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História La Vie - Now we are a team.


Escrita por: cabellsfairy97

Notas do Autor


Cupcakes!

Mais um capítulo. Espero que gostem (me digam se for o caso, por favor, eu sou quase tão insegura quanto a Lauren da fanfic). Espero que estejam tendo um dia incrível!

Capítulo 18 - Now we are a team.


Fanfic / Fanfiction La Vie - Now we are a team.

Ela não me liga de volta de manhã. Me odeio por ficar encarando aquele telefone, esperando e esperando. Eu não queria ficar assim. Por isso é tão perigoso falar com uma pessoa todos os dias: um dia sem ela pode ser realmente vazio.

Espero que não seja um dia inteiro. Espero não ter feito nada errado. Penso em todas as coisas que posso ter feito até pegar no sono de novo. Não há mais nada para fazer em casa, e eu não confio em mim mesma para ficar só.

Foi um dia inteiro. Um dia inteiro sentindo falta da luz da garota da casa ao lado. Um dia inteiro vagando por minha casa como um fantasma, me sentindo como um. Tentei escrever algo, mas todas as palavras que eu conhecia pareciam ser "eu sinto falta dela" e "que coisa mais idiota". Tentei fazer algo e esquecer o nome dela, esquecer o sentimento de paz que vinha com ele. Talvez eu precisasse encontrar esse sentimento sozinha. Talvez eu estivesse sozinha. De novo.

Minha mãe e eu nos ignoramos de noite, o que foi bom, porque eu não aguentaria ser derrubada de novo. Jantamos ao som dos talheres batendo no prato, um silêncio quase ofensivo. Queria tanto que ela se importasse com meus olhos tristes, com a expressão preocupada demais para uma adolescente de férias. Mas Clara apenas terminou o jantar, lavou o seu prato e me lançou um olhar triste antes de subir as escadas lentamente, como quem caminha para a morte.

Choro antes de dormir. Ela não ligou. Ela esqueceu. Essas palavras pesam tanto que em um minuto meus olhos também pesam. E eu durmo.

Só penso na doença quando abro os olhos de manhã. A ideia me atinge com tanta força que eu rolo para fora da cama e olho a janela como se fosse conseguir ver ela. Meus pés tocam o chão gelado e eu vou aos pulos até o banheiro, esperando que não seja tarde. Por favor, que não seja tarde.

Quando saio de casa, o sol está começando a aparecer. Ainda não está queimando como se ordenasse que nós, moradores de Miami, fôssemos a praia. É só o sol, iluminando. A ansiedade me impede de bater antes de ouvir algum barulho que me mostre que eles estão acordados, que não sou um incômodo, então fico plantada como uma flor no quintal, sentada na grama, sentindo os pequenos raios de sol que me encontram. Estou quase cochilando ali quando escuto uma voz familiar por perto.

— Lauren? O que você está fazendo aí?

Encontro o olhar confuso de Alejandro quando levanto os olhos e por um minuto, quero sair correndo. Mas ele estende a mão, e eu aceito a ajuda, quase saltando do chão.

— H-Hã... Oi, eu... Eu só, sabe...

— Estava passeando por aí ás seis da manhã e decidiu parar e dormir aqui, eu entendo — Ele fala tudo em um só tom, com a mesma expressão, e eu realmente não sei se é uma brincadeira — Eu aposto que minha esposa e minha filha adorarão ter sua companhia durante o café.

Alejandro coloca uma das mãos enormes em minhas costas e me guia para dentro de sua casa. Simples assim. Sem mais perguntas sobre eu estar sentada no gramado da sua casa seis da manhã.

— Ale? Esqueceu algo?

A voz de Sinu vem da cozinha, de onde vem o cheiro de café e torradas. Ele me guia até lá e para na porta, fazendo com que Sofia e Sinu me olhem, confusas.

— Convidei-a para tomar o melhor café que Miami já viu. Tudo bem?

— Mas é claro que está. Sente aqui, queridinha.

Alejandro se despede da família, e avisa que volta para o almoço. Uma Sofia sonolenta, de pijama e ainda de olhos fechados, se agarra no pai como se não quisesse deixa-lo ir. É tão adorável e deixa um buraco negro no meu coração.

Tento focar em outra coisa. Qualquer coisa, rápido, antes que os momentos antes da morte do meu pai surjam em minha mente e eu seja tomada pela saudade deles. Foco na mesa. Não, não distrai o suficiente. Foco em Sinuhe, organizando a mesa, e quase que instantaneamente encontro alguma coisa fora do lugar. A expressão preocupada. As olheiras. O leve inchaço abaixo dos olhos como se tivesse chorado.

— Está tudo bem, Tia Sinu?

Pergunto antes que possa me segurar. Ela sorri fraco e me olha.

— Faz tempo que não me chama assim. Eu lembro bem da pequena Lauren... — A mulher senta-se na mesa e solta um suspiro cansado — Só estou um pouco cansada. Sabe, não é fácil lidar com a doença. Da Camila.

Meu corpo treme quando eu junto as peças. Ela não ligou. Ela não está ali agora. O desespero toma conta de mim e eu quase pulo da cadeira. Por Deus, eu sempre tenho que ser tão repentina?

— D-Desculpa T-Tia Sinu, só p-preciso saber onde... onde ela está? C-Como ela está?

— Ela está bem, minha filha. Fique calma, sim? — Fala quase que calmamente, e eu percebo que um ataque de pânico se aproxima. "Fique calma" não ajuda. Proximidade demais e palavras demais não ajudam de jeito nenhum. Sinto minha cabeça rodar e uma necessidade de sair correndo, mas não saio, por causa do olhar preocupado de Sinu em minha frente.

— E-Eu vou ficar bem. Só preciso saber como ela está. Por favor. Eu... me preocupo muito...

A mulher parece pensativa por alguns minutos, batendo as unhas na mesa. Tento ver em seus olhos qualquer resquício de ódio ou rancor, e espero que diga não chegue perto dela, covarde. Mas não vejo nada além de cansaço e algo como pena.

— Eu sei, mija. E olhe só, você pode vê-la. Depois que comer algo e conseguir ficar calma.

Sofia chegou correndo e rindo, falando de como seu pai tinha feito com que entrasse de volta em casa com cócegas. Conversei com a garotinha sobre seu dia, sobre o dia anterior, tentando arrancar alguma informação enquanto me esforçava para comer alguns cereais coloridos sob o olhar de Sinu.

— Kaki está meio sem apetite porque está doente. Mas ontem eu fui lá e nós comemos um monte de uvas. Ela comeu comigo, como se tivesse ficado boa. Eu sou uma boa enfermeira. Mas se você levasse cereal pra ela, aposto que aceitaria também. Podíamos brincar de enfermeira..

Olhei para Sinu, esperando que ela entendesse o olhar, entendesse meu pedido. Quase suspirei aliviada quando a mulher assentiu. Virei para Sofi, provavelmente com o mesmo brilho infantil nos olhos que ela.

— Sim, nós podemos. Acho que ela vai adorar.

Preparamos uma tigela de cereal, jogando cada floco de cereal como uma pedrinha jogada em um poço com um desejo. Sofia fala sobre várias coisas, e eu escuto tudo em silêncio, encantada. Ela tem tanto da irmã e ainda assim é tão como ela mesma. 

— Vamos logo então, Lolo. Ela deve estar com fome. Vou só pegar o... — A pequena estica o corpo para alcançar uma banana em cima da mesa — Elemento mágico. Camz não recusa bananas. Nunca. Ela deve ser a rainha da banana.

A Cabello menor ri da própria piada e eu rio também, mesmo que não tenha graça. Talvez minha sina também seja rir das piadas sem graça das Cabello. Colocamos tudo em uma bandeja que ela insiste em carregar, e seguimos até o quarto de Camila. 

Está escuro. Não deveria estar escuro. Não ouvi Sofia dizer a senha para entrar, mas sei que ela disse, porque sempre diz. Eu estou tão concentrada em procurar pela garota de cabelos castanhos que nem consigo ouvir o que Sofia está dizendo. 

  — ... você não vai querer perder o café da manhã rico em... coisas boas que eu e Lolo fizemos pra você. Somos suas enfermeiras hoje, tá? 

— Lolo?

A voz vem do banheiro. Uma voz fraca e abatida que eu queria que não fosse a dela. Eu daria tudo para não ser a dela. Mas é. Me aproximo devagar da porta entreaberta. 

— Aqui. V-Você está bem? —Sem resposta. Olho para a garotinha e ela dá de ombros, organizando a bandeja que só tem uma tigela de cereal e uma banana como se estivesse cheia. Bato com os dedos na porta do banheiro — Camz...

Não consigo dizer mais nada. Sou puxada pelo pulso para dentro do banheiro. E ela não me dá tempo para olhar seu rosto ou dizer algo. Só me abraça. A cabeça deitada em meu peito, os braços finos em volta da minha cintura, me puxando com tanta força que tenho quase certeza de que vamos nos tornar a mesma pessoa. Me xingo mentalmente quando levo minha mão ao seu cabelo, em um impulso, mas logo me perdôo, porque ela parece gostar. 

— Eu não quero que minha irmã me veja assim, Lo. Eu não quero que ela guarde essa imagem minha. 

— Camz, — Inicio, afastando seu corpo minimamente do meu. Olho em seus olhos mesmo que ela não possa me ver — Essa imagem sua, a imagem que a Sofi vai guardar na mente sempre vai ser maravilhosa. Porque v-você é maravilhosa.

Um sorriso cresce devagar em seus lábios, e logo está ali, brilhando como o sol. Ela sobe os dedos até minha nuca e batuca levemente. Seu olhar está quase em mim. Por um pouco. E mesmo assim, eu estou sem ar. O polegar trêmulo da latina desliza por meus lábios, tão delicadamente que eu poderia fechar meus olhos para sentir. Poderia fechar meus olhos por segundos e imaginar que eram seus lábios ali. Poderia. Se Sofi não tivesse aberto a porta do banheiro de repente. Camila praticamente se joga em meus braços.

  — Kaki, tá tudo bem? — A pequena pergunta, confusa. Eu também estou confusa, pequena Sofia. 

— Hmm, tô com sono, Sofi. Lauren não quer me carregar para o quarto. Que tipo de enfermeira é ela? 

Cínica. Camila Cabello, a maior cínica que já existiu. Sofia nos olha por alguns minutos como se não acreditasse, depois ordena que eu "faça as vontades da paciente". Camila sorri. Aquele sorriso de canto, provocador. Aquele que ela usa quando quer fazer meu rosto pegar fogo.

  — Quando quiser, doutoura, mas eu ainda estou com fome — Ela diz, só para provocar, se apoiando em meu ombro. Mas eu não consigo ficar brava. Não consigo ficar brava com ela de jeito nenhum. Abaixo e pego-a no colo, e quase começo a correr até o quarto, mas lembro de algo antes.

— Só mais uma coisinha, Camz. Você tem sido adorávelmente chata comigo esses dias, não deixando que eu me isole. Só... não me deixe ficar longe, ok? Eu quero estar aqui. Agora nós somos um time. 

Ela não respondeu. Não com palavras. Só estendeu o pulso com a nossa pulseirinha e sorriu, radiante. Não preciso de mais nada. Saio correndo até o quarto. 



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