1. Spirit Fanfics >
  2. La Revenge >
  3. Às vezes ouço passar o vento...

História La Revenge - Às vezes ouço passar o vento...


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 6 - Às vezes ouço passar o vento...



"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido"
Fernando Pessoa

Mônica chorava no ombro da Magali enquanto as outras garotas assistiam em silêncio.

- Droga, por que eu fui fazer aquilo? Por quê? Porcaria, o que tá acontecendo comigo? Por que estou desse jeito? – ela foi chorando e assoando o nariz a medida que Marina ia lhe passando os lenços descartáveis.
- Puxa, Mô, você exagerou mesmo! Não precisava daquilo tudo não! – Magali falou.
- Eu sei que não mas... que coisa, por que o Cebola cismou de aparecer com ela daquele jeito na minha frente? E ainda de mãos dadas?

Embora não concordassem com as atitudes da Mônica, elas tinham que admitir que o Cebola foi bastante atrevido agindo daquela forma. E ele ainda se achou no direito de fazer ameaças? Considerando o gênio forte da Mônica, aquilo não podia dar em outra coisa!

__________________________________________________________

Cebola andava de um lado para outro esbravejando e sacudindo os braços.

- Viu só o que ela fez? Viu? Agora ela foi longe demais! Não vou perdoar de jeito nenhum o que ela fez com a coitada da Irene.

Cascão balançou a cabeça e falou.

- A Mônica exagerou mesmo, não nego. Mas poxa... como você foi aparecer junto com a Irene e ainda fazendo ameaças pra ela?
- Não muda de assunto!
- Se liga, eu não tô mudando de assunto coisa nenhuma! As meninas falaram que a Mônica tinha resolvido ficar na boa com a Irene e até ia convidar ela.

O outro sentou-se na cama, colocando a cabeça entre as mãos. Como ele ia saber que de uma hora para outra, a Mônica resolveu tomar juízo?

- Eu não sabia disso, tá legal? Se soubesse, nem teria falado nada!
- Mesmo que não soubesse, você devia ter tentado falar numa boa.
- Pensa que eu não tentei? Fui falar numa boa e quase apanhei!
- De qualquer forma não tem mais jeito. A Mônica ficou p da vida e você sabe como ela é. Agora sim ela não vai querer saber da Irene de jeito nenhum!
- Então eu também não vou mais querer saber dela!

Seu amigo o olhou surpreso e tentou acalmá-lo.

- Pensa bem. Você tem uma história com a Mônica, os dois se conhecem desde sempre. Vai largar tudo isso de lado por causa duma garota que você conheceu só esse ano? Olha lá, heim!

Cebola acabou hesitando um pouco. Não, ele não queria deixar de falar com a Mônica, não queria desistir dela. Mas a Irene... aquele rosto cheio de lágrimas voltou a sua lembrança. Ele não queria perder a Mônica, mas sem saber por que, também não queria deixar a Irene de lado. Ela parecia tão frágil, tão desprotegida! Para voltar a ficar bem com a Mônica seria preciso deixar Irene desamparada e ele não queria isso.

Além do mais, tudo aquilo foi culpa dele que acabou falhando em outro dos seus planos. Se tinha atrapalhado as coisas, então cabia a ele arrumar tudo.

__________________________________________________________

- Sem falar que foi o Cebola quem cismou de fazer aquilo. A Irene jamais teria feito por conta própria. – Cascuda explicou e Marina também apoiou.
- E você sabe que ele tem essa mania de querer ser herói, então deve estar ajudando a Irene por cavalheirismo, não porque gosta dela!
- Vocês acham mesmo? Que é só isso e nada mais?
- Claro! – todas falaram juntas.
- Dá mais uma chance pra ela, Mô! – Magali pediu.
- Eu ainda não sei... essa amizade dos dois sempre me incomodou muito!
- A louca! Fófis, não começa com mimimi que hoje eu não tô podendo! – todas levaram um susto quando viram Denise de pé na porta do quarto.
- Denise? Quando foi que você apareceu aí?
- Detalhes, detalhes. Isso não vem ao caso. Acontece que você é insegura demais, criatura! Tem que se garantir, meu bem. Homem não gosta de mulher chata não, viu?
- Pra você falar é fácil, né?
- Não, amore. Fácil é ficar aí se mordendo de ciúme e não fazer nada pra mudar.
- Ei! Pega leve!

Denise sacudiu as Maria-chiquinhas e falou com um sorriso malandro.

- O pior é que você tá com ciúme por nada, porque ela nem tá afim do Cebola.

Todas ficaram surpresas.

- Não? Como você sabe?
- Helow! Esqueceram com quem estão falando? Eu sei de tudo. Minhas fontes super secretas e confiáveis dizem que a Irene gosta é do Luca, não do Cebola. É por isso que ela queria tanto ir a festa.
- Quais fontes? – Mônica perguntou desconfiada.
- Oi? Qual a parte do “super secretas” que você não entendeu? – na verdade ela tinha ouvido a conversa do Cebola com a Irene, mas era sempre bom valorizar a informação criando um pouco de mistério.

Mônica logo se deu conta de como tinha sido horrível com Irene.

- Ai, gente, que vergonha! Coitada, eu não devia ter feito aquilo!

As outras concordaram.

- Não devia mesmo, mas você ainda pode consertar! – Magali falou dando um convite vazio para que Mônica pudesse escrever o nome da Irene nele. – Vai lá, pede desculpa pra Irene, faz as pazes com ela e tudo fica bem! Se você se resolver com ela, vai se resolver com o Cebola ao mesmo tempo!
- E todos ficam felizes pra festa de domingo! Ui, mal posso esperar! – Denise falou empolgada e o clima tenso foi se desfazendo aos poucos. Nem tudo estava perdido.

Quando se deu por satisfeita, Agnes sumiu dali. Não dava para agüentar os risos daquelas garotas chatas e irritantes.

__________________________________________________________


Ela olhava da janela a chuva fina que caia do lado de fora, molhando as plantas. Ah, como era bom cheiro bom de terra molhada misturado com o aroma perfumado da vegetação! Não tinha nada igual. E o som da chuva caindo lá fora era reconfortante, principalmente estando enrolada numa coberta tomando uma caneca de café quentinho coado na hora.

O tempo nublado não a incomodava, pois ela sabia que o sol brilhava atrás das nuvens como sempre fizera. Muitos não gostavam das nuvens cinzentas cobrindo o céu, mas ela sabia que eram necessárias. Sem chuva, não haveria vida. E mais cedo ou mais tarde, as nuvens iam se dissipar mostrando novamente o céu azul e o sol brilhante. Nada era para sempre.

Num balaio de palha perto do sofá, um grande cachorro preto de raça indefinida descansava tranquilamente, aquecido pelos trapos quentinhos que sua dona colocava para ele.

A casa tinha uma decoração simples e meio rústica, mas era muito limpa, arrumada e aconchegante. Uma coisa que chamava a atenção era a presença de muitos cristais e talismãs nas paredes. Havia flores frescas nos vasos e um pouco de incenso queimava na mesinha de centro da sala, limpando o ambiente dos maus fluidos.

Um vento forte soprou, sacudindo as plantas do seu jardim. Não era um vento qualquer. Era o vento da mudança. E pela força com que soprava, ele indicava que uma grande mudança estava por vir. Ainda assim faltava entender por que aquele vento soprava em sua direção sendo que estava destinado a outra pessoa.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...