e enxofre. – Agora tá tudo fechado! Onde eu vou dar o meu rolé de sábado a tarde? ONDE? – ela falou a última palavra sacudindo o Cebola pela gola da camisa.  

Cebola se esquivou dela e perguntou apavorado.

- Pessoal, por que vocês estão atrás de mim?
- Você não é o novo “dono da rua”? – Jeremias falou. – Agora resolve essa bagunça!
(Ninbus) – Isso mesmo! Sem a Mônica aqui, você tem que resolver esse pepino!

Ele se encolheu de medo diante da turma furiosa que estava cobrando por soluções e atitudes que ele não sabia como tomar. O que ele poderia fazer para derrotar o vilão se nem o Ângelo conseguia encontrá-lo?

- Ficaram loucos? – Uma voz gritou fazendo com que todos se calassem e olhassem para Irene que estava com as mãos na cintura. – Esse homem é muito perigoso e vocês querem que o Cebola o enfrente?
- A gente já encarou o Feio uma pancada de vezes! – Cascão falou.
– Ele devia bolar um plano pra resolver isso. – DC completou.
- Não devia não! Isso é trabalho da polícia! É pra isso que nossos pais pagam impostos!

Eles discutiram por um tempo e Irene acabou dando um jeito de convencê-los a irem embora explicando que não tinha como o Cebola enfrentar e derrotar o Capitão Feio.

Aproveitando que ela tinha ido para fora acompanhar os mais insistentes, Cascão olhou para Cebola abanando a cabeça.

- O que tá acontecendo com você afinal?
- Como assim?
- Véi, se a Mônica tivesse falado aquelas paradas que a Irene falou, você teria brigado um monte falando que ela te subestima, não confia em você, blábláblá... por que aceitou isso da Irene?

O rapaz não teve como responder.

- Sei lá, você não é mais o mesmo desde que começou a namorar com essa garota.

Cascão foi embora, deixando Cebola quieto e pensativo. Irene chegou logo em seguida e o viu sentado no sofá da sala cismando consigo mesmo.

- O que foi?
- Irene, você acha que eu mudei muito depois que a gente começou a namorar?
- Claro que não! Você continua fofo, lindo e carinhoso como sempre!
- Não falo disso. É que em outros tempos, eu teria dado um jeito de bolar um plano pra resolver isso. Aí eu mais a Mônica, o Cascão e a Magali já teria...

Ao ouvir o nome da Mônica, Irene fechou a cara.

- Então ela te deixava fazer essas loucuras? Será que não se importava com a sua segurança?
- Peraí, eu também não sou de cristal sabia?
- Mas é de carne e osso, pode se machucar! Por que ficar se arriscando pra resolver coisas que são problema da polícia?
- Só que a polícia não tá dando conta!
- Se eles não podem, então você também não pode. Ah, por favor, não fica se arriscando desse jeito! O bom é ter uma vida tranqüila, sem essas preocupações malucas na cabeça. Nós somos jovens, temos que aproveitar!

Ela falava tão docemente, enquanto afagava seus cabelos, que ele acabou se deixando levar. Talvez ela tivesse mesmo razão e o melhor fosse deixar de lado toda aquela loucura de planos infalíveis. Ele tinha um futuro brilhante pela frente e pretendia manter o foco nele, não em problemas que não eram da sua conta.

 



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