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História La Vie - Cabellos and Jaureguis.


Escrita por: cabellsfairy97

Notas do Autor


oi pessoinhas,
primeiro de tudo, eu espero que vocês não estejam com muita vontade de me apedrejar. eu demoro. eu demorei. eu sinto isso. mas eu posso dizer pra cada um de vocês, que eu nunca quero demorar assim. ás vezes o dia voa, e não dá tempo. eu sou leitora também, e sei que é bem chatinho esperar. mas eu quero lembrar aqui, que vocês podem me mandar mensagem se quiserem saber como vai o capítulo, eu estou aqui pra responder qualquer coisinha (menos spoiler hehehe) que vá deixar vocês mais tranquilos.

pronto, "só" isso. espero que gostem. eu enchi esse capítulo de detalhes importantes que parecem aleatórios

Capítulo 27 - Cabellos and Jaureguis.


De noite, depois do jantar e de um banho, ligo para Camila. Não espero que ela atenda, quase posso vê-la dormindo, sonhando. Mas depois de estar quase desistindo, ouço sua voz do outro lado da linha.

— Lo!

— Como você sempre sabe?

— O toque é diferente pra você. Sofi fez isso pra mim. Como você está?

— Estou bem — Pela primeira vez em que eu me lembro, não é mentira — Eu fiz uma coisa hoje. Mas é surpresa.

Depois disso, ela fica em silêncio. Achei que tivesse dormido. Mas depois de, pelo menos, quinze minutos, volta a falar.

— Bem, então precisamos nos ver de novo. O que você sugere?

—Lembra daquilo que eu falei sobre um encontro entre sua família e o que sobrou da minha? Hoje eu comi com a minha mãe. Acho que ela está tentando. Isso seria...

— Adorável. Vamos trabalhar nisso. Vou falar com minha mãe, e peço pra Sofi mandar uma mensagem. Não aguento mais ficar em pé, preciso desligar, ok? Boa noite...

A ligação termina de repente. Caio na cama, uma nuvem de preocupação sobre mim. Eu não gosto quando ela está fraca. Quando o câncer toma conta e tenta derrubá-la. Isso me faz pensar que ela é infinitamente finita, e que o tempo é limitado. E dói. E traz lágrimas aos meus olhos. Choro sobre a pulseira especial em meu pulso, sussurrando todas as coisas que eu não tenho coragem de dizer olhando naqueles olhos castanhos com uma lua no meio, até dormir.

...

Acordo cedo, por algum motivo. Meus olhos se acostumam com a claridade e meu cérebro trabalha para lembrar de algo importante. Lembro bem quando vejo meu celular, piscando com uma nova mensagem.

"Hoje a noite você e sua mãe tá Sofia é linda"

Sorri, imaginando a garotinha esperta digitando rápido no celular da irmã, adicionando a última parte da mensagem com um sorriso. Tão esperta.

Chequei o horário. 6:50. Eu preciso alcançar minha mãe.

Não é preciso correr muito; esbarro com ela assim que saio do quarto.

— Oh, Lauren. Você... Acordou cedo? Eu estou meio atrasasada e... não tem contas para pagar ainda, você pode...

— E-Eu precisava... Sabe se vai estar em casa hoje a noite?

Ela pensa por um minuto, passando a mão pelo tecido do uniforme.

— Provavelmente. Tenho conseguido sair mais cedo, adiantando o trabalho. Precisa de algo?

Reúno qualquer coragem que eu tenha no corpo, e respondo.

— E-Eu queria saber se... se gostaria de ir até a casa dos Cabello, hoje. Comigo. Eles nos convidaram para um jantar.

Ela parece perturbada por um tempo. Olhando para mim como se tentasse descobrir se é algum tipo de brincadeira. Tento colocar toda a sinceridade nos meus olhos.

— Ah, Lauren. Faz tanto tempo... Eu não sei se consigo.

— Eu sei que consegue. Eu tenho conseguido, não é? Por favor... Eles estão esperando...

Ela ainda pensa, ainda perturbada com a proposta. Passamos um tempo na mesma posição até que ela respira fundo, e desvia o olhar pra mim.

— Posso responder quando chegar? Eu não consigo...

— Está bem.

Simples assim. Ela desce as escadas quase correndo, sem nem se despedir, e eu fico paralisada, pensando em todas as possibilidades. Ela pode vir. E também pode não vir. Pode se atrasar. Chegar cansada demais. Chegar triste demais. As possibilidades vão me enlouquecer. Ou iriam, se eu não tivesse recebido uma mensagem de Camila, ou Sofia, me chamando para ir até lá.

...

— Não acredito nisso, Camila Cabello. Isso nem é ético..

Resmungo, pela terceira vez, parando de varrer a sala. Sofi gargalha, organizando a estante.

— Então tira o sorrisinho do rosto, Lo. Isso nem é coerente.

Bufo, ainda sorrindo, me perguntando se meu sorriso está tão óbvio assim. Depois da mensagem, e depois de eu ter chegado até a casa de Camila, ela simplesmente me disse (não pediu educadamente), que eu havia sido convocada para ajudá-las a organizar as coisas para o jantar. Aparentemente, o fato de eu ser a convidada não significa muito pra ela. Mas eu não posso me importar menos.

Continuo varrendo, ouvindo alguma música da Taylor Swift que Camila canta alto. Tão bem. Eu não me importo de trabalhar, contanto que ela esteja cantando.

— Essa vai ser a melhor noite. Você vai ver a cara da Mama quando ver Tia Clara depois de tanto tempo — Camila bateu palmas.

— Eu espero que ela venha... e não saia correndo.

Sofi cai na gargalhada, provavelmente achando que eu estou brincando. Mas eu sei que não. Camila sabe. É um risco que nós corremos. Precisamos correr. As coisas não vão se consertar sozinhas.

Sofi e eu fizemos um trabalho incrível. Deixamos tudo brilhando. No fim, ainda sobra tempo para cair no sofá e admirar o trabalho.

— Incrível o que nós fizemos, não é, Sofi?

— Nós! — Sofi repete, rindo.

— Eu arrumei. Meu quarto. I-n-t-e-i-r-o. Vocês tem noção do quanto eu me bati?

Não resisto a expressão de desespero e ao biquinho inconformado nos lábios. Eu imagino por segundos o quão difícil é pra ela agora fazer qualquer coisa simples. Ela é Camila, mas ainda assim, deve se sentir mal com isso. Alcanço sua mão e seguro.

— Todas nós fizemos algo, Camz. E ficou lindo. Vai ser incrível.

Ela sorriem, Sofi e Camila. Parecendo muito felizes.

— Você é um Smurf, Lauren Jauregui. Consegue ver o progresso?

Sorrio, fechando os olhos e encostando a cabeça no sofá. Sim, Camila. Eu posso ver o progresso, graças a você.

  ...

Nervosismo. É tudo que eu sou ás 7 da noite, quando minha mãe ainda não chegou. Andando de um lado para o outro, em meu vestido vinho, usado apenas em ocasiões especiais. Implorando com todas as minhas forças para que aquela noite fosse especial. Não um desastre.

Todo o meu ar parece sair por entre meus lábios quando a porta se abre e uma Clara suada e afobada entra.

— Vá. Vou tomar um banho. Diga a elas que logo... Logo chegarei.

— Deus, obrigada.

O que acontece a seguir é um daqueles detalhes importantes que você só repara o quanto são importantes depois. Dou alguns passos até ela, e então, envolvo-a em um abraço desajeitado. Dura apenas alguns segundos. O suficiente para fazer meu coração pular como louco. Depois de anos, eu sinto. Aquela é minha mãe.

Ela sorri como se não acreditasse. E pede que eu vá, que não me atrase. Tudo com um belo sorriso. Oh, eu senti falta.

Corro pelo gramado sem vida da minha casa até alcançar o gramado vizinho. E vê-la lá. Na frente da sua casa, esperando ansiosamente. Eu sinto que corro rápido demais e meu coração bate com muita força. Sinto que estou viva. E o sorriso da garota que me espera e pode ouvir meus passos me torna mais viva.

Não consigo diminuir a velocidade. Meu corpo colide com o seu e nós nos puxamos pra  baixo. Camila cai por cima de mim, as duas mãos em meus ombros, as minhas em suas costas. Só nós existimos. Nós. Nossos corações batendo com força. Os grilos e o vento.

Eu vou beijar você, agora — Sussurro, ofegante. Não acho que terei ar o suficiente. Mas eu preciso...

— Por favor...

Ela soa tão entregue. Como se aquilo fosse tudo que estivesse aguardando dolorosamente por horas. Quando meus lábios tocam os seus, não é como das outras vezes. As borboletas e os sentimentos ainda estão lá, mas eu posso sentir a intensidade. Como se ela estivesse com saudades. Talvez seja justo. Intensidade pelos anos perdidos.

— C-Camz... Escute... — Tento falar. Ela reluta um pouco, mas se afasta minimamente com um sorriso. Também estou sorrindo — Mas que jeito de receber seus convidados.

— Só você... Oh, você me tira dos trilhos, Jauregui.

Nos levantamos. Camila murmura coisas sobre o que eu faço com ela, tentando ajudar a limpar a grama de nossos corpos e cabelos. Sorrindo, sempre. Seus dedos se entrelaçam com os meus antes de entrar em casa, e ela sorri em minha direção. Destemida. Aqueles sorrisos significam muito.

Camila não solta minha mão quando entramos. Na frente de Alejandro e Sinu, e da pequena Sofia, continua com os dedos entrelaçados aos meus. E eles parecem não ligar. Parece que sabem de tudo e nada os assusta.

— Sua mãe, querida? — Sinu pergunta, hesitante. Sorrio.

— Vem logo.

A mulher parece satisfeita. Nós seguimos até a sala, eu, Sofi e Camila, para assistir alguma coisa, a pedido da pequena. Ou observar enquanto ela assistia.

— Agora, você pode me dizer o que ia dizer?

Sorrio para a curiosidade. O interesse em saber. Conto sobre a consulta, sobre o quão incrível é a psicóloga. Sobre o quão bem eu me senti. E ela sorri, sorri tanto que quase se torna dia, porque ela é o sol.

— Depois te dou algo digno — Sussurra. Eu quase derreto em expectativa.

Então alguém bate na porta. Meu corpo gela, e eu aposto que Camila sente, porque aperta minha mão com mais força. Sofi corre para atender antes que eu possa me mover, e eu posso ver quando uma Clara diferente do que eu estou acostumada entra.

Ela colocou um pouco de maquiagem, algo básico, só para disfarçar as olheiras. Usa um vestido rendado, branco, que eu não vejo há anos. E sorri. Um sorriso que era novidade naquele rosto triste. E que me fazia sorrir também.

— Ela está linda, não está, Lo? Eu aposto que está.

Camila sussurra e me puxa para levantar. Para não perdermos a bela cena de uma amiga encontrando a outra depois de anos. Tia Sinu se aproxima de minha mãe com uma mão no coração, encantada.

— Você veio! Oh, Clara, como está linda!

Se abraçaram. Minha mãe não diz nada. Sei que ela não consegue. Nervosa demais. Emocionada demais. Sei que seus olhos brilham porque quer chorar. E sei que me olha de uma forma diferente porque agradece.

— Ela está linda. E grata. Obrigada por ter me ajudado com isso — Sussurro para Camila, observando a interação dos adultos. Ela deita a cabeça em meu ombro, sorrindo abertamente.

— Deve ser meu propósito. Estar com você. Ajudar. Até que...

— Shhh, só existe hoje.

Ela ri e balança a cabeça negativamente, sussurrando algo sobre termos trocado de lugar. Talvez. Talvez essa noite algo tenha mudado de vez em mim. Por causa dela. Ou por mim mesma.

Sinu decide que é a hora de jantarmos, e que a conversa deve ficar para depois. Sento ao lado da minha mãe, e Camila vai para perto da sua. Precisa de auxilio para comer. O prato é Ajiaco Criollo, um prato tradicional cubano. É bonito como os Cabello parecem se orgulhar tanto de sua cultura. Até a pequena Sofi tem receitas cubanas guardadas na cabeça. Nós jantamos entre conversas e risadas; risadas que eu nunca mais havia ouvido da mulher ao meu lado. Sorrisos alegres. Nenhuma ruga de preocupação na testa. Nenhuma nuvem negra sobre sua cabeça. Só um pedaço da Clara de antes, resgatada do passado.

— Obrigada, filha — Ela disse, de repente, baixinho — Eu nunca vou esquecer dessa noite.

Filha. Há quanto tempo não ouço isso... A palavra parece ter o som mais bonito do mundo. Sorrio como se não houvesse amanhã.

Depois de comermos muito, (muito mesmo), Sofi, Camila e eu somos gentilmente expulsas do ambiente para que os adultos possam conversar. Subimos para o quarto da mais velha, conversando no caminho sobre como adaptar Uno para que Camila pudesse jogar. Sofi entrou em seu quarto para pegar as cartas, falando sozinha sobre as novas regras e sobre como inventaria um novo jogo. E nós ficamos sozinhas de novo. Incrível como isso sempre acontece uma hora ou outra, e sempre se torna especial.

— Sono... — fala devagar, me abraçando lentamente.

— Não tem problema. Você vai estar na sua cama logo, ok?

— Certo. Lo, antes que eu morra de ansiedade, o que é que você ia me dizer?

Travo, por alguns minutos. Ela já havia me perguntado, não?

— Eu disse, não?

Seu rosto adota uma expressão preocupada, tentando lembrar de algo. Depois de pouco tempo, balança a cabeça negativamente.

— Não disse.

Eu me lembro claramente de ter dito aquilo alguma hora do dia. Lembro porque ela disse que me daria algo digno depois. Ela esqueceu..

Pessoas esquecem coisas, certo?

— Eu... Visitei uma psicóloga. Foi muito bom. O nome dela era Suzanne. Fui com as meninas.

Falo devagar, como se esperasse ela lembrar. Camila parece muito confusa. Terrivelmente confusa. Ela assente, mas não sorri.

— Acho que você tem razão. Sobre  ter... Eu devo ter me esquecido... — Eu nunca vi Camila tão confusa — Eu estou orgulhosa, de qualquer forma. Me desculpe. Estou orgulhosa.

Ela beija minha bochecha. E é só, antes de deitar a cabeça em meu ombro, ainda confusa. E só então eu entendo, e vejo; o tempo está passando, e isso significa muito para Camila. O tempo está passando, e isso é assustador.

Quando Sofi chega, Camila dormiu de alguma forma em meus braços. Aposto que ela entende. Seu sorriso desaparece.

— Eu tinha criado uma forma..

— Ei, você pode me contar. Ela só teve que dormir. Quando acordar, vamos jogar seu jogo. Nós três.

Sofi ainda parece desanimada, mas me segue até o quarto. Coloco Camila na cama como se ela fosse um cristal. A cabeça borbulhando em pensamentos, mas o coração batendo rápido.

— Vocês são namoradas agora?

Sofi decide não começar com uma pergunta simples. Como responder a verdade sem deixar estranho?

— Nós gostamos.. Gostamos de estar juntas e fazer coisas juntas. Mas ainda não namoramos.

— A-i-n-d-a — Ela percebe. Mas que garotinha esperta. Me sento na cama, um pouco sem reação, e ela vem e senta do outro lado. Acabamos não jogando, nem falando do jogo. O assunto se desvia para coisas totalmente diferentes, até que, com a cabeça deitada em minha perna, e meus dedos entre seus fios de cabelo, a pequena Sofia cai no sono. E eu me permito fechar os olhos por um instante, ouvindo uma risada que vem do andar de baixo, e pensar no quão bem Cabellos e Jaureguis ficavam juntos.


Notas Finais


espero que tenham gostado. agradeço os comentários. já amo vocês.


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