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História La Vie - La Vie En Rose


Escrita por: cabellsfairy97

Notas do Autor


Esse capítulo significa uma evolução. Uma evolução da Lauren, da Camila, de camren. E até uma evolução minha. Definitivamente. Eu quero que vocês leiam com muito amor, ok? Tudo é feito de amor. É simples assim, como eu não achei que fosse.

Capítulo 35 - La Vie En Rose


Fanfic / Fanfiction La Vie - La Vie En Rose

De alguma forma, no meio da semana, descubro que várias pessoas estão sabendo sobre tudo. Não é ruim no começo; pessoas que eu não faço ideia do nome me cumprimentando, dizendo que estão felizes por mim. Ganho vários sorrisos, e abraços. Mas na sexta-feira, quando abro meu armário para deixar alguns livros no final da aula, encontro os bilhetinhos maldosos de novo. Eles tinham parado com isso. Abro alguns parada no corredor. Não tem identificação, mas eu sei bem de onde vieram.

"Era uma vez uma menina gorda e feia que assim que encontrou alguém que suportasse ela ficou tão desesperada que a pediu em casamento, e viveram felizes para sempre. Ou não"

"Parabéns, Jauregui. Você mostrou pro mundo que pessoas retardadas podem namorar"

"Você acha que é alguma coisa só por que agora anda com esse teu grupinho e porque pega a Cabello. Mas você ainda é um nada, Lauren."

— Laur! — Escondo os bilhetes na mochila quando ouço a voz de Dinah no fim do corredor, e fecho o armário. Meu coração bate rápido enquanto eu luto para segurar as lágrimas. Por que alguém seria tão malvado? Por que fariam isso com alguém que nunca quis causar mal algum? Não parece algo divertido de se fazer, então por que? — Nós vamos perder o ônibus, vem. Ei, você tá bem?

Dinah pergunta, antes de me puxar. Assinto, com um nó na garganta. Não quero contar. Não agora, ou ela vai até a casa de Amber, Harper, Miles, Julian e todos os outros, puxá-los pelo cabelo. Então nós vamos até o ônibus em silêncio. Dinah não acredita em mim sobre isso, eu sinto, mas ela parece não querer incomodar. Só me abraça durante todo o caminho, de forma protetora.

Quando chegamos, ela pergunta mais uma vez se estou bem, e eu digo que sim. Então ela se despede e vai para casa. Eu corro para o meu lar.

Ela está na janela do quarto, de olhos fechados, sentindo o vento. Sorrio mesmo sem querer, e me concentro em tentar lembrar algo bonito para dizer para ela.

— Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Camila o sol daquele oriente? Surge o formoso sol e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza por ter visto que como serva, és mais formosa — Faço uma pausa, e tenho certeza de que esqueci uma parte, porque seu sorriso tomou conta de cada parte de mim — Eis minha dama. Oh, sim! É o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando! — Camz sorri e balança a cabeça negativamente, adoravelmente corada. Suspiro — Duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam.

— Terei de pular para finalmente abraçar-te?

— Camz, isso não faz parte do roteiro, fique quietinha e logo estarei aí. Não se mova.

Camila ri de meu desespero, e eu me apaixono várias e várias vezes por aquela risada. Tia Sinu já está com a porta aberta, rindo e balançando a cabeça negativamente.

— Atrapalho? — Pergunto, meio nervosa. Ela abre os braços mesmo que seu sorriso tenha me abraçado antes, e eu a abraço.

— Passamos a tarde juntas. Quando chegou a hora da sua saída, ela correu para cima, para esperar por você. Pode correr para ela, mi hija.

Deixo um beijo na bochecha da mulher e então corro. Corro para onde minha bela noiva espera, ainda de pijama no topo da escada, desobedecendo meu pedido para ficar quietinha. Subo tudo correndo, e então nós colidimos com tudo, em êxtase demais para rir ou dizer algo. É bem ali que eu quero passar o resto da vida. Nos braços daquela garota. Está tudo bem, e nenhuma daquelas pessoas importa. Está tudo...

— Tudo bem, Lo?

— Encontrei bilhetes maldosos no meu armário de novo.

Só percebo quando as palavras já escaparam. É como se minha mente dissesse que eu estou segura e posso falar sobre qualquer coisa. Então eu digo. Ela olha para o chão por alguns segundos, e então olha de novo para mim. Nós sempre conseguimos compartilhar os sentimentos de alguma forma.

— Vem comigo.

Camila começa me puxando até o quarto, mas eu acabo guiando quando ela quase se bate na porta. Quando chegamos na cama, ela se senta de frente para mim, com as pernas cruzadas. Como nós fazíamos quando éramos pequenas e nos encaravamos por horas.

— Você leu?

— Só alguns. Eu os coloquei na mochila quando Dinah chamou.

— Você pode ler para mim? Eu sei que não é agradável, mas eu quero ajudar. Pode?

Assinto, devagar. Há algo em sua voz que me faz pensar que eu faria qualquer coisa por ela se pedisse assim. Pego os papéis com palavras maldosas dentro da mochila com mãos trêmulas e estou quase começando a ler, quando Camila se inclina para me dar um beijo doce. Quase não consigo deixá-la parar. Aquilo me leva para outro lugar.

— Estou bem aqui — Sussurra. E então eu consigo forças. Não é nada agradável ler aquilo. É horrível. Todo aquele ódio gratuito é realmente triste quando eu tenho tido apenas amor por um tempo. Camila está exatamente como eu quando termino de ler. Não estamos chorando, mas estamos confusas. Por que tanto ódio?

— Eu quero fazer algo... Espere um minuto e confie em mim.

Não tenho nenhuma reação quando ela fica de pé e sai pelo quarto com a mão estendida. Só fico atenta para batidas. Aquelas palavras me deixaram em um estado estranho. É como se eu não soubesse o que sentir. Camila volta depois de algum tempo que não consegui nem perceber, segurando seu celular com um sorrisinho de canto. Oh, aquele sorriso.

— Amber, Harper, Jade, Jordan, Miles, Julian e Tyson, huh? Os bullies — Ela diz, de repente, quando chega até  mim, e senta em meu colo. Aperto sua cintura, tentanto espiar o que ela faz no celular — Aqui está, tenho os números de todos eles.

— Camz... N-não.

— Ei. Confie em mim, meu amor. Love only.

Só as últimas palavras me deixam relaxada. Me tranquilizam. Ela não fará nada que não seja baseado no amor. Não mostrará nada além de amor, porque é disso que é feita. Então eu a ajudo a encontrar o contato de Amber. E então ligar.

Demora um pouco para que ela atenda. Camila coloca no viva voz para que eu possa ouvir. Estou tremendo. Amber atende. Há várias vozes no fundo. Vozes e risadas conhecidas. Eles estão todos lá. Xeque-mate, Camila sussurra para mim, antes de começar a falar.

— Ei, é a Camila. Camila Cabello, lembra de mim?

— L-Lembro. Achei que estivesse no hospital ou sei lá — A garota fala quase gritando, porque seus amigos falam da mesma forma — Tanto faz, escuta, eu tô com a galera aqui e...

— Harper, Jade, Jordan, Julian e Miles e Tyson? — Camila pergunta, devagar. Tem algo na voz dela. Segurança, acho. É como se fosse conseguir o que quer de um jeito ou de outro. A garota fica muda do outro lado da linha, e minha noiva abre um sorriso — Então  aumente o volume. Eu quero que todos ouçam. Todos.

São alguns minutos de silêncio antes que ela diga "estamos ouvindo". Camila parece estar deixando-os com medo.

— Eu acho bonito mesmo que se importem o suficiente com minha noiva para ter o trabalho de deixar mensagens para ela, mas não precisam mais fazê-lo. Eu espero, de verdade, que um dia vocês encontrem um amor tão sincero como o que ela encontrou, e espero que se tornem tão resilientes como ela se tornou. Há muitas coisas, muito maiores do que vocês, que ela tem vencido e destruído. E eu tenho certeza de que vocês tem sonhos, tem pessoas importantes, tem coisas bonitas dentro de si para amar. Não percam o tempo que vocês têm. Ele é valioso. Cuidem bem disso. Cuidem bem de si mesmos. Sigam em frente, porque Lauren já seguiu. Já chega.

Eu estou tremendo quando ela termina de falar. Há tanto poder em sua voz. Tanta segurança e ainda tanto amor. E então ouvimos alguma agitação do outro lado da linha. E então, um dos garotos dizendo "desliga isso, Amber".

Eles desligam. Camz joga o celular na cama de qualquer jeito, e se vira pra mim. Há tanto em sua expressão. Ela parece ter ficado mais velha. Talvez seja só toda aquela carga de maturidade que acabei de ver.

— Eles pensarão nisso. E no mínimo, vão parar de incomodar. E eu estou orgulhosa do quanto você aguentou. Você é tão forte, amor.

— Com você...

— Não, não. Você mesma. Você é muito forte. Eu também sou, e o que nós temos também. Mas você tem que lembrar disso. Você é muito forte e isso é algo seu. Promete lembrar?

Tento não prestar atenção no implícito. No "você precisa lembrar quando eu não estiver aqui para lembrar". Tento prestar atenção em como meu coração bate rápido, como eu estou tão apaixonada que poderia passar o resto da vida olhando ela falar. Assinto contra seu corpo quando a abraço. Me sinto segura e de repente não há nada que me ameace fora daquele quarto. Nós somos inquebráveis juntas.

*

Na quarta-feira depois da escola, quando entro no quarto, Camila me espera sentada na cama. Não nos vemos há dois dias, porque ela esteve passando tempo com Sofi, dando atenção especial para a garotinha, realizando coisas da lista. Ela fica de pé assim que ouve a porta, com o sorriso mais lindo do universo inteiro, e eu largo minha mochila no chão para ir até ela. Nos encontramos no meio do caminho em um abraço forte. Casa. Ela tem cheiro de casa. Tiro seus pés do chão e a giro no ar, o vestidinho leve que ela usa balançando, e sua risada entrando por meus ouvidos como o melhor som do dia inteiro.

— Ligações nunca são melhores do que isso — Camila diz no fim de um riso, quando caio na cama com ela em meu colo. Seguro firme em sua cintura para não deixá-la cair, e ela segura firme em meus ombros.

— Nunca. Senti falta do seu cheiro. E sua margarida está na mochila. São três, por três dias.

Ela sorri, e encosta a testa na minha. Fecho os olhos por alguns instantes, aproveitando o sentimento de estar em casa de duas formas diferentes.

— Incomodaram você na escola?

Sua voz está daquele mesmo jeito de novo. Cheia de poder e responsabilidade. Eu sinto que pode me proteger de qualquer coisa. 

— Não. Uh... Os garotos e... Jade e Amber c-continuam olhando de um jeito estranho, mas nem chegam perto. Harper não anda mais com eles.

— Bom... Devíamos convidá-la para o nosso casamento — Fala um tom mais baixo. Cada vez mais baixo. Cada vez mais perto. Assinto, hipnotizada — Depois. Agora você pode esquecer de todos eles.

— Eu irei...

Respondo com um fio de voz. Me sinto exatamente como uma presa diante dela. Sua voz parece me beijar antes que ela finalmente o faça, tão lentamente quanto é possível. Eu não sei mais em que planeta estou. Não sei mais de coisa alguma enquanto ela me beija, fazendo um carinho em minha nuca. Aquela é toda uma nova áurea entre nós, e eu gosto. Ela separa o beijo tão lentamente quanto começou, e encosta a testa na minha. Meio ofegante. O dedo indicador pousado em meus lábios.

— Me diga que você sente... que você se sente como eu me sinto agora. Como se nunca tivesse o suficiente de mim, como eu nunca pareço ter de você— Sua voz soa mais rouca do que normalmente é. E eu tenho certeza de que se falar, a minha estará ainda pior. Mas ainda soa tanto como minha Camz. Minha doce noiva. Apenas assinto— Eu gosto do quão doce "fazer amor" soa. É como se nós pudéssemos fabricar amor e sair espalhando por aí— Ela solta uma risadinha rápida e nervosa. Eu não sei se estou respirando. O jeito que aquilo sai dos seus lábios me deixa arrepiada. O clima ali é tão intenso que é difícil para mim lembrar onde nós estamos e como é o mundo fora dali. Camila abre os olhos de repente, e mesmo que agora a lua ali seja uma lua cheia, e tenha tomado conta de tudo, aquele olhar me atinge com força — Eu quero fazer amor com você, Lauren. 

Paraliso por alguns instantes, tremendo diante daquela frase. E enquanto tudo em mim grita "eu também, Camila", algo em minha mente grita "você será patética". Isso sempre está entre nós. Sempre esteve, desde o início. Algo que me fazia dar um passo para frente e dois para trás. Mas agora, há mais força em mim para resistir. E eu resisto. Por mim. E por ela. 

— Eu só... não tenho ideia de como... — Falo baixo, e minha voz soa rouca como nunca esteve. Camila sorri de canto, daquela forma que faz uma pequena covinha aparecer no canto dos seus lábios. 

— Você quer, meu amor? — Sussurra, e eu assinto quase imediatamente — É simples assim. Isso é tudo sobre nossos corpos dizendo "eu amo você". Consegue imaginar isso? 

Ela deixa os lábios sobre os meus, e não é nem um beijo, apenas um leve encostar. Subo as mãos por suas costas, tocando o zíper do vestido. E aposto que ela entende a resposta quando sorri contra meus lábios. Tudo parece estar em câmera lenta. Eu nem sei que horas são, e não importa. Tudo o que eu mais quero é que o tempo desapareça, porque nós nos tornaremos infinitas. 

Nós nos livramos de nossas roupas com a lentidão e a delicadeza de uma dança. Todo o tecido cai no chão, e nós caímos na cama, juntas. Não é nada ofegante e desesperado como eu achei que isso fosse. É doce. Lento. Como se tivéssemos todo o tempo. Sua pele está quente contra a minha. Deixo que minhas mãos viajem livremente, é como reconhecer minha casa. E eu não sei se parece como uma obra de arte porque ela é minha, mas parece. Quero espalhar beijos em todos os lugares. Quero colocar o que meus olhos vêem agora em um quadro. Quero fazer tanto, mas ela segura em minhas mãos, e entrelaça nossos dedos acima da minha cabeça. E então está em cima de mim. Não fico nervosa. Por um milagre, não fico nervosa sobre nada. Só me concentro em cada expressão enquanto ela desce os dedos delicadamente por meu corpo.

— Eu quase consigo ver. Aqui, é rosado— Ela fala enquanto os dedos circulam meu mamilo. Eu sinto que até meus fios de cabelo estão arrepiados com a forma que ela fala. Com paixão. Suspiro quando ela deixa um beijo delicado onde seus dedos estavam — Eu espero que um dia você ame seu corpo mais do que eu amo.

Não faço ideia de quando será esse dia. Talvez esteja próximo, e talvez esteja muito distante. Mas o fato é que tudo o que Camila havia dito anteriormente fez todo o sentido do universo nas próximas horas. Foi como se estivéssemos nos declarando sem usar palavras. Nossos corpos se encaixaram perfeitamente como nossas almas sempre fizeram. E nós nos amamos, reconhecemos nosso lar. Da forma mais doce e urgente, ela se tornou minha, e eu me tornei dela, de mais uma forma diferente. Por um bom tempo, eu não me senti insegura sobre meu corpo. Eu o amei, porque Camila o amava, e tocava com tanta paixão. E por todas as coisas que eu senti, as coisas que ela me fez sentir digna de sentir. Quando nós chegamos ao ápice juntas, deixo que minha cabeça caia para trás, uma sensação boa tomando conta de mim. Camila deita a cabeça em meu seio esquerdo depois de deixar um beijo ali. 

— Está ouvindo meu coração? Está... tocando uma música só pra você — Falo baixinho, e sinto-a sorrir. Camila se move e se coloca sobre mim de forma que seu coração bate contra o meu. Nossas mãos estão entrelaçadas acima da cabeça.

— É um dueto. 

Uma calmaria já havia se instalado dentro de mim antes. Eu estou em casa. Sua pele contra a minha, sem nada impedindo, parece algo certo. Como se nós finalmente estivéssemos perto o suficiente. Mas quando ela começa a cantar uma música, a testa colada na minha, a voz tão doce e suave, eu me sinto como se voasse. 

— Hold me close and hold me fast, this magic spell you cast, this is la vie en rose. 

— When you kiss me heaven sighs, and though I close my eyes, I see la vie en rose. 

Abro os olhos quando a sinto sorrir contra minha bochecha. Ela gosta quando eu canto. Se minha voz a faz sentir em paz como a dela faz, eu continuarei cantando. 

— When you press me to your heart, I'm in a world apart, a world where roses bloom — Continuo baixinho, empurrando-a para o lado. Está começando a ficar sonolenta, mas ainda luta para ficar acordada, tentando focar os olhos onde vem a voz — And when you speak angels sing from above. Everyday words seem to turn into love songs. 

— Give your heart and soul to me, and life will always be, la vie en rose — Ela se junta a mim, novamente. A voz tão sonolenta e ainda é minha favorita. Deixo um selinho em seus lábios antes que ela esconda o rosto em meu pescoço e adormeça. E eu ainda fico acordada, sentindo o amor correr por minhas veias. Puro amor. 


Notas Finais


Espero que vocês estejam sentindo o amor nas veias agora. Eu espero que tenha ficado La Vie o suficiente, porque era o propósito. Eu amo vocês. Eu amo ler os comentários. Obrigada, de novo e de novo. Obrigada.


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