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História La Revenge - Às vezes é importante parar de sonhar, e acordar


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 31 - Às vezes é importante parar de sonhar, e acordar



“Às vezes é importante parar de sonhar, e acordar”
Larry Page


- Fica quieta senão vai cair.
- Isso tá incomodando!
- Calma que eu tô quase acabando!

Sue foi aplicando o restante da maquiagem até ficar satisfeita com o resultado.

- Pronto, agora olha como ficou!
- Puxa, ficou bom mesmo! – ela falou impressionada ao ver o próprio rosto transformado em avatar. – Só falta brilhar no escuro!
- É pra já! – sua amiga fechou as janelas do quarto e apagou a luz, deixando tudo escuro e fazendo Mônica exclamar com surpresa.
- Uia! Tá brilhando mesmo, que tudo!
- Não falei que ia ser legal? Agora deixa eu tirar as fotos pra postar no meu blog! Hahaha, é o meu melhor trabalho até hoje!

Mônica ficou quieta esperando que ela tirasse todas as fotos. Tinha de frente, perfil, no claro, no escuro... quando se deu por satisfeita, Sue decidiu que era hora de remover a maquiagem e permitiu que Mônica mexesse um pouco em seu computador enquanto ela colocava tudo no lugar. Aquele era seu pagamento por se servir de cobaia.

- Grrr! Olha como ela fica se exibindo, ninguém merece! Agora tá se achando a dama francesa! Que ódio! – ela bufou de raiva ao ver o blog da Irene, que teve seu layout remodelado com um tema francês. Havia a Torre Eiffel, paisagens de Paris e nos textos, ela até usava algumas palavras e expressões em francês. Será que aquela garota tinha perdido o senso do ridículo?
- Credo, você parece masoquista, viu?
- Quêeee?
- É mesmo! Pra que ficar olhando o blog dela?
- Pra saber o que anda acontecendo lá no bairro.
- Não tem o blog daquela ruiva de Maria Chiquinha?
- É... tem...
- Ah, já sei. Você olha o blog dessa aí porque ela fala no Cenoura.
- É Cebola.
- Tanto faz. Você acessa por causa dele, né?

Ela ficou sem jeito para admitir que aquilo era verdade. O blog da Denise falava de assuntos e fofocas genéricas da turma. Já Irene, além de falar dela mesma, também falava do Cebola e ela queria poder acompanhar a vida dele um pouco.

- Não sei por que você fica sofrendo por causa desse cara.
- Não sabe? Mesmo depois de tudo o que eu contei?

Sue terminou de guardar suas coisas e sentou-se na cama.

- É por isso mesmo que eu não sei. O cara de deixou na mão quando você mais precisava. Pra mim não existe traição pior do que essa.
- Nunca tinha pensado assim... Mas dói ver ele todo feliz com aquela garota.
- Eu acho que dói porque ele tá fazendo pra ela coisas que nunca fez pra você, não é?
- É verdade.
- Bem, eu não entendo muito dessas coisas porque só tive um namorado na vida. Mas se quer saber, eu acho que ele fez tudo isso porque não gostava de você de verdade.

Mônica levou um choque.

- Como assim não gostava? Ele até já falou que me ama.
- Dã! Isso não quer dizer nada. Falar é uma coisa, mostrar é outra! Na hora de mostrar mesmo, de ficar do seu lado, o que ele fez?
- Nem me fale! Esse miserável me deixou na mão, falou um monte de coisas horríveis, foi ficar do lado daquela piriguete sem vergonha e ainda...
- Tá, tá... já sei disso tudo de cor! Então? Se ele gostasse mesmo de você, não teria feito nada disso, teria? Por acaso você deixaria ele na mão?
- Nunca! Jamais! Eu ia ficar do lado dele de qualquer jeito!
- Mas ele não quis ficar do seu. Agora arreda daí que eu quero postar as fotos no meu blog. O pessoal vai adorar!

Mônica foi sentar-se na cama de Sue e ficou cismando consigo mesma. Será que ela tinha mesmo razão? Nunca lhe passou pela cabeça a idéia de que o Cebola não lhe amasse. Pensando bem... aquilo não deixava de fazer sentido. Se os sentimentos dele fossem verdadeiros, ele teria ficado do seu lado. Como não ficou, era porque não valiam nada.

Seu coração apertou de tal forma que chegou a doer. Foi com muito custo que ela conseguiu conter as lágrimas, já que viver chorando pelos cantos estava ficando cansativo.

Ouvir tudo aquilo foi como tomar um banho de água gelada. Sue estava certa, se Cebola agiu daquela forma, era porque não lhe amava. Nunca amou. Ou se amava, era apenas uma porcaria de amor que não resistiu a primeira dificuldade. Talvez estivesse na hora de desapegar, esquecer e seguir em frente. Ela não queria mais aquele amor fraco, que vivia impondo condições, sempre lhe deixando a espera de algo que nunca vinha e ainda lhe abandonando nas horas difíceis.

Ele não merecia seus sentimentos, nem suas lágrimas. Não merecia sequer suas coelhadas e sopapos. Não merecia nada. Mais nada.

Sue percebeu o que se passava e tentou animá-la.

- Ah, fica assim não! Você não perdeu lá grande coisa. Se ele não gostava mesmo de você, mais cedo ou mais tarde ia fazer isso. Pelo menos você não vai mais perder tempo com ele.

Ela deu um longo suspiro, como se estivesse colocando para fora todo sentimento acumulado durante anos e falou decidida.

- Perder tempo com ele? Nunca mais, cansei! Agora só vou gostar de quem gosta de mim!

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- Sua burra! Eu falei parra non colocar açúcar no meu refresco! – Penha gritou atirando o copo para longe. – E olhe só o que você fez! Limpa agorra essa sujeirra e me traga outro copo!

A empregada correu para atender suas ordens se esforçando para não chorar. Por que aquela garota tinha que ser tão horrível? Quando lhe ofereceram aquele emprego, ela nunca imaginou que ia trabalhar para uma monstra. O pior era que nem adiantava falar nada para seus pais. Apesar de eles serem os donos daquela mansão, era Penha quem mandava dominando todos com aquele olhar que metia medo em qualquer um. Ela não podia fazer nada a não ser se sujeitar àquilo até aparecer coisa melhor.

Assim era a rotina da Penha, que se ocupava com os estudos, suas futilidades e de vez em quando aterrorizar os empregados da casa com suas exigências absurdas. Nada para ela estava bom o suficiente.

Depois que a empregada lhe trouxe outro copo de refresco, ela deu apenas um gole e mandou que a mulher saísse do seu quarto.

- Eu non querro ser incomodada, entendeu? Está na horra do meu banho de beleza!

O tal banho de beleza consistia em ficar uma hora inteira mergulhada na banheira repleta de óleos essenciais e sais de banho. Ela fazia máscara facial e outra para os cabelos numa tentativa de acelerar seu crescimento. Depois colocava fones nos ouvidos e se desligava do mundo. Toda semana ela seguia aquela mesma rotina.

Como não tinha mais nada para fazer ali, Agnes resolveu ir embora. Talvez voltar para sua antiga casa? Era o único lugar onde se sentia segura. Só que ficar ali sozinha como alma penada não ia adiantar de nada. Para onde mais ela poderia ir então? Ela não tinha amigos, parentes e ninguém que podia vê-la e ouvi-la. Ou quase ninguém...

Seus olhos brilharam ao lembrar de que havia sim uma pessoa que podia lhe ver e ouvir. Por mais que isso lhe causasse repulsa, ela não viu outra alternativa. Ela não sabia se ele podia fazer algo, mas não perdia nada em tentar.

 



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