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História La Revenge - A angústia de ter perdido...


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 52 - A angústia de ter perdido...



“A angústia de ter perdido, não supera a alegria de ter um dia possuído”
Santo Agostinho

- Não, Mônica! Não fala assim! Olha, desculpa eu ter te deixado na mão, falado coisas horríveis e ter namorado com a Irene! Desculpa por tudo, mas por favor não faz isso não!
- Cebola, calma! Não faz escândalo em público! – ela falou saindo da lanchonete com ele atrás.
- Não importo! Se quiser, eu até me ajoelho!
- Pára com isso, que coisa! Acabou!
- Não pode ter acabado! Eu te amo! Ouviu? Eu te amo, nunca deixei de te amar! Eu sei que pisei na bola, vacilei, fiz um monte de burrada, mas eu sempre amei você! Estava confuso, perdido, com muita coisa na cabeça, mas eu te amo! Isso eu nunca esqueci!

Ela ouvia tudo sem se alterar, aumentando ainda mais o desespero dele.

- Não ouviu o que eu falei?
- Ouvi.
- Por que não acredita? Você não confia em mim, não é? Você nunca confiou em mim! Não confia na minha palavra, não confia nos meus sentimentos! Não confia em nada! – um tapa voou no seu rosto, fazendo-o se calar.
- Você não tem o direito de falar assim!
- Então confie em mim!

A moça falou com pesar.

- Confiança não se dá. Se conquista.
- Como vou conquistar sua confiança se você não me dá uma chance?
- Mas você teve sua chance, várias e várias vezes.

Ele calou-se na hora.

- Quando estava mal e caindo no buraco, eu confiei que você estaria ali pra me apoiar! Eu estendi a mão esperando que você me ajudasse a levantar, realmente esperei sua ajuda! Esperei seu apoio, sua compreensão, sua confiança!

O rapaz tremia e algumas lágrimas foram se formando em seus olhos. Ela também chorava, mas agüentou firme e continuou falando tudo o que estava entalado na sua garganta há vários meses.

- E eu nunca precisei tanto de você em toda minha vida. Eu precisei tanto, mas tanto! E você não veio! Me deixou sozinha, me abandonou! Virou as costas pra mim quando eu mais precisava! Como quer que eu volte a confiar em você depois disso tudo?
- Mônica... me perdoa! Por favor, me perdoa! Eu fui um idiota!
- Eu já te perdoei faz tempo porque também sei que errei muito. Mas voltar a confiar em você não dá. Desculpa, mas não dá!
- Eu... eu achei que a Irene...
- Achou que ela precisava mais de você do que eu, não é? Ela era a sua prioridade, aquela a quem você queria proteger. Você se importou mais com ela do que comigo!
- Mas... mas...
- Tudo bem. Você tem o direito de se importar com quem quiser. O erro foi meu em esperar mais do que você podia fazer. Só que agora tudo passou e não dá mais pra voltar ao que era antes.

Ele se desesperou mais ainda.

- Você tá me castigando porque namorei com a Irene? Tá, foi muito mal, pisei na bola, fui um tosco... mas precisa me castigar desse jeito?

Mônica balançou a cabeça e falou se enchendo de paciência.

- O problema, Cebola, é que você não me deixou pela Irene.
- Como é? – Ele levou um susto, não entendendo nada.
- Você me deixou pela Hortência.

Seu rosto queimou de vergonha.

- Se você tivesse amado a Irene de verdade, tudo bem. Eu ia sofrer, mas pelo menos saberia que você me deixou por causa de um sentimento real. Mas não! Você jogou toda nossa história no lixo por alguém que não existe... por nada!
- Eu... eu... – ele não conseguia falar mais nada porque não havia o que falar e nem como se defender.
- Olha, vamos parar por aqui, tá bom? Não quero mais saber de briga e ainda prezo muito sua amizade.
- Mas eu não quero SÓ a sua amizade! Eu te amo! Te amo demais! Eu nunca amei nenhuma outra garota na vida, nem a Irene, nem a Hortência, nem ninguém! Só você! Poxa, o que eu mais preciso falar pra você acreditar em mim?

Ela chegou bem perto dele, olhou-o nos olhos e falou.

- Nada. Você não precisa falar mais nada porque amor se prova com atitude, não com palavras.

Dito aquilo, ela virou-se e foi embora deixando-o ali parado, com o corpo tremendo e lágrimas escorrendo pelo rosto. Cebola sentia como se tivessem arrancado seu coração e sua alma. As pessoas passavam e olhavam desconfiadas para aquele rapaz que agia de forma tão estranha, só que ele não se importava porque ela tinha lhe deixado e não havia mais nada que pudesse fazer.

Pela primeira vez, Cebola se deu conta do que tinha feito, do quanto a tinha magoado e aquilo só fez com que seu desespero aumentasse a ponto de fazê-lo pensar em se jogar debaixo dos carros que passavam velozmente na rua. Sem saber o que fazer, sentindo-se totalmente perdido e desorientado, ele sentou-se no chão da calçada e começou a chorar feito criança. Seu coração doía como nunca tinha doído antes e ele se via num beco sem saída. Ele só chorava sem se importar com mais nada ao seu redor.

Uma mão pousou no seu ombro chamando sua atenção. Era Cascão, seu amigo de todas as horas.

- Ela... ela não me quer mais! Me deixou! O que eu faço, Cascão? O que eu faço?
- Vambora daqui porque tá frio demais, careca. Anda, vou te levar pra casa.

Ele foi amparando o amigo que chorava desconsolado. Era de partir o coração vê-lo daquele jeito, mas não havia nada a ser feito. Só restava para ele juntar os cacos e seguir em frente.

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- Como você pode levar minha filha a um lugar desses? – O pai da Penha bradou furioso.
- M-mas o senhor disse que eu devia seguir todas as ordens dela e...
- Seu incompetente! Agora ela está desaparecida e é tudo culpa sua! Está demitido!

A mãe da Penha chorava desesperada enquanto os policiais tomavam os depoimentos. O chofer tinha contado uma história muito estranha sobre uma criatura que atravessou o telhado e a levou embora dali. Será que aquele homem era louco ou tinha planejado o seqüestro da moça? Por via das dúvidas, ele foi detido. Talvez depois de um bom interrogatório, ele resolvesse cantar para salvar a própria pele.

- Vocês precisam trazer minha filha de volta! É urgente!
- Estamos fazendo o possível, senhor.
- E aquele sujeito que ela visitou? Ele deve saber alguma coisa.
- Meus homens o estão procurando. Não se preocupe, encontraremos sua filha.
- Minha nossa, o que mais falta acontecer?


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- Hmmm... minha cabeça... hã? Onde eu estou? – Penha olhou para os lados e quase não enxergou nada. O lugar estava escuro, era frio e tinha um cheiro muito ruim.

Seu corpo doía muito e olhando melhor, ela viu que suas roupas estavam rasgadas, sua peruca tinha caído e havia alguns arranhões em seus braços. Foi preciso puxar um pouco na memória para poder lembrar o que tinha acontecido e onde ela estava.

- Tem alguém aí? Socorro! – ela gritou tentando forçar as barras da gaiola. Foi em vão. Eram fortes demais para ela.

Quando seus olhos se acostumaram com a escuridão, ela pode ver que estava no porão da casa de Agnes. Aquilo não lhe trouxe alivio algum, muito pelo contrário. Sua ex-amiga estava muito zangada com sua traição e pretendia se vingar. E Penha conhecia Agnes o suficiente para saber que ela não ia ter a menor compaixão.

Ela voltou a gritar até ficar rouca. Ninguém aparecia. Então o som de alguém descendo as escadas lhe chamou a atenção e ela se encolheu toda na gaiola ao ver quem estava chegando.

- Olá, “querrida”. – Agnes falou em tom de troça, imitando o sotaque da Penha. – Está confortável? Espero que sim, pois nós vamos passar um tempo muito agradável juntas!



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